Foto: Mauro Vieira (Agência RBS)
Pela primeira vez vi toda a torcida colorada explodir contra Dunga. De cinco pessoas que ouvi pela Rádio GUAÍBA, ainda nas arquibancadas do Estádio do Vale, quatro pediram a cabeça do treinador. A gota d'água foi o empate em 2 a 2 com o Vitória, na abertura do returno do Brasileirão, em Novo Hamburgo. Os velhos erros reapareceram, a 'empatite' voltou e o Inter marcou passo, perdendo o G-4 de vista. Nem mesmo a bela atuação de D'Alessandro salvou. Foi ofuscada até pelos gritos de 'Burro! Burro!'.
E, no fundo, o torcedor tem razão. Ele não quer saber se o Beira-Rio está fechado para obras, se os jogadores não tem tempo para treinar ou se a CBF resolveu marcar dois jogos em menos de 48 horas. E, questionado sobre isso por um repórter, Dunga retrucou: "Se você soubesse de fisiologia, saberia que o desgaste influenciou...". Mas ele foi interrompido pelo repórter: "Mas eu não sou atleta". Ele está certo. Não é atleta, nem fisiologista. Nem o jornalista, muito menos o torcedor - que cobra a vinda das vitórias.
Mas para o torcedor, Dunga abaixa a cabeça: "Acho que eles têm todo direito. Vêm aqui para ver a equipe vencer. É normal que o torcedor cobre, porque quer ver seu time superando o adversário." Manifestação semelhante veio do diretor Luis César Souto de Moura: "O torcedor é passional, mas o dirigente tem de ser racional", concluiu ele, para logo depois garantir que toda comissão técnica continua até dezembro - incluindo o treinador. A verdade é que, a maré vermelha está tão em baixa que, se Dunga fosse demitido (como pedem os torcedores), nem técnico interino teria, já que Osmar Loss está acertando sua saída para o Corinthians Sub-20. Que fase!
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