terça-feira, 31 de março de 2009

Professor Makelele

Makelele pode ensinar a decidir um jogo - Foto: José Doval
A pedidos do torcedor, time titular contra o São Luiz. Também a pedido da massa azul, uma dupla de ataque diferente da que vinha atuando. Roth, ao que parece, quer fazer as pazes com o torcedor. Entretanto, nem Máxi Lopez ou Herrera salvaram as expectativas tricolores. A noite foi mesmo é dos velhos refugos goleadores. Primeiro, Makelele apareceu à frente e marcou seu quarto gol neste certame. Depois, Reinaldo - o eterno preterido - dominou diante do goleiro e, com calma, driblou e escorou para as redes. Frio e eficiente, como tem de ser um centroavante. Sepultou a equipe de Ijuí, decretando os 2 a 0. E dizer que ambos saíram do banco de reservas.

Mesmo que tenha saído vitorioso do Olímpico nesta noite, o gremista segue temeroso. A ineficiência dos atacantes chegou ao Gauchão. A "Síndrome de Libertadores" alcançou o campeonato estadual. O volume de jogo tricolor foi muito maior, porém, a primeira etapa encerrou no zero. As unhas já pediam para ser roídas, quando o Grêmio inaugurou o placar aos sete minutos. Contudo, a tranquilidade ficou longe de visitar a Azenha. A quantidade de gols perdidos assusta. Pois daí vêm dirigentes aos microfones pôr a culpa no calendário. Reaparece o técnico a falar sobre "poucos dias de treinamento". Sobram torcedores pedindo a cabeça do treinador. Surgem jogadores choramingando porque a torcida vaia. Ora, basta que os atacantes gremistas façam seu papel: balançar as redes. Não há remédio melhor. Acalmem-se, avantes!

Entrentanto, há uma saída. Que se coloque o quarteto ofensivo - Jonas, Alex Mineiro, Herrera e Máxi Lopez - em um "Curso intensivo para goleadores em crise". Na escassez de avalanches que vive o torcedor azul, qualquer professor basta (desde que saiba empurrar para as redes). Pode até nem ser bacharelado nisto. E, para isso, não precisam ir muito longe. Makelele, o volante/ala matador, pode ser o palestrante. Nesta fasezinha que andam os finalizadores do Grêmio, até o "morrinho artilheiro" nos serve!

domingo, 29 de março de 2009

Com a benção de Manguita

Glórias ao grande goleiro Manga
Não, não foi Júlio Baptista o destaque da Seleção Brasileira hoje. Nem Júlio César - apesar de sua apresentação de gala diante do Equador. Este foi o principal nome do empate por 1 a 1 em Guayaquil: Haílton Corrêa de Arruda. Para os íntimos, Manga. "Manguita Fenômeno, por favor", diria ele. Ex-goleiro da dupla Gre-Nal, campeão equatoriano com o Barcelona de Guayaquil, bicampeão brasileiro pelo Inter, tetracampeão urguaio e campeção da Libertadores e do Mundial Interclubes pelo Nacional de Montevidéu. Este é o histórico do pernambucano de 72 anos que decidiu favorecer o escrete brasileiro nesta caminhada rumo à Copa da África do Sul.

Alguém dirá: ora, mas ele nem joga mais? Por que foi o nome do jogo? Responderei brevemente. Manga treinou Cevallos no início de sua carreira. Sim, este Cevallos que defende a meta da LDU. Este arqueiro que se postou sob as traves da seleção equatoriana. Este mesmo pançudinho, velhaco adorador de espalmar bolas fáceis. Fosse outro o goleiro do Equador, seriam vencedores. Fosse outro, Baptista não faria o gol. Troque , simplesmente, o guarda-metas brasileiro por ele. Tente imaginar Cevallos como goleiro do Brasil na tarde/noite de hoje. Cinco a zero para os equatorianos seria pouco. Tudo por quê? Por que este tal Cevallos não tem cara, corpo e sequer habilidades de goleiro. Manga bem que tentou fazer milagre. No entanto, não há treinador que esculpa craque em pedra bruta. Por isso, se a fraca seleção brasileira empatou na altitude equatoriana, agradeçam a Manguita Fenômeno! Ele devia saber que isso iria beneficiar sua pátria mãe no futuro. Grande Manga!

Considerações sobre a Seleção Nacional? Bom, só digo uma coisa: o zagueiro Luisão seria reserva do Bolívar no Internacional. Isso diz tudo. Ponto final.

sábado, 28 de março de 2009

Batalha da Serra

Clássico Juve-Nal - Foto: Juan Barbosa

Inter e Juventude protagonizaram o melhor jogo do campeoanto até aqui. Não resta dúvidas nesta afirmação. Uma partida com 8 gols (sendo dois anulados), 2 pênaltis e 2 cartões vermelhos não merece classificação menor. Há quem reclame, mas outro fator muito importante que engrandeceu ainda mais o enfrentamento desta tarde, é que tais clubes já fazem parte de um clássico. Ju e Inter, Colorado e Papada. Não sei como iremos denôminá-lo daqui por diante, mas, definitivamente, este é o mais novo clássico gaúcho. E não é de hoje!


O duelo já havia começado muito antes do apito inicial. O jogo desta tarde tem início no ano passado, mais precisamente naquela final do Gauchão em que o time porto-alegrense enfiou impiedosos 8 a 1. O alto escore estava engasgado na goela juventudista. Por isso, quando a bola rolou no Alfredo Jaconi, dava-se o primeiro pipoco de revólver em Caxias do Sul. Estava instaurada a batalha. Pelo mesmo motivo, Mendes comemorou como um desabafo o primeiro gol. Também, desta forma, Andrezinho bateu com força sobre o escudo colorado ao anotar o empate. E, de maneira igual, vieram os gols de Nilmar (um golaço escltural, diga-se), Mendes outra vez, Juan Pérez e Nilmar, de pênalti. Três a três. Partidaço! Com excelente apresentação dos atacantes - Nilmar e Taison, Zezinho e Mendes -, e uma grande dor de cabeça para os dois treinadores: as zagas. Enquanto as equipes jogavam-se ao ataque, as falhas defensivas ficavam evidentes.


Esta era a prova que a torcida rubra pedia. Esta era a revanche que a papada sonhava. No entanto, pode ter certeza: o jogo desta tarde não terminou ainda. Internacional e Juventude aspiram ao título, e mais uma batalha entre ambos não seria novidade. Quem ganha é o Campeonato estadual. Parabéns aos clubes!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Os meninos dos Eucaliptos no Beira-Rio

Tesourinha e Carlitos - a dupla dinâmica dos anos 40
Nilmar e Taison
zunem pelas pontas do ataque colorado. A velocidade e agilidade chamam a atenção do Brasil. Pelo Gauchão, ambos contabilizam 22 gols - 14 de Taison e 8 de Nilmar. Tentei puxar pela memória alguma outra dupla de ataque tão rápida como esta, que tenha vestido a camisa vermelha. Pensei em Rafael Sóbis, Fabiano, Maurício, Valdomiro. Todos com grandes companheiros ofensivos, porém nem tão velozes quanto eles. Estava me dando por vencido quando lembrei do Rolo Compressor - aquele tal time da década de 40 que patrolava os adversários e empilhou seis campeonatos gaúchos. Lembrei das histórias que meu vô contara de um tal negrinho que atendia pela alcunha de Tesourinha. Corri para a internet para ler mais sobre este time.

Há 60 anos, as equipes utilizavam cinco atacantes, ao invés da solitária dupla dos dias atuais. O quinteto que entrou pra história do Internacional, por exemplo, era formado por Tesourinha, Ruy Motorzinho, Russinho, Villalba e Carlitos. O primeiro e último jogadores atuavam em uma função que se encontra em extinção no futebol moderno: o ponteiro. Ou seja, a dupla Tesourinha e Carlitos era responsável por adentrar a área inimiga em diagonal, pelas pontas, e marcar os gols. Tesourinha iniciou sua carreira entre os profissionais em 1939, aos 18 anos, e deixou o Colorado onze anos depois. Já Carlitos começou em 1937, e jogou 14 anos com a camisa rubra, notabilizando-se como o maior goleador da história do Inter - único clube que defendeu.

