Foto: Alexandre Lops (Inter)
Sobre as particularidades táticas, não posso comentar. Não assisti ao jogo do Internacional. Sobre a derrota para o Cruzeiro, confesso não me surpreende. Quem perde para Portuguesa em casa, não venceria o líder. Mas quando soube, através do fone da Rádio GUAÍBA, a escalação que Dunga mandava a campo no Estádio do Vale, fiz a seguinte leitura: o técnico está fazendo um pedido velado de ajuda. Sei bem que D'Alessandro estava suspenso, mas por que Alan Patrick e Caio, com Forlán e Leandro Damião no banco de reservas? Foi uma tentativa desesperada de tirar a equipe da 'seca' de vitórias.
Pelo menos disso, aqueles que contestam o trabalho de Dunga, não podem se queixar. O treinador já fez de tudo, tentou praticamente todas as formações, com escalações diferentes. Reclama da falta de treinamentos, mas também não dá sequência ao time. "O time titular vai mudando por cartões, lesões, ou algum jogador que não está no bom momento e você tem que mudar. Hoje nós tivemos jogadores de maior velocidade para inibir a subida dos laterais do Cruzeiro, e até o intervalo as coisas iam bem", classificou o próprio Dunga. Pois, apesar de tudo isso, perdeu por 2 a 1.
Dunga deve estar desesperado, já não sabe mais o que fazer. Reclama constantemente da falta de tempo, da ausência de uma casa, enfim. Muitos dirigentes, em uma hora como essa, trocaria o técnico. Giovanni Luigi e seus pares o mantém. "O Dunga é o técnico do Inter e continuará sendo", disse o vice de futebol Marcelo Medeiros. Por quê? Talvez por julgar que Dunga não seja o culpado pelo momento. Pois se não troca o comandante, algo deve acontecer. Alguém tem de estender a mão para Dunga. A esta alutra, nem ele mais sabe o que fazer.
domingo, 29 de setembro de 2013
O Grêmio mortal de Renato
Foto: Miguel Schincariol (Folha Press)
No depoimento do gol de Eduardo Vargas, no Morumbi, à Rádio GUAÍBA, declarei o seguinte: "Alô, pessoal do marketing do Grêmio. O Tricolor não é imortal, ele é mortal". Que me perdoe o poeta Lupicínio Rodrigues, mas a frase se explica pelo simples fato de que, até aquela altura, quem dominava a partida e criava as chances de gol era o São Paulo. Pois quem partiu para o vestiário com a vitória foi justamente o time gaúcho: 1 a 0. O próprio técnico Renato Portaluppi sabe bem disso: "Eu admito: as melhores oportunidades foram do São Paulo. Mas é o que eu digo, o importante são os três pontos".
Bem, já não é mais novidade para ninguém que o Grêmio troca sempre uma boa atuação por uma vitória, mesmo que seja simples. E está errado? Pelo jeito não. Fosse assim, não estaria em 2º lugar no Campeonato Brasileiro, como encerrou esta 24ª rodada. E não interessa o esquema tático. Seja no 3-5-2, 4-4-2 ou 4-3-3, a equipe apresenta a mesma entrega. Quem entra em campo, se dedica igual - do zagueiro ao centroavante. A impressão que dá é a seguinte: se não levar gol, ok. Mas se anotar um lá na frente, melhor ainda.
E, dentro de toda esta ideologia futebolística implantada por Renato no Grêmio, Elano e Zé Roberto não se encaixam. Chega a ser estranho virar o rosto para trás do goleiro e ver ambos somente aquecendo, sem sequer entrar no segundo tempo. E se eles quiserem sair? "Eles não teriam como jogar em outro clube no Brasil agora, mas se me pedissem, não seria eu, Renato Gaúcho, que iria barrar o futuro de um jogador. Mas hoje o Elano e o Zé Roberto fazem parte do grupo do Grêmio", garantiu o comandante. E no fundo ele está certo. Dentro da ideia deste Grêmio mortal, eles sobram.
No depoimento do gol de Eduardo Vargas, no Morumbi, à Rádio GUAÍBA, declarei o seguinte: "Alô, pessoal do marketing do Grêmio. O Tricolor não é imortal, ele é mortal". Que me perdoe o poeta Lupicínio Rodrigues, mas a frase se explica pelo simples fato de que, até aquela altura, quem dominava a partida e criava as chances de gol era o São Paulo. Pois quem partiu para o vestiário com a vitória foi justamente o time gaúcho: 1 a 0. O próprio técnico Renato Portaluppi sabe bem disso: "Eu admito: as melhores oportunidades foram do São Paulo. Mas é o que eu digo, o importante são os três pontos".
Bem, já não é mais novidade para ninguém que o Grêmio troca sempre uma boa atuação por uma vitória, mesmo que seja simples. E está errado? Pelo jeito não. Fosse assim, não estaria em 2º lugar no Campeonato Brasileiro, como encerrou esta 24ª rodada. E não interessa o esquema tático. Seja no 3-5-2, 4-4-2 ou 4-3-3, a equipe apresenta a mesma entrega. Quem entra em campo, se dedica igual - do zagueiro ao centroavante. A impressão que dá é a seguinte: se não levar gol, ok. Mas se anotar um lá na frente, melhor ainda.
E, dentro de toda esta ideologia futebolística implantada por Renato no Grêmio, Elano e Zé Roberto não se encaixam. Chega a ser estranho virar o rosto para trás do goleiro e ver ambos somente aquecendo, sem sequer entrar no segundo tempo. E se eles quiserem sair? "Eles não teriam como jogar em outro clube no Brasil agora, mas se me pedissem, não seria eu, Renato Gaúcho, que iria barrar o futuro de um jogador. Mas hoje o Elano e o Zé Roberto fazem parte do grupo do Grêmio", garantiu o comandante. E no fundo ele está certo. Dentro da ideia deste Grêmio mortal, eles sobram.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Quem não tem D'Alessandro, caça com Otávio
Foto: Ulisses Job (Lance!)
Pela terceira vez no Brasileirão, o Internacional não poderá contar com seu capitão e camisa 10, D'Alessandro. Nas outras duas oportunidades, enfrentou Náutico e Bahia, fora de casa, e levou ferro. No próximo domingo, o duelo simplesmente é contra o Cruzeiro, líder disparado da competição. Péssima hora para perder sua referência, né? Além disso, o zagueiro Índio e o volante Aírton também estão fora. Mas, o caso mais grave realmente é o do argentino. E se não tem o gringo, vai quem? Bom, já dizia o ditado: quem não tem gato, caça com rato. Ou traduzindo para a linguagem colorada: se não tem D'Alessandro, vai de Otávio.
Foi o menino de 18 anos o responsável por amenizar a crise que viria, em caso de derrota para o Atlético-PR nesta quinta-feira. Diria mais, foi ele o mantenedor do cargo do técnico Dunga - embora o próprio atleta discorde: "Fiz um gol para ajudar a equipe, não para o emprego do Dunga. Ele está trabalhando focado. Jogamos pelo treinador, pois ele não tem muita culpa disso. O time está tendo um pouco de azar", falou.
Se optar realmente por Otávio, Dunga fará a 7ª tentativa de substituir D'Ale. Até agora, todos falharam (Lucas Lima, João Paulo, Dátolo, Vitor Júnior, Alan Patrick e o experiente Alex Raphael). "Gosto de atuar aberto no 4-2-3-1, pelos lados com velocidade, mas também posso jogar pelo meio. Já atuei assim com ele e procurei fazer o meu melhor", recordou o menino. Aliás, para quem não lembra, Otávio marcou gol no Cruzeiro, no primeiro turno. Foi ele quem inaugurou um placar que acabaria empatado em 2 a 2. Sem dúvidas, este é o talismã de Dunga a partir de agora.
Pela terceira vez no Brasileirão, o Internacional não poderá contar com seu capitão e camisa 10, D'Alessandro. Nas outras duas oportunidades, enfrentou Náutico e Bahia, fora de casa, e levou ferro. No próximo domingo, o duelo simplesmente é contra o Cruzeiro, líder disparado da competição. Péssima hora para perder sua referência, né? Além disso, o zagueiro Índio e o volante Aírton também estão fora. Mas, o caso mais grave realmente é o do argentino. E se não tem o gringo, vai quem? Bom, já dizia o ditado: quem não tem gato, caça com rato. Ou traduzindo para a linguagem colorada: se não tem D'Alessandro, vai de Otávio.
Foi o menino de 18 anos o responsável por amenizar a crise que viria, em caso de derrota para o Atlético-PR nesta quinta-feira. Diria mais, foi ele o mantenedor do cargo do técnico Dunga - embora o próprio atleta discorde: "Fiz um gol para ajudar a equipe, não para o emprego do Dunga. Ele está trabalhando focado. Jogamos pelo treinador, pois ele não tem muita culpa disso. O time está tendo um pouco de azar", falou.
Se optar realmente por Otávio, Dunga fará a 7ª tentativa de substituir D'Ale. Até agora, todos falharam (Lucas Lima, João Paulo, Dátolo, Vitor Júnior, Alan Patrick e o experiente Alex Raphael). "Gosto de atuar aberto no 4-2-3-1, pelos lados com velocidade, mas também posso jogar pelo meio. Já atuei assim com ele e procurei fazer o meu melhor", recordou o menino. Aliás, para quem não lembra, Otávio marcou gol no Cruzeiro, no primeiro turno. Foi ele quem inaugurou um placar que acabaria empatado em 2 a 2. Sem dúvidas, este é o talismã de Dunga a partir de agora.
São Paulo alivia Zé Roberto
Estava eu saindo do vestiário do Grêmio, após o empate em 0 a 0 no Pacaembu, e me direcionando à ala corintiana quando fui surpreendido por uma visão: Zé Roberto saindo do vestiário adversário. Há dois jogos, o camisa 10 não joga pelo Tricolor. Enquanto isso, aqui em São Paulo, corre a informação de que o meio-campista está nos planos do São Paulo para 2014. Além disso, na Band TV, o comentarista Neto trouxe a notícia de que um meia gremista teria se oferecido para defender o Corinthians, já que não vem recebendo oportunidades no Tricolor. "Vim cumprimentar o Guerrero, com quem joguei na Alemanha. E também o Edu (Gaspar, diretor do clube), que joguei na Seleção", argumentou Zé Roberto à Rádio GUAÍBA.
Acontece que para as emissoras paulistas, ainda no gramado do Pacaembu, Zé disse que recebeu sondagens do São Paulo e não descarta conversar a partir de dezembro, nem mesmo encerrar a carreira na Portuguesa: "Meu pensamento está no Grêmio, com quem tenho contrato até o fim do ano. Depois vamos ver o que pode acontecer." Já no desembarque em Porto Alegre, aos repórteres gaúchos, o discurso mudou: "Não sei de onde veio esta notícia de insatisfação. Estou feliz no Grêmio, a renovação é a prioridade e posso até encerrar minha carreira aqui." Zé Roberto pode até não ter tido maldade em suas entrevistas, mas jogou para as torcidas. Em São Paulo, para os são-paulinos. Em Porto Alegre, para os gremistas.
Pois nesta quinta-feira, o vice-presidente de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, ajudou a aliviar a barra de Zé. "Temos um carinho muito grande pelo Zé Roberto, mas não o procuramos nesse momento. Seria extremamente deselegante, em função da grande ligação que temos com o presidente Fábio Koff. E é uma posição que estamos bem servidos, com Jadson e Ganso", declarou. Que é estranho, é. Mas continuar no banco de reservas em 2014, certamente ele não ficará - seja no Grêmio, Corinthians, São Paulo ou Portuguesa.
O Inter não desiste, logo não é fraco
Foto: Fabiano do Amaral (Correio do Povo)
Até os 43 do segundo tempo, o Rio Grande do Sul inteiro cravava a demissão do técnico Dunga. O Internacional perdia 'em casa' (Novo Hamburgo) para o Atlético-PR, pelo jogo de ida das quartas-de-final da Copa do Brasil. Eis que depois de uma pressão incrível, muito mais na raça do que na organização tática, o Colorado chegou ao empate através de Otávio. Se a bola não entra, o treinador seria demitido? Nunca saberemos. Mas e ele, entregaria o cargo? "Jamais vou desistir na minha vida. Desistir é pra fraco!", disparou Dunga na entrevista coletiva.
E este Inter tem exatamente este perfil de Dunga: não desiste. Não se pode reclamar de falta de vontade, de mexidas tardias, nada disso. Se quiser colocar na conta individual de alguns jogadores, até vai. Kleber, Leandro Damião e Gabriel são os 'Cristos' da vez. Pode até reclamar de desorganização tática, de insuficiência defensiva, lentidão. Tudo isso! Menos de falta de entrega.
E essa também é uma característica da direção. Apesar do mau resultado dentro de seus domínios, ninguém atira a toalha. "O resultado não foi o desejado, mas também não foi negativo. Foi empate. Inter tem todas as condições de vencer em Curitiba", argumentou o vice-presidente de futebol Marcelo Medeiros. O maior problema é que este Atlético-PR ainda não perdeu jogando na Vila Capanema (sua casa, enquanto a Arena da Baixada é reformada). Mas se, pela lógica de Dunga, o Inter não é fraco, não se entrega, também não pode ser qualificado de forte. Hoje a vaga para a semifinal está bem mais próxima dos paranaenses.
Até os 43 do segundo tempo, o Rio Grande do Sul inteiro cravava a demissão do técnico Dunga. O Internacional perdia 'em casa' (Novo Hamburgo) para o Atlético-PR, pelo jogo de ida das quartas-de-final da Copa do Brasil. Eis que depois de uma pressão incrível, muito mais na raça do que na organização tática, o Colorado chegou ao empate através de Otávio. Se a bola não entra, o treinador seria demitido? Nunca saberemos. Mas e ele, entregaria o cargo? "Jamais vou desistir na minha vida. Desistir é pra fraco!", disparou Dunga na entrevista coletiva.
E este Inter tem exatamente este perfil de Dunga: não desiste. Não se pode reclamar de falta de vontade, de mexidas tardias, nada disso. Se quiser colocar na conta individual de alguns jogadores, até vai. Kleber, Leandro Damião e Gabriel são os 'Cristos' da vez. Pode até reclamar de desorganização tática, de insuficiência defensiva, lentidão. Tudo isso! Menos de falta de entrega.
E essa também é uma característica da direção. Apesar do mau resultado dentro de seus domínios, ninguém atira a toalha. "O resultado não foi o desejado, mas também não foi negativo. Foi empate. Inter tem todas as condições de vencer em Curitiba", argumentou o vice-presidente de futebol Marcelo Medeiros. O maior problema é que este Atlético-PR ainda não perdeu jogando na Vila Capanema (sua casa, enquanto a Arena da Baixada é reformada). Mas se, pela lógica de Dunga, o Inter não é fraco, não se entrega, também não pode ser qualificado de forte. Hoje a vaga para a semifinal está bem mais próxima dos paranaenses.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
A morte ou a ressurreição
Dunga foi questionado nesta semana se não temia pela demissão, em caso de insucesso nesta quinta-feira, diante do Atlético-PR, pelo jogo de ida das quartas-de-final da Copa do Brasil. A resposta veio no melhor estilo do treinador: "Eu só temo a morte. Todo o resto se resolve." Não é de seu perfil abaixar a cabeça nas horas de dificuldade. Pode até morrer, abraçado ao Internacional, mas morrerá honrando suas convicções (ou à procura delas). Se bem que, assim com pode decretar o fim, a partida desta noite pode também representar a ressurreição.
Ouvir o Estádio do Vale entoar 'Adeus Dunga' na última rodada do Brasileirão, não foi novidade para Dunga. Ele já teve contra si, por exemplo, o Mineirão inteiro. O fato aconteceu em junho de 2008, depois da Seleção Brasileira empatar em 0 a 0, mas tomar um banho de bola da Argentina, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. E, mesmo naquele momento, pressionado, o técnico respondeu: "A torcida paga o ingresso e tem o direito de reclamar. Eles vieram com a expectativa de ver o time ganhar. O que a gente gostaria é que no momento mais difícil e mais complicado, tivesse apoio." Ele pode não ter apoio da torcida, mas tem dos jogadores.
