quinta-feira, 30 de abril de 2009

Alguém me segure!

Ninguém segura o Inter? - Foto: Otávio de Souza
O velho jargão entoado pelo personagem "O Máskara" serve muito bem para os colorados de todo o Brasil. Depois de enfiar goleadas impiedosas em seus adversários no Beira-Rio, o Inter teve a sua conduta posta em prova. "Quero ver vocês ganharem fora de casa!" - gritaram alguns. Pois eles foram provocados. Pobre Náutico... Nem o péssimo e esburacado campo dos Aflitos conseguiu parar o Rolo Compressor, que enfiou 3 a 0 ao natural.

Nilmar e Taison realmente estão impossíveis. Nesta quarta-feira eles revezaram, um gol pra cada um. E ainda teve Marcelo Cordeiro, que adentrou o gramado para completar o sofrimento dos pernambucanos. Entretanto, os holofotes do estádio estavam voltados mesmo era para a dupla de argentinos. Enquanto Guiñazu - sempe incansável - roubava bolas como um louco lá de trás, D'Alessandro era o maestro do meio-campo. O último gol, por exemplo, poderia ter 90% de sua autoria, devido à beleza plástica com que ele entorta o zagueiro em meio centímetro de grama.

Enfim, pode se dizer que o Timbu está com a estaca enfiada no coração. Bem que eles até mereciam ter marcado pelo menos um gol, mas o azar e a ineficiência foram imensas. Sorte do Saci, que encaminhou a passos largos a classificação para as quartas-de-final da Copa do Brasil.

terça-feira, 28 de abril de 2009

No topo da América

Aos poucos o Grêmio escala o continente - Foto: Jefferson Bottega
Não exisitiu adversário para o Grêmio nesta noite. O cronômetro marcava 30 minutos do primeiro tempo e o placar já pipocava 3 a 0 no Boyacá Chicó. Souza, duas vezes, e Léo marcaram os gols. O Grêmio foi superior sempre. Na única chance dos "ajedrezados", Victor pegou um pênalti. Agora resta aos colombianos se contentar por ter, ao menos, perdido para o melhor time da primeira fase continental.

No entanto, a pergunta que não quer calar: por que o time de Marcelo Rospide vence e convence (ao contrário do que Roth produziu)? Ora, a meu ver, o ponto cardeal passa por Tcheco e Souza. O técnico interino definiu o que o Celso ainda não tinha definido, o meio-campo. Quem ataca e quem defende? Hoje, Tcheco foi recuado à posição de volante, o que qualifica o primeiro passe e, diga-se a verdade, com a lentidão que ele vinha apresentando, a armação das jogadas já não lhe cabia mais. Eis que surge Souza - o grande diferencial do Grêmio de 2008 para o deste ano. Ele pode até ser vaiado, xingado, odiado, praguejado, mas atualmente, quem cadencia a bola azul é o nordestino da camisa 8. Não por acaso ele marcou os primeiros gols. Quando ele joga bem, a equipe joga bem.

O Imortal, enfim, cumpriu todas suas tarefas. Diziam, no início da Libertadores, que com este grupo sofrível, o tricolor devia ser o primeiro. Foi. Quando Roth ainda balançava no cargo e qualquer derrota o faria cair, ele venceu. Com Rospide o aproveitamento foi melhor ainda - 3 jogos, 3 vitórias. Foi só o Boca Juniors pereder e se comentou: agora os gaúchos têm que consolidar o primeiro lugar no quadro geral. E hoje veio: Grêmio com a melhor colocação, melhor ataque e melhor defesa. E agora, quem ousa ainda desafiar o tricolor? Boyacás e Auroras da vida é que não serão.

domingo, 26 de abril de 2009

Premonição vermelha

O Inter não consegue esquecer o pênalti em Tinga
Ontem apontei o destino gremista na Libertadores. Hoje, arricarei palpites sobre o Inter na Copa do Brasil. Traçar o futuro colorado é mais complicado, já que nunca se sabe quem terá a vantagem de decidir em casa. No entanto, gaúcho macho da fronteira como sou, resolvo arriscar meu pescoço e apontar o caminho dos vermelhos.

Pelas oitavas-de-final, empate no Recife. Em Porto Alegre, o Náutico padecerá por 2 gols ou mais. Na fase seguinte, quartas-de-final, o caldo engrossa e o Flamengo aparece. Independente da ordem dos resultados, acredito em uma vitória magra dos rubro-negros no Rio de Janeiro, e a classificação colorada no Beira-Rio por dois gols ou nos pênaltis. Já a semi-final vai ser tranquila. O Rolo Compressor vence o Coritiba no Couto Pereira e amassa na capital sul-riograndense. A mídia exalta mais do que nunca o plantel rubro e a exibição.

Por fim, assim como o seu rival, o Sport Club Internacional terá a chance de recontar a história. A decisão se fará com o Corinthians. O Brasileirão de 2005 ainda paira na mente dos colorados. Por isso, a vingança pode chegar. No entanto, Ronaldo, a Gaviões da Fiel e Mano Menezes fazem com que o confronto não tenha favorito. Então, ausento-me de qualquer opinião acerca deste duelo. Porém, se permitires que eu aponte o meu azarão da vez, aceno com o Goiás. Sim, o "esmeraldino do centro-oeste" é quem erguerá a taça ao fim do primeiro semestre, consagrando Iarley e Felipe. Não acreditas? Ok, podes me cobrar depois.

sábado, 25 de abril de 2009

Premonição azul

Os gremistas estão ávidos pela cabeça de Riquelme
É bem verdade que todas as pessoas têm um pouco de palpiteiro dentro de si. Eu não sou diferente. Arranho meus chutes, mando umas bolas fora e acerto alguns voleios no ângulo. Pois hoje, dia 25 de abril, resolvi palpitar sobre o futuro da dupla Gre-Nal nos certames a que se propõem vencer: Copa do Brasil, para os colorados, e Libertadores da América, para os gremistas. Começo pelo lado azul. Amanhã prevejo o futuro vermelho.

Olha, fiz algumas apostas... andei olhando a tabela do torneio continental e vou arriscar dizer até onde irá o Grêmio. Pois bem, considerando que o tricolor terminará a primeira fase com a melhor campanha do certame, escolho pelas seguintes opções: nas oitavas-de-final, o Imortal cruzará pelo mesmo adversário de 2007 - Defensor, do Uruguai. Desta vez, a passagem será mais tranquila, com um empate em bandas portenhas e vitória no Olímpico. Pelas quartas-de-final, cruzarão com os venezuelanos do Caracas. Na altitude, derrota por poucos gols. Em Porto Alegre, vitória gremista por dois gols. Na semi-final, os gaúchos baterão de frente com os tricolores paulistas. Em São Paulo, derrota magra por 1 a 0 ou 2 a 1. Na capital sulista, vitória azul no tempo normal e/ou nos pênaltis.

Enfim, na decisão, o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense terá a chance de se redimir do passado. O Boca Juniors cairá diante do caminho tricolor mais uma vez. No entanto, não arriscarei o palpite sobre o vencedor desta partida. Já basta o meu pitaco até aqui. Contudo, se você é um ávido por azarões, esqueça tudo o que eu escrevi até agora. Aposto no Colo-Colo para o campeão deste ano. Duvidas de mim? Bom, me cobra lá no fim da Libertadores, então...

Fora do tapete verde

Carlinhos Bala estava no Sport em 2008 - Foto: Globoesporte.com

Já está decidido: o próximo adversário do colorado será o Náutico. Os pernambucanos passaram pelo Criciúma, no péssimo campo do estádio dos Aflitos. Agora o Inter terá uma equipe um pouco mais qualificada (se comparada a Caxias e Guarani) e, enfim, poderá calar as críticas que se fizeram mesmo com as sequencias de goleadas.