Sabemos, a realidade do Inter, hoje, é outra. Além de não atuar com os mesmos cinco atacantes de outrora, muito provavelmente não manterá Taison e Nilmar pelos mais de 10 anos que jogaram os astros dos Eucaliptos - quem dera mais 10 meses. Por isso, para quem, como eu, não viu Tesourinha e Carlitos em ação, olhos atentos. Cabe ao torcedor vibrar, comemorar e torcer pelos "meninos do Beira-Rio", enquanto eles não se tornam os mais novos "meninos da Europa".

quinta-feira, 26 de março de 2009

Saudades de um certo bigode

Nilson comemora seu gol contra o Ceará - Foto: Google

A sucessão de erros de finalização nesta Libertadores tem feito a torcida gremista suar de nervosa. O futuro passa a ser temeroso a cada lance de bola na trave, chute pra fora ou defesa do goleiro. Cadê os gols? Em estatística apresentada ontem à noite, pelo jornalista Nando Gross, da Rádio Gaúcha, a equipe gremista já perdeu mais de 30 gols pelas três partidas do torneio continental. Ou seja, mais de 10 gols por jogo! Onde está o centroavante que não enfia a pelota pras redes? Máxi Lopez, Herrera e Alex Mineiro brigam pela vaga. Por enquanto, nenhum convenceu.


Há gremistas que suspiram com a lembrança de Jardel - queriam até a sua volta ao Olímpico no ano passado. Qualquer tricolor que se preze, ao remeter à imagem de um centroavante matador, logo lembra dele: o camisa 16 de 95. Já eu, não sou tão piegas assim. Fujo do lugar comum. Sou mais humilde. Um Ivanildo Duarte Pereira me servia hoje no time do Grêmio. Ou, simplesmente, o "Nildo Bigode". Sim, o autor do gol que deu o título da Copa do Brasil, em 94, contra o Ceará. Por isso, atrevo-me a afrimar: sem ele, não haveria Jardel. Claro, se não fosse o "Mr. Moustache", não existiria Libertadores em 1995 para o Grêmio. Grande Bigode! Aquele era o camisa 9 que o torcedor gostava - brigador, matador e raçudo. E tudo isso sem ter sequer cara de jogador de futebol. Parecia um padeiro, um Mario Bros, um pescador. Mas era o homem-gol. Era o cara.


Sinto no ar que Alex Mineiro, o atual titular, não cheira a gol. No Palmeiras foi artilheiro, é verdade. Mas quem diz que "o cara" lá não era o Kléber? Talvez. Máxi Lopez também não fede a redes. Em toda sua carreira, ostenta míseros 30 gols. Ora, trinta gols fez o Keirrison só no ano passado! No fim, resta-nos Herrera. Este parece ser a bola da vez. Não aparenta ser a salvação - mesmo que todos clamem por ele em campo -, mas aposto que vai se sair bem. É brigador, raçudo e marca os seus quando tem a chance. Não tem o carisma do Nildo Bigode, mas aí, nem tudo é perfeito.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Gracias, Dulcich! Ufa!

Tcheco desabafa e agradece - Foto: Juan Karita
Um time com nome de marchinha de carnaval, definitivamente, não devia representar perigo para o Grêmio. Nao seria uma cidade chamada "Cochabamba" que afetaria o ímpeto gaúcho. E não foi! Mas passou perto disso. Com as cuecas na mão, vitória por 2 a 1.

A verdade é que tudo ia bem até a inauguração do placar. Por incível que pareça, o gol fez com que o Grêmio confiasse demais no seu taco. Fez com que tivesse a certeza de que o Aurora estava morto. Grande erro! Foi só os bolivianos empatarem para que o "Imortal" entrasse em parafuso. A expulsão de Jonas resume o tamanho do nervosismo. Não fosse o enorme "peru" do goleiro Dulcich, a história seria outra. Aliás, bem que o Tcheco podia agradecer-lhe no fim da partida: "Gracias, Dulcich!". Porém, dentre todas constatações que sobram neste pós jogo, a mais saliente faz referência a Alex Mineiro. Ele não é centroavante para o Grêmio! Essa conversa de que ele faz parede e serve de garçom pode casar para os paulistas ou cariocas. Aqui, no sul, número 9 tem é que fazer gol!

Entretanto, o clube gaúcho tem tudo para se classificar para a próxima fase. Nenhum adversário do grupo tem cacife para comprometer isso - o próximo embate, por exemplo, é contra o já desclassificado Aurora, no Olímpico. O que assusta, no entanto, são os gols perdidos. A mesma síndrome que fez estremecer os torcedores contra Universidad e Boyacá se fez presente de novo. A "Síndrome de Libertadeores" faz com que o Grêmio empilhe erros de finalização. E quando o jogo for contra um time forte? Pode fazer falta. Espera-se que até lá a dupla de ataque esteja mais afinada - sendo ela formada por brasileiros ou argentinos. Enquanto isso, o gordo Ronaldo deslancha no Corinthians... Quem diria!

Noite do ataque colorado

Eles aterrorizaram na Serra - Foto: Porthus JúniorEra a noite que Taison desejava, para disparar na artilharia. Era a noite que Nilmar sonhava, para espantar a sombra de Alecsandro. E assim se fez. A dupla de ataque parece ter feito um pacto no vestiário: três tentos pra cada um. Em uma partida de oito gols, o Inter fez 6 a 2 no Esportivo. Os "guris do Beira-Rio" jogaram pelo seu torcedor que compareceu no estádio (com 40 reais a menos no bolso, diga-se). Valeu a pena. Deu gosto!

Quando o jogo começou, o alviazul de Bento Gonçalves prometia assustar. Mas, como disse o presidente Lula, foi apenas uma "marolinha". Logo aos 17 minutos começava a funcionar o Rolo Compressor. Taison, que ficou apagado durante os primeiros minutos, reluziu de repente. Apareceu e marcou duas vezes. Na lateral-direita, mais uma boa apresentação de Danilo Silva. Contudo, se a ofensividade colorada não deixou a desejar, não pode se dizer o mesmo da defesa. No lado esquerdo, Marcelo Cordeiro deixou uma passarela para os contra-ataques. Já a dupla de zaga fez a sua pior apresentação no ano. É verdade que Danny Morais e Bolívar não formam a defesa titular (Álvaro e Índio foram poupados), mas sofreu para marcar os atacantes adversários. Fato que fica evidente quando se analisa: é a primeira vez no ano que o Inter leva mais de um gol numa partida. Faltou atenção, sobrou relaxamento no fim.

Enfim, o lado vermelho do RS pode se gabar de mais uma goleada. Segue rumando o caminho para o bi estadual. O próximo adversário é o Juventude, em Caxias do Sul. A toca ainda existe ou trocou de cabeça? Sábado que vem promete.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Um preço salgado e nada esportivo

em 2005, empate em 1 a 1 - Foto: site do InterUm absurdo o preço dos ingressos para a partida entre Esportivo e Inter. Válida pela quinta rodada da Taça Fábio Koff, não vejo motivos para tamanha quantia. Vejo ganância, isso sim! Ganância da diretoria em tentar recuperar o "tempo"* perdido - já que os maus resultados obtidos em casa ocasionaram fracas bilheterias. Saída mesquinha esta pela qual rumaram os diretores do alvi-azul. Desta maneira, quem paga o pato são os torcedores. E falo isso exatamente por sentir no bolso este desgosto, pois sou torcedor. Fui à grande parte dos jogos deste ano, desembolsando os R$ 20,00 de cada semana. Pois, desta vez, me farei ausente. Nego-me a pagar 5 reais a mais para assistir a uma possível goleada. E, ainda por cima, solidarizo-me com os colorados: jamais pagaria 40 contos para sentar no cimento, podendo pegar sol ou chuva no meio da cara! E para os que sentarão na cadeira, a revolta é maior ainda. Com cem reais eu pago uma passagem de ida para ver meus parentes em Bagé!


Ah, falando em Bagé, lembrei-me de algo. Há exatos 12 meses eu fui assistir a este mesmo Inter de Porto Alegre no estádio Estrela D'Alva, contra o Guarany daquela cidade. O jogo terminou 6 a 0 para o colorado, sentei no cimento e peguei chuva e sol na mesma tarde. No entanto, paguei R$ 20,00, e para sentar na torcida visitante (isso porque simpatizo com o rival do Guarany, o Grêmio Bagé). Naquela oportunidade, o estádio ficou lotado e embelezou ainda mais o espetáculo.


Espero que aconteça o mesmo com a Montanha dos Vinhedos. Espero que o Esportivo ganhe e se classifique à próxima fase. Mas, sinceramente, não é o que desejo. Não com essa diretoria que barra sua torcida organizada e prima pelo capital, em detrimento do espetáculo.


*Não esqueça o ditado: tempo é dinheiro.

domingo, 22 de março de 2009

Pensando à frente

Com o pensamento adiante - Foto: Valdir Friolin

Afinal de contas, por que Douglas Costa não é "titular" dos reservas? Hoje, contra a Ulbra, o guri iniciou mais uma vez no banco. Assistiu a Orteman, Júlio César e Maylson formarem um meio-campo totalmente engessado e sonolento. Sim, sonolento! O Grêmio ainda dormia em campo quando o adversário já se recuava, disposto a garantir a vitória. O gol de Tatá, logo ao primeiro minuto do jogo, surpreendeu a todos - inclusive a própria equipe da Ulbra. Tudo indicava que os reservas gremistas seriam submetidos a mais uma derrota pelo Gauchão. Tudo indicava.

