No século XVII, Cervantes criou dois personagens que entraram no imaginário popular. Toda a vez que se pensa em definir uma dupla perfeita se traz à tona a imagem de Dom Quixote e Sancho Pança. Talvez, no mundo do futebol, nenhuma outra parceria chegue a tal semelhança como Paulo Roberto Falcão e Julinho Camargo – os comandantes do Bahia, que encara o Grêmio nesta quinta-feira.
Juntos, Falcão e Julinho alcançaram dois títulos estaduais, em dois anos de parceria. É bem verdade que, durante este período, a parceria foi quebrada e aí se viu que um sem o outro não é nada. Quando estavam no Beira-Rio, e Julinho decidiu migrar para o Olímpico, no ano passado, Falcão durou apenas 4 jogos sem seu auxiliar técnico (perdeu três deles). Já o fiel escudeiro, sem o comandante à frente, afundou no vestiário tricolor em 6 rodadas do Brasileirão (1 vitória, 3 empates e 2 derrotas).
Agora em Salvador, ambos uniram-se novamente e os bons resultados voltaram a acontecer. Em 26 jogos pelo certame regional, foram 17 triunfos, 6 empates e apenas 3 derrotas - tendo 61 gols marcados e apenas 28 sofridos. Na Copa do Brasil - onde o duelo com o Tricolor gaúcho acontece pelas quartas de final -, os baianos tiveram 5 jogos, com 3 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Foram 10 gols anotados, contra 2 sofridos (sendo que nenhum deles dentro do Pituaçu). É impressionante, mas Falcão e Julinho, juntos, têm resultados totalmente opostos de quando estão sozinhos. São a personificação real do que foram Dom Quixote e Sancho Pança. Resta saber como eles irão se comportar à frente deste moinho de vento chamado Grêmio.
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