No entanto, do outro lado do campo, encontra-se Carlinhos Bala. Sim, o baixinho pode meter medo. Vale lembrar que ele integrou a equipe do Sport Recife no ano passado, quando os colorados cairam por 3 a 1 na Ilha do Retiro, e deram adeus a esta mesma competição. Daquela feita, Bala não marcou gols, mas ajudou a infortunar a defesa gaúcha. Além do mais, uma das desculpas utilizadas pelo Colorado após a derrota, que o eliminou da Copa do Brasil anterior, foi a irregularidade do gramado. Pois, se na Bombonilha houve dificuldades, o que me dirás sobre os Aflitos? São horríveis, ambos. Que o diga o Grêmio, após comer o pão que o diabo amassou na Série B, por lá.


Enfim, o Inter também não é virgem no que diz respeito a campos ruins. Afinal, Rondonópolis e Campinas também não ofereceram ótimas condições de jogo. E até mesmo no Gauchão, os colorados tiveram de cruzar pelas gramas do Rio Grande, pisando em anônis e capins sem desmerecer. Agora, resta para Guiñazu e Cia. ignorar as quicadas a mais de bola e os morrinhos artilheiros. E, diga-se a verdade: quem está acostumado a jogar no tapete verde do Beira-Rio, realmente deve estranhar o areal dos estádios Brasil afora.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Bailando no Beira-Rio

O Inter chama os adversários pra dançar - Foto: Valdir Friolin
Não tem como parar o Rolo Compressor. Quando Sandro domina a bola, o Inter se arma pelo campo. Ergue-se tal qual uma naja que prepara o bote. E aí, correm Taison e D'Alessandro pelas pontas, há infiltrações a todo momento e gols... Muito gols! Não há do que reclamar mais. E por que só agora o time azeitou? Por que ele foi derrotado pelo União Rondonópolis? Olha, a única explicação cabível é que apenas agora o Inter começa a pegar ritmo. Um pouco de samba, com os pés ágeis e envolventes de Taison; de tango, com as passadas largas e bailantes de D'Alessandro; ou, quem sabe ainda, um vanerão xucro pra Índio algum botar defeito.

Quando abriu-se o placar, a torcida já pedia por mais uma goleada. Alecsandro escorou de cabeça para as redes e os abraços começaram a ficar mais apertados no Beira-Rio. E foi só Taison fazer o terceiro para que as gargalhadas estourassem. Todos logo lembraram do Caxias. E ainda viriam outros dois - outro de Alecsandro e um de Bolívar (sim, até ele fez!). Enfim, 5 a 0 no Guarani de Campinas.

Agora, diga-se a verdade: o Guarani é quase um Aurora. Sim, pois um rebaixado do Paulistão não serve nem para espalitar os dentes. Presa fácil, muito fácil. No entanto, nada tira os méritos do "Rolo", que se aproveita justamente da fragilidade do inimigo para massacrá-lo e tirá-lo para dançar. Resta saber se alguém no Brasil será capaz de emparelhar na dança do Internacional.

terça-feira, 21 de abril de 2009

De Coxa inchada

Ele quer vingar seu ego

O Coritiba perdeu, no domingo, para o Iraty, por 1 a 0. Calma, eu não estou louco, não! Já chego lá. Pois bem, com esta derrota, o Coxa deu praticamente adeus ao Campeonato Paranaense. Por isso, ao fim da partida, a torcida foi à loucura. Os alviverdes queriam a cabeça do técnico Ivo Wortmann. E ela rolou.


Esta história não te lembra algo? Não parece o que aconteceu com Celso Roth no Grêmio? Não só parece, como a própria diretoria do clube curitibano teve um lampejo: o nome do ex-treinador gremista surge como primeiro na lista de substitutos. Sim, exatamente, o velho Juarez. No entanto, se você, torcedor tricolor, está dando risadas com esta notícia, recolha os dentes na boca. Se contratado, Roth montará um time competitivo (claro, esta é sua especialidade). Não descarto a possibilidade de auto-implosão em pleno Brasileirão, mas que o Coxa vai melhorar, ah vai! Não quero dizer com isso que agora o "patinho feio" virou cisne. Não! Se pegares o retrospecto de Celso, verás que ele monta boas equipes. Depois as desmonta, é verdade. No entanto, não é a isso que quero me ater.


Trago à tona tal fato porque lembrei de Vágner Mancini. Lembra do modo como ele foi embora do Grêmio no ano passado? Com raiva da diretoria gremista. Você sabe como Roth saiu do Olímpico? Exatamente igual, praguejando os cartolas da Azenha. E agora, lembra de quando Mancini, então treinador do Vitória da Bahia, cruzou pela frente do Grêmio? Saiu 4 a 2 para os rubro-negros baianos. Então, pense comigo: o que vai acontecer quando Grêmio e Coritiba se cruzarem pelo certame nacional? Ai, ai, Juarez, tu não desembarcarás em Porto Alegre desse jeito.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Taison e mais dez

Assim poderá se dizer ao tentar listar a seleção do Campeonato Gaúcho de 2009: Taison e mais 10. No entanto, trato logo de escalar meus onze melhores, além do professor incumbido de organizar esta constelação.

Goleiro: Existem os que clamem por Victor (Grêmio). Acontece que, assim como aconteceu nas demais posições, o tricolor porto-alegrense não repetiu grandes atuações, sendo prejudicado em grande parte devido à utilização dos seus reservas. Desta forma, entre os goleiros, destacaram-se Muriel (Caxias) e Goyco (Inter-SM). Mas, escolhi o grandalhão André (Ulbra) como o número 1 da minha seleção.








Lateral-direito: Ruy (Grêmio) iniciou o campeonato de forma magnífica, marcando até gols, inclusive. No entanto, no gol de Índio, na decisão da Taça Fernando Carvalho, ele teve participação negativa ao dar posição para o colorado marcar. Além do mais, a contusão que o tirou do regional, abriu brechas para que outros nomes surgissem. Minha opção, portanto, é Cicinho (Juventude) - com destaque para o belo gol que marcou contra o Esportivo, em Bento Gonçalves.




Zagueiro: O primeiro nome que surge, sem dúvidas, é o de Índio (Inter) - o "Homem Gre-Nal". O zagueiro mais artilheiro do Rio Grande do Sul teve grande importância para que o titulo colorado se concretizasse.









Zagueiro: Mesmo que seu time tenha tomado oito gols na decisão, Santín (Caxias) completa a dupla de zaga deste Gauchão. O uruguaio deu a força e a experiência que faltava à equipe grená.











Lateral-esquerdo: Nem Kléber (Inter), Jadílson (Grêmio) ou Fábio Santos (Grêmio). Brida (Caxias) foi novamente o dono da ala-esquerda, mesmo muito contestado pela torcida. Vale lembrar que no ano passado, quando ainda atuava pelo Sapucaiense, já havia acumulado boas apresentações.







Volante: William Magrão (Grêmio) bem que poderia estar aqui. Mas sua saída precoce do certame - por lesão - deu a oportunidade para outro garoto mostrar trabalho. Sandro (Inter) herdou a função de Edinho e não tremeu.











Volante: O "Fenômeno" está no RS. Não, não é Ronaldo, é Guiñazu (Inter). Ele é realmente fenomenal, inexplicavelmente incansável. O capitão colorado, que ergueu as Taças Fernando Carvalho e Fábio Koff, é o meu segundo volante.











Meio-campo: Mesmo que não tenha a titularidade no seu clube, Andrezinho (Inter) pode colocar em seu currículo as grandes atuações deste Gauchão. No período em que D'Alessandro (Inter) esteve lesionado, o meio-campista tomou conta da posição e marcou alguns gols.







Meio-campo: Uma das boas surpresas do campeonato levou a Ulbra à semi-final. Não fosse o Inter no caminho, Léo Dias (Ulbra) poderia ter dado mais trabalho ainda aos adversários. Foi tão bem que após a desclassificação do seu time foi contratado pelo Juventude para disputar a Série B.