Eis que Douglas Costa retornou sem o colete para o segundo tempo. Eis que Orteman saía de campo. Eis que aquela meia-cancha "engessada e sonolenta" dava lugar a um Grêmio atrevido e ágil. É bem verdade que, ao mudar o esquema para o 4-4-2 (saindo do inicial 3-5-2), Makelele também pôde mostrar seu bom futebol. E aí, meu amigo, graças ao goleiro adversário André (foto), o "Imortal" não virou o escore. Entretanto, a atuação não foi das melhores: o ataque não
empolga e a defesa compromete. Não foi um bom resultado, a meu modo de vista. Claro, o Grêmio segue em primeiro lugar no seu grupo, porém, com um jogo a mais. Haja vista que equipes como o São José e o Ypiranga ganhem, o tricolor despenca na tabela. Assim, temos de convir que escalar reservas é expor o Grêmio ao azar (ou a uma possível desclassificação precoce).


No entanto, entendamos que tal exposição pode trazer frutos no futuro. O próximo compromisso é na altitude boliviana, pela Copa Libertadores. E agora - com time titular -, que venha o Aurora!

sábado, 21 de março de 2009

Tite e o ponto de exclamação

O número 9 já tem dono - Foto: Fernando Gomes
Alguns dias antes da partida desta tarde, o técnico colorado disse que Alecsandro era um ponto de interrogação em sua cabeça. Tremendo equívoco de gramática do Tite. O centroavante é um ponto de exclamação em sua cabeça, meu amigo. Hoje, após a goleada de 4 a 1 sobre o Novo Hamburgo, Alecsandro se torna, sim, titular da camisa 9. O torcedor vai titubear na resposta, o treinador pode até despistar, mas é a verdade mais cristalina que existe no Beira-Rio. O esquema do Inter exige um matador, exige um centroavante farejador de gols, exige Alecsandro em campo.

O jogo começava modorrento, nesta tarde quente de Porto Alegre. O placar magro contra o Inter de Santa Maria logo me veio à mente. Até que apareceu ele: o "homem gol" da massa vermelha. Dois tentos bastaram para que fossem anunciados mais três pontos para o Internacional. Depois disso, logo após o desconto do Nóia, Taison e Walter (ambos de cabeça) definiram o resultado. Estupendas e agradáveis surpresas para os colorados. Outra atuação de luxo foi a de Danilo Silva, que atirou Bolívar para a zaga. Este último, por sua vez, mostra que a fase não é das melhores. Improvisado pelo lado esquerdo da defesa - ele gosta de atuar pelo lado direito -, o "cigano" Bolívar falhou diversas vezes e viu o adversário se aproveitar disso nos contra-ataques.

Contudo, o Internacional mantém os 100% de aproveitamento, o melhor ataque, melhor defesa, equipe mais disciplinada e goleador do campeonato. Tudo ruma para mais um Gre-Nal na decisão da Taça Fábio Koff. Haja coração! - como diria o velho Galvão Bueno.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Renato: ontem, hoje e sempre

Renato, ex-flamengo, no Grêmio? - Foto: Google Imagens

Basta alguém falar este nome - Renato -, para que um gremista levante as orelhas. É como se um santista escutasse o apelido Pelé, ou um flamenguista ouvisse Zico. Cada povo com seus heróis. Na Azenha, em Porto Alegre, Renato é o Messias - mais precisamente Renato Portaluppi. E isso tudo não é exagero, não! Por causa dele, a torcida tricolor grita que é campeã do mundo desde 1983. Por isso, no Olímpico, o nome Renato simboliza raça, bravura, títulos, gols e toda a alma de um gremista.


Pois bem, basta a mídia pipocar que a diretoria azul tenta a contratação de um Renato, para que metade dos gaúchos se ourice. Seria a volta do guerreiro à casa? Roth vai cair?! Nada disso, meu querido leitor. O Grêmio busca a contratação de Carlos Renato de Abreu, ou simplesmente, o "Renato que era do Flamengo". E aí começa a discussão:


- Bom, mas Portaluppi também foi do Flamengo. Será um presságio?

- Não, caro amigo. Coincidências,apenas. Este Renato, joga pelo Al-Shabab, dos Emirados Árabes, é meio-campista e tem 30 anos. A intenção é inscrevê-lo na segunda fase da Libertadores.

- Pô, mas Renato, Grêmio e Libertadores fazem um "ménage à trois" daqueles! "Vai dar certo!", grita o otimista.

- Cara, mas esse Renato estava naquele ano em que o rubro-negro caiu pro Defensor, pelas oitavas da Libertadores, em pleno Maracanã. É bem verdade que um ano antes ele levou o time carioca ao título da Copa do Brasil (e ele já havia sido campeão também com o Corinthians), mas não é de se confiar todas as fichas, não.

- Putz, ele foi campeão da Copa do Brasil? Deu, velho, Grêmio e Copa do Brasil são quase sinônimos! Ele pode até não ser o Portaluppi, mas vai arrebentar com o manto tricolor!

- Então tá bom, cara. Mas tu vai tirar quem do time? O Tcheco?

- Tcheco? Quem é Tcheco?

- É, Renato, no Grêmio, é sempre Renato mesmo.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Abstinência de laterais

O improvisado está de malas prontas - Foto: Alexandre Lops
Você sabia que Bolívar iniciou a carreira pelo Grêmio? Sim, em 1999, aos 19 anos, surgia no Olímpico o lateral-direito Fabian Guedes - Bolívar é um apelido. Talvez isso explique porque a torcida colorada nunca foi fã do futebol do jogador. No entanto, em 2001, quando Tite (esse mesmo que treina o Inter atualmente) foi contratado pelo tricolor, o jogador foi dispensado, e parou no Guarani de Venâncio Aires. Quis o destino que ele voltasse à Porto Alegre em 2003 e três anos depois, deslocado para a função de zagueiro, fosse campeão da Libertadores pelo clube do Beira-Rio. Bolívar foi vendido para o Mônaco, da França, voltou para o colorado, e mesmo assim segue sendo alvo de vaias. Jamais foi um ídolo. Por isso, a notícia de que o tempo do empréstimo de Bolívar se encerra no Inter, alegra alguns críticos - Shaktar Donetsk, da Ucrânia pode ser seu destino. E há aqueles que apontam Bolívar como o principal defeito da equipe vermelha. Porém, digo: o principal defeito é não ter um lateral-direito no plantel! Claro, Bolívar não é ala! A campanha vitoriosa de 2006 mostra isso. Além do mais, o seu substituto imediato - Danilo Silva - também é zagueiro. Este, no entanto, até vem atuando bem ultimamente, mas, a meu ver, não é a salvação do velho problema da lateral-direita.

O último lateral destro de ofício a vestir a camisa colorada foi Ceará. Desde que este foi vendido para o Paris saint-Germain, perambularam pela função Wellington Monteiro, Jonas, Rosinei, Ricardo Lopes e Ângelo. Cinco jogadores não superaram o cearense! Em 2006, o Inter chegou a ostentar Élder Granja no banco de reservas, hoje limita-se a improvisar zagueiros. É o cúmulo! Lembro dos idos de 2000, quando Muricy insistia em improvisar o volante paraguaio Gavilán como ala. Era um desastre. E mesmo assim o erro se repetiu por meses. A verdade é que o Internacional não possui em seu histórico uma gama de bem sucedidos laterais-direito. Na "Seleção de Todos os Tempos" do clube, organizada pela revista Placar, por exemplo, quem aparece na posição é Paulinho - atleta que defendeu o colorado de 1950 a 1954. Ora, falamos de mais de cinquenta anos de diferença, e o velho Paulo de Almeida Ribeiro segue imbatível.

Lembre dos times gaúchos campeões e escale-os. Por favor, busque em sua memória alguma improvisação na ala. Isso não existe! Cada macaco no seu galho. Pense no grande Inter dos anos 70: Valdir, Cláudio Duarte e João Carlos eram os laterais. Nos Grêmios da década de 80 e de 90, Paulo Roberto e Arce eram autênticos. Ou seja, com falsificações baratas, não se faz um time campeão. Olho aberto, diretoria colorada!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Agora, com a mente nas alturas

Próximo confronto será na altitude - Foto: José Doval

O Grêmio está de volta ao campeonato gaúcho. A goleada de 6 a 1 sobre o São José não deixa dúvidas. A meio minuto, a partida já mostrava que tudo seria fácil. É bem verdade que o gol do Zequinha, aos 8 minutos, fez com que os torcedores temessem pela volta da má fase (ainda mais considerando quem o marcou: o ex-colorado Fabiano). Mas não. Definitivamente, o "Imortal" está de olho na Taça Fábio Koff e voltou com tudo.


