sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Medalhão, para que te quero

Foto: Tomás Hammes (Globoesporte.com)

Clemer deu apenas um susto em Willians. Na verdade, quis mostrar ao volante quem mandava no vestiário. Assim, como forma de punição, deixou-o no time reserva durante o treinamento. Porém, voltou atrás. Neste sábado, contra o Corinthians, Willians deve ser titular ao lado de Josimar - mesmo depois de ter criticado o treinador publicamente. "O episódio está superado. Eu não posso barrar ele porque poderia punir o time. O Inter precisa da experiência dele num momento como este", argumentou o atual comandante colorado. Fosse mais um jogo qualquer, a opção de Clemer seria João Afonso. Mas o momento exige medalhões na equipe!

A opinião não é minha, mas de Cláudio Duarte. Ex-lateral e técnico do Inter, Claudião esteve na Rádio GUAÍBA nesta sexta-feira. Ele compartilha da ideia de que todos os medalhões devem ser escalados, para eximir o treinador de qualquer culpa. Assim, a bomba também não cairá no colo dos mais jovens. Aliás, Cláudio Duarte estava na casamata colorada quando do último temor de rebaixamento, em 2002, no fatídico jogo contra o Paysandu, em Belém. "No intervalo, Fernando Baiano e Luiz Alberto saíram aos socos no vestiário. Eu fiquei sentado, só olhando. Os caras me perguntavam se eu não iria me meter. Eu não! Quando eles terminaram, eu disse: agora é comigo!", comentou às risadas.

Clemer era o goleiro daquele Inter de Claudião. Presenciou tudo em Belém, e talvez por isso o vestiário de Goiânia foi brincadeira de criança, ao invés da 'briga de bar' que referiram os funcionários do Serra Dourada. Assim como seu antigo comandante, Clemer sabe que a hora é de Índio e Juan, não de Alan e Jackson. O momento é para dar uma última chance a Ednei, não para improvisar Nathan Índio. Enfim, a hora é de perdoar Willians, ao invés de atirar João Afonso na fogueira.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Entre Tite e Plein

A informação dada pelo repórter Cristiano Silva na Rádio GUAÍBA nesta quarta-feira estrondou o Rio Grande do Sul: dificuldades para renovar o contrato com Renato Portaluppi fizeram o Grêmio buscar Gilmar Dal Pozzo. Atual comandante da Chapecoense (surpresa entre os times que subiram à Série A do Brasileirão), Gilmar é a opção mais barata para um Grêmio que pretende diminuir sua folha salarial para no máximo R$ 3 milhões. Chegaria acompanhado do preparador físico Anderson Paixão (filho de Paulo Paixão). Enfim: se não aceitar reduzir seu salário, Renato está fora dos planos tricolores.

Se a contratação de Dal Pozzo for efetuada, não será a primeira vez que o Grêmio buscará um treinador emergente no mercado. Grandes nomes da história do clube surgiram com o mesmo perfil - outros, não deram certo. Os bons exemplos fazem o gremista empolgado sonhar alto: Luiz Felipe Scolari veio do Criciúma em 1993 (na segunda passagem); Tite, em 2001, e Mano Menezes, em 2005, vieram do Caxias. Porém, sempre existem os erros. E, dentre os que não obtiveram o mesmo sucesso, podemos citar Nestor Simionatto, do Santo Ângelo em 2003; José Luiz Plein, do Glória em 2004; Julinho Camargo, ex-Caxias e Novo Hamburgo e então auxiliar técnico no Inter em 2011. O que conta a favor de Gilmar é a sua proximidade com Tite - foi goleiro do Caxias campeão gaúcho de 2000 e realizou inclusive estágios com seu 'tutor' no Corinthians.

A reunião no Conselho Deliberativo gremista, na noite de terça, expôs todas as dificuldades que o presidente Fábio Koff enfrentará para gerir o clube em 2014. O tão criticado contrato com a OAS (pela Arena) obrigará o Grêmio a reduzir sua folha atual, que ultrapassa os R$ 7 milhões. Assim, além do treinador, outras peças serão modificadas. O goleiro Dida não só deve deixar Porto Alegre como também 'pendurar as luvas'. Zé Roberto não deve renovar e Elano viraria alternativa para um troca-troca futuro. Atletas que recentemente foram emprestados - como Douglas Grolli, Tony, Léo Gago, Rondinelly, Marco Antônio e Marcelo Moreno - serão reavaliados e, quem sabe, reaproveitados. Sintoma de novos tempos no Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Um 'Plano B' para Renato

Foto: Eduardo Moura (Lance!)

Sempre achei muito delicado falar em salário de jogador e treinador. Entretanto, não há como negar que quando os valores divulgados são exorbitantes fico chocado. Por isso, ao ouvir que Renato Portaluppi pedia R$ 700 mil por mês para renovar com o Grêmio, pensei imediatamente que seria prudente a interrupção de qualquer conversa. Mas tudo foi negado - seja pelo técnico como pelo presidente.

Na manhã desta terça-feira, em entrevista à Rádio GUAÍBA, Fábio Koff negou a pedida de Renato: "Esta notícia não procede. Fizemos um contato inicial, mas ficamos de aprofundar isto após o término do Brasileirão. Vamos aguardar os resultados de campo e temos de verificar o limite orçamentário que teremos no futebol em 2014." O próprio Portaluppi mostrou irritação ao tomar conhecimento das cifras: "Jamais falei em números com o presidente Koff ou com o Rui Costa. Os números estão aparecendo da boca de algumas pessoas, mas nunca saíram da minha." Enfim, não quer dizer que Renato não quer aumentar seu salário. E, convenhamos, ele até merece. Se conseguir colocar o Grêmio na Libertadores, o treinador merecerá um reajuste positivo. Os adversários serão outros, a pressão será maior.

No entanto, pode acontecer justamente o contrário - uma redução. "Será preciso analisar o contrato com a OAS e para que a gente tenha maior mobilidade financeira", avaliou Koff. Questionado sobre isso, Renato driblou: "O que tenho que conversar, vou diretamente falar para a diretoria. Tenho um compromisso com o Rui no mês que vem para ver isso." Ou seja, não se surpreenda se Renato não aceitar. E aí, qual o 'Plano B'? "Não temos um plano B para o Renato. Se houver acordo, ele fica conosco. É uma questão de ajuste, mas não estamos cogitando outros nomes, até porque estamos todos voltados para o final do Brasileiro", concluiu o mandatário tricolor.

Três cabeças por um goleiro

Foto: (Natacha Pisarenko/AP)

No Paraguai, o empresário brasileiro Régis Marques Chedid negocia a saída do goleiro Martín Silva do Olímpia. Destaque na Libertadores da América deste ano, o arqueiro (que também defende a Seleção Uruguaia) cobra salários e premiações atrasados. Porém, seu agente avisa que o futuro será no Brasil - Vasco, Santos e Internacional já o procuraram. Mas e a direção colorada o que diz?