Atacante: Este é o grande nome do Gauchão. É unanimidade. Taison (Inter) voltou para 2009 com uma nova faceta: a de artilheiro (pelo regional, 15 gols). Ruma para ser a grande estrela do centenário colorado.








Atacante: Mesmo sem ter a estatura comum dos jogadores desta função, Marcos Denner (Caxias) pode ser apontado como o dono da camisa 9. Baixinho, rápido e muito forte, preocupou as defesas adversárias.






Técnico: Não há Campeonato Gaúcho sem revelações na casamata. Tite (Inter) já bebeu desta água em 2000. Este ano, Argel (Caxias) e Tonho Gil (Ypiranga) deram bons resultados a seus clubes. Entretanto, Gilmar Iser (Juventude) foi o responsável pela nova cara da sua equipe, que sequer havia se classificado na primeira fase.

domingo, 19 de abril de 2009

O Rolo Compressor voltou!

Guiñazu levanta a 39ª taça colorada em estaduais - Foto: Jefferson Bernardes
Caxias do Sul está de luto. Aos rivais Ca-Ju, resta a solidariedade de um para o outro. Achei que nunca iria se repetir um 8 a 1 em finalissima. Entretanto, contra o Juventude, pode se dizer que existia uma certa raiva, por parte do time colorado, louco para rasgar a touca verde - o que explica, em parte, o alto escore do campeoanto passado. Mas e hoje, o que explica os 8 a 1 contra o Caxias? Logo, surge uma hipótese: Fernando Carvalho exigiu, no começo do ano, vitória em todos os campeonatos de 2009. Só isso responde tamanha aplicação tática do "Clube do Povo". Para alegria dos vermelhos, e tristeza dos grenás.

Nem o torcedor mais otimista imaginou que o Gauchão viria desta maneira. Bela atuação do meio-campo colorado. Um Sandro exuberante, um Guiñazu incansável, um D'Alessandro quase bailarino e um Magrão goleador. Também não há o que falar de Taison e Nilmar - os artilheiros do certame. A zaga não comprometeu e, desta vez, Kléber ainda apoiou o ataque. Apresentação simplesmente perfeita. Claro, há de se ressaltar o fato de que a marcação do Caxias foi falha, deixando que os meias rubros trocassem passes facilmente. No entanto, hoje, o Inter comprovou que de qualquer maneira seria o campeão gaúcho (com merecimento, diga-se). Afinal de contas, uma equipe com o melhor ataque, melhor defesa, goleador, maior número de pontos e invicta não poderia ter outro destino.

O que mais importa, passado o jogo desta tarde, é a motivação com que os colorados olham para o futuro. A campanha deste Gauchão alça o Inter, sem falsa modéstia, aos favoritos de qualquer campeonato que se dispute. A esperança é que o ano seja diferente do antes promissor 2008. Todos sonham com uma reedição do Rolo Compressor dos anos 40. Ou seria o bendito "Rolinho", de Larry e Cia., voltando à tona? Enfim, o que qualquer colorado espera para este ano é que o capitão vermelho erga uma taça nacional. E, para os supersticiosos, Guiñazu (o atual dono da braçadeira) veste a mesma 5 que Falcão tanto honrou no tri brasileiro invicto de 1979. Pressagio? Veremos...

sábado, 18 de abril de 2009

Um conhecido no ninho

Argel dando um carrinho em Gre-Nal nos anos 90
Se do lado vermelho, o técnico Tite terá de vergar sua ex-equipe para levantar o caneco estadual, do lado grená não será diferente. Argel Fucks terá a mesma missão de seu adversário. Sim, o atual treinador do Caxias foi revelado pelas categorias de base do Inter. Por isso, para se sagrar campeão gaúcho, Argel terá de esquecer, temporariamente, seu coloradismo.

O zagueiro Argélico Fucks surgiu em 1992, no Internacional, participando do grupo que veio a ser campeão da Copa do Brasil. Depois disso, cruzou por Tokyo Verdy, do Japão, Santos, Porto, de Portugal, Palmeiras, Benfica, de Portugal, Racing Santander, da Espanha, Cruzeiro, Ulbra e Zhejiang Lücheng, clube chinês. Após pendurar as chuteiras, em 2007, iniciou a carreira de treinador, quando levou o Mogi Mirim à Série A do Paulistão. Em 2008 se destacou na terceira divisão do campeonato nacional comandando o Guaratinguetá. Nesse ano, chegou ao SER Caxias no início de fevereiro, substituindo René Weber (demitido após péssima campanha na Taça Fernando Carvalho). Agora, criador e criatura são a sensação do certame - principalmente depois de golear o Grêmio Porto-Alegrense e desclassificar o Juventude, em pleno Alfredo Jaconi.

Entretanto, mesmo que não receba a faixa no peito, Argel pode se gabar de ter chegado na decisão. Claro, pois a perspectiva do torcedor grená no início do ano era de fuga do rebaixamento. Contudo, para quem acompanhou a carreira do defensor raçudo, sabe que muitas vezes o futebol-arte pode até faltar, mas a garra jamais. Por isso, o Beira-Rio que se prepare: domingo, onze "Argéis" entrarão em campo pelo Caxias.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Titubeando entre o ontem e o hoje

Tite comemora o Gauchão de 2000 - Foto: Mauro Vieira
Domingo, Tite estará frente a frente com a sua origem. Para se sagrar campeão gaúcho pela terceira vez, o treinador terá de derrubar a equipe que o projetou para o futebol. Sim, para quem não sabe, o atual técnico do Inter foi futebolista profissional e teve como seu primeiro manto o grená caxiense. Pois agora terá de cuspir no prato em que comeu, rasgar a camisa que vestiu, tripudiar nos amigos que conquistou. Enfim, isso se quiser manter a cabeça no cargo colorado. O que não se duvida, né?!

Em 1978, aos 17 anos, Adenor Leonardo Bacchi nascia para o futebol sob o pseudônimo que carrega até os dias atuais. Como meio-campista, atuou pelo Esportivo, de Bento Gonçalves, e pela Portuguesa, de São Paulo. Entretanto, alcançou seu auge no Guarani de Campinas, em 1986, quando chegou ao vice-campeonato brasileiro e encerrou a carreira precocemente, aos 27 anos. Vale lembrar que foi também pelas cores do Caxias que Tite venceu seu primeiro Gauchão como técnico. O ano era 2000 e o adversário era o Grêmio, de Ronaldinho Gaúcho. Não houve empecilhos. No ano seguinte já estava debaixo da casamata gremista, levantando o caneco da Copa do Brasil pelo clube porto-alegrense. Grande ascenção para um simples "professor" de interior. Tudo graças à sua competência e ao SER Caxias - a quem, declaradamente, deve muito.

Pois, curiosamente, Tite terá de desbancar seu passado para pensar em um futuro. Vencendo o Caxias pelo Gauchão, terá de bater o Guarani, quarta-feira, pela Copa do Brasil. Ou seja, seus primeiro e último clubes como jogador. Grande teste para o sempre passional e, ao mesmo tempo, calculista Adenor Bacchi. Contudo, por aí mora o perigo. Basta sair vitorioso destes embates, para que seja declarado um semi-deus no Beira-Rio. Por outro lado, se perder nem que seja um dos confrontos, não faltarão torcedores a dizer: - Não adianta, o Tite é gremista mesmo!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Maldição do primeiro lugar

Boca era o 11º, mas saiu campeão
O ditado é clássico: "os últimos serão os primeiros". Mas e o contrário, se repete? Bom, pelo menos, se tratando de Libertadores da América, é praticamente isso. Desde que o regulamento do torneio faz o cruzamento de oitavas-de-final privilegiando as melhores campanhas, o primeiro colocado na classificação geral jamais se sagrou campeão. Trago à tona este dado porque, terminado o jogo ontem, gremistas do país inteiro inflaram por estar em primeiro lugar entre todas as equipes do certame. Inclusive,a própria diretoria tricolor exaltou este feito. Mas, pelo que parece, esta liderança simbólica costuma iludir. Veja só.