Assim como na época da Seleção, Dunga conseguiu fechar o vestiário ao seu redor. No CT Parque Gigante, os atletas falam em jogar por ele - o último foi o lateral Gabriel. No Mineirão, Gilberto Silva externou quase o mesmo: "Ele provou ser um grande técnico desde a chegada. Fomos campeões no ano passado e a cobrança é exagerada. A torcida e a imprensa precisam de paciência. A não-aceitação dele não é de agora". Assim, ancorado no vestiário, Dunga, quem sabe, até não morra como também ressuscite.
Lógica zero
Foto: Ricardo Matsukawa (Terra)
Não foi só o placar que ficou no 0 a 0 na noite desta quarta-feira no Pacaembu. A lógica também passou longe. Talvez até mesmo por isso, o Grêmio tenha conseguido segurar o ímpeto do Corinthians, e larga com determinada vantagem na disputa das quartas-de-final da Copa do Brasil. Mas vê se alguém entendeu? O técnico Renato Portaluppi exaltava demais o esquema 3-5-2 que, ao perder Saimon (com indisposição), jamais se imaginaria um atacante em seu lugar. Uma improvisação, um meio-campo recheado, quem sabe. Nunca Eduardo Vargas!
Pois foi assim que veio Renato e seu Grêmio, no 4-3-3: "Para colocar três atacantes no Pacaembu, tem que ter coragem. Mas só coloquei eles em campo porque confio. Mesmo com eles, marcamos muito. Os jogadores tiveram muita entrega", declarou o treinador ao final do jogo. E ele tem razão. Foi audacioso. Tivesse perdido, poderia ter sido trucidado pela crítica - não só especializada, como pelos torcedores. Qual maluco atira o time para cima do atual campeão do mundo jogando fora de casa?
Porém, há um contrassenso nisso tudo. Quando escalou 3 zagueiros e 3 volantes, e foi taxado de maneira premeditado de retranqueiro, Renato viu seu Grêmio empilhar gols. Agora, que tem Elano e Zé Roberto de volta, quando escala 3 atacantes como nesta noite, acaba se sobressaindo pelo poderio defensivo. Vai entender a lógica deste Tricolor! A verdade é que, como costuma ressaltar o comandante, o interessante é que os resultados estão aparecendo, seja no Brasileirão ou na Copa do Brasil.
Não foi só o placar que ficou no 0 a 0 na noite desta quarta-feira no Pacaembu. A lógica também passou longe. Talvez até mesmo por isso, o Grêmio tenha conseguido segurar o ímpeto do Corinthians, e larga com determinada vantagem na disputa das quartas-de-final da Copa do Brasil. Mas vê se alguém entendeu? O técnico Renato Portaluppi exaltava demais o esquema 3-5-2 que, ao perder Saimon (com indisposição), jamais se imaginaria um atacante em seu lugar. Uma improvisação, um meio-campo recheado, quem sabe. Nunca Eduardo Vargas!
Pois foi assim que veio Renato e seu Grêmio, no 4-3-3: "Para colocar três atacantes no Pacaembu, tem que ter coragem. Mas só coloquei eles em campo porque confio. Mesmo com eles, marcamos muito. Os jogadores tiveram muita entrega", declarou o treinador ao final do jogo. E ele tem razão. Foi audacioso. Tivesse perdido, poderia ter sido trucidado pela crítica - não só especializada, como pelos torcedores. Qual maluco atira o time para cima do atual campeão do mundo jogando fora de casa?
Porém, há um contrassenso nisso tudo. Quando escalou 3 zagueiros e 3 volantes, e foi taxado de maneira premeditado de retranqueiro, Renato viu seu Grêmio empilhar gols. Agora, que tem Elano e Zé Roberto de volta, quando escala 3 atacantes como nesta noite, acaba se sobressaindo pelo poderio defensivo. Vai entender a lógica deste Tricolor! A verdade é que, como costuma ressaltar o comandante, o interessante é que os resultados estão aparecendo, seja no Brasileirão ou na Copa do Brasil.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Gênio ou louco, Barcelona ou Grêmio
Renato Portaluppi nunca comparou sua equipe ao Barcelona. Apenas fez uma referência ao momento em que o Grêmio vencia 6 de 7 partidas disputadas no Brasileirão. Entretanto, acabou ficando escravo de suas palavras. Prova disso é o assessor de Vanderlei Luxemburgo, que nas suas inúmeras 'crises de ciúmes' via Twitter, insiste em chamar o atual comandante gremista de 'Guardiola Tupiniquim'. Uma infelicidade para todos os lados. Pois nesta quarta-feira, Renato resolveu por uma pedra em cima disso tudo.
Na chegada a São Paulo, para o jogo contra o Corinthians pela Copa do Brasil, o técnico do Grêmio foi questionado sobre a possibilidade de deixar Zé Roberto, Elano e Vargas no banco de reservas: "Não importa quem vai jogar, o que importa é a entrega da equipe. O Grêmio nao é um Barcelona, não tem uma equipe excepcional, mas tem uma pegada muito forte. E isso não pode faltar!", sentenciou Renato. Mas o que mais chama a atenção dos repórteres aqui em São Paulo é justamente o fato do Tricolor colocar no banco de reservas Elano, Zé Roberto e Eduardo Vargas - todos jogadores que foram ou ainda são convocados para suas seleções.
Tanto é que um dos jornalistas chegou a perguntar: "O Grêmio tem o melhor banco do Brasil?" A resposta veio curta: "O Grêmio tem um bom plantel. Não vou falar que é o pior e nem o melhor. Temos um bom grupo e por isso estamos no G-4 e na Copa do Brasil enfrentando o Corinthians." O problema é justamente este. Com um bom resultado no Pacaembu, Renato poderá ser o 'Guardiola dos Pampas', um gênio. Porém, com um insucesso, será chamado de louco. É a linha tênue que hoje separa o Grêmio do Barcelona, ou o gênio do maluco.
Na chegada a São Paulo, para o jogo contra o Corinthians pela Copa do Brasil, o técnico do Grêmio foi questionado sobre a possibilidade de deixar Zé Roberto, Elano e Vargas no banco de reservas: "Não importa quem vai jogar, o que importa é a entrega da equipe. O Grêmio nao é um Barcelona, não tem uma equipe excepcional, mas tem uma pegada muito forte. E isso não pode faltar!", sentenciou Renato. Mas o que mais chama a atenção dos repórteres aqui em São Paulo é justamente o fato do Tricolor colocar no banco de reservas Elano, Zé Roberto e Eduardo Vargas - todos jogadores que foram ou ainda são convocados para suas seleções.
Tanto é que um dos jornalistas chegou a perguntar: "O Grêmio tem o melhor banco do Brasil?" A resposta veio curta: "O Grêmio tem um bom plantel. Não vou falar que é o pior e nem o melhor. Temos um bom grupo e por isso estamos no G-4 e na Copa do Brasil enfrentando o Corinthians." O problema é justamente este. Com um bom resultado no Pacaembu, Renato poderá ser o 'Guardiola dos Pampas', um gênio. Porém, com um insucesso, será chamado de louco. É a linha tênue que hoje separa o Grêmio do Barcelona, ou o gênio do maluco.
domingo, 22 de setembro de 2013
E Dunga quer seguir no Inter?
Foto: Fabiano do Amaral (Correio do Povo)
Após a derrota por 1 a 0 para a Portuguesa, não faltaram torcedores colorados no Estádio do Vale pedindo a demissão do técnico Dunga. Porém, no vestiário, o presidente Giovanni Luigi veio aos microfones para garantir a permanência e classificar: "O Dunga vem fazendo um trabalho excepcional." Pelo jeito, além da direção, os jogadores também estão com o treinador - pelo menos foi o que disse o capitão D'Alessandro: "Hoje ficamos irritados, mas não podemos reclamar de nada fora do campo, da diretoria, do treinador. Tirar um treinador e colocar outro não é a solução." Mas, antes de discutir se Dunga deve ou não sair, eu lhe pergunto: ele quer ficar no Inter?
O comandante chegou a ser questionado se colocaria o cargo à disposição, mas respondeu que às vezes mudar 'não resolve nada', para depois concluir: "O grupo está trabalhando e todo mundo consciente daquilo que está sendo feito." Porém, lembro que, não foi apenas uma vez, Dunga grifou que cumprirá seu contrato até dezembro. Fez isso inclusive no último sábado, quando perguntado sobre suposta oferta do futebol japonês. Então, reitero: ele quer ficar no clube para o ano que vem? De nada adianta a direção e jogadores bancarem sua permanência, comprarem a ideia, se ele pegar o boné e rumar para longe em 2014. É hora de uma conversa clara com a direção. Se Dunga quiser tomar outro rumo na próxima temporada, precisa jogar limpo. O quanto antes o Colorado pensar adiante, melhor. Até porque, o ano de 2013 está por um fio.
E para quem pensa que demitir treinador não adianta de nada, vale a lembrança do Flamengo de 2009, que só engrenou no Brasileiro após a saída de Cuca e a efetivação do interino Andrade. Por outro lado, há o caso de Tite, que mantido pelo Corinthians, encaminhou os títulos brasileiro, sul-americano e mundial. Existem casos e casos. Mas lhe garanto que, em todos eles, o técnico tinha o plano de permanecer no cargo para a próxima temporada. Por isso, antes de pensar em Abel Braga, Mano Menezes ou Tite, pergunte por Dunga. Será que ele quer?
Após a derrota por 1 a 0 para a Portuguesa, não faltaram torcedores colorados no Estádio do Vale pedindo a demissão do técnico Dunga. Porém, no vestiário, o presidente Giovanni Luigi veio aos microfones para garantir a permanência e classificar: "O Dunga vem fazendo um trabalho excepcional." Pelo jeito, além da direção, os jogadores também estão com o treinador - pelo menos foi o que disse o capitão D'Alessandro: "Hoje ficamos irritados, mas não podemos reclamar de nada fora do campo, da diretoria, do treinador. Tirar um treinador e colocar outro não é a solução." Mas, antes de discutir se Dunga deve ou não sair, eu lhe pergunto: ele quer ficar no Inter?
O comandante chegou a ser questionado se colocaria o cargo à disposição, mas respondeu que às vezes mudar 'não resolve nada', para depois concluir: "O grupo está trabalhando e todo mundo consciente daquilo que está sendo feito." Porém, lembro que, não foi apenas uma vez, Dunga grifou que cumprirá seu contrato até dezembro. Fez isso inclusive no último sábado, quando perguntado sobre suposta oferta do futebol japonês. Então, reitero: ele quer ficar no clube para o ano que vem? De nada adianta a direção e jogadores bancarem sua permanência, comprarem a ideia, se ele pegar o boné e rumar para longe em 2014. É hora de uma conversa clara com a direção. Se Dunga quiser tomar outro rumo na próxima temporada, precisa jogar limpo. O quanto antes o Colorado pensar adiante, melhor. Até porque, o ano de 2013 está por um fio.
E para quem pensa que demitir treinador não adianta de nada, vale a lembrança do Flamengo de 2009, que só engrenou no Brasileiro após a saída de Cuca e a efetivação do interino Andrade. Por outro lado, há o caso de Tite, que mantido pelo Corinthians, encaminhou os títulos brasileiro, sul-americano e mundial. Existem casos e casos. Mas lhe garanto que, em todos eles, o técnico tinha o plano de permanecer no cargo para a próxima temporada. Por isso, antes de pensar em Abel Braga, Mano Menezes ou Tite, pergunte por Dunga. Será que ele quer?
Combate à 'empatite'
Foto: Alexandre Lops (Inter)
Os números apresentam um novo empate do Internacional diante da Portuguesa neste domingo. Mas futebol não é feito somente de números. É preciso, antes de mais nada, ver a bola rolar. E, para isso, o técnico Dunga pode repetir a mesma formação que venceu em Criciúma - depende da recuperação física dos atletas. Este será o antídoto para combater sua própria sina. Até o presente momento, o Colorado foi quem mais empatou no Brasileiro: 10 vezes. E aí?
Não bastasse isso, os comandados de Dunga terão de quebrar outro jejum. Até agora, nas três rodadas do returno, o time repetiu os mesmos resultados do início do ano. Empatou com o Vitória em 2 a 2, tanto em Salvador como Novo Hamburgo. Diante do Criciúma, saiu vitorioso, seja dentro (2 a 0) e fora de casa (1 a 0). Por fim, foi derrotado pelo Bahia exatamente nos dois mandos de campo (2 a 1 e 2 a 0). Agora é a vez da Portuguesa.
E, para quem não lembra, no Canindé, o resultado foi 1 a 1. Na ocasião, Rafael Moura foi responsável por colocar o Inter à frente do marcador, mas Cañete tratou de igualar na segunda etapa. "Temos que pensar jogo a jogo, recuperar os pontos que deveríamos ter. Não adianta planejar um ou dois meses", avaliou Dunga em entrevista coletiva. E assim, de grão em grão, a galinha colorada vai morrendo de fome.
Os números apresentam um novo empate do Internacional diante da Portuguesa neste domingo. Mas futebol não é feito somente de números. É preciso, antes de mais nada, ver a bola rolar. E, para isso, o técnico Dunga pode repetir a mesma formação que venceu em Criciúma - depende da recuperação física dos atletas. Este será o antídoto para combater sua própria sina. Até o presente momento, o Colorado foi quem mais empatou no Brasileiro: 10 vezes. E aí?
Não bastasse isso, os comandados de Dunga terão de quebrar outro jejum. Até agora, nas três rodadas do returno, o time repetiu os mesmos resultados do início do ano. Empatou com o Vitória em 2 a 2, tanto em Salvador como Novo Hamburgo. Diante do Criciúma, saiu vitorioso, seja dentro (2 a 0) e fora de casa (1 a 0). Por fim, foi derrotado pelo Bahia exatamente nos dois mandos de campo (2 a 1 e 2 a 0). Agora é a vez da Portuguesa.
E, para quem não lembra, no Canindé, o resultado foi 1 a 1. Na ocasião, Rafael Moura foi responsável por colocar o Inter à frente do marcador, mas Cañete tratou de igualar na segunda etapa. "Temos que pensar jogo a jogo, recuperar os pontos que deveríamos ter. Não adianta planejar um ou dois meses", avaliou Dunga em entrevista coletiva. E assim, de grão em grão, a galinha colorada vai morrendo de fome.
sábado, 21 de setembro de 2013
Neurose do apito
Foto: Romildo de Jesus (Agência Lance)
O Grêmio empatou em 0 a 0 com o Vitória. Não foi um fiasco, tampouco uma grande exibição. Um resultado aceitável. Teve um gol de Alex Telles anulado. Mal anulado, diga-se de passagem. Mas, por isso, o Grêmio foi roubado? Não. O árbitro Sandro Meira Ricci errou. Errou ao chancelar a escolha do auxiliar Thiago Gomes Brigido, que resolveu erguer a bandeira após o passe de Barcos para Kleber, impedindo o passe de gol do Gladiador. Erro capital! Mas, é preciso ter calma.
Ainda no Barradão, o diretor executivo Rui Costa veio aos microfones fazer uma forte cobrança: "Teve aquela campanha de dois jornalistas de que o Grêmio era beneficiado pela arbitragem. Eu tinha receio que um dia essa conta viria para nós", declarou, fazendo referência à frase digitada no Twitter por Arnaldo Ribeiro, da ESPN: "Por favor, monitorem ligações de Fábio Koff e cia para comissão de arbitragem e CBF nos últimos dias". O fato ocorreu após Grêmio x Portuguesa, quando o Tricolor venceu por 3 a 2, com gol de pênalti para lá de polêmico. Talvez lá o árbitro também só tenha errado - assim como o de hoje apenas errou. A diferença é o lado de quem foi favorecido e prejudicado.