Quando o time titular adentrou o gramado, a toricda sentiu o cheiro da reabilitação. Com gols de Tcheco, Léo, Jonas (2), Fábio Santos e Máxi Lopez, foi espantada a zica. Inclusive, Jonas, mesmo tendo pecado no jogo da Colômbia, definitavamente caiu nas graças da torcida. Hoje ele salta para ídolo máximo deste ano - o amuleto tricolor. Além dele, a atuação azul foi excelente, dominando e massacrando o inimigo. Agora, a pergunta que não quer calar é: como, em um jogo onde a equipe faz 5 gols, o principal centroavante não marca? Alex Mineiro está perdendo tempo e a concorrência é grande. O número nove deve cheirar a gol, e até agora não foi assim. Herrera e Máxi Lopez estão em suas pegadas.


Contudo, o Grêmio parece realmente ter feito as pazes com a vida. Enquanto o tricolor gaúcho aniquilava o Zequinha no Olímpico, em Tunja, o Boyacá Chicó enfiava 3 a 0 no Universidad de Chile, pela terceira rodada (do grupo 7) da Libertadores. Com este resultado, a equipe porto-alegrense poderá chegar ao primeiro lugar se vencer o Aurora, da Bolívia, na quarta-feira que vem - o que parece muito bem encaminhado. Realmente, está tudo azul na Azenha.

terça-feira, 17 de março de 2009

O eterno reserva da Azenha

Promessa até quando? - Foto: Valdir Friolin
É verdade que Douglas Costa não tem vez entre os titulares do Grêmio atualmente? Bom, em parte. Há quem queira a presença do guri no lugar de Tcheco, mas Roth nunca irá sacar o capitão tricolor em plena Libertadores. E mesmo que isso não aconteça, ninguém chiará. No entanto, quando se lê na imprensa que um time formado por reservas estará em campo pelo campeonato gaúcho, o primeiro nome que surge à cabeça é o do jovem meio-campista. Acontece que, na última rodada, contra o Sapucaiense, Douglas Costa não apareceu entre os "suplentes titulares". Esteve sentado no banco de reservas até os 40 minutos do segunto tempo. Entrou, jogou cerca de oito minutos e deu. Maylson, Makelele e (um tal de) Júlio César formaram a meia-cancha azul. Ora, por que diabos Douglas não vestiu a camisa 10? Por que diabos ele jogou tão pouco? Pode ser que o guri venha enfrentando uma má fase. Pode ser que os treinos não venham sendo nada satisfatórios. Pode ser que Roth esteja certo desta vez.

Acontece que a torcida, acostumada a ver jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Anderson e Carlos Eduardo despontarem sob seus focinhos, está sedenta por mais um ídolo originado na Azenha. Douglas é a bola da vez. Em 2008, o guri chegou a ser escalado algumas vezes entre os titulares- era como se fosse o 12º jogador. Pois foi só o ano virar para ver a chance desaparecer. Agora ele não farda nem entre os reservas!

Alguém poderá afirmar que Roth está resguardando o garoto para jogar na Libertadores. Ok, mas não é o que parece, já que na Colômbia, contra o Boyacá Chicó, ele sequer participou da segunda etapa. Pois, para quarta-feira - quando enfrentará o São José -, até os refletores do Olímpico clamam por Douglas Costa.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Nilmar casa, Alecsandro namora

Alecsandro com a 18 - Foto: Alexandre Lops

O "menino" crescido do Beira-Rio vai casar. Oh, que lindo! Sexta-feira, dia 20, é a data do matrimônio de Nilmar. No entanto, sábado o Inter entrará em campo para enfrentar o Novo Hamburgo, pelo Gauchão. Ora, então o camisa 9 colorado não irá desfrutar de uma lua-de-mel? Quem disse que não?! Claro que vai! Tite liberou, Fernando Carvalho aplaudiu e Alecsandro agradeceu.


A ausência de Nilmar vai dar a oportunidade que Alecsandro vem pedindo desde que chegou à Porto Alegre: iniciar uma partida entre os 11 titulares. A camisa nove que já foi de Fernandão, Lula, Dario e Nilson agora vestirá o filho de Lela. É a chance de Taison e Alecsandro explodirem e, assim, formarem a dupla definitva do ataque.


Nilmar há horas não apresenta o futebol que o lançou. Apresenta a mesma agilidade de sempre, mas Taison - com características parecidas - vem o superando em gols. O torcedor clama por um centroavante clássico, cabeceador e matador. Alecsandro apresenta credenciais. Deslanchará? Não sei. O que dá para afirmar é o seguinte: enquanto um sobe no altar, o outro flerta com a titularidade.

domingo, 15 de março de 2009

Ataque contra defesa

Nilmar segue? - Foto: Jefferson Botega
Assim foi a partida entre os Internacionais gaúchos. O porto-alegrense atacando insanamente em busca de um, dois, vários gols. O de Santa Maria se defendendo, marcando forte e diminuindo os espaços do adversário. Tudo uma pequena amostra do que o treinador santamariense, Jorge Anadon, disse antes da partida: "Meu time não veio para ser goleado". Era o jogo de um time apenas, ou melhor, de um ataque contra uma defesa - como se fosse um treino. No segundo tempo, o goleiro Lauro foi apenas mais um espectador no Beira-Rio. Mesmo assim, o placar mínimo: 1 a 0 para o Inter de Porto Alegre.

Entre as atuações, brilho extremo do goleiro Goyco - do colorado interiorano. Do lado da capital, Guinazu apresentou o mesmo gás de sempre, apoiou e defendeu. Danilo Silva, que começou a partida como zagueiro, terminou como lateral-direito. Bolívar fez o contrário. Ótima mudança de Tite, porém, demonstra as limitações coloradas. Mais uma vez, contra uma equipe fechada, o Inter pecou na frente e ganhou apertado. Claro, as goleadas não virão sempre, mas numa dessas, sustos - como o que ocorreu em Rondonópolis - podem se repetir. Nilmar, de novo, apresentou seu repertório de gols perdidos. Se não houvesse um centroavante reserva, o Inter deveria ir às compras. Mas há. Alecsandro merece ser titular pelo que vem mostrando.

Apesar dos pesares, mais uma vitória - outra vez com gol de Taison, que é artilheiro do campeonato ao lado de Sandro Sotilli (do São José), com 10 gols. Realmente, o caneco definitivo do Gauchão 2009 está sendo encomendado. Até agora, nada parece impor perigo ao título vermelho.

Jogo duro (de assistir)

Feiúra visível - Foto: Mauro Vieira
Finalmente o Grêmio venceu pela Taça Fábio Koff. Embora os ânimos estivessem melhores que o da última partida, a crise azul poderia se acentuar mais ainda se os três pontos não viessem hoje. Mas, para o alívio da torcida, eles vieram. É bem verdade que a atuação não foi das melhores, mas a vitória bastava. O ranso contra Celso Roth - amenisado após a vitória pela Libertadores - logo pode ser sentido depois o anúncio da escalação. O meio-campo era a maior reclamação, pois postavam 3 jogadores com vocação defensiva: Makelele, Maylson e Júlio César. Entre os onze, apenas 5 titulares se apresentaram: Léo, Rafael Marques, Ruy, Jadílson e Jonas. Mesmo assim, os dois gols vieram ainda no primeiro tempo, com Léo e Makelele. Imortal 2 a 0 no Sapucaiense, fora de casa.

A defesa apresentou-se frágil mais uma vez, já que o veterano Adão (centroavante rubro-negro) bastou para assustar o trio defensivo tricolor. A grande presença da tarde foi Maylson, no meio-campo porto-alegrense. O garoto, que atuou pela seleção sub-20 no inicio deste ano, iniciou como titular e não pecou - inclusive, surpreendeu. Mereceu um gol. De resto, tudo igual, até mesmo a inoperância do ataque (que desta vez teve Jonas, Herrera, Reinaldo e Máxi atuando).

Contudo, deve se salientar que o Sapucaiense é o último de seu grupo, ou seja, a vitória não define a reabilitação gremista no campeonato. Mas, de quê importa? Hoje, Roth deixou bem claro, através de sua escalação, que o Gauchão pouco interessa. Está certo? Só o tempo dirá...

sexta-feira, 13 de março de 2009

E se o seu time fosse um país?

Se cada vez que você fosse torcer pelo seu time do coração, tivesse que empunhar uma bandeira nacional, qual seria? Veja aqui...

ATLÉTICO-MG = PORTUGAL

Teve seu tempo áureo há anos. Hoje se encontra afundado em uma crise econômica. Mesmo assim, seu povo o ama.


ATLÉTICO-PR = MALÁSIA

Sua riqueza e beleza arquitetônica é o que mais chama a atenção dos demais.