Quando, em 2005, o melhor colocado passou a decidir contra o de menor pontuação - tendo, ainda, a vantagem do segundo jogo em casa -, a maldição se fez presente. Naquela oportunidade, o River Plate (que conquistou 16 pontos na primeira fase) caiu na semi-final para o São Paulo. Já o tricolor paulista, que viria a ser o campeão, ostentava a quinta melhor campanha com 12 pontos. Um ano depois, o Inter foi mais longe. Teve a segunda melhor pontuação (14 pontos) e mesmo assim levantou o caneco. Já o Vélez Sarsfield, primeiro, com 16 pontos, caiu nas quartas-de-final para o Chivas, que sequer foi finalista. A maldição também se fez presente nas duas últimas oportunidades, quando Boca e LDU (últimos campeões) classificaram-se em segundo lugar nos seus grupos, ambos com 10 pontos e em 11º no quadro geral. Em 2007, o Santos, que caiu na semi para o Grêmio, obteve a melhor pontuação. Em 2008, o Fluminense, de Renato Portaluppi, era o dono do "abacaxi", e perdeu na finalíssima, em um Maracanã lotado.

Mas, afinal de contas, é tão importante assim estar entre os primeiros? Bom, se o time souber fazer seu dever de casa, é um grande feito. No entanto, depende do tamanho desta tarefa. O próprio Grêmio, em 2007, teve a chance de decidir em casa uma Libertadores. No entanto, os 3 a 0 dificultaram um pouco a virada no Olímpico. Por isso, antes mesmo de comemorar uma boa colocação, reveja a tabela. Quem será seu próximo adversário? Às vezes, tamanho não é documento, e número de pontos não quer dizer nada. Que o diga o Grêmio de Jardel e Cia. Por isso, não nos deslumbremos com pouco, muito pouco.

Contra-ataque mortal

Grêmio tem agora a melhor campanha da Copa - Foto: Roberto Candia
Era a equipe que mais amedrontava. Se derrotado, o Grêmio perderia a liderança do grupo. E talvez este tenha sido o combustível gremista. Já, para o lado adversário, os dois gols "brasileiros" calaram as expectativas. Enfim, Grêmio 2 a 0 no Universidad de Chile e mais classificado do que nunca para a próxima fase da Taça Libertadores. Agora, ao que tudo indica, encaminhará uma das melhores, senão a melhor, campanha do certame continental. Resta bater no indefeso Boyacá Chicó, em casa.

Quando a bola rolou pela primeira vez em Santiago, os otimistas se calaram. Os pessimistas já pressentiam o pior. Os gaúchos eram espremidos em seu campo de defesa, e envolvidos pelos rápidos avantes chilenos. O único jeito de chegar à frente era em contra-ataques ou em bolas paradas. Pois foi exatamente assim que o Grêmio decidiu o jogo a favor de si. No fim da primeira etapa, Léo inaugurou o placar de cabeça - justamente quando o Universidad se fazia grande. Na volta ao segundo tempo, os andinos estavam loucos. Queriam empatar a todo custo. E quase o fizeram, não fosse mais uma boa atuação de Victor (o melhor goleiro, há horas, em atividade no Brasil). E, novamente, quando o torcedor gaúcho já temia o castigo, encaixou-se um contra-ataque mortal. Gol de Máxi Lopez, em um passe magnífico de Souza - o garçom da noite, já que fez a assistência para o outro arremate também.

Pela primeira rodada da Libertadores, Grêmio e Universidad se enfrentaram em Porto Alegre. A torcida que assistiu àquele jogo, viu o tricolor massacrar "La U" sem piedade, e mesmo assim não marcar sequer um gol. Hoje, os chilenos que foram ao estádio Nacional, viram exatamente o contrário. Era o Grêmio quem se defendia, enquanto o Universidad atacava inconsequentemente. Pois, para o espanto dos admiradores de futebol, não é que o "Imortal" venceu justamente a partida que jogou pior?! Alguns dizem que a culpa é de Roth, um pé frio convicto. Outros apostam que as vitórias têm vindo por causa de um melhor entrosamento da equipe. Mas, em um quesito os dois lados concordam: jogando bem ou mal, o importante é vencer sempre! Isso não cheira a Felipão?

terça-feira, 14 de abril de 2009

Coincidências de Autuori

No São Paulo, campeão do mundo - Foto: Ricardo Duarte
Digamos que Paulo Autuori seja mesmo o novo tecnico do Grêmio. Será a segunda vez que o treinador assume uma equipe em meio a Copa Libertadores. Na outra feita, o clube a contratá-lo foi o São Paulo, em 2005. E, para quem não lembra, o tricolor paulista sairia campeão continental (contra o Atlético Paranaense) e, depois, mundial (frente ao Liverpool). Será o prenúncio de sucesso no Grêmio? Vejamos.

Até meados de abril de 2005, o comandante são-paulino era Émerson Leão. Porém, o ex-goleiro
abandonou a casamata após receber uma grande oferta do Vissel Kobe, do Japão. Desta forma, neste quesito, as duas histórias se diferenciam - já que no caso do antecessor gremista, Celso Roth, a recisão veio após a terceira derrota consecutiva em clássico Gre-Nal. Do lado paulista, Leão saiu privilegiado pela diretoria por levantar o caneco do campeonato estadual. Aqui, no sul, Roth foi praticamente excomungado do Olímpico justamente por ser desclassificado do certame regional. Já, se tratando de Libertadores, Autuori assumiu o São Paulo em 2005 da mesma forma que pega o Grêmio atualmente: em 1º lugar no grupo. E, a maior coincidência de todas cabe ao adversário de ambas equipes, que precedeu a vinda de Autuori. Se agora os gaúchos terão de enfrentar o Universidad de Chile; quatro anos atrás, os paulistas foram a Santiago e empataram em 1 a 1 com este mesmo Universidad. E, pasme, o São Paulo foi escalado por um técnico interino, já que Autuori ainda não havia assumido. Era a penúltima rodada da primeira fase.

Entretanto, se a confiança já infla os pulmões do torcedor, nem tudo é festa. Vale relembrar que o São Paulo FC estava encaixadinho e com o caneco do Paulistão no armário antes mesmo de Autuori pisar no Morumbi. Além do mais, a diferença abismal entre o tricolor paulista de 2005 e o tricolor gaúcho deste ano passa longe das quatro linhas. Na verdade, o que dirá se Autuori repetirá as conquistas, será a competência da diretoria gremista (e não apenas as possíveis coincidências históricas). Deve se rememorar que, há quatro anos, os paulistas não demoraram tanto tempo para trazer o treinador. Contudo, se você não acredita em coincidências e, inclusive, é até adepto da idéia de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, comece a temer pelo pior. Afinal de contas, o xeique disse que só liberará Paulo Autuori em maio. Até lá, talvez, só restará o Brasileirão como consolo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O último campeão invicto

Jogaores do Ju comemoram em pleno Beira-Rio - Foto: site Juventude
Ao vencer a Ulbra ontem, o Inter se candidatou, enfim, ao título invicto do Gauchão. Tal conquista daria uma apimentada a mais no debate entre colorados e gremistas. Há anos os rubros gabam-se pelo troféu do Brasileirão de 1979. Em 23 jogos, o Inter conseguiu 16 vitórias, e nenhuma derrota - fato inédito desde então. Em contrapartida, os tricolores apresentam a tese de que seu clube conseguiu conquistar três taças de forma invicta - as três primeiras Copas do
Brasil vencidas pelo Grêmio (1989, 1994 e 1997). Foram, ao longo destas competições, 30 jogos e 19 vitórias sem uma única derrota. Desta maneira, ambas torcidas travam uma discussão sem fim para descobrir quem é melhor. Porém, pelo torneio estadual - que teoricamente pareceria mais fácil que certames nacionais - a invencibilidade da dupla Gre-Nal não se repete há muitos anos.