Conversei nesta tarde com o diretor executivo Newton Drummond (Chumbinho), que garantiu não ter sondado o arqueiro: "Não vamos trazer mais um estrangeiro, já temos três. Não vamos trazer para ser reserva." Acontece que o atual trio colorado vem sendo constantemente citado pelo mundo afora. scocco, Forlán e mais recentemente D'Alessandro. Com relação ao último, o candidato à presidência do River Plate-ARG, Antonio Caselli, declarou à rádio Rock and Pop: "Fui a Porto Alegre, conversei com D'Alessandro e seu representante. Ele quer voltar, agora temos que negociar com o Inter. Tem contrato até 2015. É difícil, mas não impossível."

"Não podemos trabalhar em cima de hipóteses", responde Chumbinho. Martín Silva tem 30 anos e assumiu a titularidade da 'Celeste' nos compromissos contra a Jordânia, pela repescagem para a Copa do Mundo. Ah, e antes que eu me esqueça: o agente dele é o mesmo que trouxe Guiñazu do Libertad-PAR para o Inter em 2007.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Reprovados que valem dinheiro

Foto: Alexandre Lops (Internacional)

Duas da manhã. Este foi o horário que o empresário e ex-zagueiro Jorge Baidek atendeu o repórter Rafael Pfeiffer, da Rádio GUAÍBA, ao telefone. Atencioso como sempre, Baidek disse estar na China a trabalho, mas se colocou à disposição do jornalista: "Forlán? Tem algumas situações sim, mas não vou falar agora. Vou voltar ao Brasil para falar com a direção do Inter", alegou. Ou seja, se o presidente Giovanni Luigi quiser, o uruguaio Diego Forlán pode estar deixando Porto Alegre. Na última semana, especulou-se o interesse do inglês West Ham. Mexicanos e norte-americanos também estão de olho na situação do camisa 10 da Celeste.

Embora tenha se desvalorizado muito desde que chegou ao Brasil (perdeu a titularidade na Seleção Uruguaia), Forlán ainda pode render alguns frutos aos cofres colorados. O atacante tem contrato com o Colorado até a metade de 2015 e, para sair, deveria ser paga uma multa rescisória. A não ser que o desligamento seja feito de maneira amigável, como ocorreu com a Internazionale de Milão na sua vinda para Porto Alegre. Ou seja, o clube gaúcho - que não gastou um centavo com a contratação, apenas com salários -, ainda poderá ganhar dinheiro caso venda Forlán.

Outra transação que também deve ser efetuada em breve é a de Gilberto. Emprestado à Portuguesa e autor de 14 gols no Brasileirão 2013, o atacante que foi reprovado pela segunda vez no Inter despertou o interesse de três clubes brasileiros - um deles, o São Paulo. Europeus também sondaram. Mas, conforme o empresário Gilmar Veloz, a escolha será da direção colorada. Ninguém irá se manifestar até o término do campeonato nacional. Como a situação financeira não é das melhores, as duas vendas serão bem-vindas.

O zagueiro italiano do Grêmio

Foto: Ricardo Rímoli (Lancepress)

Muito em breve o presidente do Grêmio, Fábio Koff, receberá uma proposta em mãos pelo zagueiro Bressan. Seu empresário, o ex-jogador Marcelo Lipatín, desembarcará nas próximas horas na Itália, e sentará para ouvir uma oferta oficial na próxima quarta-feira. Antes, passou pela Alemanha. Matheus Bressanelli, 20 anos, é dono de 20% de seu próprio passe. Outros 70% estão com o Grêmio, enquanto 10% cabem ao Juventude. Quem, por qual valor e o tamanho da porcentagem saberemos logo mais, quando Lipatín retornar ao Brasil. A Roma seria a principal interessada. A informação vem dos repórteres Rafael Pfeiffer e Gutieri Sanchez, da Rádio GUAÍBA.

Desde a época de Juventude, Bressan foi talhado para jogar na Itália. Fez estágio na França e chegou a disputar competição em solo italiano quando ainda vestia a camisa alviverde. No meio deste ano, chegou a ser levado à Europa para tirar passaporte italiano. Como a família é descendente, não houve problema. E, assim, quando quiser voltar lá a trabalho, não ocupará uma vaga de estrangeiro - caso diferente ao de Alex Telles, por exemplo.

De cabeça boa, o defensor gremista pediu ao mesmo empresário que não lhe conte absolutamente nada sobre as reuniões que vêm acontecendo na Europa - prefere ficar focado apenas na briga pela classificação a Libertadores da América. Aliás, é a Libertadores que pode lhe segurar por mais um tempo em Porto Alegre. Depois de convencer o técnico Renato Portaluppi que deveria ser titular da zaga (e não mais Werley), a direção tricolor pode tentar convencer seus futuros compradores a levá-lo somente na janela de meio de ano. Assim, o atleta teria como disputar a Libertadores pela equipe gremista - sua segunda, apesar de pouco tempo de casa.

Não dá para adiar mais

Foto: Rodrigo Villalba (Futura Press/Terra)

Renato Portaluppi teve que decidir de qual estrangeiro abriria mão. Optou pela saída do paraguaio Riveros para contar com o uruguaio, o argentino e o chileno. Teoricamente, fez certo. Do último (Eduardo Vargas) veio o gol de empate diante da Ponte Preta. Acontece que o resultado de 1 a 1 apenas adiou o que virá pela frente. Tivesse vencido o time misto adversário, o Grêmio estaria muito bem encaminhado para a Libertadores. Agora terá de fazer uma verdadeira decisão no próximo domingo contra o Goiás, na Arena. Decidir entre os gringos foi fichinha perto do que virá pela frente agora.

E quem compartilha desta minha opinião é o diretor executivo Rui Costa: "Nós queríamos a vitória, mas não conseguimos. A atual condição nos preocupa porque queríamos nos distanciar no G-4 e tornar o jogo contra o Goiás mais administrável. Agora temos de vencer e até esta decisão vamos reanimar o grupo." Rui certamente vê as dificuldades que o time gremista vem tendo na reta final da competição. Aquele gás todo apresentado em meio ao certame, que fez com que o Tricolor desse a arrancada necessária para chegar aonde chegou, acabou. Em uma crise existencial, Renato tenta reinventar sua equipe a cada rodada, alternando esquemas táticos - sem nunca abrir mão dos atacantes. Enquanto isso, o Goiás (apesar da goleada sofrida em Belo Horizonte para o Atlético-MG) vive uma situação diferente. Ou melhor, ascendente.