BOTAFOGO = RÚSSIA

Já foi muito temido antigamente, ostentando inclusive ídolos imaculados por seu povo. Porém, em sua época de ouro, teve o azar de encontrar um rival mais potente. Hoje não apresenta a mesma força.
CORINTHIANS = ESPANHA
Dentro de seus limites encontra dificuldades de relacionamento - seus integrantes parecem falar dialetos diferentes. Um dos maiores feitos de seu povo ocorreu quando se encerrou a ditadura que já durava anos.

CORITIBA = ÍNDIA



Pouca gente conhece a fundo, mas todos admiram e já tiveram contato com algum de seus materias brutos de exportação.

CRUZEIRO = ITÁLIA

Tornou-se conhecido através de verdadeiras batalhas campais. Expandiu suas conquistas além do território. A conquista do mundo não veio por um detalhe.


FLAMENGO = BRASIL

No exterior, a sua imagem é boa e sinônimo de beleza. No entanto, as administrações econômicas deixam a desejar e atrapalham seu crescimento.

FLUMINENSE = JAPÃO

Quando tentou dominar o mundo, levou um tombo feio. Já esteve totalmente destroçado, no fundo do poço. Mas há um tempo vem se reestruturando bem.

GOIÁS = ÁFRICA DO SUL

Em seu território, reina absoluto. Não há vizinho algum que desfrute do mesmo status. Já, fora dali, não se pode dizer o mesmo.


GRÊMIO = ALEMANHA
Amado por uns, odiado por outros. Apesar de ser destroçado duas vezes, ressurgiu dos escombros mais forte. Entre seus conterrâneos, existem nacionalistas extremos que enaltecem seus feitos e até utilizam-se da violência.


INTER = CHINA

Gabou-se por muito tempo de glórias passadas, chegando a dominar seus vizinhos. Hoje mudou sua política e tenta alçar vôos maiores, chegando ao status de potência econômica.


PALMEIRAS = GRÉCIA
Seus antigos "acadêmicos" servem como referência até os dias atuais. Nas batalhas, apesar de menor número populacional, sempre impôs medo nos adversários - mesmo assim, nunca chegou a dominar o mundo. Há tempos não repete os feitos de antigamente.
SANTOS = FRANÇA
Dominou o mundo há muito tempo, tendo à frente um ícone de vitórias campais. Na história mais recente, um grupo de jovens foi responsável por uma verdadeira revolução.

SÃO PAULO = ESTADOS UNIDOS

Diz-se constantemente que sofre com crises, mas há anos mantem a hegemonia. Tanto é que serve de modelo econômico para tantos outros.

SPORT RECIFE = EMIRADOS ÁRABES

Talvez, por estar mais retirado que os demais, nunca recebeu as atenções que deveria. Mas sempre esteve lá, no mesmo lugar. De uns tempos pra cá tem sido a nova sensação.

VASCO = ARGENTINA
Apesar de não possuir a mesma população do vizinho, já teve seus tempos áureos no continente. Porém, a forte ditadura que viveu deixou cicatrizes que o marcam até hoje.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Dunga e o presente do centenário

Dunga no Inter - Foto: Google
Em 1983, o meia-direita Carlos Caetano Bledorn Verri se destacava entre os juniores do Internacional. De imediato, subiu para os profissionais e conquistou o Campeonato Gaúcho daquele ano atuando como volante e atendendo pela alcunha de "Dunga". Desta forma, chegou à seleção olímpica, medalha de prata em Los Angeles. Logo, foi vendido ao Fiorentina, da Itália. Mas não foi embora, seguiu no Brasil por mais 3 anos, porém, atuando por outras equipes (e não pelo Inter): passou por Corinthians, Vasco da Gama e Santos. Saiu, rodou o mundo, ganhou fama e ergue taças. Seu trunfo-mór ocorreu quando sagrou-se campeão mundial em 1994, como capitão. Dezesseis anos separaram Inter e Dunga. Depois de rodar por Itália, Alemanha e Japão, o jogador voltou para o clube que o lançou, disposto a encerrar sua carreira. Fatídico 1999. Em plenos 90 anos de existência, os colorados assistiam ao time do coração beirar as últimas posições do Brasileirão. O rebaixamento já tinha até data marcada. A rodada final marcara um confronto, em casa, contra Palmeiras - então campeão da Libertadores. Eis que surgiu a imaculada imagem de Dunga. O volantão, muitas vezes xingado e axincalhado pela imprensa nacional, fez o gol responsável por livrar o Colorado do fiasco de disputar uma Segundona. Terminou com o martírio vermelho. E, mesmo assim, foi mandado embora no ano seguinte como um qualquer (tal qual se fez em 1984).

Dunga nutre uma paixão platônica pelo Inter. Sim, o clube gaúcho não corresponde o amor. Cospe, expulsa e surra o ego do "Capitão do Tetra". Dunga leva o nome do Sport Club Internacional às alturas, e a torcida vira o rosto pra ele. Como isso?! Os cariocas e paulistas esbravejam contra o atual técnico da Seleção, e os gaúchos (principalmente os vermelhos) acompanham este ato insano. Pois hoje, mais uma vez, Dunga deu provas de seu coloradismo. Ao convocar a lista de jogadores que irão enfrentar Equador e Peru, o treinador deu um presente aos colorados: chamou Kléber (mesmo que este não venha apresentando uma exuberância futebolística). Deu a chance para que os vermelhos tripudiem em cima dos azuis: "Sim, nós temos atletas na seleção, e vocês?". Já o tinha feito em duas outras oportunidades ainda em 2008, quando chamou Renan, Nilmar e Alex. E, mesmo assim, os colorados vão na onda do resto do país, gritam "burro" e cantam "Adeus, Dungaaaa"...

Mas Dunga não se abate. Para coroar ainda mais a homenagem, o duelo entre brasileiros e peruanos ocorrerá em Porto alegre, no estádio Beira-Rio. Apesar da data - 1º de Abril -, o confronto dará a chance ao torcedor colorado de, em pleno centenário do clube, vislumbrar seu lateral-esquerdo correr com a famosa "amarelinha". Grande oportunidade! E quem dirá que Dunga não poderá treinar o Inter daqui a alguns anos? Até lá, ele mata a vontade sentando, como técnico da Seleção, na casamata colorada.
Clique no link abaixo e assista ao presente dado nos 90 anos do Colorado:

De volta com 3 pontos (e com Roth também)

Alívio: 3 pts! - Foto: Guillermo Legaria
Ao que tudo indicava, Roth não voltaria da Colômbia. Por isso, ao estilo Grêmio, o resultado bastou. Assim foi durante boa parte do ano passado e se repetiu nesta noite: jogos duros e sofridos, São Victor tirando chutes certeiros, zaga sólida, gol de bola parada e (para o desespero de todos) uma coleção de gols perdidos. O tricolor dominou a partida. Avançou quando quis e defendeu como soube. E, mesmo assim, não fosse por Souza, o empate viria de novo. Por ora, deu pra ter a nítida impressão de que o Boyacá respeitou em demasia o time gaúcho. Não queria provocar a ira de um bicampeão continental. Quase não adentrou a área azul, se limitando a arremates de longa distância. A cada bola recuada, a defesa tremia. Quando Jonas zunia pra cima deles, as panturrilhas pesavam. Era como se a altitude favorecesse aos brasileiros, e não o contrário. Comportou-se de forma ingênua, como um clube novo e sem tradição (e o é). Há de se salientar que a atuação gremista também não correspondeu a tudo que os colombianos temiam. Um time nervoso subiu a Tunja - já no hino os jogadores suavam frio. Foi, praticamente, um duelo de amedrontados.

Porém, não visualizei na equipe "ajedrezada" o que a imprensa gaúcha divulgou desde o início da semana. Um time limitadíssimo (tanto ofensiva quanto defensivamente), fez com que eu inevitavelmente pensasse: "se eles são os campeões da Colômbia, como não serão os outros!". Isso não desmerece a vitória conquistada fora de casa, porém, ao mesmo tempo, não deve iludir o torcedor. O próprio Grêmio foi muito abaixo do que se viu noutras oportunidades. Claro, as circunstâncias se encarregaram de piorar o lado emocional dos atletas, mas a inoperância do ataque é gritante. Em um lance, Jonas chegou a driblar o arqueiro colombiano duas vezes, arrematou a gol e, mesmo assim, errou. Já tínhamos assistido a algo parecido contra o Universidad de Chile, em Porto Alegre. Será uma "síndrome de Libertadores" que desespera os atacantes triclores?