"Eu disse na cara do árbitro: ele foi responsável pelo empate do Grêmio. Nem sei o que vai acontecer comigo", avaliou Rui Costa. "O Grêmio pode perder dentro de campo, mas não podem nos tirar as chances de sermos campeões fora do campo. Eu não posso me calar", completou. Admiro muito este dirigente. Mas, talvez por seu gremismo, tenha se passado um pouco na crítica. A melhor leitura quem fez foi Kleber Gladiador: "Não é um mau resultado empatar com o Vitória. Outros times serão derrotados aqui dentro. O problema foi ter empatado com o Santos em casa." Sim, naquela oportunidade, o Grêmio também errou. Afinal, errar é humano. E o bandeirinha foi um reles ser humano neste sábado.
O Grêmio empatou em 0 a 0 com o Vitória. Não foi um fiasco, tampouco uma grande exibição. Um resultado aceitável. Teve um gol de Alex Telles anulado. Mal anulado, diga-se de passagem. Mas, por isso, o Grêmio foi roubado? Não. O árbitro Sandro Meira Ricci errou. Errou ao chancelar a escolha do auxiliar Thiago Gomes Brigido, que resolveu erguer a bandeira após o passe de Barcos para Kleber, impedindo o passe de gol do Gladiador. Erro capital! Mas, é preciso ter calma.
Ainda no Barradão, o diretor executivo Rui Costa veio aos microfones fazer uma forte cobrança: "Teve aquela campanha de dois jornalistas de que o Grêmio era beneficiado pela arbitragem. Eu tinha receio que um dia essa conta viria para nós", declarou, fazendo referência à frase digitada no Twitter por Arnaldo Ribeiro, da ESPN: "Por favor, monitorem ligações de Fábio Koff e cia para comissão de arbitragem e CBF nos últimos dias". O fato ocorreu após Grêmio x Portuguesa, quando o Tricolor venceu por 3 a 2, com gol de pênalti para lá de polêmico. Talvez lá o árbitro também só tenha errado - assim como o de hoje apenas errou. A diferença é o lado de quem foi favorecido e prejudicado.
"Eu disse na cara do árbitro: ele foi responsável pelo empate do Grêmio. Nem sei o que vai acontecer comigo", avaliou Rui Costa. "O Grêmio pode perder dentro de campo, mas não podem nos tirar as chances de sermos campeões fora do campo. Eu não posso me calar", completou. Admiro muito este dirigente. Mas, talvez por seu gremismo, tenha se passado um pouco na crítica. A melhor leitura quem fez foi Kleber Gladiador: "Não é um mau resultado empatar com o Vitória. Outros times serão derrotados aqui dentro. O problema foi ter empatado com o Santos em casa." Sim, naquela oportunidade, o Grêmio também errou. Afinal, errar é humano. E o bandeirinha foi um reles ser humano neste sábado.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
A lesão que arrumou o time
A lesão no joelho esquerdo, que mandou o zagueiro Gabriel de volta a Porto Alegre, logicamente deve ser lamentada. Primeiro pelo ser humano. Depois, porque deve obrigar o técnico Renato Portaluppi a desmanchar o esquema tático 3-5-2, que deu aquela arrancada no Brasileirão. Porém, sempre se pode olhar por uma ótica positiva. Ou você esqueceu como Renato encontrou a sequência de vitórias?
Tudo aconteceu às vésperas de um Gre-Nal. Na derrota para o Corinthians, Zé Roberto e Vargas sentiram lesões. Assim, o Grêmio não poderia ser escalado com dois meias, tampouco com três atacantes no clássico. A escolha foi pelo trio de zagueiros - Werley, Rhodolfo e Bressan. A partir dali, mais precisamente do jogo contra o Bahia (nesta mesma Salvador de sábado), é que o time passou a se encaixar. No 3-5-2, o Tricolor saltou de uma posição intermediária para o G-4, chegando a vencer 5 partidas consecutivamente: Bahia, Cruzeiro, Vasco, Flamengo e Ponte Preta. E agora, vai desmanchar tudo isso?
Bom, as últimas rodadas escancaram que a tática gremista está manjada. Embora Renato tenha declarado que não pretendia mexer na formação tática, provavelmente terá de fazer, para o 4-4-2. A bola da vez seria o volante Ramiro, ou ainda formar o meio-campo com Elano e Zé Roberto. Existe ainda a possibilidade de escalar Saimon (que havia sido afastado por lesão no ombro), e assim não modificar o esquema. Mas será que não é hora? "Foi numa outra viagem a Salvador que nós retomamos uma campanha muito positiva. Que os eflúvios de Salvador nos tragam a possibilidade de retomar pontos importantes", declarou o diretor Rui Costa após o empate com o Santos. Será que a lesão de Gabriel não irá arrumar a casa?!
Tudo aconteceu às vésperas de um Gre-Nal. Na derrota para o Corinthians, Zé Roberto e Vargas sentiram lesões. Assim, o Grêmio não poderia ser escalado com dois meias, tampouco com três atacantes no clássico. A escolha foi pelo trio de zagueiros - Werley, Rhodolfo e Bressan. A partir dali, mais precisamente do jogo contra o Bahia (nesta mesma Salvador de sábado), é que o time passou a se encaixar. No 3-5-2, o Tricolor saltou de uma posição intermediária para o G-4, chegando a vencer 5 partidas consecutivamente: Bahia, Cruzeiro, Vasco, Flamengo e Ponte Preta. E agora, vai desmanchar tudo isso?
Bom, as últimas rodadas escancaram que a tática gremista está manjada. Embora Renato tenha declarado que não pretendia mexer na formação tática, provavelmente terá de fazer, para o 4-4-2. A bola da vez seria o volante Ramiro, ou ainda formar o meio-campo com Elano e Zé Roberto. Existe ainda a possibilidade de escalar Saimon (que havia sido afastado por lesão no ombro), e assim não modificar o esquema. Mas será que não é hora? "Foi numa outra viagem a Salvador que nós retomamos uma campanha muito positiva. Que os eflúvios de Salvador nos tragam a possibilidade de retomar pontos importantes", declarou o diretor Rui Costa após o empate com o Santos. Será que a lesão de Gabriel não irá arrumar a casa?!
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Dunga, D'Alessandro ou as traves de Salvador?
Foto: Romildo de Jesus (Futura Press)
Está comprovado: o Inter não sabe viver sem D'Alessandro em 2013. Pela sétima vez sem seu camisa 10 e capitão, o Colorado patinou - levou 2 a 0 do Bahia em Salvador. Depois de tudo, pode se analisar que Dunga poderia ter escalado um time diferente, sem a presença dos três volantes. "Aí é construtor de casa pronta, aí é fácil", disparou o treinador. No fundo, ele tem razão. Se a equipe não tivesse criado, não teria alcançado as traves baianas em quatro oportunidades como fez. Cinco, na verdade.
Leandro Damião duas vezes (sendo que em uma delas, a bola acertou as duas traves), Caio e Rafael Moura pararam no poste de Marcelo Lomba. "Nós lutamos. Eu chutei duas bolas na trave. Ninguém está dando 'migué'. Acontece que o Bahia fez gol e a gente não", analisou Damião. O próprio técnico Dunga se apoia neste discurso: "Não era uma noite muito propícia para nós. A frustração é de todos. É a terceira chance que temos de chegar ao G-4 e a bola acaba não entrando. Os jogadores têm a ansiedade. A gente quer caprichar, tirar do goleiro, e acertamos a parte mais difícil que é a trave."
De forma mais lamentada, o diretor Luis César Souto de Moura não escondeu a insatisfação: "Foi uma noite extremamente infeliz. Perdemos oportunidades. (...) Quatro bolas no travessão são acidentais, mas têm outras situações que são estruturais." Mas então, que outras situações seriam estas? Treinador? "Esqueçam essa possibilidade (demissão de Dunga), porque não está aí o problema. É um grupo bom, não vai haver acréscimos. A comissão técnica é excelente, é de Seleção Brasileira. A solução está dentro do grupo." Então, nesta quinta-feira, se pode dizer que nem a ausência de D'Alessandro ou as escolhas de Dunga. A maior culpada é a trave. Independente de quem seja, acredite: o título brasileiro já deu adeus há horas.
Está comprovado: o Inter não sabe viver sem D'Alessandro em 2013. Pela sétima vez sem seu camisa 10 e capitão, o Colorado patinou - levou 2 a 0 do Bahia em Salvador. Depois de tudo, pode se analisar que Dunga poderia ter escalado um time diferente, sem a presença dos três volantes. "Aí é construtor de casa pronta, aí é fácil", disparou o treinador. No fundo, ele tem razão. Se a equipe não tivesse criado, não teria alcançado as traves baianas em quatro oportunidades como fez. Cinco, na verdade.
Leandro Damião duas vezes (sendo que em uma delas, a bola acertou as duas traves), Caio e Rafael Moura pararam no poste de Marcelo Lomba. "Nós lutamos. Eu chutei duas bolas na trave. Ninguém está dando 'migué'. Acontece que o Bahia fez gol e a gente não", analisou Damião. O próprio técnico Dunga se apoia neste discurso: "Não era uma noite muito propícia para nós. A frustração é de todos. É a terceira chance que temos de chegar ao G-4 e a bola acaba não entrando. Os jogadores têm a ansiedade. A gente quer caprichar, tirar do goleiro, e acertamos a parte mais difícil que é a trave."
De forma mais lamentada, o diretor Luis César Souto de Moura não escondeu a insatisfação: "Foi uma noite extremamente infeliz. Perdemos oportunidades. (...) Quatro bolas no travessão são acidentais, mas têm outras situações que são estruturais." Mas então, que outras situações seriam estas? Treinador? "Esqueçam essa possibilidade (demissão de Dunga), porque não está aí o problema. É um grupo bom, não vai haver acréscimos. A comissão técnica é excelente, é de Seleção Brasileira. A solução está dentro do grupo." Então, nesta quinta-feira, se pode dizer que nem a ausência de D'Alessandro ou as escolhas de Dunga. A maior culpada é a trave. Independente de quem seja, acredite: o título brasileiro já deu adeus há horas.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
A hora que o Grêmio de 2008 serve de exemplo
Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)
Antes do jogo contra o Santos, jogadores e dirigentes citavam o Brasileirão de 2008 para seguir acreditando no título. Depois do empate em 1 a 1 nesta quarta-feira, o jeito é se agarrar de vez à memória. Com a vitória do Cruzeiro contra o Botafogo, são 11 pontos que separam o Tricolor do líder. "O Rogério Ceni me contou que uma vez o São Paulo estava 11 pontos atrás do líder e chegou ao título. Então, temos que seguir brigando", disse o zagueiro Rhodolfo no treinamento de terça, antes da bola rolar na Arena. O mesmo exemplo foi citado pelo assessor Marcos Chitolina, no programa Cadeira Cativa da Ulbra TV. É possível repetir o feito?
Em 2008, o São Paulo (campeão daquela edição) realmente chegou a estar 11 pontos atrás do Grêmio (então líder). O fato ocorreu na 20ª rodada. Os gaúchos de Celso Roth estavam com 44 pontos, os paulistas de Muricy Ramalho com 33. Dezoito rodadas depois, apenas 3 pontos separavam ambos - só que com a inversão dos papeis. A grande diferença é que, desta vez - ao contrário daquela -, quem cai de produção é o time que está abaixo na tabela de classificação, e não o líder.
Dos últimos 6 pontos disputados dentro de casa, o Grêmio conquistou apenas 1. Se até então Renato Portaluppi orgulhava-se da 'pontuação de Barcelona', agora lamenta. "Nosso pensamento continua: brigar para não sair do G-4. Depois vamos ver se temos chances de título. Mas uma equipe que quer sair campeã, não pode ter este tipo de vacilos", classificou em entrevista coletiva após o empate. E Renato fez de tudo taticamente: 3-5-2, 4-4-2 com Elano e 4-4-3 com Vargas. No final, nova decepção. É hora de se agarrar ao sobrenatural - ou a 2008.
Antes do jogo contra o Santos, jogadores e dirigentes citavam o Brasileirão de 2008 para seguir acreditando no título. Depois do empate em 1 a 1 nesta quarta-feira, o jeito é se agarrar de vez à memória. Com a vitória do Cruzeiro contra o Botafogo, são 11 pontos que separam o Tricolor do líder. "O Rogério Ceni me contou que uma vez o São Paulo estava 11 pontos atrás do líder e chegou ao título. Então, temos que seguir brigando", disse o zagueiro Rhodolfo no treinamento de terça, antes da bola rolar na Arena. O mesmo exemplo foi citado pelo assessor Marcos Chitolina, no programa Cadeira Cativa da Ulbra TV. É possível repetir o feito?
Em 2008, o São Paulo (campeão daquela edição) realmente chegou a estar 11 pontos atrás do Grêmio (então líder). O fato ocorreu na 20ª rodada. Os gaúchos de Celso Roth estavam com 44 pontos, os paulistas de Muricy Ramalho com 33. Dezoito rodadas depois, apenas 3 pontos separavam ambos - só que com a inversão dos papeis. A grande diferença é que, desta vez - ao contrário daquela -, quem cai de produção é o time que está abaixo na tabela de classificação, e não o líder.
Dos últimos 6 pontos disputados dentro de casa, o Grêmio conquistou apenas 1. Se até então Renato Portaluppi orgulhava-se da 'pontuação de Barcelona', agora lamenta. "Nosso pensamento continua: brigar para não sair do G-4. Depois vamos ver se temos chances de título. Mas uma equipe que quer sair campeã, não pode ter este tipo de vacilos", classificou em entrevista coletiva após o empate. E Renato fez de tudo taticamente: 3-5-2, 4-4-2 com Elano e 4-4-3 com Vargas. No final, nova decepção. É hora de se agarrar ao sobrenatural - ou a 2008.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
O time nas costas
Foto: Vinícius Costa (Preview)
Existem termos médicos que só o futebol transforma em domínio público. Quem ouviu falar em 'desconforto muscular' na década de 70? Com Bolatti, o 'overtraining' ficou em evidência. Muriel e Alisson apresentaram lesão na região ilíaca. Agora, a palavra da vez é 'arcos costais'. Por conta de uma contusão nesta região do corpo, D'Alessandro desfalcará o Internacional em Salvador, contra o Bahia nesta quarta-feira. Ou seja, o Colorado tem amplas chances de voltar a Porto Alegre sem vitória.
Nesta temporada, os comandados de Dunga não sabem o que é vencer sem D'Ale. Foram 6 jogos, com 4 empates (Cruzeiro-POA, São José-POA, Santa Cruz-PE e Salgueiro) e 2 derrotas (Lajeadense e Náutico). Um aproveitamento pífio de 11%. Além de tudo isso, o gringo é o artilheiro do Inter no Brasileirão, com 8 gols. Talvez por isso o camisa 10 sinta tanta dor nas costas. Deve saber que, sem ele, as coisas não andam da maneira que deveriam. Se não for assim, que se prove o contrário na Arena Fonte Nova.
Existem termos médicos que só o futebol transforma em domínio público. Quem ouviu falar em 'desconforto muscular' na década de 70? Com Bolatti, o 'overtraining' ficou em evidência. Muriel e Alisson apresentaram lesão na região ilíaca. Agora, a palavra da vez é 'arcos costais'. Por conta de uma contusão nesta região do corpo, D'Alessandro desfalcará o Internacional em Salvador, contra o Bahia nesta quarta-feira. Ou seja, o Colorado tem amplas chances de voltar a Porto Alegre sem vitória.
Nesta temporada, os comandados de Dunga não sabem o que é vencer sem D'Ale. Foram 6 jogos, com 4 empates (Cruzeiro-POA, São José-POA, Santa Cruz-PE e Salgueiro) e 2 derrotas (Lajeadense e Náutico). Um aproveitamento pífio de 11%. Além de tudo isso, o gringo é o artilheiro do Inter no Brasileirão, com 8 gols. Talvez por isso o camisa 10 sinta tanta dor nas costas. Deve saber que, sem ele, as coisas não andam da maneira que deveriam. Se não for assim, que se prove o contrário na Arena Fonte Nova.