O técnico gremista terá de fazer novamente a escolha: Barcos, Vargas, Riveros ou Máxi Rodriguez? E, mais do que isso, decidir de uma vez por todas aonde chegará o Grêmio. Um tropeço diante do Goiás pode complicar a vaga direta para a Libertadores - e até mesmo a disputa da competição sul-americana no ano que vem. Por outro lado, uma vitória praticamente sacramenta a classificação. Esta decisão não tem como adiar. Não dá para deixar para depois, como ele fez quando um telefone celular tocou no meio da coletiva de imprensa em Campinas. É agora ou nunca!

Não ficará pior por falta de tempo

Foto: Alexandre Lops (Inter)

D'Alessandro tinha razão quando, há algumas rodadas disparou: "O ano tem que acabar". É verdade! A cada rodada que passa, as coisas para o Internacional ficam ainda piores. E não falo somente de posição na tabela de classificação. O vestiário fechado da época de Dunga, rachou de vez - ou melhor, mostrou as rachaduras que sempre existiram. Depois da forte discussão de Goiânia, foi a vez de Willians escancarar os problemas de relacionamento. Na saída de campo, após o empate em 0 a 0 com o Coritiba, o volante desabafou: "Temos três substituições e ele só usa uma com um monte de jogador no banco", em clara referência às escolhas do técnico Clemer. Enfim, o mundo colorado está caindo. Mesmo assim, não quer dizer que o Inter cairá para a Série B. E isso somente porque o Campeonato Brasileiro acabará antes. Tivessemos mais uma ou duas rodadas, o Inter corria sérios riscos de terminar o ano entre os quatro piores do certame.

A crise existe! Não fosse assim, torcedores não se pendurariam sobre o alambrado para cuspir nos jogadores que rumavam para o vestiário. Não fosse isso, dirigentes e conselheiros jamais ficariam monitorando o que dizem os repórteres após a partida e, a cada frase 'mal colocada', cobrariam melhores manifestações. Externamente, o vice-presidente Marcelo Medeiros tentou apagar o fogo: "Jogador que não gosta de perder, serve para o Internacional", classificou ele sobre a frase 'infeliz' de Willians. "Isso aí foi de cabeça quente, todo mundo quer ganhar. Não vejo o vestiário ruim", acalmou o treinador Clemer.

Medeiros, que foi fortemente cobrado por repórteres e torcedores na saída do gramado no Centenário, manteve a compostura, e preferiu comemorar o ponto conquistado diante dos paranaenses: "Conquistamos um ponto importante. Os jogadores transpiraram, lutaram até o final. O importante é que os jogadores tiveram empenho muito grande. (...) A nuvem negra do rebaixamento está se dissipando", concluiu. Ou seja, no Beira-Rio, todos contam os dias para que 2013 chegue ao fim. Mas quem garante que em 2014 os problemas não continuarão? Poderá ser um longo ano.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

2014 só depois do Brasileirão

Foto: Tomás Hammes (Globoesporte)

Não se surpreenda se no dia 9 de dezembro o Internacional convocar uma coletiva de imprensa para anunciar o nome do novo treinador (e este nome deve ser Abel Braga). Também não serás pego de surpresa se jogadores derem adeus ao clube nesta mesma data. Até mesmo dirigentes. O ano de 2014 começará oficialmente para o Internacional logo após a última rodada do Brasileirão, contra a Ponte Preta em Caxias do Sul. 

Sobre jogadores, os primeiros contatos já foram feitos. O volante Elias, do Flamengo, foi procurado. O zagueiro Ernando, do Goiás, tem pré-contrato. E do Goiás também poderia vir mais um volante. Trata-se de David (31 anos), que foi sondado pelo Colorado, mas nada oficial - a não ser do Atlético-MG. "Agora que estão faltando 3 rodadas para o término do Brasileiro, e com a abertura da janela internacional, vão surgir as especulações mais variadas possíveis. Mas temos compromisso com a comissão técnica e jogadores que esses assuntos só serão noticiados a partir da última rodada. A gente tem que ter respeito pelos atletas que estão aqui", avaliou o vice-presidente Marcelo Medeiros em entrevista à Rádio GUAÍBA.

Sobre dirigentes, mudanças acontecerão. "Todos os cargos do departamento de futebol são de confiança do presidente do clube. Eu tenho uma peculiaridade particular que é ser eleito vice-presidente do clube e estar no futebol a convite do presidente", ponderou Medeiros. Assim, o mais cotado para sair é Luis César Souto de Moura, que faz parte da direção por conta de um 'conchavo' político feito para as eleições presidenciais: "Tenho um relacionamento muito afinado com o doutor Luis César. Acontece que quando este desenho foi planejado, a gente sabia que teríamos grande número de viagens. No primeiro semestre, funcionou. A gente vai ter que conversar se passa pela montagem do departamento de futebol, temos que fazer uma autocrítica e talvez uma reformulação. Mas não tem nenhuma questão de relacionamento", ponderou o vice-presidente. Mas tudo isso só será confirmado depois do dia 8 de dezembro, após o apito final em Caxias do Sul.

Todos querem Vargas. E Renato?

Enquanto se discute em Porto Alegre qual estrangeiro Renato Portaluppi deve levar a Campinas - Maxi Rodríguez ou Eduardo Vargas? -, a Europa volta os olhos para o chileno. De ontem para hoje, surgiram duas especulações que estremecem qualquer tentativa de fazer com que Vargas permaneça no Grêmio. A primeira diz respeito ao português Benfica, que vem sofrendo assédio do Napoli pelo volante sérvio Matic. Assim, para que os portugueses abram a mão, o atacante poderia ser envolvido no negócio. A outra é um pouco mais séria e faz referência a uma das grandes potências emergentes do futebol europeu.

Está na Itália o diretor de esportes do CSKA Moscou, Anton Evmenov. O russo já teria agendado reuniões com o Napoli e também com o Palermo, para oficializar o interesse pelo atacante da seleção do Chile e pelo zagueiro argentino Ezequiel Muñoz. Se tais especulações se concretizarem, ficará difícil para o Tricolor gaúcho concorrer ao lado de quem tem mais dinheiro. Até mesmo o Santos, que corre por fora interessado em 50% dos direitos de Vargas, acaba ficando em segundo plano na discussão.

Mas, antes mesmo do diretor executivo Rui Costa correr atrás de investidores que banquem a permanência do chileno no Rio Grande do Sul, é preciso questionar Renato: vale o investimento? De nada adianta esvaziar os cofres se os quatro estrangeiros continuarem quebrando a cabeça do treinador - como fazem agora nesta véspera de partida contra a Ponte Preta. Neste fim de semana, todos os quatro viajam para Campinas, mas somente três poderão aparecer no gramado do Moisés Lucarelli. Um sobrará. Se o uruguaio Maxi Rodríguez for o escolhido da vez, é a prova de que russos, portugueses ou santistas ficam ainda mais predispostos a ganhar o leilão pelo chileno.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ataque aos atacantes colorados

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Eleito craque da última Copa do Mundo na África do Sul, Diego Forlán certamente estará na Copa de 2014, no Brasil. O jogo desta quarta-feira contra Jordânia é meramente um cumprimento de tabela para o Uruguai. Mesmo assim, Forlán não é mais o mesmo. Não há porque tapar o sol com peneira, apresentar números e o diabo. No banco de reservas de sua seleção, o atacante também perdeu prestígio junto ao torcedor colorado. E a direção, que antes havia investido uma confiança muito grande em sua contratação, talvez não coloque empecilhos se as especulações forem verdade.