Contudo, uma certeza basta: o Grêmio irá se classificar dando risada. No grupo 7, nenhum dos clubes pode (ou pelo menos não deveria) impor dificuldade para o "Imortal". Universidad e Chicó já dançaram a "chula" conforme os azuis quiseram, e pelo que tudo indica o Aurora será a próxima prenda. Ninguém tira a vaga gaúcha! Na próxima fase a conversa engrossa, porém, até lá, esperamos que Jonas já tenha afiado o pé - porque, agora, a comemoração fica restrita a conquista dos 3 pontos. A comemoração final de Celso Roth (um desabafo) define a situação azul - falando em Roth, ele segue (agora mais calmo).

terça-feira, 10 de março de 2009

Sem ver a cor da "pelota"

Os pelotenses mal viram a bola - Foto: Nauro Júnior
Um massacre. Assim se resume o ocorrido no Bento Freitas, nesta terça-feira. O Brasil de Pelotas não conseguiu fazer frente ao poderío colorado. Ao que parece, o Gre-Nal realmente embalou o Internacional. Ninguém mais o segura. Melhor ataque, melhor defesa, melhor campanha, goleador do campeonato e um plantel de dar inveja. E digo mais, os 7 a 0 ainda foram pouco, tendo em vista a boa atuação do goleiro xavante Luis Carlos (criado nas categorias de base vermelha). Futebol não é números, entretanto, o placar elástico é explicado ao analisar friamente o duelo: era o melhor contra o pior do Gauchão. E exatamente por isso, há de se levar em consideração a fraqueza do oponente. O Brasil é seríssimo candidato ao rebaixamento - o que empobrece, de certa maneira, a riqueza futebolística apresentada pelo time porto-alegrense.

Dentre todos fatores citados, uma dúvida não resta: Andrezinho aproveitou muito bem a ausência de D'Alessandro para impor seu futebol mais uma vez. Por isso, o Inter hoje se escala por ele e mais 10. O meio-campista marcou dois gols na goleada sobre a equipe pelotense, os demais foram marcados por Magrão, Nilmar, Taison, Alecsandro e Danilo Silva. Um banho, com destaque para o belíssimo gol de Magrão - o segundo da partida -, no qual foi efetuada uma tabela magnífica entre o volante e o atacante Nilmar. A baixa da noite foi o zagueiro Álvaro, que com uma fisgada na virilha abandonou o campo mais cedo.

Agora, a torcida espera muito mais do colorado. Ao que parece, o bicampeonato estadual está na caçapa, esperando a última tacada. Contudo, o ano vermelho passa longe de se limitar a apenas Gauchão. A pressão só tende a aumentar. Falo em Copa do Brasil, Brasileirão, Recopa, enfim. São inúmeras competições em 2009. Repetir-se-ão as boas atuações? Esperaremos para ver...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Um saci na torcida colombiana

Saci colorado - Foto:Jefferson Bernardes
Quando se fala em futebol da Colômbia, logo vem à cabeça Once Caldas (campeão da Libertadores em 2004), Deportivo e América de Cali, ou até mesmo do Nacional de Medellín - que decidiu a Libertadores em 1995 contra o Grêmio. Já, Boyacá Chicó chega a soar engraçado - "Boyacá quem"? E esse é justamente o que vem favorecendo o novato clube colombiano. Os "Ajedrezados", como são conhecidos (devido ao uniforme xadrez), foram fundados em 26 de março de 2002. Um ano após sagravam-se campeões da Segunda Divisão do campeonato nacional - a Copa Mustang. Em 2008, a glória maior: campeão da Primeira Divisão e acesso à Libertadores do ano seguinte.

Atualmente, o Chicó disputa três campeonatos (e sem reclamar, viu Celso Roth!). Na Copa Mustang, encontra-se na 1ª posição, com 13 pontos - mesmo tendo utilizado reservas nos últimos jogos. Pela Copa Colômbia Postobon (semelhante ao que seria a Copa do Brasil para nós), está em 3º em seu grupo, com 1 ponto apenas. Entretanto, jogou apenas um jogo, o qual empatou por 0 a 0 contra o Cúcuta (o mesmo que enfrentou o Grêmio pela Libertadores, em 2007). Já na Copa Libertadores, os colombianos jogaram apenas uma partida, a qual venceram o Aurora por 3 a 0, na Bolívia. Desta forma, encontram-se na segunda colocação do grupo 7 (o Grêmio é o terceiro). Pelo que já foi dito, os "caçulas" da Colômbia não apresentam um grande histórico a ser temido. Contudo, como futebol não é simplesmente uma aula de História, o Boyacá Chicó dá amostras de que pode surpreender pelo modo que vem atuando. E, mesmo que não possua uma imensidão de ídolos e títulos - como o tricolor gaúcho ostenta orgulhosamente -, os "ajedrezados" terão um torcedor ilustre nesta quarta-feira.

Wason Libardo Rentería Cuesta. Este nome pode até passar em branco para o lado azul do Rio Grande do Sul, porém, para o outro lado a lembrança é muito agradável. O colombiano Rentería - que participou da campanha vitoriosa dos colorados pela Libertadores 2006 - nasceu para o futebol em 2004, com apenas 19 anos, atuando justamente pelo Boyacá Chicó. Logo, em 2005, foi comprado pelo Inter e alcançou o auge de sua carreira. Para os vermelhos, ficou marcado como o "Saci", pois comemorou alguns gols vestindo a carapuça (literalmente) e o cachimbo, em referência ao mascote colorado. Hoje ele joga pelo Sporting Braga, de Portugal. No entanto, quando a partida entre Chicó e Grêmio iniciar, Tunja receberá as atenções do eterno saci colorado (foto). Por isso, o "Imortal" que se cuide. Não bastando a má fase, a secação será reforçada!

domingo, 8 de março de 2009

Inoperância e muito azar

Maxi é a esperança - Foto:globoesporte.com
Desde o jogo contra o Universidad de Chile, o tricolor vem mostrando problemas no arremate final. Daquela feita, o 0 a 0 foi o resultado. Hoje, contra o Santa Cruz, perdeu por 3 a 2 e está em sexto lugar no seu grupo, pela Taça Fábio Koff. Já são 4 partidas sem vitória. O que estaria acontecendo com o Grêmio? O problema não é apenas o técnico - como muitos pensaram. Um dos principais defeitos passa pelo ataque azul. Nos últimos jogos, 5 atacantes diferentes foram escalados. Nada mudou. Dizia-se que quando os argentinos entrassem, tudo iria mudar. Entretanto, hoje a desculpa não pode ser utilizada. Máxi Lopez, inclusive, iniciou como titular, porém, quem marcou foi Reinaldo. A dúvida que resta sobre o primeiro é acerca do seu futebol. Há quem diga que é cedo para uma avaliação, ou que ele não está 100% ainda. A verdade, nua e crua, é que Máxi ficou muito abaixo do que se esperava. Contudo, Herrera entrou e fez o seu. Mostrou a força e a garra que sempre foram o seu cartão de visita. Parece ter credenciais para assumir titularidade. Mesmo assim, foi pouco.

Incompetência ou azar? Respondo sem pestanejar. Inoperância e muito azar. Azar pelas lesões e bolas na trave. Inoperância pelos lances que o gol deveria ter saído e não saiu. Justamente por intranquilidade e incompetência. Há também o nervosismo para reverter de uma vez esta situação adversa. Só que não se resolve fácil assim. A defesa gremista, tão sólida no ano passado, vem mostrando fragilidades antes nunca imaginadas. Réver, por exemplo, vem atuando abaixo
do seu nível desde o Gre-Nal. Até mesmo o elogiável Victor - a muralha tricolor - levou um gol infantil hoje. O atacante do Santa Cruz cabeceou de fora da área e encobriu o arqueiro, que estava adiantado. É bem verdade que a partida deste domingo foi eletrizante, com bolas na trave de ambos os lados, muitos gols e jogadas ríspidas. Mas para os porto-alegrenses, a cabeça segue inchada.

Pode se dizer que o Grêmio possuia apenas 4 titulares quando entrou em campo. Mas foi vergonhoso. O medo do torcedor (que já parece atirar a toalha pelo Gauchão) é de que a má fase se estenda para a Copa Libertadores. E a próxima batalha é justamente por este certame, contra o Boyacá Chicó, na Colômbia. Lá, azar, inoperância e intranquilidade irão se misturar à altitude. Tem tudo para ser uma fusão bombástica. De que lado irá estourar? Celso Roth parece ter um bunker.

sábado, 7 de março de 2009

Suplentes nota 10


Sem dó nem piedade. Assim agiram os reservas do Inter neste sábado. Sim, reservas! Dos 11 que começaram a partida, apenas um era titular. E mesmo assim, um dos titulares mais contestáveis: Bolívar (que desta vez atuou como zagueiro). Com gols de Andrezinho (duas vezes), Giuliano e Marcelo Cordeiro, o "clube do povo" não tomou conhecimento do Veranópolis. Sem exagero algum, os 4 a 0 foram pouco. A melhor atuação colorada na temporada, sem sombra de dúvidas. O VEC chegou pouco à area vermelha e, mesmo assim, apenas na primeira etapa. No segundo tempo, viu-se um Internacional soberano. É claro, o adversário não pode servir de parâmetro, mas acima de tudo há de se enaltecer a vontade do time porto-alegrense.

