Você sabia que Bolívar iniciou a carreira pelo Grêmio? Sim, em 1999, aos 19 anos, surgia no Olímpico o lateral-direito Fabian Guedes - Bolívar é um apelido. Talvez isso explique porque a torcida colorada nunca foi fã do futebol do jogador. No entanto, em 2001, quando Tite (esse mesmo que treina o Inter atualmente) foi contratado pelo tricolor, o jogador foi dispensado, e parou no Guarani de Venâncio Aires. Quis o destino que ele voltasse à Porto Alegre em 2003 e três anos depois, deslocado para a função de zagueiro, fosse campeão da Libertadores pelo clube do Beira-Rio. Bolívar foi vendido para o Mônaco, da França, voltou para o colorado, e mesmo assim segue sendo alvo de vaias. Jamais foi um ídolo. Por isso, a notícia de que o tempo do empréstimo de Bolívar se encerra no Inter, alegra alguns críticos - Shaktar Donetsk, da Ucrânia pode ser seu destino. E há aqueles que apontam Bolívar como o principal defeito da equipe vermelha. Porém, digo: o principal defeito é não ter um lateral-direito no plantel! Claro, Bolívar não é ala! A campanha vitoriosa de 2006 mostra isso. Além do mais, o seu substituto imediato - Danilo Silva - também é zagueiro. Este, no entanto, até vem atuando bem ultimamente, mas, a meu ver, não é a salvação do velho problema da lateral-direita.
O último lateral destro de ofício a vestir a camisa colorada foi Ceará. Desde que este foi vendido para o Paris saint-Germain, perambularam pela função Wellington Monteiro, Jonas, Rosinei, Ricardo Lopes e Ângelo. Cinco jogadores não superaram o cearense! Em 2006, o Inter chegou a ostentar Élder Granja no banco de reservas, hoje limita-se a improvisar zagueiros. É o cúmulo! Lembro dos idos de 2000, quando Muricy insistia em improvisar o volante paraguaio Gavilán como ala. Era um desastre. E mesmo assim o erro se repetiu por meses. A verdade é que o Internacional não possui em seu histórico uma gama de bem sucedidos laterais-direito. Na "Seleção de Todos os Tempos" do clube, organizada pela revista Placar, por exemplo, quem aparece na posição é Paulinho - atleta que defendeu o colorado de 1950 a 1954. Ora, falamos de mais de cinquenta anos de diferença, e o velho Paulo de Almeida Ribeiro segue imbatível.
Lembre dos times gaúchos campeões e escale-os. Por favor, busque em sua memória alguma improvisação na ala. Isso não existe! Cada macaco no seu galho. Pense no grande Inter dos anos 70: Valdir, Cláudio Duarte e João Carlos eram os laterais. Nos Grêmios da década de 80 e de 90, Paulo Roberto e Arce eram autênticos. Ou seja, com falsificações baratas, não se faz um time campeão. Olho aberto, diretoria colorada!
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