O site inglês 'Sports Direct News' publica que o West Ham está interessado na contratação do jogador do Inter. "Allardyce (Sam, manager do clube da Inglaterra) fará de Forlán uma de suas principais metas em janeiro, pois procura um jogador para substituir o lesionado Andy Carroll, que provavelmente irá perder grande parte da temporada", alega a publicação. Recentemente, em entrevista coletiva no CT Parque Gigante, o uruguaio disse que tem contrato com o Inter até metade de 2015 e quer honrar seus compromissos - principalmente porque quer jogar a reinauguração do estádio Beira-Rio contra seu time do coração, o Peñarol.

Mas não é só Diego Forlán que teve seu nome especulado no Exterior. O diário mexicano 'Cancha' informou nesta terça que o América-MEX negocia com o técnico Antonio 'Turco' Mohamed, ex-Independiente-ARG. E, durante as conversas, o treinador teria pedido a contratação de dois atacantes: os argentinos Javier Saviola e Ignacio Scocco. Acontece que na última especulação sobre o camisa 32 do Inter, de um possível retorno seu ao Newell's Old Boys-ARG (por quem fez excelente Libertadores da América), os dirigentes gaúchos desfizeram da situação. Irritado, o diretor de futebol Luis César Souto de Moura chegou a tratar a notícia como 'crise do dia' criada pela imprensa local. Se os dois ficarão, não se sabe. Por enquanto, não se fala abertamente de 2014 no lado vermelho de Porto Alegre. Mas os atacantes colorados devem sofrer novos ataques.

Um Vargas no Grêmio, outro no Chile

Foto: Carlos Parra (ANFP)

O golaço de Eduardo Vargas contra a Seleção Brasileira nesta terça-feira, apesar da derrota do Chile no amistoso em Toronto-CAN, aumentou minha dúvida: o que ele faz lá que não consegue fazer aqui no Grêmio? Sim, pois Vargas só continua sendo convocado por Jorge Sampaoli pela fama que deixou desde os tempos de 'La U'. Ou alguém vai tentar me convencer que suas atuações com a camisa tricolor são convincentes? Você enumera alguns poucos jogos que chamaram a atenção no Brasil. E só!

Fiquei abismado com os números apresentados por Igor Póvoa nesta manhã na Rádio GUAÍBA, que resolvi esmiuçá-los. Apesar de ter mais jogos pelo Grêmio, Vargas marcou menos gols do que por sua seleção. No papel, com os compatriotas chilenos, Eduardo disputou 13 jogos neste ano, anotando 9 gols (média de 0,69 gol por jogo). No Tricolor, são 8 tentos em 34 partidas (média pífia de 0,23). Por isso, entendo a grande dúvida da direção gremista na hora de decidir se irá ficar ou não com o atacante para 2014.

Se precisasse bater o martelo hoje, o Grêmio não ficaria com Vargas. Primeiro porque o Napoli-ITA só aceita vendê-lo (não mais emprestá-lo), e ainda exige cerca de 10 milhões de euros. Pelo menos são estes os valores que vazaram pelo lado do Santos, que está interessadíssimo e já discute a possibilidade de adquirir 50% dos direitos do chileno. Em Porto Alegre, Fábio Koff e seus pares alertam que correm atrás de um investidor. O nome Eduardo Vargas ainda é valorizado, principalmente porque tem uma Copa do Mundo pela frente e pode valer ainda mais a partir de julho de 2014 dependendo de suas apresentações. E, convenhamos, com o Chile, o atleta mostra que sabe jogar bola. Pelos clubes, no entanto, é outro jogador - seja por Grêmio ou Napoli. Mas afinal de contas, o que acontece com ele?

- Números de Eduardo Vargas:

No Chile (13 jogos - 9 gols)
6 jogos amistosos - 5 gols
7 jogos Eliminatórias - 4 gols

No Grêmio (34 jogos - 8 gols)
6 jogos no Gauchão - 1 gol
9 jogos na Libertadores - 2 gols
15 jogos no Brasileirão - 5 gols
4 jogos na Copa do Brasil - 0 gol

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Hora de maximizar o Grêmio

Foto: Lucas Uebel (Grêmio)

Amigo, sejamos sinceros: o Grêmio ia empatar com os reservas do Flamengo neste domingo na Arena. O resultado deixaria o Tricolor na 4ª colocação, na preocupação com resultados de Copa do Brasil e Sul-Americana. Mas não, venceu! Venceu graças a um menino que saltou do banco de reservas chamado Maximiliano Rodríguez. Foi ele o autor dos gols que deram a vitória de 2 a 1 sobre o Rubro-Negro carioca. É justamente ele que tem sido o diferencial da equipe nesta reta final e decisiva do Brasileirão. Portanto, qual a dificuldade em deixá-lo titular?

O técnico Renato Portaluppi insiste que falta combatividade ao uruguaio. "A gente vem preparando ele, ganhou 3 quilos. Precisa se adaptar ao futebol brasileiro, ser mais competitivo. (...) Eu disse para ele que tem tudo para estourar ano que vem", declarou o treinador. Pois bem, o argumento de Renato é que Maxi não tem gás para aguentar os 90 minutos de partida com a mesma intensidade que trucidou o Flamengo. São situações diferentes, mas semelhantes às justificativas que fizeram Elano e Zé Roberto sentarem no banco de reservas durante um bom tempo. O comandante tricolor prefere ver pegada no meio-campo, para depois pensar em vencer. Ora tem razão, ora não tem.

É hora de maximizar o Grêmio, e não minimizar. Não há como entrar se defendendo dentro de casa. O time gremista precisa impor seu ritmo, fazer o adversário correr atrás da bola. Não é o Grêmio que tem de correr. Afinal, quem está brigando pelo topo da tabela? O esquema minimalista de três volantes, em um determinado tempo, surpreendeu os inimigos e deu certo. Agora ficou manjado. Se o esquema bom é o que ganha - como repetiu Renato -, é hora de lançar Maxi Rodríguez como titular. Qualquer outro ato (como o retorno de Eduardo Vargas) é minimizar o grande momento que viveu o garoto de Montevidéu e o Grêmio no último domingo.