Ronaldinho: assunto proibido no Grêmio
Foto: Vinícius Costa (Preview)
No último domingo, momentos antes das equipes entrar em campo, conversávamos eu e Flávio Dal Pizzol com o vice-presidente gremista, Nestor Hein. Ele, como todo torcedor tricolor, acabou condenando a escolha de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo, em 2011, quando toda negociação com o Grêmio estava encaminhada. Pois bem, brincávamos com o dirigente sobre a possibilidade de vê-los cruzando pelo mesmo corredor da zona mista. Ele sorriu, e disse que o clube havia virado esta página da história. "Então posso dizer que Ronaldinho está voltando?", provoquei. "Eu não disse isso!... Mas o Ronaldinho é um bom jogador", respondeu Hein, no mesmo tom de brincandeira. Coincidências à parte, eis o boato estourado nesta terça-feira.
A história que corre por Porto Alegre é que, durante o duelo entre Grêmio e Atlético-MG, Ronaldo confidenciou a atletas gremistas que gostaria de voltar a Porto Alegre, encerrando a carreira no clube que lhe lançou - um destes confidentes seria Kleber Gladiador. "A diretoria tem que saber. Não sei se ela pretende. Ele tem contrato com o Atlético. Isso é uma coisa muito longe da gente ficar falando. O que conversamos é assunto nosso. Eu sei que ele gosta muito daqui, mas o que conversamos é entre eu e ele", respondeu o atacante tricolor. E aí, tem clima para um retorno?
Dá para dizer que o principal interessado neste possível retorno é o próprio Ronaldinho e sua família. Hoje, se ele encerrasse a carreira, não existiria o mínimo ambiente para que o camisa 10 andasse pelas ruas de sua cidade natal tranquilamente. Sua saída para o Paris Saint-Germain e o retorno conturbado ao Brasil não foram esquecidos pelo torcedor gremista. Qual maneira de amenizar tudo isso? Pendurar as chuteiras na Arena - com um título de expressão, de preferência. Mas e o clube, e Fábio Koff, seriam capazes de se arriscarem assim? Paulo Odone o fez, e deu no que deu. Alguém ainda quer perdoar? Publicamente, ninguém fala disso. Assis diz que o momento não é para isso, mas sim para pensar no Mundial. No Grêmio, o foco é a disputa do Brasileirão. "Não vou comentar sobre o que não existe", disse o assessor Marcos Chitolina na TV Ulbra. Por enquanto, R10 segue sendo assunto proibido do lado azul do Rio Grande do Sul.
No último domingo, momentos antes das equipes entrar em campo, conversávamos eu e Flávio Dal Pizzol com o vice-presidente gremista, Nestor Hein. Ele, como todo torcedor tricolor, acabou condenando a escolha de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo, em 2011, quando toda negociação com o Grêmio estava encaminhada. Pois bem, brincávamos com o dirigente sobre a possibilidade de vê-los cruzando pelo mesmo corredor da zona mista. Ele sorriu, e disse que o clube havia virado esta página da história. "Então posso dizer que Ronaldinho está voltando?", provoquei. "Eu não disse isso!... Mas o Ronaldinho é um bom jogador", respondeu Hein, no mesmo tom de brincandeira. Coincidências à parte, eis o boato estourado nesta terça-feira.
A história que corre por Porto Alegre é que, durante o duelo entre Grêmio e Atlético-MG, Ronaldo confidenciou a atletas gremistas que gostaria de voltar a Porto Alegre, encerrando a carreira no clube que lhe lançou - um destes confidentes seria Kleber Gladiador. "A diretoria tem que saber. Não sei se ela pretende. Ele tem contrato com o Atlético. Isso é uma coisa muito longe da gente ficar falando. O que conversamos é assunto nosso. Eu sei que ele gosta muito daqui, mas o que conversamos é entre eu e ele", respondeu o atacante tricolor. E aí, tem clima para um retorno?
Dá para dizer que o principal interessado neste possível retorno é o próprio Ronaldinho e sua família. Hoje, se ele encerrasse a carreira, não existiria o mínimo ambiente para que o camisa 10 andasse pelas ruas de sua cidade natal tranquilamente. Sua saída para o Paris Saint-Germain e o retorno conturbado ao Brasil não foram esquecidos pelo torcedor gremista. Qual maneira de amenizar tudo isso? Pendurar as chuteiras na Arena - com um título de expressão, de preferência. Mas e o clube, e Fábio Koff, seriam capazes de se arriscarem assim? Paulo Odone o fez, e deu no que deu. Alguém ainda quer perdoar? Publicamente, ninguém fala disso. Assis diz que o momento não é para isso, mas sim para pensar no Mundial. No Grêmio, o foco é a disputa do Brasileirão. "Não vou comentar sobre o que não existe", disse o assessor Marcos Chitolina na TV Ulbra. Por enquanto, R10 segue sendo assunto proibido do lado azul do Rio Grande do Sul.
domingo, 15 de setembro de 2013
Afinal, Vargas veio ou não veio para a festa?
Foto: Fernando Gomes (Agência RBS)
A festa estava armada para os 110 anos de aniversário. Ronaldinho Gaúcho tinha tudo para ser o vilão, mas não foi. Os momentos que precederam a derrota do Grêmio para o Atlético-MG por 1 a 0, neste domingo, foram de mistério por conta da escalação de Eduardo Vargas. Com dores musculares, o atacante era dúvida e foi submetido a um exame físico antes da bola rolar para saber se teria condições de atuar. Foi o primeiro da delegação tricolor a desembarcar na Arena - porém, despercebido. Enquanto todos olhavam os atletas mineiros passando, o chileno caminhou sem holofotes rumo ao vestiário tranquilamente. Quando os olhos se voltaram para o lado tricolor, Vargas não estava lá. Acabei cometendo um erro ao comunicar que Maxi Rodríguez seria relacionado. Que nada! Vargas estava no vestiário, aquecendo, e em seguida fardaria. Eu é que não tinha percebido sua passagem, antes mesmo de Renato Portaluppi descer do ônibus.
Realmente fardou e entrou em campo. Mas não fez uma boa partida. Aliás, foi dele a grande chance de encaminhar uma nova vitória para o Grêmio. Cara a cara com o goleiro Victor, o atacante acabou sem achar as redes - em lance muito parecido ao que Kleber Gladiador aproveitou contra a Ponte Preta recentemente. Porém, o diretor executivo Rui Costa prefere ver por outra ótica: "Temos de ressaltar a entrega do Vargas, que mesmo com dor, fez fisioterapia para estar em campo. É isso o que temos de ressaltar", declarou.
A verdade é que neste domingo o Grêmio parou na tabela, e viu Cruzeiro e Botafogo avançarem ainda mais. O Tricolor parou junto com Vargas, nas poças d'água que encharcaram o gramado da Arena. E será que o chileno vai conseguir parar em algum lugar? Desde que foi comprado da Universidad do Chile, o atacante não conseguiu se adaptar ao Nápoli-ITA, até vir de empréstimo para Porto Alegre. Em dezembro, deve retornar à Itália (a não ser que o Grêmio exerça a prioridade na compra de seus direitos). Mas, a informação que vem neste final de semana direto da Rússia é que o Zenit é um dos interessados. Será que hoje a torcida gostaria de ter Vargas como presente de aniversário?
A festa estava armada para os 110 anos de aniversário. Ronaldinho Gaúcho tinha tudo para ser o vilão, mas não foi. Os momentos que precederam a derrota do Grêmio para o Atlético-MG por 1 a 0, neste domingo, foram de mistério por conta da escalação de Eduardo Vargas. Com dores musculares, o atacante era dúvida e foi submetido a um exame físico antes da bola rolar para saber se teria condições de atuar. Foi o primeiro da delegação tricolor a desembarcar na Arena - porém, despercebido. Enquanto todos olhavam os atletas mineiros passando, o chileno caminhou sem holofotes rumo ao vestiário tranquilamente. Quando os olhos se voltaram para o lado tricolor, Vargas não estava lá. Acabei cometendo um erro ao comunicar que Maxi Rodríguez seria relacionado. Que nada! Vargas estava no vestiário, aquecendo, e em seguida fardaria. Eu é que não tinha percebido sua passagem, antes mesmo de Renato Portaluppi descer do ônibus.
Realmente fardou e entrou em campo. Mas não fez uma boa partida. Aliás, foi dele a grande chance de encaminhar uma nova vitória para o Grêmio. Cara a cara com o goleiro Victor, o atacante acabou sem achar as redes - em lance muito parecido ao que Kleber Gladiador aproveitou contra a Ponte Preta recentemente. Porém, o diretor executivo Rui Costa prefere ver por outra ótica: "Temos de ressaltar a entrega do Vargas, que mesmo com dor, fez fisioterapia para estar em campo. É isso o que temos de ressaltar", declarou.
A verdade é que neste domingo o Grêmio parou na tabela, e viu Cruzeiro e Botafogo avançarem ainda mais. O Tricolor parou junto com Vargas, nas poças d'água que encharcaram o gramado da Arena. E será que o chileno vai conseguir parar em algum lugar? Desde que foi comprado da Universidad do Chile, o atacante não conseguiu se adaptar ao Nápoli-ITA, até vir de empréstimo para Porto Alegre. Em dezembro, deve retornar à Itália (a não ser que o Grêmio exerça a prioridade na compra de seus direitos). Mas, a informação que vem neste final de semana direto da Rússia é que o Zenit é um dos interessados. Será que hoje a torcida gostaria de ter Vargas como presente de aniversário?
A vitória do burro trabalhador
Foto: Alexandre Lops (Inter)
No último sábado, o técnico Dunga deu uma declaração que chamou a atenção e, inclusive, estampou sites pelo mundo: "Chamar de burro não ofende nada. Burro é um dos animais que mais trabalha e o único que teve a humildade de carregar a Nossa Senhora. É sinal que nós trabalhamos bastante." Ele mostrou tudo isso na prática neste domingo. Poderia não ter mexido na equipe, mas preferiu alterar as peças. Ygor, Willians e Scocco deram lugar a Aírton, Josimar e Alex. Fabrício, por sua vez, perdeu novamente a titularidade para Kleber. E com todas essas modificações, o Internacional venceu o Criciúma fora de casa por 1 a 0 - gol de Otávio.
Chamar Dunga de burro é uma certa indelicadeza. Mas, se ele não se incomoda, o torcedor colorado pode ir em frente. Contudo, aproveite e já o chame de trabalhador. Isso ele é! Em poucos dias conseguiu mudar o ritmo e a atuação da equipe, pensando de trás para a frente: "Em alguns momentos a gente pensava em atacar antes de defender. Agora não, nos defendemos e depois fomos atacar", declarou o treinador ainda no estádio Heriberto Hülse.
Resta saber se o Inter de Dunga conseguirá manter o comportamento. Com a vitória deste fim de semana, o Colorado consegue a proeza de ter uma maior pontuação fora de casa - 18 pontos como visitante e 16 como mandante. O próximo desafio, se serve de alento ao torcedor, também é longe dos próprios domínios (Bahia, em Salvador). Enfim, pode ser burro. Só não pode empacar na tabela de classificação.
No último sábado, o técnico Dunga deu uma declaração que chamou a atenção e, inclusive, estampou sites pelo mundo: "Chamar de burro não ofende nada. Burro é um dos animais que mais trabalha e o único que teve a humildade de carregar a Nossa Senhora. É sinal que nós trabalhamos bastante." Ele mostrou tudo isso na prática neste domingo. Poderia não ter mexido na equipe, mas preferiu alterar as peças. Ygor, Willians e Scocco deram lugar a Aírton, Josimar e Alex. Fabrício, por sua vez, perdeu novamente a titularidade para Kleber. E com todas essas modificações, o Internacional venceu o Criciúma fora de casa por 1 a 0 - gol de Otávio.
Chamar Dunga de burro é uma certa indelicadeza. Mas, se ele não se incomoda, o torcedor colorado pode ir em frente. Contudo, aproveite e já o chame de trabalhador. Isso ele é! Em poucos dias conseguiu mudar o ritmo e a atuação da equipe, pensando de trás para a frente: "Em alguns momentos a gente pensava em atacar antes de defender. Agora não, nos defendemos e depois fomos atacar", declarou o treinador ainda no estádio Heriberto Hülse.
Resta saber se o Inter de Dunga conseguirá manter o comportamento. Com a vitória deste fim de semana, o Colorado consegue a proeza de ter uma maior pontuação fora de casa - 18 pontos como visitante e 16 como mandante. O próximo desafio, se serve de alento ao torcedor, também é longe dos próprios domínios (Bahia, em Salvador). Enfim, pode ser burro. Só não pode empacar na tabela de classificação.
PRELEÇÃO: Fábio Koff
No dia em que o Grêmio completou 110 anos de vida, o PRELEÇÃO da Rádio Guaíba ouviu o presidente mais vitorioso da história do clube. Fábio Koff contou sobre a infância em meio aos primos colorados e o primeiro jogo que assistiu na Baixada. Relembrou as conquistas de Libertadores da América, Mundial Interclubes, Copa do Brasil e Brasileirão. Também não se furtou de falar sobre os problemas de saúde que enfrentou e as discussões familiares no período em que decidiu voltar ao Tricolor.
Confira
Confira
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Torcedor não é fisiologista
Foto: Mauro Vieira (Agência RBS)
Pela primeira vez vi toda a torcida colorada explodir contra Dunga. De cinco pessoas que ouvi pela Rádio GUAÍBA, ainda nas arquibancadas do Estádio do Vale, quatro pediram a cabeça do treinador. A gota d'água foi o empate em 2 a 2 com o Vitória, na abertura do returno do Brasileirão, em Novo Hamburgo. Os velhos erros reapareceram, a 'empatite' voltou e o Inter marcou passo, perdendo o G-4 de vista. Nem mesmo a bela atuação de D'Alessandro salvou. Foi ofuscada até pelos gritos de 'Burro! Burro!'.
E, no fundo, o torcedor tem razão. Ele não quer saber se o Beira-Rio está fechado para obras, se os jogadores não tem tempo para treinar ou se a CBF resolveu marcar dois jogos em menos de 48 horas. E, questionado sobre isso por um repórter, Dunga retrucou: "Se você soubesse de fisiologia, saberia que o desgaste influenciou...". Mas ele foi interrompido pelo repórter: "Mas eu não sou atleta". Ele está certo. Não é atleta, nem fisiologista. Nem o jornalista, muito menos o torcedor - que cobra a vinda das vitórias.
Mas para o torcedor, Dunga abaixa a cabeça: "Acho que eles têm todo direito. Vêm aqui para ver a equipe vencer. É normal que o torcedor cobre, porque quer ver seu time superando o adversário." Manifestação semelhante veio do diretor Luis César Souto de Moura: "O torcedor é passional, mas o dirigente tem de ser racional", concluiu ele, para logo depois garantir que toda comissão técnica continua até dezembro - incluindo o treinador. A verdade é que, a maré vermelha está tão em baixa que, se Dunga fosse demitido (como pedem os torcedores), nem técnico interino teria, já que Osmar Loss está acertando sua saída para o Corinthians Sub-20. Que fase!
Pela primeira vez vi toda a torcida colorada explodir contra Dunga. De cinco pessoas que ouvi pela Rádio GUAÍBA, ainda nas arquibancadas do Estádio do Vale, quatro pediram a cabeça do treinador. A gota d'água foi o empate em 2 a 2 com o Vitória, na abertura do returno do Brasileirão, em Novo Hamburgo. Os velhos erros reapareceram, a 'empatite' voltou e o Inter marcou passo, perdendo o G-4 de vista. Nem mesmo a bela atuação de D'Alessandro salvou. Foi ofuscada até pelos gritos de 'Burro! Burro!'.
E, no fundo, o torcedor tem razão. Ele não quer saber se o Beira-Rio está fechado para obras, se os jogadores não tem tempo para treinar ou se a CBF resolveu marcar dois jogos em menos de 48 horas. E, questionado sobre isso por um repórter, Dunga retrucou: "Se você soubesse de fisiologia, saberia que o desgaste influenciou...". Mas ele foi interrompido pelo repórter: "Mas eu não sou atleta". Ele está certo. Não é atleta, nem fisiologista. Nem o jornalista, muito menos o torcedor - que cobra a vinda das vitórias.
Mas para o torcedor, Dunga abaixa a cabeça: "Acho que eles têm todo direito. Vêm aqui para ver a equipe vencer. É normal que o torcedor cobre, porque quer ver seu time superando o adversário." Manifestação semelhante veio do diretor Luis César Souto de Moura: "O torcedor é passional, mas o dirigente tem de ser racional", concluiu ele, para logo depois garantir que toda comissão técnica continua até dezembro - incluindo o treinador. A verdade é que, a maré vermelha está tão em baixa que, se Dunga fosse demitido (como pedem os torcedores), nem técnico interino teria, já que Osmar Loss está acertando sua saída para o Corinthians Sub-20. Que fase!
O melhor jogador é a organização
Foto: W. Correia Neto (Gazeta Press)
A pontuação é exuberante: 7 vitórias em 8 jogos. Cada vez mais o Grêmio se consolida como postulante ao título brasileiro, ao lado de Cruzeiro e Botafogo. Com a vitória de 2 a 0 sobre o Náutico, o torcedor está mais do que apaixonado pelo time e, com as atuações desta quarta-feira, por Paulinho (autor do segundo gol), Maxi Rodríguez e principalmente por Wendell - que entrou na vaga de Alex Telles. Mas a calma sempre é necessária: "Passei muita confiança para ele, assim como o grupo. Ele se sentiu muito a vontade. (...) Sabemos das qualidades dele e foi muito bem. Mas está muito cedo, vai nos ajudar bastante", vacinou Renato Portaluppi. E ele tem toda razão em fazer isso.
Renato sabe que o futebol vistoso e plástico deste ano cabe ao Cruzeiro - líder absoluto do certame. "Futebol bonito tem o Cruzeiro. Uma equipe que não joga tanto assim, mas que rende é a minha", disse. Para equilibrar isso, o Tricolor adotou uma mecânica de jogo onde, seja qual for a peça, ela encaixará tranquilamente. É um quebra-cabeça que qualquer criança resolve. As peças se encaixam perfeitamente, tornando tudo mais fácil. Lógico, méritos totais do treinador também. Por exemplo, no domingo, se a suspensão de Kleber (terceiro cartão amarelo) o impede de entrar em campo, existe o retorno de Eduardo Vargas - que volta como artilheiro da Seleção Chilena das Eliminatórias Sul-Americanas. "Ficamos felizes por todos irem bem com a seleção. Mas o que vale para mim é o Grêmio. No Grêmio está tudo dando certo. O Paulinho entrou bem no jogo", avaliou o próprio Gladiador.
E se alguém ainda ousar dizer que o jogo contra o Náutico não serve de parâmetro, não esqueça: este bêbado já ficou de pé contra outros oponentes. O importante, numa hora dessas, é pontuar - independente de quem seja o adversário. Desta vez foi o lanterna, mas uma hora chegará a vez do líder. E aí a exigência será do tamanho que merece ser.
A pontuação é exuberante: 7 vitórias em 8 jogos. Cada vez mais o Grêmio se consolida como postulante ao título brasileiro, ao lado de Cruzeiro e Botafogo. Com a vitória de 2 a 0 sobre o Náutico, o torcedor está mais do que apaixonado pelo time e, com as atuações desta quarta-feira, por Paulinho (autor do segundo gol), Maxi Rodríguez e principalmente por Wendell - que entrou na vaga de Alex Telles. Mas a calma sempre é necessária: "Passei muita confiança para ele, assim como o grupo. Ele se sentiu muito a vontade. (...) Sabemos das qualidades dele e foi muito bem. Mas está muito cedo, vai nos ajudar bastante", vacinou Renato Portaluppi. E ele tem toda razão em fazer isso.
Renato sabe que o futebol vistoso e plástico deste ano cabe ao Cruzeiro - líder absoluto do certame. "Futebol bonito tem o Cruzeiro. Uma equipe que não joga tanto assim, mas que rende é a minha", disse. Para equilibrar isso, o Tricolor adotou uma mecânica de jogo onde, seja qual for a peça, ela encaixará tranquilamente. É um quebra-cabeça que qualquer criança resolve. As peças se encaixam perfeitamente, tornando tudo mais fácil. Lógico, méritos totais do treinador também. Por exemplo, no domingo, se a suspensão de Kleber (terceiro cartão amarelo) o impede de entrar em campo, existe o retorno de Eduardo Vargas - que volta como artilheiro da Seleção Chilena das Eliminatórias Sul-Americanas. "Ficamos felizes por todos irem bem com a seleção. Mas o que vale para mim é o Grêmio. No Grêmio está tudo dando certo. O Paulinho entrou bem no jogo", avaliou o próprio Gladiador.
E se alguém ainda ousar dizer que o jogo contra o Náutico não serve de parâmetro, não esqueça: este bêbado já ficou de pé contra outros oponentes. O importante, numa hora dessas, é pontuar - independente de quem seja o adversário. Desta vez foi o lanterna, mas uma hora chegará a vez do líder. E aí a exigência será do tamanho que merece ser.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Fabrício, o reincidente
Foto: Diego Vara (RBS)
Tudo leva a crer que, desta vez, não será tão fácil defender Fabrício diante do STJD. Expulso diante do Santos na terça-feira, o lateral-esquerdo colorado foi citado na súmula pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique, que o expulsou depois de ouvir as seguintes palavras: "Vai se f... Vai tomar no c...". Poderia ser um lance isolado, onde o jogador que perde o jogo, de cabeça quente, perde também a razão. Poderia, não fosse quem é: "O Fabrício já foi expulso mais de uma vez este ano, então é um julgamento que nos preocupa sim. A reincidência pode se tornar um agravante. Ou seja, se ele for considerado culpado, os auditores poderão aplicar uma pena superior à mínima, tendo em vista ele não ser primário", atestou o advogado Rogério Pastl em entrevista à Rádio GUAÍBA.
Como lembrou Pastl, esta foi a terceira vez, apenas neste ano, em que o camisa 14 do Internacional recebeu cartão vermelho. Nas outras duas oportunidades, no entanto (no Gre-Nal do Brasileirão e contra o América-MG pela Copa do Brasil), ele não xingou o árbitro. Agora, o jogador pode ser enquadrado no artigo 243 do CBJD, por "ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto" - o que pode lhe acarretar uma multa de R$ 100 a R$ 100 mil e um gancho de 4 a 6 partidas.
O que espanta é que, em 2012, o atleta foi julgado pelo mesmo motivo, quando xingou o juiz na derrota para o Fluminense. Na ocasião, foi apenas advertido por ser primário. Ou melhor, era humano. Agora, Fabrício persistiu no erro, e cometeu um ato de burrice - pelo menos foi o que sentenciou o torcedor colorado, que gritou 'burro' em coro no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo. Pode ser que Fabrício precise de uma melhor orientação. Mas Rogério Pastl garante que este tipo de serviço não é desenvolvido no clube: "Os atletas do Internacional sabem como funcionam estas regras das infrações disciplinares. São experientes, então é desnecessário porque eles sabem o que podem e não podem fazer em campo", conclui o advogado.
Tudo leva a crer que, desta vez, não será tão fácil defender Fabrício diante do STJD. Expulso diante do Santos na terça-feira, o lateral-esquerdo colorado foi citado na súmula pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique, que o expulsou depois de ouvir as seguintes palavras: "Vai se f... Vai tomar no c...". Poderia ser um lance isolado, onde o jogador que perde o jogo, de cabeça quente, perde também a razão. Poderia, não fosse quem é: "O Fabrício já foi expulso mais de uma vez este ano, então é um julgamento que nos preocupa sim. A reincidência pode se tornar um agravante. Ou seja, se ele for considerado culpado, os auditores poderão aplicar uma pena superior à mínima, tendo em vista ele não ser primário", atestou o advogado Rogério Pastl em entrevista à Rádio GUAÍBA.
Como lembrou Pastl, esta foi a terceira vez, apenas neste ano, em que o camisa 14 do Internacional recebeu cartão vermelho. Nas outras duas oportunidades, no entanto (no Gre-Nal do Brasileirão e contra o América-MG pela Copa do Brasil), ele não xingou o árbitro. Agora, o jogador pode ser enquadrado no artigo 243 do CBJD, por "ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto" - o que pode lhe acarretar uma multa de R$ 100 a R$ 100 mil e um gancho de 4 a 6 partidas.
O que espanta é que, em 2012, o atleta foi julgado pelo mesmo motivo, quando xingou o juiz na derrota para o Fluminense. Na ocasião, foi apenas advertido por ser primário. Ou melhor, era humano. Agora, Fabrício persistiu no erro, e cometeu um ato de burrice - pelo menos foi o que sentenciou o torcedor colorado, que gritou 'burro' em coro no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo. Pode ser que Fabrício precise de uma melhor orientação. Mas Rogério Pastl garante que este tipo de serviço não é desenvolvido no clube: "Os atletas do Internacional sabem como funcionam estas regras das infrações disciplinares. São experientes, então é desnecessário porque eles sabem o que podem e não podem fazer em campo", conclui o advogado.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
A primeira vez de D'Alessandro
Foto: Alexandre Lops (Inter)
Foram cinco anos até D'Alessandro ter sua primeira vez. O 101º gol na carreira, mas a primeira derrota do Internacional em que o camisa 10 marcou. Antes desta terça-feira, isso nunca havia acontecido: toda vez que ele anotava, o time vencia. "Bobeamos e fechamos o primeiro turno como a gente não queria. (...) Vou falar o que dessa derrota? Que não foi merecida? Infelizmente, a gente teve erros e acabamos pagando caro", analisou o capitão na saída do campo. Acontece que D'Alessandro foi um dos que mais cometeu erros nesta derrota de 2 a 1 para o Santos, em Novo Hamburgo.
Não à toa a equipe santista tem a segunda melhor defesa do Campeonato Brasileiro. Com Edu Dracena, é muito positivo o desempenho defensivo aéreo do Santos. E, nesta noite, o Inter de D'Ale abusou de cruzar bolas na área - consagrando os zagueiros. Ou ninguém lembra de como o Grêmio construiu os 2 a 0 que eliminaram o mesmo time da Copa do Brasil? Triangulações curtas, por baixo, dentro da área paulista. Mas o Colorado preferiu explorar as alturas. O maior engano de todos! A falha do goleiro Alisson e o infantil cartão vermelho de Fabrício foram menos influentes no resultado do que a péssima escolha do Inter em como atacar seu oponente.
Curiosamente, com o gol de pênalti diante do Santos, D'Alessandro também ultrapassou Forlán, chegando à liderança da artilharia colorada no Brasileirão (7 gols). Talvez sua primeira experiência como goleador de uma equipe. Porém, isso não foi o bastante. Aos poucos, o argentino vai ficando refém de sua frase após o empate com o Goiás, quando disse preferir praticar sempre um bom futebol do que vencer jogando mal. Tem horas que é melhor ganhar, nem que seja com gol de bola parada (como foram as últimas rodadas contra Corinthians e Ponte Preta). Em casos como hoje, por exemplo, onde três pontos deixariam o Inter à beira do G-4, mais ainda.
Foram cinco anos até D'Alessandro ter sua primeira vez. O 101º gol na carreira, mas a primeira derrota do Internacional em que o camisa 10 marcou. Antes desta terça-feira, isso nunca havia acontecido: toda vez que ele anotava, o time vencia. "Bobeamos e fechamos o primeiro turno como a gente não queria. (...) Vou falar o que dessa derrota? Que não foi merecida? Infelizmente, a gente teve erros e acabamos pagando caro", analisou o capitão na saída do campo. Acontece que D'Alessandro foi um dos que mais cometeu erros nesta derrota de 2 a 1 para o Santos, em Novo Hamburgo.
Não à toa a equipe santista tem a segunda melhor defesa do Campeonato Brasileiro. Com Edu Dracena, é muito positivo o desempenho defensivo aéreo do Santos. E, nesta noite, o Inter de D'Ale abusou de cruzar bolas na área - consagrando os zagueiros. Ou ninguém lembra de como o Grêmio construiu os 2 a 0 que eliminaram o mesmo time da Copa do Brasil? Triangulações curtas, por baixo, dentro da área paulista. Mas o Colorado preferiu explorar as alturas. O maior engano de todos! A falha do goleiro Alisson e o infantil cartão vermelho de Fabrício foram menos influentes no resultado do que a péssima escolha do Inter em como atacar seu oponente.
Curiosamente, com o gol de pênalti diante do Santos, D'Alessandro também ultrapassou Forlán, chegando à liderança da artilharia colorada no Brasileirão (7 gols). Talvez sua primeira experiência como goleador de uma equipe. Porém, isso não foi o bastante. Aos poucos, o argentino vai ficando refém de sua frase após o empate com o Goiás, quando disse preferir praticar sempre um bom futebol do que vencer jogando mal. Tem horas que é melhor ganhar, nem que seja com gol de bola parada (como foram as últimas rodadas contra Corinthians e Ponte Preta). Em casos como hoje, por exemplo, onde três pontos deixariam o Inter à beira do G-4, mais ainda.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Trafegar sem Gabriel é um perigo
Foto: Alexandre Lops (Inter)
O lateral Gabriel foi pivô do noticiário no Rio Grande do Sul nesta segunda-feira. Abordado em uma blitz próximo ao CT Parque Gigante, o camisa 2 do Internacional teve a carteira de motorista cassada, uma vez que averiguada a suspensão por pontos em excessos de velocidade. Um quadro de constrangimento total, já que do lado de dentro do gramado os outros atletas riam e aplaudiam o fato com sorrisos irônicos. Agora, Gabriel não poderá mais dirigir seu carrão por aí. Porém, fato mais lamentável é o técnico Dunga não poder escalá-lo nesta terça, diante do Santos, em Novo Hamburgo. E em nada tem a ver com a EPTC, mas pelo terceiro cartão amarelo recebido em Campinas.
Desde a lesão de Gabriel, no dia 21 de julho, contra o Flamengo em Caxias do Sul, o Colorado experimentou uma série de empates que retardou seu crescimento no Campeonato Brasileiro. Mais do que isso, exigiu do treinador uma sequência de improvisações e testes que não deram certo. Até por isso, Dunga decretou em sua entrevista pós-jogo contra o Goiás: "Muita gente não fala, mas nós ficamos um mês sem lateral-direito." Helder (ainda no Gauchão), Cláudio Winck e Ednei foram sendo reprovados um a um. O meia Jorge Henrique e o volante Ygor até se aventuraram naquela função. Até que o titular retornasse ao campo e, coincidentemente, voltassem junto as vitórias.
Sem Gabriel, o Inter teve aproveitamento pífio de 38%, com 5 empates, 1 derrota e apenas 1 vitória. Com ele, foram 6 vitórias, 4 empates e 1 derrota (66,6%). Ou seja, pode se lamentar o fato de Gabriel ter sua carteira de motorista cassada em Porto Alegre. Mas, mais lamentável ainda, é o Inter perder seu lateral-direito para a rodada atrasada do primeiro turno, que pode aproximá-lo ainda mais do G-4.
- Com Gabriel
2x2 Vitória
2x0 Criciúma
1x2 Bahia
1x1 Portuguesa
2x2 Cruzeiro
5x3 Vasco
3x2 Fluminense
1x0 Flamengo
0x0 Coritiba
1x0 Corinthians
3x1 Ponte Preta
- Sem Gabriel
1x0 São Paulo (jogou Ednei)
0x3 Náutico (Ednei)
1x1 Grêmio (Ednei/J.Henrique)
2x2 Atlético-PR (Ednei/Cláudio Winck)
3x3 Botafogo (J.Henrique)
0x0 Atlético-MG (J.Henrique)
3x3 Goiás (Ednei)
O lateral Gabriel foi pivô do noticiário no Rio Grande do Sul nesta segunda-feira. Abordado em uma blitz próximo ao CT Parque Gigante, o camisa 2 do Internacional teve a carteira de motorista cassada, uma vez que averiguada a suspensão por pontos em excessos de velocidade. Um quadro de constrangimento total, já que do lado de dentro do gramado os outros atletas riam e aplaudiam o fato com sorrisos irônicos. Agora, Gabriel não poderá mais dirigir seu carrão por aí. Porém, fato mais lamentável é o técnico Dunga não poder escalá-lo nesta terça, diante do Santos, em Novo Hamburgo. E em nada tem a ver com a EPTC, mas pelo terceiro cartão amarelo recebido em Campinas.
Desde a lesão de Gabriel, no dia 21 de julho, contra o Flamengo em Caxias do Sul, o Colorado experimentou uma série de empates que retardou seu crescimento no Campeonato Brasileiro. Mais do que isso, exigiu do treinador uma sequência de improvisações e testes que não deram certo. Até por isso, Dunga decretou em sua entrevista pós-jogo contra o Goiás: "Muita gente não fala, mas nós ficamos um mês sem lateral-direito." Helder (ainda no Gauchão), Cláudio Winck e Ednei foram sendo reprovados um a um. O meia Jorge Henrique e o volante Ygor até se aventuraram naquela função. Até que o titular retornasse ao campo e, coincidentemente, voltassem junto as vitórias.
Sem Gabriel, o Inter teve aproveitamento pífio de 38%, com 5 empates, 1 derrota e apenas 1 vitória. Com ele, foram 6 vitórias, 4 empates e 1 derrota (66,6%). Ou seja, pode se lamentar o fato de Gabriel ter sua carteira de motorista cassada em Porto Alegre. Mas, mais lamentável ainda, é o Inter perder seu lateral-direito para a rodada atrasada do primeiro turno, que pode aproximá-lo ainda mais do G-4.
- Com Gabriel
2x2 Vitória
2x0 Criciúma
1x2 Bahia
1x1 Portuguesa
2x2 Cruzeiro
5x3 Vasco
3x2 Fluminense
1x0 Flamengo
0x0 Coritiba
1x0 Corinthians
3x1 Ponte Preta
- Sem Gabriel
1x0 São Paulo (jogou Ednei)
0x3 Náutico (Ednei)
1x1 Grêmio (Ednei/J.Henrique)
2x2 Atlético-PR (Ednei/Cláudio Winck)
3x3 Botafogo (J.Henrique)
0x0 Atlético-MG (J.Henrique)
3x3 Goiás (Ednei)
Ronaldinho pode ser atração no aniversário do Grêmio
Foto: Carlos Eduardo de Quadros (Folhapress)
Dia 15 de setembro de 2013. O Grêmio estará completando 110 anos de história. Por isso, a direção já organiza uma sequência de festividades, com início na próxima quinta-feira diante de uma Sessão Solene no Conselho no Auditório da Arena. Na sexta, um jantar comemorativo e, no sábado, uma convenção consular. O ápice das comemorações acontece, obviamente, no domingo (dia 15), quando ocorre o hasteamento das bandeiras e o duelo contra o Atlético-MG, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. Dentre os convidados, certamente a maior atração poderá ser Ronaldinho Gaúcho.
Calma, nenhum diretor foi insano o bastante para convidar o maior inimigo dos últimos anos da história do clube para comemorar o aniversário. Basta o camisa 10 do Galo se fazer presente na Arena para ser a atração principal da semana. Ou você acha que o estádio não vai lotar para vaiar o meio-campista? "O Ronaldinho foi um jogador que passou pelo Grêmio, não tem nenhum apreço pelo clube e nem o clube por ele. A história do Grêmio é centenária, muito maior do que uma rusga com um jogador. Por isso, o torcedor não deve nem hostilizá-lo, mas sim festejar seu aniversário", declarou o vice-presidente Nestor Hein.
Resta saber se ele estará em campo, pois antes do Tricolor, os atleticanos enfrentam o Coritiba, no Independência, e Ronaldinho entra pendurado com dois cartões amarelos (levou o primeiro justamente contra o Grêmio, no primeiro turno, e o segundo neste domingo, diante do Vitória). E para quem pensa que ele pode forçar a suspensão para não viajar a Porto Alegre, fica como lembrança sua última visita à capital gaúcha. Em 2012, o meia também chegou pendurado ao confronto, mas fez questão de vir ao Olímpico e, mais do que isso, foi um dos principais jogadores na vitória atleticana de 1 a 0 - gol de Bernard. Aliás, o duelo está empatado em Porto Alegre. Tudo porque um ano antes, com o Flamengo de Vanderlei Luxemburgo, Ronaldo levou a pior: foi goleado por 4 a 2, com gols de André Lima (duas vezes), Douglas e Miralles. Agora chegou a hora do desempate, e no novo estádio.
Dia 15 de setembro de 2013. O Grêmio estará completando 110 anos de história. Por isso, a direção já organiza uma sequência de festividades, com início na próxima quinta-feira diante de uma Sessão Solene no Conselho no Auditório da Arena. Na sexta, um jantar comemorativo e, no sábado, uma convenção consular. O ápice das comemorações acontece, obviamente, no domingo (dia 15), quando ocorre o hasteamento das bandeiras e o duelo contra o Atlético-MG, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. Dentre os convidados, certamente a maior atração poderá ser Ronaldinho Gaúcho.
Calma, nenhum diretor foi insano o bastante para convidar o maior inimigo dos últimos anos da história do clube para comemorar o aniversário. Basta o camisa 10 do Galo se fazer presente na Arena para ser a atração principal da semana. Ou você acha que o estádio não vai lotar para vaiar o meio-campista? "O Ronaldinho foi um jogador que passou pelo Grêmio, não tem nenhum apreço pelo clube e nem o clube por ele. A história do Grêmio é centenária, muito maior do que uma rusga com um jogador. Por isso, o torcedor não deve nem hostilizá-lo, mas sim festejar seu aniversário", declarou o vice-presidente Nestor Hein.
Resta saber se ele estará em campo, pois antes do Tricolor, os atleticanos enfrentam o Coritiba, no Independência, e Ronaldinho entra pendurado com dois cartões amarelos (levou o primeiro justamente contra o Grêmio, no primeiro turno, e o segundo neste domingo, diante do Vitória). E para quem pensa que ele pode forçar a suspensão para não viajar a Porto Alegre, fica como lembrança sua última visita à capital gaúcha. Em 2012, o meia também chegou pendurado ao confronto, mas fez questão de vir ao Olímpico e, mais do que isso, foi um dos principais jogadores na vitória atleticana de 1 a 0 - gol de Bernard. Aliás, o duelo está empatado em Porto Alegre. Tudo porque um ano antes, com o Flamengo de Vanderlei Luxemburgo, Ronaldo levou a pior: foi goleado por 4 a 2, com gols de André Lima (duas vezes), Douglas e Miralles. Agora chegou a hora do desempate, e no novo estádio.
domingo, 8 de setembro de 2013
A vitória que a Arena (não) viu
Foto: Alexandre Lops (Inter)
Fui assistir à vitória de 3 a 1 do Internacional sobre a Ponte Preta somente neste domingo. Tudo porque estava na Arena do Grêmio no sábado, pela Rádio GUAÍBA, e lá foi impossível trocar o canal da televisão - mesmo que a partida em Porto Alegre não tivesse sequer iniciado. Na zona mista, os repórteres pediam para os relutantes funcionários da OAS, que se negavam a mostrar imagens do rival gremista. Nas cabines de imprensa, o apelo teve a mesma negativa. Não seria necessário. O fator que construiu a vitória colorada, a Arena assistiu há uma semana: o zagueiro Betão.
Ele, que deu um passe errado, originando o gol de Kleber Gladiador, cometeu pênalti em Leandro Damião neste final de semana. Aliás, uma penalidade para lá de esquisita. O zagueiro perde o equilíbrio, cai por cima das pernas do centroavante colorado, que rola área a dentro. Até aquele momento, o placar estava no 1 a 1. Juan, zagueiro do Inter, tinha sido responsável pela principal 'pataquada', que obrigou o goleiro Alisson a provocar o pênalti e o primeiro gol pontepretano. Logo depois, o próprio Juan anotou o gol de empate e a maré de sorte começou a virar.
A análise foi de Scocco, autor do terceiro gol: "Faltava um pouco de sorte. Agora conseguimos vencer. O time está jogando bem. Não foi um grande primeiro tempo, mas depois melhoramos." Praticamente a mesma frase foi dita pelo técnico Dunga: "Agora a bola está entrando. Em alguns jogos que fizemos tivemos grandes oportunidades e não marcamos." Dizem, a sorte acompanha os competentes. Então, o azar de Betão e a sorte do Inter se explica.
Fui assistir à vitória de 3 a 1 do Internacional sobre a Ponte Preta somente neste domingo. Tudo porque estava na Arena do Grêmio no sábado, pela Rádio GUAÍBA, e lá foi impossível trocar o canal da televisão - mesmo que a partida em Porto Alegre não tivesse sequer iniciado. Na zona mista, os repórteres pediam para os relutantes funcionários da OAS, que se negavam a mostrar imagens do rival gremista. Nas cabines de imprensa, o apelo teve a mesma negativa. Não seria necessário. O fator que construiu a vitória colorada, a Arena assistiu há uma semana: o zagueiro Betão.
Ele, que deu um passe errado, originando o gol de Kleber Gladiador, cometeu pênalti em Leandro Damião neste final de semana. Aliás, uma penalidade para lá de esquisita. O zagueiro perde o equilíbrio, cai por cima das pernas do centroavante colorado, que rola área a dentro. Até aquele momento, o placar estava no 1 a 1. Juan, zagueiro do Inter, tinha sido responsável pela principal 'pataquada', que obrigou o goleiro Alisson a provocar o pênalti e o primeiro gol pontepretano. Logo depois, o próprio Juan anotou o gol de empate e a maré de sorte começou a virar.
A análise foi de Scocco, autor do terceiro gol: "Faltava um pouco de sorte. Agora conseguimos vencer. O time está jogando bem. Não foi um grande primeiro tempo, mas depois melhoramos." Praticamente a mesma frase foi dita pelo técnico Dunga: "Agora a bola está entrando. Em alguns jogos que fizemos tivemos grandes oportunidades e não marcamos." Dizem, a sorte acompanha os competentes. Então, o azar de Betão e a sorte do Inter se explica.
Pontuação de Barcelona contra a Barcelusa
Foto: Lucas Uebel (Grêmio)
Renato Portaluppi está vivendo uma crise interna. Publicamente, coloca na conta dos jogadores todo o sucesso do Grêmio no Brasileirão e foge da pergunta quando questionado sobre a briga da equipe pelo título. Porém, deixa escapar farpas de sua auto-satisfação e narcisismo, quando propaga frases do tipo "Eu sou muito bom". Neste sábado, depois de bater a Portuguesa por 3 a 2 na Arena, deixou transparecer os autoelogios mais uma vez: "O Grêmio tem uma pontuação de Barcelona. Vão dizer que estou comparando meu time com o Barcelona, não é isso. Nós temos a pontuação do Barcelona. (...) Vou fazer um favor para vocês, vou trazer o aproveitamento do Barcelona para vocês comparar", disse ele. Não precisa, Renato.
Dentre os jogos apresentados pelo treinador (7 jogos e 6 vitórias), o Tricolor possui aproveitamento de 85,7%. Já o Barcelona, campeão espanhol da temporada 2012-2013, acabou conquistando 100 pontos de 114 possíveis. Quase um milagre! Impressionantes 87,7% de aproveitamento. Já o Grêmio, no Brasileirão, possui 59,6% (contra os 68,5% do líder Cruzeiro). E, para não ficar tão injusto, é melhor trazer os números do Grêmio só com Renato no comando: 8 vitórias, 2 empates e 4 derrotas (61,9% de aproveitamento). Então, Renato, calma! São números espetaculares, mas ainda não é passível de título brasileiro - muito menos de Barcelona.
Até porque, o próprio técnico - além dos diretores - reconhece que as atuações não vem sendo confiáveis. A pontuação, sim! Mas contra a Portuguesa, por exemplo, a vitória veio no fim, em um pênalti para lá de polêmico. Teve um gol mal anulado, é verdade. Mas até quando depender do erro do adversário ou do juiz? Aliás, durante a partida, enquanto perdia por 2 a 0, Guto Ferreira atirou sua 'Barcelusa' para cima, colocando 3 atacantes e deixando o trio defensivo do Grêmio no mano a mano inúmeras vezes. Renato sequer tocou neste assunto ou percebeu. E foi ali que o Tricolor quase entregou o ouro. Ou seja, calma Renato. Nem o Grêmio é o Barcelona, nem você é Pep Guardiola. Mas, como não precisa ser tudo isso para levar o título, pense que você é apenas Renato, e o Grêmio é o Grêmio.
Renato Portaluppi está vivendo uma crise interna. Publicamente, coloca na conta dos jogadores todo o sucesso do Grêmio no Brasileirão e foge da pergunta quando questionado sobre a briga da equipe pelo título. Porém, deixa escapar farpas de sua auto-satisfação e narcisismo, quando propaga frases do tipo "Eu sou muito bom". Neste sábado, depois de bater a Portuguesa por 3 a 2 na Arena, deixou transparecer os autoelogios mais uma vez: "O Grêmio tem uma pontuação de Barcelona. Vão dizer que estou comparando meu time com o Barcelona, não é isso. Nós temos a pontuação do Barcelona. (...) Vou fazer um favor para vocês, vou trazer o aproveitamento do Barcelona para vocês comparar", disse ele. Não precisa, Renato.
Dentre os jogos apresentados pelo treinador (7 jogos e 6 vitórias), o Tricolor possui aproveitamento de 85,7%. Já o Barcelona, campeão espanhol da temporada 2012-2013, acabou conquistando 100 pontos de 114 possíveis. Quase um milagre! Impressionantes 87,7% de aproveitamento. Já o Grêmio, no Brasileirão, possui 59,6% (contra os 68,5% do líder Cruzeiro). E, para não ficar tão injusto, é melhor trazer os números do Grêmio só com Renato no comando: 8 vitórias, 2 empates e 4 derrotas (61,9% de aproveitamento). Então, Renato, calma! São números espetaculares, mas ainda não é passível de título brasileiro - muito menos de Barcelona.
Até porque, o próprio técnico - além dos diretores - reconhece que as atuações não vem sendo confiáveis. A pontuação, sim! Mas contra a Portuguesa, por exemplo, a vitória veio no fim, em um pênalti para lá de polêmico. Teve um gol mal anulado, é verdade. Mas até quando depender do erro do adversário ou do juiz? Aliás, durante a partida, enquanto perdia por 2 a 0, Guto Ferreira atirou sua 'Barcelusa' para cima, colocando 3 atacantes e deixando o trio defensivo do Grêmio no mano a mano inúmeras vezes. Renato sequer tocou neste assunto ou percebeu. E foi ali que o Tricolor quase entregou o ouro. Ou seja, calma Renato. Nem o Grêmio é o Barcelona, nem você é Pep Guardiola. Mas, como não precisa ser tudo isso para levar o título, pense que você é apenas Renato, e o Grêmio é o Grêmio.
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Vamos falar de Luxemburgo?
Demorou para admitir, mas agora o Rio Grande do Sul inteiro já sabe que o clima do vestiário gremista não era dos melhores há bem pouco tempo. Depois das indiretas do assessor de imprensa Luiz Lombardi (via Twitter), chegou a vez dos atletas responderem pelo Instagram. Nesta sexta-feira, o lateral-esquerdo Anderson Pico (hoje na Chapecoense), publicou em seu perfil uma foto onde aparecem os jogadores em uma concentração, na temporada 2012. Abaixo da imagem, alguns comentários. Entre eles, o de Edílson (que está no Botafogo): "Tempo bom demais, que pena que aquele idiota acabou com isso tudo." Logo depois, Kleber Gladiador complementou com "Verdade! culpa daquele imbecil." Lógico, ninguém ousará dizer quem é o imbecil.
Ainda no início deste ano, o lateral botafoguense também utilizou o Instagram para dar outras indiretas, citando alguns jogadores do elenco tricolor e fazendo referência ao filme "Quero matar meu chefe". Depois, apenas sorriu e tratou de desmentir qualquer ligação com o antigo treinador. A verdade é que o rastro de destruição foi grande. Bastou Renato Portaluppi assumir o time para que outros atletas viessem aos microfones admitir que o ambiente não era agradável, e que desavenças existiam em uma época bem próxima. Agora as coisas mudaram!