Andrezinho mais uma vez impôs o seu futebol e pede passagem a todo custo. Na minha opinião, deve assumir a terceira função do meio-campo. Quem brigaria pela titularidade seriam Magrão e Sandro - que tem se apresentado bem, incluindo hoje. Arilton faz repensar sobre a escalação de Bolívar na lateral-direita, mesmo que não seja tão efetivo defensivamente. Inclusive, o Bolívar zagueiro se saiu melhor do que o Bolívar lateral. Marcelo Cordeiro também fez boa partida, mas não apresenta perigo para Kléber. É um atleta esforçado, mas limitado. Giuliano lembrou o recém saído Alex e fez o seu. Entretanto, a maior afirmação de todas é Alecsandro. O nove que fez falta em muitos jogos, se apresentou finalmente no Beira-Rio. Apesar da falta de gols, fez parede e mostrou ter boa visão de jogo. Há de se montar um ataque com Taison e Alecsandro. E já! Nilmar que se cuide...

Pois bem, o Internacional se credencia ao título da Taça Fábio Koff, e consequentemente ao Gauchão. Plantel, como demonstrado, há de sobra. Que venha a Copa do Brasil e Brasileirão.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Dormindo com Felipão e acordando com Roth

Roth, o preparador físico de Felipão em 87 - Fonte:site celsoroth.com

Mesmo que todos os torcedores exijam a saída de Celso Roth da casamata tricolor, poucos realmente analisam friamente o caso. Como o próprio treinador repete nas coletivas: "o torcedor é passional". Atualmente, Roth recebe R$ 220 mil por mês - um salário de primeiro escalão para o futebol brasileiro. Agora imagine que se obedeça a vontade dos gremistas. Imagine que os jornais de amanhã estampem a notícia "Grêmio rescinde com Roth". Pois bem, pense agora na multa que o tricolor terá que arcar caso isso aconteça. No mínimo, o dobro do atual salário - ou seja, 440 mil reais - será desembolsado. Vale lembar que apenas isso não bastaria. O "Imortal" estaria agora sem nenhum comandante. Vamos às compras, então.

A partir de então, apenas hipoteses e nomes secundários surgem. O descartável René Simões, o mau sucedido Mário Sérgio e até mesmo o inexperiente Roberto Fernandes estão em oferta. Paulo Autuori tem contrato com o Al-Rayyan, do Qatar, até 2010. No cruzmaltino carioca, Dorival Júnior recebe R$ 280 mil, e não parece disposto a abandonar a nau vascaína. Adílson Baptista poderia ser uma opção, já que recebe quase o mesmo salário de Roth - cerca de R$ 220 mil -, no entanto, os gremistas terão que secar o Cruzeiro pela Libertadores. A última cartada seria Mano Menezes, que não largaria o Corinthians por nada, já que ganha cerca de R$ 400 mil e recebe todos os holofotes da imprensa nacional.


Renato Gaúcho - o goleador do tricolor na década de 80. Porém, para aqueles que criticam a inexperiência "rotheana", é uma redundância clamar por este. Não há dúvidas de que como jogador ele foi estupendo. Em seu currículo, constam 4 Campeonatos Estaduais (Gauchões de 85 e 86 pelo Grêmio, Carioca de 95 com o Flu e Mineiro de 92, vestindo a camisa do Cruzeiro); 1 Copa União e 1 Copa do Brasil (87 e 90 respectivamente, e ambas pelo Flamengo); 1 Supercopa
Libertadores (92, com o Cruzeiro); 1 Copa América (89, vestindo a "amarelinha") 1 Libertadores e 1 Mundial (83, justamente pelo Grêmio). Entretanto, como treinador já passou por Fluminense, Madureira e Vasco, ostentando dois rebaixamentos - ano passado com o Vasco, e em 1996, quando ainda jogava e assumiu como interino do Flu (depois a CBF voltaria atrás e viraria a mesa). Seu grande trunfo foi classificar o tricolor carioca para a Libertadores ao sagrar-se campeão da Copa do Brasil, em 2006. Pelo certame continental, desbancou favoritos como São Paulo e Boca Juniors, mas caiu em pleno Maracanã para os equatorianos da LDU. Por isso, nada mais do que uma grande aposta. Assim como Valdir Espinosa. Sim, o técnico da primeira Libertadores e do único Mundial do Grêmio nada mais seria do que uma aposta. Valdir já treinou mais de 20 equipes, passando por países como Japão, Arábia Saudita e Paraguai. Ao longo da carreira, 6 títulos. Isso mesmo! Vinte e nove anos de carreira e 6 taças. É bem verdade que foi com o tricolor gaúcho que ele conquistou as maiores glórias (a Libertadores e o Mundial de 83), mas depois disso apenas ganhou um Gauchão pelo Grêmio (1986), um Campeonato Carioca com o Botafogo (1989) e dois Campeonatos Paraguaio com o Cerro Porteño (1987 e 1992). Um de Seus últimos trabalhos foi no Vasco da Gama em 2007, onde substituiu justamente Celso Roth. Atualmente, é comentarista do canal Sportv.


Apesar de todos os nomes listados acima, o lado azul do RS sonha há anos é com o retorno de Luis Felipe Scolari, o Felipão, à Azenha. O técnico foi responsável pela grande ascenção do Grêmio na década de 90, ganhando Copa do Brasil, Libertadores e Recopa. Depois disso, passou por Palmeiras e Cruzeiro até chegar à Seleção Brasileira, culminando com a conquista da Copa do Mundo, em 2002 - o que o valorizou ainda mais. Recentemente, Scolari foi demitido do Chelsea. No time inglês, recebia cerca de R$ 1,9 milhão mensal. Ou seja, por mais gremista e por maior que seja a amizade dele com Fábio Koff, a volta do treinador é uma utopia. A partir de então, todos os nomes que estão à disposição no mercado são apostas - assim como Roth foi e ainda é.

quinta-feira, 5 de março de 2009

O beijo e a vaia

Jonas abraça Roth - Fonte: Diego Vara
Antes mesmo do jogo começar, uma torcida hostil se aglomerava no estádio Olímpico. Faixas de "Fora Roth!" e gritos de "Ão, ão, ão, pede demissão!" tomavam o local. Apenas um resultado interessava. E ele não veio. Mesmo assim, apesar da má apresentação, o Grêmio terminou a primeira etapa vencendo por 1 a 0. E para a desgraça do técnico tricolor, o gol foi de Jonas - justamente o jogador que, ao iniciar o último no Gre-Nal no banco foi a raíz de toda a revolta do torcedor para com Roth. Por solidariedade, os atletas correram para abraçar o "chefe". Era tarde demais. O gol de Jonas foi como o beijo de Judas Iscariotes. Foi como se ele dissesse à toricda: "É esse que vocês querem!". A partir de então, o caldeirão azul entoava o mesmo cântico: "Burro! Burro! Burro!". O clima era insuportável, o que piorou quando Sharlei empatou, logo aos 9 minutos do segundo tempo. Grêmio 1x1 Ypiranga, de Erechim.

As cicatrizes da decisão de domingo ainda estavam expostas. Junto com Roth, Diogo foi muito vaiado, em uma lembrança da preterição do atacante Jonas em favor do volante, na escalação da finalíssima. Contudo, o time inteiro esteve irreconhecível mais uma vez. Fábio Santos apoiou pouco e errou um cruzamento infantil (logo após foi substituído). Réver não fez um bom primeiro tempo, isolando bolas fáceis. E Jonas, mais uma vez, apesar de sua limitação, foi o salvador do "Imortal". No entanto, nem tudo é desgraça. Há um mísero motivo para sorrir: Douglas Costa. O garoto pede passagem, e quem poderia bailar, na minha opinião, é o capitão inoperante Tcheco - hoje ele não atuou por causa de uma gripe.