De Belém a Goiânia

Foto: Divulgação Goiás

Neste domingo, curiosamente, completaram-se 11 anos da vitória colorada sobre o Paysandu, em que Fernando Baiano e Mahicon Librelato impediram que o clube frequentasse pela primeira vez a Série B do Campeonato Brasileiro. Neste domingo também, o Internacional sacramentou sua pior campanha na Era dos pontos corridos. Com uma derrota de 3 a 1 para o Goiás, em Goiânia, ficou a apenas 4 pontos do Z-4. Uma temporada abaixo daquele ano passado turbulento, onde o inexperiente Fernandão pediu demissão no vestiário do mesmo estádio Serra Dourada, depois de perder para o rebaixado Atlético-GO. Ah, se o vestiário do Serra Dourada falasse!

Pois nesta segunda-feira ele falou. Não há como desmentir que houve uma briga entre jogadores do Inter. Ninguém disse que foi a socos e pontapés. Ninguém disse que o ambiente foi totalmente destruído. O que me disse um funcionário, e eu logo repassei aos repórteres na Rádio GUAÍBA, foi que uma 'briga de bar', com forte discussão, muita gritaria e um solavanco na porta (que estragou a maçaneta) aconteceu após a péssima jornada em Goiânia. E tudo isso foi motivado pela expulsão de Rafael Moura - visto pelos companheiros como o causador da virada goiana para cima do Colorado. "Eu falei educadamente com ele (árbitro), mas ele quis me expulsar. Prejudicou o time e a minha família, já que eu precisava de uma sequência", declarou o centroavante na saída de campo.

Quem se desentendeu, ou quem defendeu quem, não importa. O que interessa é o que será feito de tudo isso a partir de agora. A reação imediata da direção foi, primeiramente, negar qualquer ato grave no Serra Dourada. "Houve discussão no vestiário, mas ninguém brigou a socos", relatou o vice-presidente Marcelo Medeiros. O próximo passo foi chamar a torcida para uma verdadeira decisão que se fará com o Coritiba no próximo domingo, em Caxias do Sul. Esta missão coube ao presidente Giovanni Luigi, que evitou falar em rebaixamento e comparar o momento àquele ano de 2002. Entretanto, basta pensar: desde o episódio de Belém, o Inter nunca bateu tão perto à porta da Série B. Goiânia vai aglutinar ou rachar o elenco nessa hora?

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Transição preocupante

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Transição é a palavra-chave. Ela ajuda a explicar o atual momento do Internacional, incluindo a derrota desta quinta-feira, de 2 a 1, para o Atlético-MG. "O Internacional está em fase de transição e temos de dar desconto para esta rapaziada", avaliou o técnico Clemer. Verdade. Literalmente, da defesa ao treinador (e parando até na direção), são profissionais que estão sendo testados para um futuro próximo. Mas, convenhamos, o torcedor colorado não merece isso. Um clube com tamanha folha salarial não permite isso.

A frase de D'Alessandro, ao deixar o gramado do estádio Independência, diz tudo: "A gente tinha qualidade para brigar lá em cima, mas nosso segundo semestre foi muito ruim. Esse ano tem que acabar logo." Fui e sou a favor do pensamento que, restando nada mais a fazer no Brasileirão, seria necessário observar melhor Cláudio Winck, Alan, Jackson, Valdívia e cia. Acontece que a qualidade é inferior a qual imaginava. É verdade, quando a barca está furada, qualquer marinheiro é um naufrago. Porém, está difícil salvar alguém. Agora só é possível ver defeitos, sem enxergar um futuro promissor - até mesmo na diretoria.

O discurso do diretor Luis César Souto de Moura, por exemplo (com todo o respeito que ele merece), já não cabe à grandiosidade do clube: "Aparecer na segunda página é inaceitável", avaliou ele, para logo em seguida emendar que só se pode pensar em 2014 a partir do término do campeonato. Ou seja, seguindo nesta toada, o Inter tem tudo para abrir mais uma temporada como retardatário. E aí, as primeiras posições da segunda página serão pouco para a mediocridade que vive o Colorado - futebolisticamente falando.

Vaias para o 'Homem-Gol'

Foto: Ricardo Giusti (Correio do Povo)

"Quando se fala em torcedor, é o da Geral. Esse é o torcedor do Grêmio", assim falou Renato Portaluppi após a vitória suada sobre o Vasco da Gama nesta quarta-feira. Finalmente o Tricolor venceu. Finalmente voltou a marcar gol. Mesmo assim, parte da torcida pegou no pé, como se a maré de azar continuasse a afligir o time. É bem verdade que os apupos atingiram apenas o treinador e não a equipe. E Renato sabe que a atuação não foi das melhores. Eu estava na passagem da zona mista quando o 'Homem-Gol' rumou para o vestiário, antes mesmo dos atletas. Com expressão de alívio, bufou e sussurrou: "Sofrido!"

Mas desta vez as vaias foram pelas substituições de Renato. Zé Roberto finalmente iniciou como titular. Foi dele, inclusive, a cobrança do escanteio que originou o gol de Rhodolfo. Entretanto, não bastou para convencer o comandante - acabou sendo substituído por Maxi Rodríguez: "Eu fiquei chateado, queria continuar em campo. Mas respeito a opção do treinador. Vamos valorizar a vitória, que ajuda na classificação", explicou o camisa 10 depois de ter atirado a chuteira no chão, em frente ao banco de reservas.

E pelo jeito, Renato não se importa muito com as opiniões alheias: "No Brasil temos 200 milhões de treinadores. Todo mundo é treinador, então é só pedir emprego no clube e ir para a beira do campo. Vai ganhar um bom salário, mas precisa ir lá escutar a torcida." E com esta posição forte, querendo ou não, Portaluppi está mantendo o Grêmio no G-3. Uma classificação a Libertadores ajuda e muito na hora de optar pela renovação de contrato. E a direção sabe que jogar bem nem é o mais importante. O importante é vencer: "Curiosamente, quando jogamos melhor, criamos várias oportunidades de gol, como contra o Bahia e Atlético-PR, não ganhamos", analisou o assessor Marcos Chitolina. E assim, com vaias ou sem, segue o trabalho de Renato, o 'Homem-Gol'.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

As renovações dos últimos 10 anos

E aí, Renato renova ou não renova com o Grêmio para 2014? Em um país onde a profissão de treinador de futebol não é lá muito estável, dá para dizer que o Grêmio dá oportunidade para que os profissionais permaneçam por mais de uma temporada. Nos últimos 10 anos, 5 técnicos puderam discutir contrato com a direção tricolor. Isso sem contabilizar Tite, que chegou como aposta em 2001 (como campeão gaúcho vindo do Caxias) e permaneceu até a metade de 2003 - ou seja, renovou por duas vezes seu vínculo com o clube.