Prova disso é que neste sábado contra a Portuguesa, o Tricolor pode garantir a permanência do G-4 pela última rodada do primeiro turno do campeonato nacional. Quem, em sã consciência, no auge dos turbilhões que atingiam a Arena no meio deste ano, iria dizer que o Tricolor estaria aonde está? É bem verdade que, se tropeçar diante da Lusa, possivelmente cairá para o 5º lugar. E se você acha que é impossível perder para a Portuguesa dentro de casa, lembre de 2012. Ano passado, o Grêmio conseguiu esta façanha, e acabou derrotado por 2 a 1 no Olímpico. Mas, antes que alguém busque culpados ou cite nomes, ninguém falou em Vanderlei Luxemburgo neste post, viu?
Ainda no início deste ano, o lateral botafoguense também utilizou o Instagram para dar outras indiretas, citando alguns jogadores do elenco tricolor e fazendo referência ao filme "Quero matar meu chefe". Depois, apenas sorriu e tratou de desmentir qualquer ligação com o antigo treinador. A verdade é que o rastro de destruição foi grande. Bastou Renato Portaluppi assumir o time para que outros atletas viessem aos microfones admitir que o ambiente não era agradável, e que desavenças existiam em uma época bem próxima. Agora as coisas mudaram!
Prova disso é que neste sábado contra a Portuguesa, o Tricolor pode garantir a permanência do G-4 pela última rodada do primeiro turno do campeonato nacional. Quem, em sã consciência, no auge dos turbilhões que atingiam a Arena no meio deste ano, iria dizer que o Tricolor estaria aonde está? É bem verdade que, se tropeçar diante da Lusa, possivelmente cairá para o 5º lugar. E se você acha que é impossível perder para a Portuguesa dentro de casa, lembre de 2012. Ano passado, o Grêmio conseguiu esta façanha, e acabou derrotado por 2 a 1 no Olímpico. Mas, antes que alguém busque culpados ou cite nomes, ninguém falou em Vanderlei Luxemburgo neste post, viu?
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
O reencontro de Dunga e Jorginho
Foto: Reuters
No dia 1º de agosto de 2006, Dunga abria os trabalhos como treinador da Seleção Brasileira para fazer sua primeira convocação. Ao lado dele, aquele que seria o fiel escudeiro pelos próximos quatro anos: Jorginho. "Escolhi o Jorginho por causa das mesmas coisas que fizeram eu ser o escolhido para o cargo de técnico. É uma pessoa transparente e fala o que pensa", disse à época o capitão do Tetra, explicando porque optou pelo ex-lateral como auxiliar-técnico. Pois neste sábado, ambos trocarão a amizade e confiança mútua por um duelo tático em Campinas, quando a Ponte Preta receberá o Internacional.
Antes de aceitar o convite de Dunga em 2006, Jorginho havia estreado como técnico de futebol um ano antes, à frente do América-RJ - onde alcançou o vice-campeonato da Taça Guanabara. Depois da Seleção, em 2010, ainda comandou o Goiás (sendo demitido após pouco mais de um mês de trabalho), o Figueirense em 2011, o Kashima Antlers (com quem conquistou a Suruga Bank e Copa da Liga Japonesa de 2012) e, finalmente, neste ano, o Flamengo - durou menos de 30 dias. Agora está com a Ponte Preta, com quem coleciona duas derrotas (para Grêmio e Portuguesa), além de um empate com o Criciúma (que garantiu a classificação às oitavas da Sul-Americana). Pouco para livrar a 'Macaca' da zona do rebaixamento.
Ao contrário do amigo e ex-companheiro, Dunga se resguardou após o fracasso na África do Sul. Depois de inúmeros convites para voltar a treinar uma equipe de futebol, só veio aceitar a proposta colorada, em dezembro de 2012. De lá para cá, mantém a escrita do que fez na CBF: o único torneio que disputou, venceu (Gauchão); e nos outros dois restantes (Copa do Brasil e Brasileirão), vai avançando mesmo sem atuações de luxo mas perdendo poucos jogos. Contudo, Jorginho conhece os atributos de seu amigo: "Estamos convictos que fizemos o melhor pela seleção, não há arrependimentos. A liderança do Dunga, o comprometimento que todo o time, é tudo isso que queríamos. O grande problema é que o futebol não é uma matemática exata", declarou o ex-lateral na chegada da África, ainda em 2010. E Dunga, conhece seu mais novo 'inimigo'?
No dia 1º de agosto de 2006, Dunga abria os trabalhos como treinador da Seleção Brasileira para fazer sua primeira convocação. Ao lado dele, aquele que seria o fiel escudeiro pelos próximos quatro anos: Jorginho. "Escolhi o Jorginho por causa das mesmas coisas que fizeram eu ser o escolhido para o cargo de técnico. É uma pessoa transparente e fala o que pensa", disse à época o capitão do Tetra, explicando porque optou pelo ex-lateral como auxiliar-técnico. Pois neste sábado, ambos trocarão a amizade e confiança mútua por um duelo tático em Campinas, quando a Ponte Preta receberá o Internacional.
Antes de aceitar o convite de Dunga em 2006, Jorginho havia estreado como técnico de futebol um ano antes, à frente do América-RJ - onde alcançou o vice-campeonato da Taça Guanabara. Depois da Seleção, em 2010, ainda comandou o Goiás (sendo demitido após pouco mais de um mês de trabalho), o Figueirense em 2011, o Kashima Antlers (com quem conquistou a Suruga Bank e Copa da Liga Japonesa de 2012) e, finalmente, neste ano, o Flamengo - durou menos de 30 dias. Agora está com a Ponte Preta, com quem coleciona duas derrotas (para Grêmio e Portuguesa), além de um empate com o Criciúma (que garantiu a classificação às oitavas da Sul-Americana). Pouco para livrar a 'Macaca' da zona do rebaixamento.
Ao contrário do amigo e ex-companheiro, Dunga se resguardou após o fracasso na África do Sul. Depois de inúmeros convites para voltar a treinar uma equipe de futebol, só veio aceitar a proposta colorada, em dezembro de 2012. De lá para cá, mantém a escrita do que fez na CBF: o único torneio que disputou, venceu (Gauchão); e nos outros dois restantes (Copa do Brasil e Brasileirão), vai avançando mesmo sem atuações de luxo mas perdendo poucos jogos. Contudo, Jorginho conhece os atributos de seu amigo: "Estamos convictos que fizemos o melhor pela seleção, não há arrependimentos. A liderança do Dunga, o comprometimento que todo o time, é tudo isso que queríamos. O grande problema é que o futebol não é uma matemática exata", declarou o ex-lateral na chegada da África, ainda em 2010. E Dunga, conhece seu mais novo 'inimigo'?
Duplo desfalque de Riveros
Foto: Juan Mabromata (AFP)
Curioso para saber da situação dos convocados do Grêmio em suas seleções, tive uma grande surpresa. No Chile, Eduardo Vargas é festejado e testado nas duas formatações táticas (4-3-3 e 3-4-3) que foram observadas antes do duelo contra a Venezuela, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Enquanto isso, no Paraguai, lamenta-se a ausência do volante Cristian Riveros - suspenso pelo terceiro cartão amarelo e impossibilitado de enfrentar a Bolívia, nesta sexta-feira. Isso mesmo, suspenso! A notícia está no rodapé da matéria publicada no jornal 'La Nación'.
Este é o calendário brasileiro. Não basta presenciar nossos clubes perdendo seus melhores jogadores a cada convocação sul-americana, ainda é possível vê-los desfalcar o time para apenas treinar em outro país. É bem verdade, contra a Argentina, na próxima terça, Riveros já estará à disposição do treinador paraguaio. Mesmo assim, não poderia ele embarcar para Assunção somente para a segunda partida, diminuindo assim o prejuízo gremista contra Goiás e Portuguesa? "Ele não vai jogar um jogo, mas no outro ele joga. Quando se recebe o ofício de convocação, tem que atender. É obrigado a liberar", disse Marcos Chitolina, assessor de futebol gremista à Rádio GUAÍBA.
Enfim, a Federação Paraguaia de Futebol não tem culpa. Os verdadeiros culpados estão aqui no Brasil, mais precisamente na CBF. Por que ainda não se adequou o calendário nacional às datas FIFA? Basta um simples amistoso internacional para que Grêmio e Inter percam suas joias. De que adianta ter os melhores jogadores se você é punido por isso? E vale lembrar: na última rodada, contra o Goiás, se criou toda uma discussão sobre Matheus Biteco ou Zé Roberto, e a escolha do técnico Renato Portaluppi. Nada disso teria acontecido se o suspenso Riveros tivesse ficado em Porto Alegre, ou melhor, se o Campeonato Brasileiro parasse durante as Eliminatórias.
Curioso para saber da situação dos convocados do Grêmio em suas seleções, tive uma grande surpresa. No Chile, Eduardo Vargas é festejado e testado nas duas formatações táticas (4-3-3 e 3-4-3) que foram observadas antes do duelo contra a Venezuela, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Enquanto isso, no Paraguai, lamenta-se a ausência do volante Cristian Riveros - suspenso pelo terceiro cartão amarelo e impossibilitado de enfrentar a Bolívia, nesta sexta-feira. Isso mesmo, suspenso! A notícia está no rodapé da matéria publicada no jornal 'La Nación'.
Este é o calendário brasileiro. Não basta presenciar nossos clubes perdendo seus melhores jogadores a cada convocação sul-americana, ainda é possível vê-los desfalcar o time para apenas treinar em outro país. É bem verdade, contra a Argentina, na próxima terça, Riveros já estará à disposição do treinador paraguaio. Mesmo assim, não poderia ele embarcar para Assunção somente para a segunda partida, diminuindo assim o prejuízo gremista contra Goiás e Portuguesa? "Ele não vai jogar um jogo, mas no outro ele joga. Quando se recebe o ofício de convocação, tem que atender. É obrigado a liberar", disse Marcos Chitolina, assessor de futebol gremista à Rádio GUAÍBA.
Enfim, a Federação Paraguaia de Futebol não tem culpa. Os verdadeiros culpados estão aqui no Brasil, mais precisamente na CBF. Por que ainda não se adequou o calendário nacional às datas FIFA? Basta um simples amistoso internacional para que Grêmio e Inter percam suas joias. De que adianta ter os melhores jogadores se você é punido por isso? E vale lembrar: na última rodada, contra o Goiás, se criou toda uma discussão sobre Matheus Biteco ou Zé Roberto, e a escolha do técnico Renato Portaluppi. Nada disso teria acontecido se o suspenso Riveros tivesse ficado em Porto Alegre, ou melhor, se o Campeonato Brasileiro parasse durante as Eliminatórias.
O clássico do apito
Foto: Edu Andrade (Gazeta Press)
Passado o clima de tensão, façamos o seguinte: a partir deste 4 de setembro de 2013, que se batize o enfrentamento entre Internacional e Corinthians de 'O clássico do apito'. Não há no Brasil, sem dúvidas, uma partida de futebol onde o árbitro fique mais em evidência. Desde 2005 tem sido assim, repleto de reclamações - bem mais para o lado colorado, é verdade. Nesta quarta-feira, se repetiu. O golaço de falta de D'Alessandro, que garantiu a vitória vermelha de 1 a 0, talvez tenha ofuscado um pouco da confusão. Mas não se pode esquecer que ela existiu.
Aos 23 do primeiro tempo, em cruzamento vindo da direita, Leandro Damião se chocou com o arqueiro Cássio, que permaneceu caído na área. No rebote, Fabrício acertou de primeira para o fundo das redes. O juiz deu gol, mas acabou voltando atrás ao perceber a sinalização do seu companheiro ao lado da meta. Feito o bate-boca! A memória colorada voltou à tona: Tinga caindo na área do Pacaembu, Luiz Zveiter anulando os 11 jogos, Fernando Carvalho erguendo faixas de 'Corinthians campeão da Copa do Brasil', etc. Das arquibancadas do Estádio do Vale, gritos de 'Vergonha! Vergonha!'. Depois disso, o que se viu foi pura emoção e pouca razão. O Inter deu chutão, sim senhor. Mas que mal há nisso?! Venceu e ponto!
Daqui a alguns anos, ninguém lembrará que o Inter vinha de um jejum de vitórias (sete jogos sem vencer, sendo destes seis empates). Tampouco recordarão que foi a primeira vitória colorada em Novo Hamburgo, pelo Brasileirão. O gol de D'Alessandro, como eu já disse, pode até ter ofuscado; mas o lance principal será o choque do centroavante com o goleiro corintiano. E sei que você chegou até este ponto do texto para saber qual a minha opinião, se foi ou não falta de Damião em Cássio? Sinceramente, acho que ela não importa. Dependendo da minha resposta, serei taxado de gremista ou colorado. Ou seja, fique você com a sua opinião, já que ela não mudará. Meu único pedido é: batizem logo o tal 'clássico do apito'.
Passado o clima de tensão, façamos o seguinte: a partir deste 4 de setembro de 2013, que se batize o enfrentamento entre Internacional e Corinthians de 'O clássico do apito'. Não há no Brasil, sem dúvidas, uma partida de futebol onde o árbitro fique mais em evidência. Desde 2005 tem sido assim, repleto de reclamações - bem mais para o lado colorado, é verdade. Nesta quarta-feira, se repetiu. O golaço de falta de D'Alessandro, que garantiu a vitória vermelha de 1 a 0, talvez tenha ofuscado um pouco da confusão. Mas não se pode esquecer que ela existiu.
Aos 23 do primeiro tempo, em cruzamento vindo da direita, Leandro Damião se chocou com o arqueiro Cássio, que permaneceu caído na área. No rebote, Fabrício acertou de primeira para o fundo das redes. O juiz deu gol, mas acabou voltando atrás ao perceber a sinalização do seu companheiro ao lado da meta. Feito o bate-boca! A memória colorada voltou à tona: Tinga caindo na área do Pacaembu, Luiz Zveiter anulando os 11 jogos, Fernando Carvalho erguendo faixas de 'Corinthians campeão da Copa do Brasil', etc. Das arquibancadas do Estádio do Vale, gritos de 'Vergonha! Vergonha!'. Depois disso, o que se viu foi pura emoção e pouca razão. O Inter deu chutão, sim senhor. Mas que mal há nisso?! Venceu e ponto!
Daqui a alguns anos, ninguém lembrará que o Inter vinha de um jejum de vitórias (sete jogos sem vencer, sendo destes seis empates). Tampouco recordarão que foi a primeira vitória colorada em Novo Hamburgo, pelo Brasileirão. O gol de D'Alessandro, como eu já disse, pode até ter ofuscado; mas o lance principal será o choque do centroavante com o goleiro corintiano. E sei que você chegou até este ponto do texto para saber qual a minha opinião, se foi ou não falta de Damião em Cássio? Sinceramente, acho que ela não importa. Dependendo da minha resposta, serei taxado de gremista ou colorado. Ou seja, fique você com a sua opinião, já que ela não mudará. Meu único pedido é: batizem logo o tal 'clássico do apito'.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Até o Renato erra
Foto: Carlos Costa (Agência Lance)
O Grêmio perdeu. Um dia isso iria acontecer, né?! Também não é o fim do mundo. Porém, os 2 a 0 sofridos diante do Goiás nesta terça-feira serviram para mostrar que o time não é imbatível. Mesmo com os três zagueiros e três volantes que vem sendo escalados, o Tricolor não foi capaz de parar a noite inspirada do único atacante esmeraldino. Méritos de Walter, é verdade. Mas será que Renato e seus comandados não contribuíram para isso?
Sem poder contar com Riveros (convocado pelo Paraguai), o técnico gremista preferiu manter o sistema tático escalando Matheus Biteco - deixando Zé Roberto de fora, o que seria o mais óbvio. "Ele está voltando de lesão, não tem condições de 90 minutos", explicou Renato Portaluppi no microfone da Rádio GUAÍBA antes da bola rolar. Depois da partida, ainda acrescentou que o time estava cansado das viagens e dos jogos muito próximos um do outro. Tudo isso no caldeirão, misturado, decretou a derrota em Goiânia. Pode ser.
