segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um retorno amigável

Foto: Charles Guerra

Depois do insucesso no Mundial de Clubes, o Internacional está de volta a Porto Alegre. A chegada ao aeroporto foi tranquila, perto do que se propunha dias atrás. Alguns torcedores prometiam protesto mais ríspido junto à delegação colorada que chegasse de Abu Dhabi. Mas os jogadores puderam pisar em solo brasileiro sem mais problemas. O fardo já estava nas malas: era o próprio terceiro lugar alcançado nos Emirados Árabes. Porém, uma notícia promete trazer preocupação aos colorados. Ao mesmo tempo que chegam em casa, os vermelhos se deparam com outro retorno. O rival Grêmio vem intensificando as tratativas para repatriar Ronaldinho Gaúcho. O negócio é ótimo para ambos: o clube terá um salto nas receitas, enquanto o jogador fica mais perto de Mano Menezes e da Seleção Brasileira. Só os colorados é que não gostam da ideia.

Além disso, o retorno dele ao estádio Olímpico servirá para pagar uma dívida moral que o atleta tem - e sabe disso - para com os gremistas. Quando deixou o clube em 2001, Ronaldo e o irmão Assis trataram diretamente com o Paris Saint-German, renegando qualquer lucro ao Grêmio. Agora, é a chance dos dois provarem à torcida que podem se redimir. E não há melhor momento para voltar para a casa. Nos 10 anos em que esteve fora, Ronaldinho assistiu de longe a queda do clube do coração e ascenção do rival (sendo, inclusive, vencido na final do Mundial em 2006). Pois neste momento, com o ídolo Renato Portaluppi sob a casamata, o meia pode devolver o Tricolor ao antigo patamar. Isso, de cara, disputando uma Libertadores da América. É a hora de fazer as pazes.

Enquanto isso, no Beira-Rio, a diretoria faz justamente o papel contrário. Ao invés de aproximar o torcedor, o afasta ainda mais. A sinalização de uma renovação do contrato de Celso Roth é uma das tendências para 2011. Ou seja, Ronaldinho ganha uma motivação a mais para o ano que vem. Se confirmarem as duas tratativas, Roth e Ronaldo se enfrentarão na próxima temporada. É a chance do atleta que já ganhou o mundo dar uma resposta ao treinador que o deixou no banco no início da carreira, preferindo Itaqui ao invés da jovem revelação gremista. Ainda bem que o Inter desembarcou antes de Ronaldo. Tudo por um retorno a Porto Alegre tranquilo e agradável.

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