Em minha contabilidade, o primeiro a renovar foi Adílson Batista. No comando da equipe quando da salvação do rebaixamento em 2003, sentou com o então presidente Flávio Obino para discutir sua permanência para a próxima temporada, além de uma reciclagem na equipe - incluindo a saída do goleiro/ídolo Danrlei: "O Danrlei acha que eu vim com a ideia fixa de tirá-lo do time, mas eu disse a ele, hoje, que não tenho nada de pessoal contra ele", contou à época, sem imaginar que cairia do cargo 6 meses depois, com uma campanha que culminaria no segundo descenso da história do clube. Pois coube a Mano Menezes a missão de devolver o Grêmio à Série A. Com o objetivo alcançado, Mano também conseguiu renovar seu contrato por duas temporadas seguidas, permanecendo 2 anos e 7 meses no cargo, e só deixando Porto Alegre por contra própria após oferta do Corinthians. 

As outras renovações foram mais turbulentas, e envolveram eleições presidenciais. Após a campanha do vice-campeonato brasileiro em 2008, Celso Roth ganhou reajuste salarial do novo mandatário Duda Kroeff. "Ele (Roth) está maduro e está pronto para ganhar um título. Que seja no Grêmio", disse Kroeff. Porém, Celso não repetiu a boa campanha dos tempos de Paulo Odone, sendo demitido após 2 meses e insucessos em grenais pelo Gauchão. Fato semelhante aconteceu com o próprio Renato que, contratado por Duda, renovou seu vínculo com Paulo Odone no fim de 2010. Foram 6 meses de um casamento turbulento. Por fim, o atual presidente Fábio Koff experimentou o que é engolir quem não se quer. Com Vanderlei Luxemburgo (ex-funcionário de Odone), a paciência durou praticamente o mesmo período: 6 meses. Agora, a favor de Renato e Koff, um item: o carinho recíproco desde os tempos de Tóquio. Resta saber se conseguirão transportar todo este reconhecimento para a relação empregado-empregador.

- Últimos treinadores que renovaram contrato com o Grêmio:

Adílson Batista (10 meses): 23 de agosto de 2003 a 4 de junho de 2004*
Mano Menezes (2 anos e 7 meses): 22 de abril de 2005 a 2 de dezembro de 2007**
Celso Roth (1 ano e 2 meses): 15 de fevereiro de 2008 a 5 de abril de 2009*
Renato Portaluppi (11 meses): 10 de agosto de 2010 a 30 de junho de 2011*
Vanderlei Luxemburgo (1 mês e 4 meses): 21 de fevereiro de 2012 a 29 de junho de 2013*


*Renovou contrato para a temporada seguinte
**Renovou duas vezes o contrato

O legado de Clemer

Clemer concluiu a primeira parte de sua missão como técnico do Internacional: eliminou as mínimas chances que existiam de rebaixamento. Agora, terá 5 jogos pela frente em que poderá testar alternativas das categorias de base e, assim, completar sua função de rejuvenescer o elenco colorado. Com a lesão muscular de Ednei (aliada a de Gabriel), a próxima posição a ser testada na próxima quinta-feira, contra o Atlético-MG, será a lateral direita: "A gente tem o Winck né, que podemos testar neste jogo, já que eu tinha posto para jogar dois jogos pelo time B. Tamtém tem o Diogo, que é um outro lateral que vem do sub-23", avaliou o próprio treinador.

Não é de hoje que Clemer trouxe meninos da base para o grupo de cima. A cada viagem com a delegação ou treino no CT Parque Gigante, os repórteres têm dificuldades em reconhecer todos os rostos presentes. É preciso ter um certo conhecimento sobre os times inferiores, ou um auxílio da assessoria de imprensa (a quem eu, no caso, recorro). Para a zaga, Alan e Jackson continuarão como titulares em Belo Horizonte. Na lateral esquerda, o jovem Artur pode ser opção no banco de reservas mais uma vez. De volantes, além do afirmado João Afonso, os garotos Jair e Nathan Índio (que foi improvisado na lateral) foram outros a aparecer entre os relacionados. Do meio para a frente ainda são observados Valdívia, Fernando Baiano, Nathan Cachorrão - isso sem citar Otávio, que além de titular desde os tempos de Dunga, vem sendo cobiçado pelo Borussia Dortmund-ALE.

Mas e no gol, nenhum arqueiro da base subiu? Bom, aí pode se entregar a sensível melhora de Muriel, perceptível por exemplo na vitória sobre o Botafogo, em Caxias do Sul: "Ele vem trabalhando um pouquinho mais. Conversei com o Pavan (Daniel, treinador de goleiros) para puxar um pouco mais. E graças a Deus ele vem se recuperando e voltando àquela fase boa que tinha. É trabalho, não tem outro remédio. E a vitória também dá mais confiança", confidencia Clemer. Enfim, eis o legado deixado. Se vai ser contratado por mais uma temporada em 2014, aí são outros 500 e outras missões.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Campeonato da dignidade

Foto: Alexandre Lops (Inter)

E o Internacional voltou a vencer. Foram longos 5 jogos sem experimentar o gostinho da vitória. Pois ela veio neste domingo, representada no placar de 2 a 1 sobre o Botafogo. Assim, o Colorado afasta qualquer possibilidade (mesmo que ínfima) de queda para a Série B. Mas, calma! Antes mesmo de você censurar, dizendo que nunca se pensou em rebaixamento no Beira-Rio, alerto: eu sei disso. Tanto sei que ouvi do próprio diretor de futebol, Luis César Souto de Moura, tal afirmação após o jogo em Caxias do Sul.

Souto de Moura é um dos muitos que se nega a pronunciar a palavra rebaixamento referente ao Inter. "O que nos deixava desconfortáveis era vermos a equipe na segunda página da tabela, que vai do 11º em diante. Não estar na primeira página é desconfortável demais para o Inter, não podemos achar isso natural nunca", tentou explicar o dirigente. É óbvio que este é um discurso para que o torcedor (ou jogadores) não se assuste. Mesmo assim, ficou estranho.

Piorou quando foi complementada por: "Esta foi a primeira de seis finais que teremos pela frente." Final de quê? Vai levar o Inter para jogar aonde e o quê? "Jogamos pela dignidade", concluiu. Enfim, toda a direção sabe - e até mesmo o próprio Luis César -, que o ano de 2013 deixou um déficit muito grande com o torcedor. As arquibancadas não são tão acéfalas como se imagina. Fossem, não estenderiam o cartaz que estenderam neste domingo no estádio Centenário: 'Salário em dia, futebol atrasado'. Recado mais do que dado.

domingo, 10 de novembro de 2013

O jejum das 9 horas

Foto: Wander Faria (Agif/Gazeta Press)

Como era previsto, o Grêmio desabou diante do Cruzeiro e entregou de bandeja o título brasileiro de 2013. Era previsto porque o time gaúcho vinha de uma decepcionante eliminação na Copa do Brasil, enquanto os mineiros encaravam tudo como uma grande decisão. O que não se esperava era a derrota acachapante que veio a seguir: 3 a 0. Mesmo assim, o técnico Renato Portaluppi viu motivos para o torcedor se sentir orgulhoso. Está difícil defendê-lo, Renato.

