sexta-feira, 17 de abril de 2009

Titubeando entre o ontem e o hoje

Tite comemora o Gauchão de 2000 - Foto: Mauro Vieira
Domingo, Tite estará frente a frente com a sua origem. Para se sagrar campeão gaúcho pela terceira vez, o treinador terá de derrubar a equipe que o projetou para o futebol. Sim, para quem não sabe, o atual técnico do Inter foi futebolista profissional e teve como seu primeiro manto o grená caxiense. Pois agora terá de cuspir no prato em que comeu, rasgar a camisa que vestiu, tripudiar nos amigos que conquistou. Enfim, isso se quiser manter a cabeça no cargo colorado. O que não se duvida, né?!

Em 1978, aos 17 anos, Adenor Leonardo Bacchi nascia para o futebol sob o pseudônimo que carrega até os dias atuais. Como meio-campista, atuou pelo Esportivo, de Bento Gonçalves, e pela Portuguesa, de São Paulo. Entretanto, alcançou seu auge no Guarani de Campinas, em 1986, quando chegou ao vice-campeonato brasileiro e encerrou a carreira precocemente, aos 27 anos. Vale lembrar que foi também pelas cores do Caxias que Tite venceu seu primeiro Gauchão como técnico. O ano era 2000 e o adversário era o Grêmio, de Ronaldinho Gaúcho. Não houve empecilhos. No ano seguinte já estava debaixo da casamata gremista, levantando o caneco da Copa do Brasil pelo clube porto-alegrense. Grande ascenção para um simples "professor" de interior. Tudo graças à sua competência e ao SER Caxias - a quem, declaradamente, deve muito.

Pois, curiosamente, Tite terá de desbancar seu passado para pensar em um futuro. Vencendo o Caxias pelo Gauchão, terá de bater o Guarani, quarta-feira, pela Copa do Brasil. Ou seja, seus primeiro e último clubes como jogador. Grande teste para o sempre passional e, ao mesmo tempo, calculista Adenor Bacchi. Contudo, por aí mora o perigo. Basta sair vitorioso destes embates, para que seja declarado um semi-deus no Beira-Rio. Por outro lado, se perder nem que seja um dos confrontos, não faltarão torcedores a dizer: - Não adianta, o Tite é gremista mesmo!

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