Ao fim do jogo, cerca de 200 torcedores protestaram diante dos portões do estádio. Há razão para tanto? Se for analisar apenas o resultado e o campeonato que está em jogo, não. Gauchão não é a prioridade, frente à Copa Libertadores. Porém, na cabeça do torcedor fica a dúvida: quem perde dois Grenais, e empata com um time do interior do estado dentro da própria casa, pode ser o melhor do continente? Só o jogo contra o Boyacá Chicó responderá - ou dará pistas, pelo menos. Por enquanto, tudo segue igual. Inclusive o técnico.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Quando a trave vira amiga

Colorados comemoram - Fonte:ZH

Primeiro gol: D'Ale cobra uma falta, a bola bate na trave e volta para Índio empurrar para o fundo das redes. Segundo gol: Nilmar tenta encobrir o goleiro do União, a bola pica no travessão e sobra para Alecsandro marcar. Inter 2 a 0 no União. Exatamente o que precisava para classificar. E ela, a trave - tantas vezes a vilã da história -, jogou a favor da equipe gaúcha. Entretanto, foi difícil e sofrido. É bem verdade que o adversário veio como um "ferrolho" à Porto Alegre: retrancado e explorando os contra-ataques. Nada que desculpe a má apresentação colorada. Porém, se trata do Inter. Um clube que carrega o histórico de complicações em jogos aparentemente fáceis. Cansa de vergar grandes equipes do futebol mundial, mas peca quando a presa é menor.

Contudo, a noite desta quarta-feira não foi somente lamentações. Índio, o zagueiro goleador, mostrou as garras novamente. Quando a partida rumava para uma desclassificação sulista, o jogador escorou o rebote e abriu o placar. A torcida foi ao delírio. E não é a primeira vez que isso acontece. Vale lembrar que Índio já havia marcado na decisão da Taça Fernando Carvalho, o que o faz cair nas graças da massa. Aliás, dois parenteses dão dimensão à importância que o atleta tem para o clube. 1) o defensor, atualmente, é o único campeão mundial (de 2006) no elenco colorado que vem atuando - o outro é Clemer. 2) Índio já marcou 23 vezes vestindo a camiseta do Inter. Com isso, fica a apenas um gol do maior zagueiro goleador que o Beira-Rio viu jogar: Don Elias Figueroa. Talvez isso explique a paixão que o lado vermelho nutre por ele.


Por fim, o jogo contra os matogrossenses deixa também velhos temores expostos. Bolívar prova cada vez mais que, em certos casos, não deve ser lateral. Andrezinho errou passes fáceis e saiu no intervalo. Magrão fez muitas ligações diretas. Taison e D'Alessandro pareciam ansiosos e erravam frequentemente. E Nilmar, este sim, vive uma fase horripilante. É o centroavante Gasparzinho (ele chegou realmente a entrar em campo?). Em resumo, o Inter deu pro gasto. Pouco para o que a torcida esperava, depois do que viu no Gre-Nal de domingo passado. Até quando durará a Copa do Brasil 2009?

terça-feira, 3 de março de 2009

O Ultimato Roth

Quem mexeu no meu queijo? Fonte:Google
Antes da final da Taça Fernando Carvalho, ouvi Roth desdenhar do Gauchão, em compensação da Libertadores (e alguns torcedores ainda concordaram com esta atitude). O primeiro turno era prioridade para o Grêmio e não para o Inter. O colorado tem uma Copa do Brasil pela frente, ou seja, adversários nem tão difíceis assim. Já o Grêmio, se houvesse saído vitorioso do Gre-Nal de domingo, poderia dar prioridade máxima para a Libertadores, escalando seus reservas para a segunda fase do Gauchão. Ora, nenhum gaúcho quer assistir seu rival vencer o estadual, seja do lado que for. E Roth provou toda sua "ingenuidade" exatamente ao relegar o "Ruralito" - por mais convincente que isso parecesse. Agora a prioridade é toda azul, e nos dois campeonatos ainda por cima. Entretanto, o passado recente de Celso mostra que é na adversidade que ele funciona melhor. Assim como o Jason Bourne (Matt Damon), de "O Ultimato Bourne", o treinador gaúcho terá que procurar pistas sobre o seu verdadeiro passado e se redescobrir. E ele já deu provas de que terra arrasada é o seu prato predileto (vide o início do Brasileirão 2008, quando estava prestes a ser demitido). Mas o resto da história, você conhece?

Celso Juarez Roth teve suas primeiras experiências como técnico na Ásia, onde, de 1988 a 1994, passou por Al Qadsia, do Kuwait; Seleções de juniores da Indonésia e Qatar; Al Etehad, do Qatar; e Al Ahli, dos Emirados Árabes. Em 1995, o técnico voltaria para o Rio Grande do Sul, especificamente para o Brasil de Pelotas, com o qual cairía para a segunda divisão do Gauchão daquele ano. Porém, um ano depois, após passagens rápidas por Esportivo, de Bento Gonçalves/RS, e Juventus, de Jaraguá do Sul/SC, conquistaria seu primeiro título como treinador: a Copa Daltro Menezes, à frente do Caxias, de Caxias do Sul (sua cidade natal). Depois disso, chegaria ao Internacional de Porto Alegre, onde sagraria-se campeão gaúcho de 97. Meses depois, o Inter seria a surpresa do Brasileirão - o Gre-Nal dos 5 a 2 é deste ano -, mas tombaria na fase final do campeonato. Em 98 a sorte não se repetiria. O Inter perderia a final do estadual para o Juventude. Com isso, Roth migraria para o Vitória, da Bahia, e depois para o Grêmio, levando o tricolor até as quartas-de-final do Brasileirão (perderia para o campeão daquele ano: Corinthians).

Em 1999, Roth escreveria seu nome na história gremista ao sagrar-se campeão do Gauchão (no Gre-Nal de Ronaldinho e Dunga) e da Copa Sul (contra o Paraná). Um ano após iria para o Sport Club de Recife, vencendo seu último troféu: Copa Nordeste. Meses depois ainda treinaria o Grêmio pela segunda vez, chegando às semifinais do Brasileirão, quando perdeu para o São Caetano, de Adhemar. Em 2001 sonharia com a Libertadores, pelo Palmeiras - mas perderia, também nas semifinais, para o Boca Juniors. Depois disso, viraria um cigano do futebol brasileiro. Santos (2002), Inter (2002), Atlético-MG (2003), Goiás (2004), Flamengo (2005), Botafogo (2005) e Vasco (2007) apostaram no treinador. De todos, apenas nos clubes mineiro e goiano ele trabalhou por mais de 6 meses.
Pois bem, em todas as andanças seus títulos mais importantes foram as extintas Copas Sul e Nordeste. Torcidas de Palmeiras, Inter, Vasco e Grêmio acreditaram em títulos maiores, como Brasileirão ou Libertadores, com Roth na casamata. E, mesmo assim, nada. A diretoria gremista deve realmente apostar em uma fase "mais madura" do treinador? Na minha modesta opinião, o lado vermelho do RS tem razões para gritar "Fica, Celso Roth".

segunda-feira, 2 de março de 2009

O gol iluminado - versão dois

Fotos:site do Internacional
Terminado o Gre-Nal, caneco no armário do Beira-Rio e comemoração estado afora. Pronto, atenções voltadas para a Copa do Brasil, certo? Errado. O técnico Tite até propôs esta postura. No entanto, a torcida vermelha não se cansa de revirar fotos, audios, videos e textos. Quer consumir o máximo de notícias a respeito da primeira taça do centenário. Muitos destes torcedores chegaram a enxergar semelhanças entre o gol de Magrão e o da final do Brasileirão de 1975. O último entrou para a história do clube como o "gol iluminado", referindo-se a um facho de luz que aparece sobre a cabeça do capitão Figueroa, instantes antes de ele marcar e sentenciar o primeiro título nacional do Inter.

Realmente, visualizando os dois vídeos, as jogadas são parecidas. Em ambas, o cruzamento se faz através de uma falta, cobrada pelo lado direito do ataque - na mesma faixa do campo. Andrezinho e Valdomiro, os cruzadores, lançam a bola quase à mesma altura. Os cabeceadores, Magrão e Figueroa, escapam da marcação e saltam para o arremate. A bola cai exatamente no mesmo canto nas duas jogadas. Perfeito! A torcida urra igualmente.

Porém, as coincidências se calam por aí. Magrão não possui a braçadeira de capitão, assim como o chileno em 75 que ergueu a "taça das bolinhas". O adversário da primeira feita foi o Cruzeiro de Minas Gerais, desta vez foi o arquirrival Grêmio. Na década de 70, Raul Plasmann, goleiro do clube mineiro, sequer pula na bola. Já Victor se joga tentando evitar o gol. O zagueiro chileno marcou aos 11 minutos do segundo tempo, o volante brasileiro aos 32. Desta vez não houve raio solar. E, talvez, a maior diferença de todas - e justamente a que abre um grande abismo nas pretenções coloradas para esse ano -, o gol de domingo foi válido pelo primeiro turno do Gauchão e não pela final do Brasileirão. Sequer deu um título completo ao Internacional. Claro, vale comemorações, já que derruba o inimigo clássico, mas há de se manter o foco, pois o ano é longo e glórias maiores estarão em jogo futuramente.

Mesmo assim, para os amantes das coincidências é bom rever os lances, expostos pelo jornal Zero Hora no link abaixo: