O universo conspirava contra o Grêmio. Para muitos, a própria FGF queria ver a desgraça do tricolor ao elaborar um calendário "esdrúxulo". Outros cantavam aos quatro cantos que a culpa para todo e qualquer insucesso ocorrido na Azenha cabia ao (ex) técnico Roth. Houve aqueles que desfizeram do Gauchão e do Gre-Nal, já que estavam em meio a uma Libertadores - mas, mesmo assim, apoiaram a idéia de apedrejar a loja do clube quando o time afundou no estadual. E, mais absurdo ainda, existiram torcedores que esqueceram de tudo isso após uma vitória contra o fraquíssimo e já desclassificado Aurora.
Pois eu lhe digo, meu amigo, que a falha vai muito além da vã consciência "rotheana". O trio Meira, Krieger e Kroeff é quem manda no Grêmio. E todo este momento estapafúrdio iniciou no dia 08 de janeiro. Nesta data, o diretor executivo, Rodrigo Caetano, abandonava o Olímpico para trabalhar pelo Vasco da Gama. Caetano pegou o Grêmio destruído em 2005 e conseguiu o levar à final da Libertadores dois anos depois. Era responsável pelo olhar clínico que soube tanto aproveitar os jogadores da base, como buscar reforços de peso e com preços viáveis. Para seu lugar, o presidente contratou Mauro Galvão, ou seja, trocou um administrador de empresas com especialização em gestão empresarial por um "ex-ótimo zagueiro". Isso é profissionalismo? Depois disso, após o terceiro clássico sem vitória, Celso Roth foi mandado embora. Ele era o bode expiatório. A partir de então, a torcida clama por Renato Portaluppi, enquanto a diretoria corre atrás de Paulo Autuori. Mas me diz uma coisa, quem é que paga o ingresso?! Quem mantém os salários dos jogadores em dia?! O torcedor, ora! Ele tem o direito de reivindicar e o dever de ser ouvido. Mas a ditadura, parece, está instalada na Azenha. Grande exemplo disso é a manutenção de Marcelo Rospide, ex-auxiliar técnico, para o cargo de treinador emergente dos profissionais.
Aonde foi parar Julinho Camargo? Sim, aquele gordinho, que há cinco anos treinava os juniores do Grêmio. Por que não chamaram ele para o lugar de Roth? Pelo menos para ficar "enquanto o seu lobo não vem". Afinal, Camargo tem em seu currículo o lançamento das últimas grandes feras advindas das categorias de base, bem como Anderson, Lucas, Carlos Eduardo, Felipe Mattioni, Léo e Rafael Carioca. Mas, como tudo que acontece no Monumental, aquele que é bom vai embora. Pois hoje, cansado de não ter vez entre os profissionais, Julinho pediu demissão. Recebeu um convite para ser auxiliar de Carpegiani, no Vitória da Bahia. Foi mais um a abandonar o navio antes que ele naufrague. Enquanto isso, a diretoria filosofa sobre quem será o próximo treinador. E eu pergunto: será que este treinador chegará a tempo da Libertadores? Ao que parece, com o rumo que as coisas andam tomando, nem a taça mais cobiçada das Américas quer se instalar no Olímpico.
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