A última vez que os vermelhos ganharam o Gauchão sem derrotas ocorreu em 2002. Acontece que, naquele ano, o Inter jogou apenas 5 partidas, pois adentrava apenas na segunda fase da competição. Desta forma, desconsideraremos tal feito. Iremos é rememorar o ano de 1974, quando a grande equipe do Beira-Rio levantou o caneco após vencer os 18 jogos do certame (marca jamais igualada). Já o Grêmio, tem seu último campeonato invicto datado em 1965, quando, em um campeonato de pontos corridos, de ida e volta, somou mais pontos que os adversários e vestiu a faixa de melhor do Estado. A partir disso, alguém poderá levantar a tese de que, em tempos atuais, é muito mais difícil erguer taças sem perder. Pois eu trato de lembrar doutra equipe que, tirando a dupla porto-alegrense, mereceu o título de "Invencível".

Em 1998, o Juventude, de Lori Sandri, sagrou-se campeão após 10 jogos, tendo vencido cinco deles e empatado os outros cinco. Novamente a palavra "invicto" aparecia na boca do povo gaúcho. Mas não por obra de vermelhos ou azuis. Era o verde, dos juventudistas, que descia a Serra para assombrar o Rio Grande do Sul. E, por incrível que pareça, depois da "Papada", nenhum outro clube chegou ao mesmo patamar. Nenhum outro mereceu tanto destaque. E olha que se passaram 11 anos desde então. Por isso, se o Internacional, de Tite, erguer o caneco no domingo que vem, contra o Caxias, não causará inveja apenas a gremistas, mas derrubará sua velha touca do altar. Será que o lado verde de Caxias do Sul torcerá pelos grenás desta vez? Veremos.

domingo, 12 de abril de 2009

Chocolate de Páscoa

D'Ale comandou a vitória - Foto: Mauro Vieira
Já está virando rotina. Os 4 a 0 hoje, diante da Ulbra, alçam o Inter à final da Taça Fábio Koff
e animam a torcida. Ainda mais em um domingo de Páscoa, quando o Beira-Rio cheirava a chocolate, não poderíamos ter outro resultado. Mais uma goleada, com grande atuação coletiva. Nilmar (de cabeça), Alecsandro (de calcanhar), D'Ale (de pênalti) e Rosinei (em jogada própria), anotaram os tentos.

Do meio para a frente, os colorados foram impecáveis. Mesmo desfalcados de Guiñazu e Taison, os rubros entraram em campo dispostos a não comprometer a boa campanha. D'Alessandro apresentou mais uma vez o futebol que o transformou em ídolo da massa, e Alecsandro atuou durante os 90 minutos com um fôlego impressionante. Aliás, seu gol foi belo. Entretanto, mesmo com um escore alto, sem dúvidas, o ápice da partida ocorreu quando Lauro defendeu o pênalti e o rebote na sequência. Redimiu-se das últimas más atuações e fez a galera pular na arquibancada. Porém, as falhas na zaga se fizeram presentes de novo, e já preocupam para o resto do ano. Álvaro, Bolívar e Kléber não vivem boa fase. E a má notícia da noite foi Nilmar, que torceu o tornozelo e abandonou a partida.

Agora, pela finalíssima, o Inter terá de derrotar o Caxias para erguer o Gauchão 2009. E, mesmo que o confronto esteja marcado para a casa dos colorados, não vai ser tarefa fácil. Hoje à tarde, a equipe comandada pelo técnico Argel derrotou seu rival - Juventude - por 2 a 0, em pleno estádio Alfredo Jaconi. Além disso, vale lembrar que os grenás já enfiaram quatro no Grêmio. Será que Tite provará do próprio veneno? Para quem não lembra, o atual treinador colorado estava no Caxias quando, em 2000, bateu o tricolor de Porto Alegre e conquistou o estadual. Certamente os caxienses darão a vida em campo. Entretanto, só por não enfrentar a touca do Ju na final, já vale a comemoração do lado vermelho. Meia taça encomendada.

sábado, 11 de abril de 2009

Alah, meu bom Alah!

Se o xeique deixar, ele vem
Olhando o momento atual, a vida do Grêmio na Libertadores é preocupante. A lateral-direita está órfã de Ruy. No meio-campo, apenas Adílson defende, depois que William Magrão se contudiu. Já os avantes nada mais são do que incógnitas. E, a comandar todo esse batalhão de improvisos, há um treinador interino. Ou seja, somente o goleiro Victor é unanimidade. Mesmo assim, o tricolor não deve temer por uma desclassificação precoce. O Grêmio irá passar para a próxima fase assim como uma ala de carnaval que avança lentamente pela Sapucaí - com direito à marchinha (ôôô, Aurora!).

A diretoria também sabe disso. Sabe que este grupo 7 é mais fácil que Gauchão sem arquirrival. Porém, conhece o fato de que a partir das oitavas-de-final o caldo engrossa. A partir dali, Boca Juniors, Nacional, São Paulo e Libertad começam a aparecer no caminho. E aí, meu amigo, não há Jonas que se torne esperança de gols. Por isso o desespero por reforços. Por isso se fala tanto na contratação de técnico renomado e experiente. Acontece que, para tanto, os gremistas deverão ler muito "Ali Babá e os Quarenta Ladrões". Saber de cor o que aconteceu nas "Mil e uma noites". Por que de lá, das bandas orientais, virão os novos nomes, os reforços, os alentos. O primeiro, e mais importante deles, se chama Paulo Autuori. O técnico bicampeão da Libertadores e campeão mundial pelo São Paulo quer vir para Porto Alegre. Cansou do Catar, das dunas, do Alladin. No entanto, para que abandone de vez as arábias, tem mais um campeonato pela frente (seu time, o Al-Rayyan, disputa o título com o Al-Gharafa, de Fernandão).

Outro nome que há tempos eriça o lado azul atende pelo nome de Renato. Não, não é o Portaluppi, é o meia, ex-Flamengo. O atleta, que atualmente defende as cores do Al-Shabab, dos Emirados Árabes, encheu o saco do Alcorão. Não vê a hora de pisar em solo verde, em pátria mãe. Quer voltar ao Brasil. No entanto, sua situação é parecida com a de Autuori, dependendo apenas da boa vontade do xeique que manda no clube. O diretor executivo tricolor, Mauro Galvão, já cogitou sua ida ao Oriente, a fim de ajudar na repatriação do atleta. Entretanto, recomendo à massa azul que esqueça, nem que seja por enquanto, da Alma Castelhana. Faz de conta que somos vizinhos dos árabes, e não dos portenhos. Vamos ajoelhar nas Mesquitas e orar por Alah. Tudo é valido, desde que a segunda fase da Libertadores seja menos assustadora do que nos parece agora.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Rachaduras no navio

Julinho revelou craques e ergueu taças - Foto: Mauro Vieira
O universo conspirava contra o Grêmio. Para muitos, a própria FGF queria ver a desgraça do tricolor ao elaborar um calendário "esdrúxulo". Outros cantavam aos quatro cantos que a culpa para todo e qualquer insucesso ocorrido na Azenha cabia ao (ex) técnico Roth. Houve aqueles que desfizeram do Gauchão e do Gre-Nal, já que estavam em meio a uma Libertadores - mas, mesmo assim, apoiaram a idéia de apedrejar a loja do clube quando o time afundou no estadual. E, mais absurdo ainda, existiram torcedores que esqueceram de tudo isso após uma vitória contra o fraquíssimo e já desclassificado Aurora.

