Há apelidos que pegam e não se entende por quê. O treinador do Grêmio, por exemplo, Renato Portaluppi, (do Rio Grande do Sul para cima) é conhecido por Renato Gaúcho. Apesar de ter nascido em Guaporé, crescido em Bento Gonçalves e brilhado com a camisa do Tricolor Porto-Alegrense, Renato é mais carioca do que gaúcho. Até o sotaque chiado acaba entregando a proximidade com a Cidade Maravilhosa. Pois a partir do ano que vem, o eterno ídolo da torcida gremista poderá contar com um jogador que pode naturalmente se gabar por ser carioca de nascença. Aliás, assim como o treinador, carrega acoplado ao próprio nome o apelido que o caracteriza: Rafael Carioca. Sim, o Grêmio quer repatriar este jogador.
O Vasco da Gama, clube que Rafael defendeu neste ano, não está mais interessado em contar com seus serviços. Por isso, muito provavelmente, o carioca terá que se despedir da cidade natal. A não ser que seja contratado por Botafogo, Fluminense ou Flamengo, o volante terá de fazer as malas. E, por incrível que pareça, isso é um grande problema para o jogador. Quem não lembra, Rafael foi revelado nas categorias de base do estádio Olímpico. Subiu para os profissionais pelas mãos do técnico Celso Roth, assumindo a titularidade logo no primeiro ano. Naquele Campeonato Brasileiro, se destacou ao lado do companheiro de função William Magrão. Inclusive, naquela equipe que surpreendeu o país (tanto positivamente quanto negativamente), vários moleques da base tiveram seus dias de glória. Léo, Mattioni, Pico, Hélder... Poucos aproveitaram. Rafael Carioca foi um deles. Na primeira proposta milionária que atravessou os portões, o atleta se mandou de Porto Alegre. Já havia manifestado que não tinha se adaptado à cidade. Talvez tenha sido a ausência de praias, ou o frio dos pampas que diferem do Rio de Janeiro o motivo do espanto. Curiosamente, Rafael Carioca se transferiu para a Rússia. Foi jogar no Spartak Moscou.
É justamente este clube que detém os direitos do jogador até hoje. Porém, declarou que pode emprestá-lo a qualquer clube brasileiro que esteja disposto a pagar o valor de seu empréstimo. O Vasco, avaliando o custo-benefício, resolveu que não ficará com ele por mais um ano. Dorival Júnior, treinador do Atlético-MG, já manifestou que é seu admirador e que gostaria de contar com ele em 2011. E, por fim, o Grêmio, clube que o revelou, quer reeditar as atuações do Brasileirão de 2008. Entretanto, Rafael não quer morar em Porto Alegre, Belo Horizonte e muito menos Moscou. Quer mesmo é o seu Rio de Janeiro - que não o quer mais. Nessas horas, mais um ponto positivo em se ter Portaluppi como treinador. Apesar do Gaúcho como pseudônimo, Renato também é amante da praia fluminense. Bem que Renato podia sentar com Rafael e bater um papo. Utilizar a sua própria experiência e dizer que, mesmo que ele saia do Rio, o Rio não sairá dele. Rafael não é somente Carioca, mas Rafael do Mundo! Assim, se estará dando um grande passo para reforçar o meio-campo do Grêmio.
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