Mesmo que todos os torcedores exijam a saída de Celso Roth da casamata tricolor, poucos realmente analisam friamente o caso. Como o próprio treinador repete nas coletivas: "o torcedor é passional". Atualmente, Roth recebe R$ 220 mil por mês - um salário de primeiro escalão para o futebol brasileiro. Agora imagine que se obedeça a vontade dos gremistas. Imagine que os jornais de amanhã estampem a notícia "Grêmio rescinde com Roth". Pois bem, pense agora na multa que o tricolor terá que arcar caso isso aconteça. No mínimo, o dobro do atual salário - ou seja, 440 mil reais - será desembolsado. Vale lembar que apenas isso não bastaria. O "Imortal" estaria agora sem nenhum comandante. Vamos às compras, então.
A partir de então, apenas hipoteses e nomes secundários surgem. O descartável René Simões, o mau sucedido Mário Sérgio e até mesmo o inexperiente Roberto Fernandes estão em oferta. Paulo Autuori tem contrato com o Al-Rayyan, do Qatar, até 2010. No cruzmaltino carioca, Dorival Júnior recebe R$ 280 mil, e não parece disposto a abandonar a nau vascaína. Adílson Baptista poderia ser uma opção, já que recebe quase o mesmo salário de Roth - cerca de R$ 220 mil -, no entanto, os gremistas terão que secar o Cruzeiro pela Libertadores. A última cartada seria Mano Menezes, que não largaria o Corinthians por nada, já que ganha cerca de R$ 400 mil e recebe todos os holofotes da imprensa nacional.
Há Renato Gaúcho - o goleador do tricolor na década de 80. Porém, para aqueles que criticam a inexperiência "rotheana", é uma redundância clamar por este. Não há dúvidas de que como jogador ele foi estupendo. Em seu currículo, constam 4 Campeonatos Estaduais (Gauchões de 85 e 86 pelo Grêmio, Carioca de 95 com o Flu e Mineiro de 92, vestindo a camisa do Cruzeiro); 1 Copa União e 1 Copa do Brasil (87 e 90 respectivamente, e ambas pelo Flamengo); 1 Supercopa
Libertadores (92, com o Cruzeiro); 1 Copa América (89, vestindo a "amarelinha") 1 Libertadores e 1 Mundial (83, justamente pelo Grêmio). Entretanto, como treinador já passou por Fluminense, Madureira e Vasco, ostentando dois rebaixamentos - ano passado com o Vasco, e em 1996, quando ainda jogava e assumiu como interino do Flu (depois a CBF voltaria atrás e viraria a mesa). Seu grande trunfo foi classificar o tricolor carioca para a Libertadores ao sagrar-se campeão da Copa do Brasil, em 2006. Pelo certame continental, desbancou favoritos como São Paulo e Boca Juniors, mas caiu em pleno Maracanã para os equatorianos da LDU. Por isso, nada mais do que uma grande aposta. Assim como Valdir Espinosa. Sim, o técnico da primeira Libertadores e do único Mundial do Grêmio nada mais seria do que uma aposta. Valdir já treinou mais de 20 equipes, passando por países como Japão, Arábia Saudita e Paraguai. Ao longo da carreira, 6 títulos. Isso mesmo! Vinte e nove anos de carreira e 6 taças. É bem verdade que foi com o tricolor gaúcho que ele conquistou as maiores glórias (a Libertadores e o Mundial de 83), mas depois disso apenas ganhou um Gauchão pelo Grêmio (1986), um Campeonato Carioca com o Botafogo (1989) e dois Campeonatos Paraguaio com o Cerro Porteño (1987 e 1992). Um de Seus últimos trabalhos foi no Vasco da Gama em 2007, onde substituiu justamente Celso Roth. Atualmente, é comentarista do canal Sportv.
Apesar de todos os nomes listados acima, o lado azul do RS sonha há anos é com o retorno de Luis Felipe Scolari, o Felipão, à Azenha. O técnico foi responsável pela grande ascenção do Grêmio na década de 90, ganhando Copa do Brasil, Libertadores e Recopa. Depois disso, passou por Palmeiras e Cruzeiro até chegar à Seleção Brasileira, culminando com a conquista da Copa do Mundo, em 2002 - o que o valorizou ainda mais. Recentemente, Scolari foi demitido do Chelsea. No time inglês, recebia cerca de R$ 1,9 milhão mensal. Ou seja, por mais gremista e por maior que seja a amizade dele com Fábio Koff, a volta do treinador é uma utopia. A partir de então, todos os nomes que estão à disposição no mercado são apostas - assim como Roth foi e ainda é.
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