Pois eu lhe digo, meu amigo, que a falha vai muito além da vã consciência "rotheana". O trio Meira, Krieger e Kroeff é quem manda no Grêmio. E todo este momento estapafúrdio iniciou no dia 08 de janeiro. Nesta data, o diretor executivo, Rodrigo Caetano, abandonava o Olímpico para trabalhar pelo Vasco da Gama. Caetano pegou o Grêmio destruído em 2005 e conseguiu o levar à final da Libertadores dois anos depois. Era responsável pelo olhar clínico que soube tanto aproveitar os jogadores da base, como buscar reforços de peso e com preços viáveis. Para seu lugar, o presidente contratou Mauro Galvão, ou seja, trocou um administrador de empresas com especialização em gestão empresarial por um "ex-ótimo zagueiro". Isso é profissionalismo? Depois disso, após o terceiro clássico sem vitória, Celso Roth foi mandado embora. Ele era o bode expiatório. A partir de então, a torcida clama por Renato Portaluppi, enquanto a diretoria corre atrás de Paulo Autuori. Mas me diz uma coisa, quem é que paga o ingresso?! Quem mantém os salários dos jogadores em dia?! O torcedor, ora! Ele tem o direito de reivindicar e o dever de ser ouvido. Mas a ditadura, parece, está instalada na Azenha. Grande exemplo disso é a manutenção de Marcelo Rospide, ex-auxiliar técnico, para o cargo de treinador emergente dos profissionais.

Aonde foi parar Julinho Camargo? Sim, aquele gordinho, que há cinco anos treinava os juniores do Grêmio. Por que não chamaram ele para o lugar de Roth? Pelo menos para ficar "enquanto o seu lobo não vem". Afinal, Camargo tem em seu currículo o lançamento das últimas grandes feras advindas das categorias de base, bem como Anderson, Lucas, Carlos Eduardo, Felipe Mattioni, Léo e Rafael Carioca. Mas, como tudo que acontece no Monumental, aquele que é bom vai embora. Pois hoje, cansado de não ter vez entre os profissionais, Julinho pediu demissão. Recebeu um convite para ser auxiliar de Carpegiani, no Vitória da Bahia. Foi mais um a abandonar o navio antes que ele naufrague. Enquanto isso, a diretoria filosofa sobre quem será o próximo treinador. E eu pergunto: será que este treinador chegará a tempo da Libertadores? Ao que parece, com o rumo que as coisas andam tomando, nem a taça mais cobiçada das Américas quer se instalar no Olímpico.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A mística da 16

Jardel era o 16, Máxi quer seguir os passos
No Beira-Rio, depois que o contestadíssimo e desacreditado Adriano Gabirú encaçapou o Barcelona e encomendou as faixas de campeão mundial, o número 16 virou amuleto. Ele até pediu para o técnico Abel Braga o inscrever na Libertadores seguinte com a mesma numeração, tamanha sorte dada. Nada ocorreu. Afundou junto com o Inter no ano de 2007 e foi até dispensado pela diretoria. Voltou ao inferno (e sem a camisa mágica).

Do outro lado do Rio Grande, um outro nordestino já havia marcado território dez anos atrás utilizando o mesmo 16 às costas. Mário Jardel Almeida Ribeiro veio como refugo do Vasco e dispontou no Grêmio. Só não fez chover naquela Libertadores de 95 porque seu negócio não era meteorologia. Era gol mesmo. Saiu idolatrado do Olímpico, campeão da América - sendo até mesmo o artilheiro da competição com 12 gols -, além de campeão gaúcho e da Recopa no ano seguinte. Torcedores choravam quando o "testa de ouro" embarcou rumo a Portugal. Tentaram até um "Fica, Jardel". Nada o parou. Jardel e Beatles chegam a ter a mesma fama, inclusive. Tanto é que todo verdadeiro fã sonha com o dia em que ele irá voltar.

Eis que surge Máxi Lopez - "La Barbie". O novo camisa 16 do Grêmio. A esperança de gols dos gremistas para esta Libertadores. O motivo de toda jogada aerea que acontece no Olímpico. O que, no entanto, mais espanta é que, apesar da pouca idade (25 anos), Máxi já rodou por vários clubes, incluindo o poderoso Barcelona, da Espanha. Mais espantoso ainda são seus números. Tido como o principal centroavante tricolor para este ano, Lopez ostenta míseros 28 gols em toda carreira - computando já os dois anotados com o manto Imortal. Ora, Alex Mineiro, atleta do mesmo Grêmio e concorrente direto do argentino, fez 37 apenas no ano passado! Máxi Lopez não tem credenciais, mas, para uma torcida ainda órfã de Jardel, ele é a ficha da vez. E, torce a Geral, muitas chupadas de dedo (comemoração do jogdador) ainda virão. O que não faz uma camisa 16!

Inter dos anos 90 em Campinas

Taison, a salvação da noite - Foto: Ari Ferreira
Essa foi a visão do torcedor antigo. Aquele que precede o título Mundial. O Inter não merecia a vitória. Um empate representaria o que houve. E antes que alguém me bata, eu digo: pelo menos, os 2 a 1 vieram. Agora, para um modesto Guarani de Campinas, foi pouco, muito pouco.

Não fosse Taison, a noite seria digna da década de 90. Daquelas que o Colorado tinha tudo para ganhar, mas pecava no final. Pois foi isso que assisti. Um gol no finalzinho bota um pouco de intranquilidade na massa vermelha. A defesa - salve Índio - entra no purgatório. Lauro mostra toda a insegurança que o colocou na reserva do Cruzeiro. Álvaro foge daquele jogador que se destacou na Sul-Americana, chegando a falhar no gol adversário. Bolívar dispensa comentários, chega a ser ridículo. E Kléber, esse segue como titular apenas pelo nome, pois Cordeiro pede passagem. Entretanto, de todas as presenças, a que menos se explica é a existência inicial de Glaydson. Ora bolas, e por que o Guiñazú saiu no segundo tempo? A única desculpa possível seria o cansaço do gringo. No entanto, se o capitão cansou, é um fato raro. É a primeira vez que vejo isso.

Tite não foi bem hoje. Escalou mal, mexeu mal. Lembrou-me dos tempos áureos do Roth no Inter. Aliás, O próprio Inter não foi bem. Há quem ressalte o areial do Brinco de Ouro. Mas, ah, pelo amor de deus... Já havia encaçapado o Guarani, quando entregou um gol. Agora terá a volta no Beira-Rio. Espero que essa pequena frustração, por não classificar de primeira, não prejudique a próxima atuação. E, sabe, por um lado, é bom. A goleada iria fazer com que os rubros subissem nas tamancas. Espetáculo, deixa pros cariocas. É melhor comer pelas beiradas. E, agora, a vantagem é do lado de cá.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Passaporte carimbado

Rafa pede carimbo após marcar - Foto: José Doval
Era o úncio resultado aceitável: vitória (seja da maneira que fosse). E, para o azar do ego ferido de Roth, e felicidade da massa azul, veio de uma maneira mais tranquila, assim como muitos acreditavam. A paz está de volta ao Olímpico. Os 3 a 0 no Aurora classificam de vez o Grêmio para a próxima fase e ainda o qualificam para uma das melhores campanhas da Taça
Libertadores. E, temos de convir, é o que se exigirá daqui por diante. Boyacá e Universidad que nos perdoem.

Não foi um passeio, como o escore pode sugerir. É bem verdade que as chances de gol foram todas para o tricolor, mas o volume de jogo passou longe do desejado. A defesa gremista, sim, foi impecável. Sempre com os três guardiões muito bem postos à frente de Victor, nada passou. Os sustos da noite ficaram, mais uma vez, por conta das finalizações perdidas. Nada assusta
mais que isso! Jogadas na cara do goleiro adversário, bolas raspando a trave inimiga e muitos, muitos tiros de meta. Dessa vez, pelo menos, Rafael Marques, Réver e Maxi Lopez (sim, pasme, o Xuxa fez o seu) tornaram a noite um pouco mais suave para o "Imortal". Aliás, eu gostaria de ver Réver e Rafa Marques como dupla de ataque. Eles têm se saído melhores do que os próprios atacantes!