O Grêmio está no G-4 e vivo no campeonato. Algumas equipes estão de férias, não têm mais nada para fazer no Brasileiro. Será que é pouco? O Grêmio não está de férias”, declarou o treinador gremista na sala de entrevistas do Mineirão. Impressionante, mas Renato se perde a cada entrevista que insiste lembrar (de forma indireta) sobre o posicionamento do rival Inter. O mesmo aconteceu no Gre-Nal, quando citou a célebre frase do 'binóculo', que ainda foi endossada por D'Alessandro na comemoração de um gol. Coincidentemente, o Grêmio parou no Gre-Nal de Caxias.

Foi lá, no dia 20 de outubro, que o Tricolor comemorou seu último gol, dos pés de Eduardo Vargas. De lá para cá, pelo levantamento do plantão esportivo da Rádio GUAÍBA, se passaram aproximadamente 9 horas e 40 minutos sem que o Tricolor balance as redes. Vieram os empates em 0 a 0 com Corinthians, Bahia e Atlético-PR, além das derrotas de 4 a 0 para o Coritiba, 1 a 0 para o Atlético-PR e os 3 a 0 deste domingo contra o Cruzeiro. E, além de tudo isso, Renato ainda dispara: "Contrato ainda não está assinado porque eu não quis". Definitivamente, não é hora de provocações, Renato. Seu momento já foi melhor.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Primeiro o treinador, depois os reforços

Foto: Cléber Mendes (Lancenet)

Vem do centro do país a especulação de que o meia Marlone, do Vasco da Gama, interessa ao Internacional. Aliás, a informação vem de Jaldo Saraiva, pai do atleta. "Sobre o interesse em outros clubes eu quero que ele se preocupe em jogar é o seu futebol. Também não vou negar que tem tido muita procura de outros clubes pelo futebol dele como o Santos, o Corinthians e o Internacional, que até já tentaram alguma conversa, mas claro foram apenas conversas", declarou Saraiva ao site Globoesporte.com. Natural do Tocantins, o jogador de 21 anos tem contrato com o clube carioca até fevereiro de 2016, e tem seus direitos divididos entre Vasco e empresário - 60% e 40%, respectivamente. Porém, em Porto Alegre, todos desconhecem qualquer procura pelo meio-campista.

Há na direção do Internacional quase que um pacto onde só se fala no Botafogo - a partida é vista como vital para afastar qualquer possibilidade de rebaixamento. Além disso, é praticamente proibido falar em contratações no CT Parque Gigante. "Não temos treinador. Não tem como falar em contratação antes de acertar com o treinador", declarou um dos dirigentes. Todos os indícios levam a crer que Abel Braga será este nome. Mesmo assim, nem isso é confirmado pelo presidente Giovanni Luigi ou seus pares. Enfim, sendo ele ou não, nada será oficializado tão cedo - nem mesmo o local da pré-temporada.

A amigos próximos, o centroavante Rafael Moura confidenciou que está feliz com o provável acerto entre Inter e Abelão. O camisa 11 aposta na boa relação que teve com o treinador no Fluminense para ressurgir no Colorado. Além dele, outros jogadores devem ter suas permanências avaliadas, como: Gabriel, Kleber e o zagueiro Índio - todos com contrato finalizando em dezembro. Mas enquanto não desembarca o comandante, é proibido falar em dispensas, renovações ou contratações.

Ponte Preta: um novo Goiás?

A Ponte Preta é mais um motivo de alerta para o Grêmio se agarrar à vaga na Libertadores 2014. Em nada tem a ver com o duelo entre as duas equipes, agendado para o dia 24 de novembro. O que preocupa está antes e depois deste dia - as semifinais da Copa Sul-Americana. Em uma partida histórica, a equipe campineira bateu o Vélez Sarsfield-ARG por 2 a 0 em pleno estádio José Amalfitani, e brigará com o São Paulo por uma vaga na final do torneio. Ou seja, o Tricolor gaúcho tem 50% de chances de ver o G-4 do Brasileirão virar G-3. Isso só não acontecerá caso Lanús-ARG ou Libertad-PAR, os outros dois semifinalistas, conquistarem o título.

Interessante é que Renato Portaluppi já passou por isso em 2010. Naquela famosa arrancada do rebaixamento ao 4º lugar, a vaga para a Libertadores só apareceu graças à eliminação do rebaixado Goiás para o Independiente-ARG. "Foi uma dupla comemoração. Primeiro de ter entrado no G-4, e uma semana depois pelo Goiás não ter ganho a Sul-Americana. Era uma expectativa muito grande e me marcou que o Independiente, que sempre joga de vermelho, jogou de azul-marinho. Assisti em casa, mas como se estivesse vendo um jogo do Grêmio. Ia falando no telefone com o Rui (Costa, atual executivo e então assessor de futebol) e com o próprio Renato", declarou Alberto Guerra, diretor de futebol na época.

E se você não acredita na Ponte, fica o recado do presidente Fábio Koff, que já confidenciou aos repórteres sua torcida pelo Atlético-PR na Copa do Brasil. Na tese do mandatário gremista, um clube nacional erguerá a taça da Sul-Americana - a aposta recaia sobre o São Paulo até quarta-feira. Assim, caso os paranaenses levem a melhor diante do Flamengo na decisão, outra vaga se abre pelo Campeonato Brasileiro. Claro, nenhum sofrimento será necessário se o Grêmio encerrar o certame logo atrás do Cruzeiro, como vice-campeão. Do contrário, é rezar para que a Ponte Preta repita o Goiás.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Mais uma eliminação na conta

Foto: Diego Vara (Agência RBS)

Até acho que o Grêmio merecia outra sorte nesta noite que não o empate em 0 a 0 com o Atlético-PR. Teve até mesmo um gol de Ramiro anulado, por conta de uma marcação de falta de Barcos sobre o zagueiro adversário. Enfim, talvez o Tricolor não merecesse, mas acabou eliminado da Copa do Brasil 2013. Mais uma eliminação na vida do torcedor gremista que, no máximo dos máximos, chegará a uma vaga a Libertadores do ano que vem. "Eu estou aqui há 4 meses. O treinador anterior, que é meu amigo, disputou quantos campeonatos? O que ele ganhou? Quantos grupos montou?", disparou o técnico Renato Portaluppi, em clara referência a Vanderlei Luxemburgo. Uma curiosidade - na última Copa do Brasil, também com eliminação, Luxa disse praticamente a mesma coisa. Aliás, tinha exatamente os mesmos 4 meses quando da eliminação para o Palmeiras, em 2012, em Barueri.