É preciso admitir que Matheus Biteco - escolhido pelo treinador - errou no primeiro gol de Walter, ao recuar a bola enforcada para o goleiro. Errou, mas nem por isso deve ser crucificado. Dida, com toda a sua experiência, também errou (e nem por isso é um ex-jogador). E o que dizer de Bressan, que leva o chapéu no segundo tento goiano? Calma lá, né!? Todos erram. Até o Renato erra! E nesta noite ele errou, fez as opções erradas, demorou em mexer. Mas repito: nada está perdido ainda.
O Grêmio perdeu. Um dia isso iria acontecer, né?! Também não é o fim do mundo. Porém, os 2 a 0 sofridos diante do Goiás nesta terça-feira serviram para mostrar que o time não é imbatível. Mesmo com os três zagueiros e três volantes que vem sendo escalados, o Tricolor não foi capaz de parar a noite inspirada do único atacante esmeraldino. Méritos de Walter, é verdade. Mas será que Renato e seus comandados não contribuíram para isso?
Sem poder contar com Riveros (convocado pelo Paraguai), o técnico gremista preferiu manter o sistema tático escalando Matheus Biteco - deixando Zé Roberto de fora, o que seria o mais óbvio. "Ele está voltando de lesão, não tem condições de 90 minutos", explicou Renato Portaluppi no microfone da Rádio GUAÍBA antes da bola rolar. Depois da partida, ainda acrescentou que o time estava cansado das viagens e dos jogos muito próximos um do outro. Tudo isso no caldeirão, misturado, decretou a derrota em Goiânia. Pode ser.
É preciso admitir que Matheus Biteco - escolhido pelo treinador - errou no primeiro gol de Walter, ao recuar a bola enforcada para o goleiro. Errou, mas nem por isso deve ser crucificado. Dida, com toda a sua experiência, também errou (e nem por isso é um ex-jogador). E o que dizer de Bressan, que leva o chapéu no segundo tento goiano? Calma lá, né!? Todos erram. Até o Renato erra! E nesta noite ele errou, fez as opções erradas, demorou em mexer. Mas repito: nada está perdido ainda.
Agora só o Inter quer Damião
Quantas vezes Leandro Damião foi dado como praticamente vendido à Europa? Napoli-ITA, Tottenham-ING, Zenit-RUS, Liverpool-ING... Quantos mais? E uma nova janela se fecha com o camisa 9 permanecendo em Porto Alegre. Será que o Inter não está supervalorizando seu centroavante? Dizer que a imprensa gaúcha está forçando sua venda é simplista (para não dizer ignorância). Nenhum jornalista acorda a fim de vender Damião. As notícias vêm - de empresário, dirigente, pai, vizinho, jornais e sites do estrangeiro. Mas e quando as especulações não se concretizam, o que acontece?
Para se ter uma noção, com o corte de Fred, alguns dirigentes colorados em conversas informais não escondiam a apreensão de ter Leandro Damião convocado para a Seleção Brasileira e, consequentemente, perdê-lo por 3 jogos no campeonato. Mas, de maneira surpreendente, Felipão resolveu chamar Alexandre Pato, do Corinthians - justamente o próximo adversário do Inter. Assim, Damião não só permanece em Porto Alegre, como no time que entra em campo nesta quarta-feira. E isso é bom? Momentaneamente, sim.
O Inter não precisa vender mais ninguém nesta temporada. As saídas do garoto Fred e do zagueiro Rodrigo Moledo para a Ucrânia amenizaram as finanças do clube. Mas, ao mesmo tempo que o segura por mais uma temporada, o Colorado teme a queda de rendimento do centroavante. O presidente Giovanni Luigi não cansa de repetir que nenhuma proposta oficial chegou (apenas sondagem). Enquanto isso, na Seleção Brasileira; Fred, Jô e Pato passaram a sua frente. Está na hora de voltar a ser o velho Damião - nem que seja para responder positivamente aos colorados, que o supervalorizam. O jogo contra o Corinthians é uma boa hora.
Para se ter uma noção, com o corte de Fred, alguns dirigentes colorados em conversas informais não escondiam a apreensão de ter Leandro Damião convocado para a Seleção Brasileira e, consequentemente, perdê-lo por 3 jogos no campeonato. Mas, de maneira surpreendente, Felipão resolveu chamar Alexandre Pato, do Corinthians - justamente o próximo adversário do Inter. Assim, Damião não só permanece em Porto Alegre, como no time que entra em campo nesta quarta-feira. E isso é bom? Momentaneamente, sim.
O Inter não precisa vender mais ninguém nesta temporada. As saídas do garoto Fred e do zagueiro Rodrigo Moledo para a Ucrânia amenizaram as finanças do clube. Mas, ao mesmo tempo que o segura por mais uma temporada, o Colorado teme a queda de rendimento do centroavante. O presidente Giovanni Luigi não cansa de repetir que nenhuma proposta oficial chegou (apenas sondagem). Enquanto isso, na Seleção Brasileira; Fred, Jô e Pato passaram a sua frente. Está na hora de voltar a ser o velho Damião - nem que seja para responder positivamente aos colorados, que o supervalorizam. O jogo contra o Corinthians é uma boa hora.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Um volante de Seleção por outro
Enfim, Renato Portaluppi terá de mexer na equipe. Sem ter Rhodolfo na zaga e Riveros (convocado), duas peças deverão ser alteradas para o duelo com o Goiás nesta terça-feira. Porém, o treinador gremista não precisará quebrar a cabeça, tampouco modificar o esquema tático que encaixou de vez. Na defesa, Gabriel vira o terceiro zagueiro. No meio, Zé Roberto vira o terceiro volante. Sem dramas!
Por isso, não seria preciso a resposta que Renato deu ao repórter Flávio Dal Pizzol, da Rádio GUAÍBA, após o jogo do último sábado. Quando questionado sobre o substituto do paraguaio, podendo ser Zé Roberto, o comandante tricolor disparou: "Se você quiser o apito, eu te dou, pois você já está escalando o time".
Para a sorte de Renato, Zé Roberto poderá não só entrar no time, como agregar ainda mais qualidade. Ainda no sábado, na zona mista da Arena, conversei com o camisa 10 tricolor, que me disse: "Aquilo que está dando certo, não deve ser mudado. E, para mim vai ser bom, porque tenho facilidade de chegar de trás. Nunca tive problema de jogar de segundo ou terceiro volante, porque já joguei assim no Bayern de Munique e Seleção Brasileira. Eu quero é ajudar a minha equipe", disse o próprio. E ele tem razão. Foi um dos poucos a se salvar no 'naufrágio' da Copa de 2006, onde o comemorado 'Quadrado Mágico' afundou, e ele (como segundo volante) foi dos mais regulares e até deixou sua marca na vitória sobre Gana, nas oitavas-de-final. Ou seja, o Grêmio perde Riveros para a Seleção Paraguaia, mas ganha o Zé Roberto da Seleção Brasileira.
Por isso, não seria preciso a resposta que Renato deu ao repórter Flávio Dal Pizzol, da Rádio GUAÍBA, após o jogo do último sábado. Quando questionado sobre o substituto do paraguaio, podendo ser Zé Roberto, o comandante tricolor disparou: "Se você quiser o apito, eu te dou, pois você já está escalando o time".
Para a sorte de Renato, Zé Roberto poderá não só entrar no time, como agregar ainda mais qualidade. Ainda no sábado, na zona mista da Arena, conversei com o camisa 10 tricolor, que me disse: "Aquilo que está dando certo, não deve ser mudado. E, para mim vai ser bom, porque tenho facilidade de chegar de trás. Nunca tive problema de jogar de segundo ou terceiro volante, porque já joguei assim no Bayern de Munique e Seleção Brasileira. Eu quero é ajudar a minha equipe", disse o próprio. E ele tem razão. Foi um dos poucos a se salvar no 'naufrágio' da Copa de 2006, onde o comemorado 'Quadrado Mágico' afundou, e ele (como segundo volante) foi dos mais regulares e até deixou sua marca na vitória sobre Gana, nas oitavas-de-final. Ou seja, o Grêmio perde Riveros para a Seleção Paraguaia, mas ganha o Zé Roberto da Seleção Brasileira.
domingo, 1 de setembro de 2013
Enquanto lembrar de Caxias, não chega a Porto Alegre
Foto: Felipe Gabriel (Agência Lance)
Empatar em 0 a 0 com o Coritiba no Couto Pereira não é mau resultado. Isso não fosse o Internacional, voltando para a casa com mais um empate - o sexto consecutivo no Campeonato Brasileiro. A esta altura, culpar o árbitro, temperatura climática, viagem ou a ausência do Beira-Rio (como lembrou Dunga em sua entrevista coletiva), é esconder o problema.
Na verdade, lembrar que não se joga em casa a cada mau resultado, é procurar o problema aonde não existe. "Não podemos esquecer que o Inter vai jogar as 38 rodadas fora de casa, sempre com viagens longas. Não é desculpa. O torcedor do Inter é muito inteligente e são fatos concretos", comentou Dunga após o jogo. E como explicar o fato de ter o Atlético-PR presente no G-4, mesmo sem vê-lo atuar na Arena da Baixada? E se a Vila Capanema fica em Curitiba, o Inter joga em Novo Hamburgo e concentra na cidade com um dia de antecedência. Ou seja, não há desculpa! Antes, Caxias do Sul era a culpada - como se o Inter nunca tivesse perdido no Beira-Rio na sua história.
Os problemas do Inter não passam pela estrada. Basta analisar o aproveitamento colorado no certame: 50% (24 pontos ganhos em 48 disputados). Contra o Coritiba, por exemplo, o time pode comemorar o fato de não ter sofrido gols. Porém, deve lamentar a pouca produtividade ofensiva. Enfim, não é 8 e nem 80. Não é Porto Alegre, mas também não é a Serra. Os colorados estão em Novo Hamburgo! Ou seja, exatamente no meio do caminho. E se Dunga não abrir o olho, continuará no mesmo lugar até dezembro - com os mesmos 50%, no meio da tabela. Para chegar a Porto Alegre, é preciso parar de lembrar de Caxias e enxergar miragens onde não existe.
Empatar em 0 a 0 com o Coritiba no Couto Pereira não é mau resultado. Isso não fosse o Internacional, voltando para a casa com mais um empate - o sexto consecutivo no Campeonato Brasileiro. A esta altura, culpar o árbitro, temperatura climática, viagem ou a ausência do Beira-Rio (como lembrou Dunga em sua entrevista coletiva), é esconder o problema.
Na verdade, lembrar que não se joga em casa a cada mau resultado, é procurar o problema aonde não existe. "Não podemos esquecer que o Inter vai jogar as 38 rodadas fora de casa, sempre com viagens longas. Não é desculpa. O torcedor do Inter é muito inteligente e são fatos concretos", comentou Dunga após o jogo. E como explicar o fato de ter o Atlético-PR presente no G-4, mesmo sem vê-lo atuar na Arena da Baixada? E se a Vila Capanema fica em Curitiba, o Inter joga em Novo Hamburgo e concentra na cidade com um dia de antecedência. Ou seja, não há desculpa! Antes, Caxias do Sul era a culpada - como se o Inter nunca tivesse perdido no Beira-Rio na sua história.
Os problemas do Inter não passam pela estrada. Basta analisar o aproveitamento colorado no certame: 50% (24 pontos ganhos em 48 disputados). Contra o Coritiba, por exemplo, o time pode comemorar o fato de não ter sofrido gols. Porém, deve lamentar a pouca produtividade ofensiva. Enfim, não é 8 e nem 80. Não é Porto Alegre, mas também não é a Serra. Os colorados estão em Novo Hamburgo! Ou seja, exatamente no meio do caminho. E se Dunga não abrir o olho, continuará no mesmo lugar até dezembro - com os mesmos 50%, no meio da tabela. Para chegar a Porto Alegre, é preciso parar de lembrar de Caxias e enxergar miragens onde não existe.
O dia em que foi necessário vencer como Gladiador
Foto: Lucas Uebel (Grêmio)
Nem o mais fanático torcedor gremista conseguiu ver bom futebol na apresentação do Grêmio neste sábado. O próprio assessor de futebol Marcos Chitolina confessou já na zona mista da Arena: "Não foi uma boa atuação, mas nem sempre dá para jogar bem. O importante hoje era ganhar". E o dirigente tem razão. Há dias em que o gladiador precisa entrar na Arena somente para matar. E foi exatamente o que aconteceu no 1 a 0 diante da Ponte Preta. Com mais 3 pontos e a 5ª vitória consecutiva, o Tricolor iguala (parcialmente) o Cruzeiro, líder do Brasileiro, e isso basta!
Ou você acha que os gladiadores de Roma entravam no Coliseu a fim de dar espetáculo ao imperador? Com dois leões voando por cima de sua jugular, com desafiantes prontos para te degolar e uma população inteira ávida por sangue, a tarefa do gladiador era apenas matar seus oponentes e ir para a cama mais cedo, descansar. E neste sábado Kleber assumiu para si a imagem do Gladiador da Arena do Grêmio. "Até conversamos no banho sobre isso. Estávamos cansados pelo jogo desgastante que tivemos contra o Santos na quarta-feira. E no segundo tempo a perna começou a pesar. Atrapalhou um pouco", revelou o camisa 30.
Kleber teve apenas uma grande oportunidade. No recuo de bola do zagueirão pontepretano, o atacante se antecipou ao goleiro Roberto e tocou para o fundo das redes. Depois disso, bastou administrar (aproveitando o fato de ter um adversário com um atleta a menos). Que mal há nisso? Após o apito final, o autor do gol ainda teve tempo de caminhar rumo à torcida e encontrar no meio dela uma menina que segurava um cartaz com os dizeres 'Kleber Gladiador da Arena #30': "Ela já tinha me avisado pelo Facebook que viria no jogo contra o Santos com este cartaz, mas naquele dia eu não consegui ver ela. Hoje sim. Então entreguei a camisa." Sim, Kleber, o sábado foi seu. Foi o dia em que foi necessária uma vitória de gladiador - apenas matar e ir mais cedo para a cama.
Nem o mais fanático torcedor gremista conseguiu ver bom futebol na apresentação do Grêmio neste sábado. O próprio assessor de futebol Marcos Chitolina confessou já na zona mista da Arena: "Não foi uma boa atuação, mas nem sempre dá para jogar bem. O importante hoje era ganhar". E o dirigente tem razão. Há dias em que o gladiador precisa entrar na Arena somente para matar. E foi exatamente o que aconteceu no 1 a 0 diante da Ponte Preta. Com mais 3 pontos e a 5ª vitória consecutiva, o Tricolor iguala (parcialmente) o Cruzeiro, líder do Brasileiro, e isso basta!
Ou você acha que os gladiadores de Roma entravam no Coliseu a fim de dar espetáculo ao imperador? Com dois leões voando por cima de sua jugular, com desafiantes prontos para te degolar e uma população inteira ávida por sangue, a tarefa do gladiador era apenas matar seus oponentes e ir para a cama mais cedo, descansar. E neste sábado Kleber assumiu para si a imagem do Gladiador da Arena do Grêmio. "Até conversamos no banho sobre isso. Estávamos cansados pelo jogo desgastante que tivemos contra o Santos na quarta-feira. E no segundo tempo a perna começou a pesar. Atrapalhou um pouco", revelou o camisa 30.
Kleber teve apenas uma grande oportunidade. No recuo de bola do zagueirão pontepretano, o atacante se antecipou ao goleiro Roberto e tocou para o fundo das redes. Depois disso, bastou administrar (aproveitando o fato de ter um adversário com um atleta a menos). Que mal há nisso? Após o apito final, o autor do gol ainda teve tempo de caminhar rumo à torcida e encontrar no meio dela uma menina que segurava um cartaz com os dizeres 'Kleber Gladiador da Arena #30': "Ela já tinha me avisado pelo Facebook que viria no jogo contra o Santos com este cartaz, mas naquele dia eu não consegui ver ela. Hoje sim. Então entreguei a camisa." Sim, Kleber, o sábado foi seu. Foi o dia em que foi necessária uma vitória de gladiador - apenas matar e ir mais cedo para a cama.
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