domingo, 26 de fevereiro de 2012

Gauchão do Interior, como nos velhos tempos

Há tempos a dupla Gre-Nal dita as regras no Campeonato Gaúcho. Vão se revezando nos títulos, fazendo dos clubes do Interior meros coadjuvantes. Este fato fez com que alguns chegassem a cogitar o fim do Estadual. Sempre fui contra, relutei. Sou bairrista mesmo, confesso. Pois agora, vendo dois times de fora de Porto Alegre classificados para a final da Taça Piratini, de algum modo, comemoro. Isso é um tapa na cara da Capital!

Gremistas e colorados, não me levem a mal, mas meu desejo é para o bem de vocês mesmo. O Gauchão ganhará um ânimo novo a partir de agora. Aliás, é questão de justiça ver Caxias e Novo Hamburgo na decisão – as duas equipes de melhor campanha até então. Para se ter uma ideia, teremos alguém, além de Inter e Grêmio, na finalíssima, em abril. Isso não acontecia desde 2005, com o competente 15 de Novembro de Campo Bom. E vencer, alguém lembra a última vez que um interiorano venceu o certame? Este mesmo Caxias, em 2000. É muito tempo!

Pois neste ano, atrevo-me a dizer que teremos um Gauchão como nos velhos tempos. Até 1960, o campeonato era disputado pelas regiões do Estado (Fronteira, Serra, Metropolitana, etc.). Então, quando se decretava o campeão do Interior, este se capacitava para encarar o melhor da Capital – título decidido à parte -, em um sistema de melhor de dois jogos. Assim, vimos o Guarany de Bagé, por exemplo, ser bicampeão. Além disso, Brasil de Pelotas, Pelotas, Bagé, Rio Grande, Grêmio Santanense, e tantos outros, quando não ganhavam, pelo menos faziam a final. Será bem gratificante fazer de conta que estou vendo o Gauchão de outros tempos, como meu vô pode assistir, certa vez.

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