Acontece que, independente do comandante, o torcedor gremista não aguenta mais o maldito jejum. Desde o último troféu erguido pelo Grêmio (Taça Piratini de 2011, após pênaltis sobre o Caxias), já são 11 eliminações frustrantes: 3 Taças Farroupilha (2011, 2012 e 2013); 2 Taças Piratini (2012 e 2013) e 1 final de Gauchão (2011); 2 Libertadores (2011 e 2013), 2 Copas do Brasil (2012 e 2013) e 1 Copa Sul-Americana (2012). E isso sem citar os Campeonatos Brasileiros de pontos corridos. Mas convenhamos, não vindo sequer uma classificação no G-4 nesta temporada, poderia se considerar um novo golpe no ego tricolor.

"Eu já entendia que um brasileiro ganharia a Copa Sul-Americana. Agora o São Paulo está bem. Por isso, passo a torcer pelo Atlético-PR na Copa do Brasil, para abrir mais uma vaga na Libertadores. Hoje estamos em 3º", comentou o presidente Fábio Koff. Ele tem razão. Se dormir no ponto, o G-4 pode virar G-3 e, o que nesta noite parece dolorido, ficará ainda pior.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Os números de Forlán

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Atacante vive de gols, isso todos sabem. Mas e quando alguém tenta diminuir os feitos de um atacante? Assim, um inconformado Diego Forlán pediu à assessoria de imprensa do Internacional para se manifestar nesta quarta-feira. Não está satisfeito com as últimas críticas que leu/ouviu. Apoiado em números, resolveu mostrar que a fase vivida em Porto Alegre não é tão diferente da que viveu na Espanha em 2010 - seu melhor momento. Pelos seus cálculos, com a camisa colorada neste ano, tem a média de 1 gol a cada 155 minutos; enquanto pelo Atlético de Madri era de 158 minutos. "Podem me criticar pelas atuações, mas os números estão aí", disse o uruguaio.

Forlán considera apenas os minutos que esteve em campo. Não conta como jogo inteiro uma rodada em que apenas entrou no segundo tempo, ou acabou sendo substituído enquanto a bola rolava. Sendo assim, os números estão do lado do camisa 7. Apoia-se também na falta de sequência - baseada nas convocações para a Seleção Uruguaia e na ausência de parada para o calendário FIFA no Brasil. Em tudo ele tem razão. Mas, segundo a página oficial do Inter, foram até agora 22 gols em 54 jogos (0,40 gol por jogo). Dez gols contando os dois Brasileirões que disputou, 9 pelo Gauchão e 3 na Copa do Brasil. Pouco...

Pouco para o torcedor que lotou o Aeroporto Salgado Filho carregando bandeiras uruguaias, viu sua apresentação ao lado de Valdomiro, e lembrava da Copa da África do Sul com a Celeste Olímpica. Pouco até para o empresário Jorge Baidek, que expôs sua posição de ídolo do Grêmio e ouviu xingamentos ao reforçar o Colorado. Pouco até para o que esperava o torcedor rival. Enfim, Forlán diz que quer cumprir seu contrato (até o meio do ano de 2015), ficar no Inter para a reinauguração do Beira-Rio e sonha com a reviravolta. Você acredita nos números dele?

- Gols de Forlán no Inter:

*Brasileirão 2012 (5 gols)
4x1 Flamengo - dois gols dentro da área
3x1 Bahia - de cabeça
2x1 Vasco - dois gols de dentro da área

*Gauchão 2013 (9 gols)
2x1 Grêmio - dentro da área
3x0 Pelotas - dois gols, um por cobertura
2x1 Grêmio - de pênalti
2x0 Esportivo - dois gols de fora da área
3x1 Canoas - de falta
4x1 Juventude - dois gols de dentro da área

*Copa do Brasil 2013 (3 gols)
2x0 Rio Branco-AC - de pênalti
3x1 América-MG - bola desvia no zagueiro adversário
3x0 Salgueiro - de cabeça

*Brasileirão 2013 (5 gols)
2x2 Vitória - dentro da área
1x2 Bahia - dentro da área
5x3 Vasco - fora da área
3x2 Fluminense - um gol olímpico e outro de fora da área

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Meu Manguita Fenômeno, meu Eurico Lara

Não consegui falar de futebol neste fim de semana. Para quem não sabe, meu avô Venusino faleceu na sexta-feira, dia 1º de novembro. Ele vinha lutando contra a Hepatite C, contraída ainda dos tempos em que atuou como goleiro de futebol, dividindo as inúmeras seringas que circulavam nos vestiários. Era goleiro. Eu também quis ser quando pequeno, inspirado nos álbuns de fotos que folheava na casa dele. E assim, como goleiro, ele se despediu. Fardado com o uniforme de passeio e coberto com a bandeira do Grêmio Bagé - clube que defendeu pela maior parte da carreira, na década de 60. Ainda passou por 14 de Julho de Livramento e Gabrielense de São Gabriel. Mas entrou para a história como camisa 1 do Jalde-Negro. Pelo menos foi isso o que contou o jornal da cidade no dia seguinte e o que ouvi de um senhor desconhecido na porta da capela do cemitério municipal.

Estava eu enxugando as lágrimas quando este senhor (já de certa idade) me interpelou: "Quem é que está sendo velado?". Atônito com a falta de sensibilidade, respondi ríspido: "É o meu avô!". Ele insistiu: "Teu avô era o Venusinso, o goleiro?". Acenei com a cabeça que sim. "Bah, eu odiava ele! Sempre pegou muito contra o meu Guarany", comentou o velhinho antes de me deixar. Em seguida vi adentrar o salão um antigo companheiro de meu vô, Joaquim, ex-meia do Bagé. Amargou aqueles maus tempos do time, que via o rival subir à Primeira Divisão Gaúcha e acabou saindo antes de Juarez Tanque, ex-Grêmio, vestir o manto jalde-negro em 1965. Meu avô continuou. Não era o reencontro ideal. Mas foi uma despedida honrosa.

Certamente, Venusino não foi o melhor goleiro do Bagé. Mas foi o melhor goleiro que eu não vi jogar. É como devem se sentir os colorados e gremistas, meus contemporâneos, que admiram Manga ou Eurico Lara só pelas histórias que ouvem, sem nunca tê-los visto em campo. Eram e sempre serão ídolos. A diferença é que para mim o ídolo esteve sempre ali, fazendo o leite com banana no final do dia, debatendo futebol de manhã cedo, me recebendo para abrir a porta quando eu chegava de festa na madrugada. Fomos amigos íntimos - nada que impedisse um puxão de orelha inesquecível num Natal. Foi meu companheiro de café, almoço, churrasco, janta e até da gemada antes de dormir. E eu nunca imaginei que ele iria embora. Era como se fosse o meu super-herói. Mas ele foi. Foi embora, mas não deixou de ser o super-homem que eu sempre imaginei. Obrigado, Venusino - o goleiro.