sábado, 4 de abril de 2009

Gre-Nal dos imortais farroupilhas

Lara e Foguinho são os dois primeiros
Metade da taça estava nas mãos dos colorados. Embora pareça, não falarei do presente. Refiro-me a 22 de setembro de 1935. Os gaúchos estavam em meio às comemorações do Centenário da Revolução Farroupilha. O título do Campeonato Metropolitano (Porto Alegre) era praticamente do Internacional. A última rodada do certame marcava um Gre-Nal. Ao Inter bastava um empate, para o Grêmio apenas uma vitória salvaria o ano. E, sabe como é, clássico é clássico.

No lado tricolor, estavam jogadores dispostos a estragar a festa colorada. Entre eles, o lendário goleiro Eurico Lara e o artilheiro Osvaldo Rolla, conhecido pelo apelido de Foguinho. Inclusive, o arqueiro, ídolo da torcida, nem deveria jogar aquela partida. Sofrendo de tuberculose, os médicos o aconselharam a abandonar a carreira. Lara contrariou os doutores e entrou em campo para ajudar sua equipe. Aguentou até o intervalo, quando foi substituído. Porém, a partida se mantia em jejum até o fim do segundo tempo. Os vermelhos já contavam com o empate e com a taça no armário dos Eucaliptos. Até que, a sete minutos do fim, num cruzamento para a área, o zagueiro colorado, chamado Risada, testou a bola pra fora da área, espantando o sonho gremista. A bola caiu nos pés do meio-campista Foguinho. Ele ajeitou com carinho e fuzilou a meta rubra - tal qual Aílton no Brasileirão de 96. Grêmio 1 a 0! A casa colorada desabou, e os azuis ainda tiveram tempo de ampliar o escore com Laci, aos 40 minutos. Estava decretada a imortalidade tricolor.

Encerrada a partida, diretores do Grêmio se comprometeram a lembrar deste título por mais 100 anos, comemorando-o anualmente com um jantar. A promessa é cumprida até hoje. Na lembrança daqueles longinquos 1935, resta um destaque: foi a última partida do guarda-redes Lara. Logo após a partida, ele fora internado no Hospital de Beneficiência Portuguesa, e veio a falecer dois meses depois. Por isso, falar do Imortal é lembrar do "Gre-Nal Farroupilha" e de Eurico Lara - eternizado, posteriormente, no hino gremista. E aí, alguém ainda duvida do tricolor?

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