Brincadeiras à parte, agora, o Grêmio deve se guiar na letra da marchinha "Aurora" - entoada a sorrisos pelo torcedor do Olímpico. Ela nos diz: "Se você fosse sincera, ôôôô, Aurora. Veja só que bom que era, ôôôô, Aurora!". E é exatamente o que nos faz pensar. Foi bom ganhar? Claro que foi! Mas, se ganhar dos bolivianos "fosse sincero", a taça já estava na Azenha há horas. Contudo, a apresentação de hoje nos traz exatamente o contrário. Ainda há muito o que melhorar. E a fase eliminatória está aí. Repetindo o ginasta Diego Hipólito, que venham os leões!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Cansados da "rothina"

Quem será o próximo? - Foto: Fernando Gomes
Ontem, Gre-Nal terminado, adentrei o MSN e vi um amigo meu com a seguinte frase: "e segue a rothina...". Isso serve tanto como corneta de um colorado, como desabafo raivoso para um gremista. Desde que o técnico vestiu a jaqueta azul, foram disputados sete Grenais. Nenhuma vitória. Muito pelo contrário, o torcedor assistiu seu rival vencer quatro clássicos seguidos. Além do mais, nenhum caneco foi parar no armário gremista e nenhuma finalíssima ocorreu - nem de Gauchão. O pior trauma de todos foi o Brasileirão do ano passado, quando o Grêmio chegou a ficar 11 pontos na frente do São Paulo (que viria se sagrar campeão posteriormente). Roth encerra um ciclo iniciado ainda em 2008, em 15 de fevereiro - ou seja, mais de um ano de trabalho. Foram 78 partidas abaixo da casamata tricolor: 45 vitórias, 17 empates e 16 derrotas.

A verdade é que o treinador só foi demitido porque sua relação com a torcida era insuportável. Ao que parece, dependesse apenas da diretoria gremista, nada mudaria. Entretanto, o coração do presidente Duda Kroeff falou mais alto. Ao escutar o canto dos colorados no fim da partida, que entoavam "Fica, Celso Roth!", ele não pensou duas vezes. Chamou o "Juarez" no gabinete e arrancou seu quepe. Kroeff enxergou-se como um torcedor, se retirou da condição de cartola e exigiu, assim como toda a massa azul, a demissão do técnico. O que ele iria dizer em casa? Bastava! Ergueu a bandeira tricolor, sentou-se na arquibancada do Olímpico e gritou: "Fora, Celso Roth!".

Contudo, embora pareça oportuno agora, eu penso que culpar o treinador é pouco. O insucesso gremista passa não apenas na casamata, mas circunda toda a diretoria, chega às falhas de planejamento e atinge, finalmente, o incompetente ataque tricolor. Foi um conjunto de erros que derrubou Roth. No fim, para o treinador, que se gabava por disputar uma Libertadores e desfazia do Gauchão, não sobrou nada. Mais humildade da próxima vez, Juarez - se é que terás outra vez por aqui.

domingo, 5 de abril de 2009

Porteiras abertas pro título

Índio presenteia o aniversariante - Foto: Valdir Friolin
Após o Gre-Nal de hoje o Inter está com o caminho escancarado para o bi estadual. O Colorado depositou a segunta mão na taça. Apenas uma bomba nuclear arranca o Gauchão do Beira-Rio. A superioridade rubra é gigantesca. Prova disso são os jogos onde os reservas tiveram de jogar. Imagine agora com os titulares. Claro, ainda pode vir um Juventude pelo caminho. E aí, tudo pode acontecer.

Do que os gremistas não podem reclamar hoje é de seu técnico. Celso Roth armou uma arapuca, pronta para caçar o Saci. Escalou um 4-4-2 e por pouco não saiu vitorioso. Agora, se a reclamação azul for sobre sua própria incapacidade ofensiva, aí está acertado. Já os vermelhos podem gabar-se por possuir um plantel exuberante, uma vantagem de sete clássicos sem perder e de ter Índio: o "homem Gre-Nal". A verdade é que este foi o mais equilibrado de todos os jogos entre os rivais. O Grêmio soube ocupar o meio-campo e não deixava o Inter tocar a bola. O jogo era muito igual, prova disso foi o escore que encerrou o primeiro tempo: 1 a 1 (ambos gols de pênalti). Mas, quando parecia que a decisão viria das penalidades, D'Alessandro levantou da casamata. Dele veio o passe para o gol do zagueiro-artilheiro colorado. Era o Internacional comemorando seu centenário, com uma vitória no centésimo clássico do estádio Beira-Rio.

A verdade que resta absoluta é: Gre-Nal e 2 a 1 pro Inter já virou sinônimo. É a terceira vez consecutiva que o resultado se repete. Ótimo para os vermelhos, ruim para os azuis. Agora os rubros se preparam para derrubar o Guarani, em Campinas, na quarta-feira. Já os tricolores, aguardam pelo Aurora, na terça, e por tempos melhores.

sábado, 4 de abril de 2009

Gre-Nal dos imortais farroupilhas

Lara e Foguinho são os dois primeiros
Metade da taça estava nas mãos dos colorados. Embora pareça, não falarei do presente. Refiro-me a 22 de setembro de 1935. Os gaúchos estavam em meio às comemorações do Centenário da Revolução Farroupilha. O título do Campeonato Metropolitano (Porto Alegre) era praticamente do Internacional. A última rodada do certame marcava um Gre-Nal. Ao Inter bastava um empate, para o Grêmio apenas uma vitória salvaria o ano. E, sabe como é, clássico é clássico.

No lado tricolor, estavam jogadores dispostos a estragar a festa colorada. Entre eles, o lendário goleiro Eurico Lara e o artilheiro Osvaldo Rolla, conhecido pelo apelido de Foguinho. Inclusive, o arqueiro, ídolo da torcida, nem deveria jogar aquela partida. Sofrendo de tuberculose, os médicos o aconselharam a abandonar a carreira. Lara contrariou os doutores e entrou em campo para ajudar sua equipe. Aguentou até o intervalo, quando foi substituído. Porém, a partida se mantia em jejum até o fim do segundo tempo. Os vermelhos já contavam com o empate e com a taça no armário dos Eucaliptos. Até que, a sete minutos do fim, num cruzamento para a área, o zagueiro colorado, chamado Risada, testou a bola pra fora da área, espantando o sonho gremista. A bola caiu nos pés do meio-campista Foguinho. Ele ajeitou com carinho e fuzilou a meta rubra - tal qual Aílton no Brasileirão de 96. Grêmio 1 a 0! A casa colorada desabou, e os azuis ainda tiveram tempo de ampliar o escore com Laci, aos 40 minutos. Estava decretada a imortalidade tricolor.

Encerrada a partida, diretores do Grêmio se comprometeram a lembrar deste título por mais 100 anos, comemorando-o anualmente com um jantar. A promessa é cumprida até hoje. Na lembrança daqueles longinquos 1935, resta um destaque: foi a última partida do guarda-redes Lara. Logo após a partida, ele fora internado no Hospital de Beneficiência Portuguesa, e veio a falecer dois meses depois. Por isso, falar do Imortal é lembrar do "Gre-Nal Farroupilha" e de Eurico Lara - eternizado, posteriormente, no hino gremista. E aí, alguém ainda duvida do tricolor?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cavalo de Tróia no Beira-Rio

Fernandão comemora seu gol - Foto: Mauro Vieira

Não, não vou falar do Gre-Nal deste domingo. Diretamente não, pelo menos. Quero lembrar de outra ocasião onde os rivais gaúchos se enfrentaram quando um deles aniversariava. Sim, já que o próximo duelo ocorrerá no dia 5 de abril - um dia após os 100 anos do Internacional -, irei relembrar uma ocasião parecida. Era o primeiro clássico em campeonato internacional - Copa Sul-Americana de 2004, mais especificamente. O dia era 15 de setembro, ou seja, aniversário do Grêmio (101 anos). Todos estes fatores ajudaram a criar um clima especial para aquela noite. O tricolor disposto a manter sua honra como aniversariante, o colorado querendo estragar a festa. O Beira-Rio era o palco.


O "Imortal" viva o início de seu calvário. Com 9 jogos sem vitória, Cuca era o técnico da vez. O Inter também não vivia momentos de glória, e apostava suas fichas no certame continental. Do lado azul, formaram a equipe: Márcio; Fábio Bilica, Claudiomiro e Baloy; Fábio Pinto, Cocito, Leanderson, Felipe Melo e Cristiano; Cláudio Pitbull e Christian. Para os rubros, Muricy Ramalho escalou Clemer; Álvaro, Vinícius e Edinho; Gavilán, Élder Granja, Marabá, Danilo e Felipe; Rafael Sóbis e Fernandão. Ambos no 3-5-2. Um jogo igual até os 32 minutos da primeira etapa, quando o Inter abriu o placar com Fernandão. A partir de então, os azuis se fecharam na defesa e tentavam manter o escore mínimo. Não houve jeito. Já no fim da partida, o ala-esquerdo Chiquinho, que recém havia entrado, decretou o fim do aniversário tricolor. 2 a 0. Naquela oportunidade, Rafael Sóbis despontava entre os jogadores e saiu consagrado de campo com uma bela atuação. Pelo Grêmio, o destaque coube ao goleiro Márcio, que salvou várias chances de gol. Belíssimo jogo!


Pois desta vez o enfrentamento se repetirá. Claro, é válido pelas quartas-de-final do Gauchão, mas isso não empobrece o duelo. Como fez o Inter em 2004, o Grêmio quer estragar o aniversário do rival. Cabe a Roth fantasiar seu time de cavalo de madeira, para repetir o "presente de grego" dado aos troianos na famosa Guerra de Tróia. Depois é só desejar: "Feliz aniversário, Internacional"!


* Amanhã publico sobre o Grêmio.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O luxo e o lixo

Alegria e desolação - Fotos: Diego Vara e Daniela Xu
Dois times reservas, ambos jogando fora de seus estádios e, mesmo assim, buscando consolidar a primeira colocação de seus grupos. Desta maneira iniciaram o dia Inter e Grêmio. Entretanto, a prática passou longe da teoria - pelo menos para o lado azul.

O Grêmio foi a Caxias do Sul e tomou um sarrafo de 4 a 0, sem dó nem piedade para o SER Caxias. É bem verdade que, de titular, apenas o goleiro Victor. Contudo, esperava-se uma apresentação mais convincente do tricolor. Que nada! Com uma zaga pífia, um meio-campo fraco e um ataque nulo, a tarde foi mesmo de Marcos Denner - o atacante caxiense marcou dois na goleada. Já pelo lado vermelho, uma equipe completa de reservas aplicou impiedosos 3 a 0 no Avenida. Destaque para o garoto Walter, autor de dois.

Sem dúvidas, o povo gaúcho pôde ir aos extremos em questão de horas. Enquanto os gremistas sentiram-se desmoralizados, uns verdadeiros lixos, frente ao clube caxiense; os colorados deram-se ao luxo de golear mesmo utilizando suplentes. Com estes resultados, o Grêmio terminou a primeira fase do certame em 4º lugar, e o Inter em 1º. Assim, se cruzarão pelas quartas-de-final da Taça Fábio Koff. Portanto, teremos um domingo de Gre-Nal. E sabe como é, em clássico, nem sempre a boa fase é preponderante. E o luxo pode virar lixo em questão de minutos. Grande confronto!

Do rebaixamento para a Seleção

Vestisse as cores do Grêmio, seria ídolo - Foto: Diego Vara
Reabilitação da Seleção Brasileira pelas eliminatórias em Porto Alegre, já não é mais novidade há anos. Sequer a atuação desta noite, contra a fraca equipe peruana merece destaque. Muito menos os gols de Luis Fabiano. As entradas de Ronaldinho e Pato no segundo tempo também não alcançaram as expectativas. Ora, então o que salientaremos nestes 3 a 0? Pois eu digo: Felipe Melo.

Certamente, pela extensão do Rio Grande do Sul, uma legião de gremistas levantou da poltrona na hora do gol do citado jogador. Mas não de felicidade. Acontece que Felipe Melo, carioca de nascença, desembarcou em Porto Alegre há cinco anos atrás. O jogador, contratado como craque, "defendeu" o Grêmio naquele fatídico e vergonhoso ano de 2004. Chegado em maio, Melo não conseguiu impedir que o tricolor gaúcho despencasse para a Série B do Campeonato Brasileiro. Sob o comando do técnico Cuca - então treinador gremista -, chegou, inclusive, a atuar pela ala-direita. Mas não convenceu. Saiu fugido do Olímpico a juras de ódio e foi parar no Mallorca, da Espanha.

Pois hoje, não é que ele ousou voltar. Pisou em território porto-alegrense vestindo a amarelinha de número cinco. Na função de volante, Melo (que hoje atua pela Fiorentina) vem sendo titular da Seleção desde o amistoso contra a Itália. E, para piorar sua situação com o "Imortal", apesar de não ter feito uma ótima partida, marcou um gol - o que deve tê-lo firmado ainda mais entre os "homens de confiança" de Dunga. Os gremistas vociferaram. Querem sua morte acima de tudo! "Maldito Felipe Melo! Foi jogar bem depois que saiu daqui, traidor!?". Desarmou uma bola no meio-campo, avançou, prensou com um peruano, adentrou a área e desviou do goleiro. Gol digno de volante raçudo. Bem aos moldes que o Grêmio procura. Maldito traidor!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Convoca o Paraíba!

Paraíba comemora seu gol contra o Paraguai em 2001

Era um sufoco danado! Naquela que talvez tenha sido a mais sofrida classificação para uma Copa do Mundo nos últimos tempos, a Seleção Brasileira veio a Porto Alegre jogar contra o Paraguai em 15 de agosto de 2001. Grande acerto! Precisávamos vencer e Felipão sabia que o povo gaúcho não o deixaria na mão. Convocou uma série de jogadores contestadíssimos - como de costume - e venceu os paraguaios por 2 a 0 no estádio Olímpico. O ápice da vitória ocorreu quando Marcelinho Paraíba, recém saído do Grêmio, decretou o início da vitória canarinho. Ao ver que seu ídolo marcara um gol, a casa gremista vociferou de orgulho: Ah! Eu sou gaúcho!


Pois hoje, oito anos depois, Dunga vem com a mesma missão à capital riograndense. Desta feita, o Peru se atravessa no caminho brasileiro, em uma partida marcada para o estádio Beira-Rio. Somente no treino de ontem a torcida compareceu em peso e demonstrou que apoio não faltará. No entanto, o que me intriga no jogo de logo mais é que não temos um ídolo dos gaúchos para iniciar o duelo contra os peruanos. Dos 11 que provavelmente iniciarão o jogo, apenas o zagueiro Lúcio teve passagem pelos campos vermelhos. É bem verdade, teremos no banco de reservas Anderson, Ronaldinho Gaúcho e Kléber como representantes do ego sulista. Porém, aquele que mais representa esperança aos gaúchos, principalmente para os colorados, é Alexandre Pato. Será ele o novo Marcelinho Paraíba? São jogadores diferentes, em ocasiões desiguais. Em 2001, o "Paraúcho" ostentava 26 primaveras. Já, o atacante patobranquense tem apenas 19 aninhos. E, convenhamos, nestas horas, a experiência faz a diferença.


Na dúvida, pediria para o técnico Dunga convocar Marcelinho Paraíba às pressas. Mas não é o caso. Aquele nordestino de cabeça amarela que defendeu o manto tricolor, já não é o mesmo que hoje atua pelo Coritiba. Nossas expectativas estão voltadas para outro artilheiro - de preferência que seja de alma gaúcha. Acima de tudo, esperamos que nossos representantes não tremam. Até porque, como já salientei, os gaúchos não deixarão Dunga na mão. Que o diga Luiz Felipe Scolari!