Ao que tudo indicava, Roth não voltaria da Colômbia. Por isso, ao estilo Grêmio, o resultado bastou. Assim foi durante boa parte do ano passado e se repetiu nesta noite: jogos duros e sofridos, São Victor tirando chutes certeiros, zaga sólida, gol de bola parada e (para o desespero de todos) uma coleção de gols perdidos. O tricolor dominou a partida. Avançou quando quis e defendeu como soube. E, mesmo assim, não fosse por Souza, o empate viria de novo. Por ora, deu pra ter a nítida impressão de que o Boyacá respeitou em demasia o time gaúcho. Não queria provocar a ira de um bicampeão continental. Quase não adentrou a área azul, se limitando a arremates de longa distância. A cada bola recuada, a defesa tremia. Quando Jonas zunia pra cima deles, as panturrilhas pesavam. Era como se a altitude favorecesse aos brasileiros, e não o contrário. Comportou-se de forma ingênua, como um clube novo e sem tradição (e o é). Há de se salientar que a atuação gremista também não correspondeu a tudo que os colombianos temiam. Um time nervoso subiu a Tunja - já no hino os jogadores suavam frio. Foi, praticamente, um duelo de amedrontados.
Porém, não visualizei na equipe "ajedrezada" o que a imprensa gaúcha divulgou desde o início da semana. Um time limitadíssimo (tanto ofensiva quanto defensivamente), fez com que eu inevitavelmente pensasse: "se eles são os campeões da Colômbia, como não serão os outros!". Isso não desmerece a vitória conquistada fora de casa, porém, ao mesmo tempo, não deve iludir o torcedor. O próprio Grêmio foi muito abaixo do que se viu noutras oportunidades. Claro, as circunstâncias se encarregaram de piorar o lado emocional dos atletas, mas a inoperância do ataque é gritante. Em um lance, Jonas chegou a driblar o arqueiro colombiano duas vezes, arrematou a gol e, mesmo assim, errou. Já tínhamos assistido a algo parecido contra o Universidad de Chile, em Porto Alegre. Será uma "síndrome de Libertadores" que desespera os atacantes triclores?
Contudo, uma certeza basta: o Grêmio irá se classificar dando risada. No grupo 7, nenhum dos clubes pode (ou pelo menos não deveria) impor dificuldade para o "Imortal". Universidad e Chicó já dançaram a "chula" conforme os azuis quiseram, e pelo que tudo indica o Aurora será a próxima prenda. Ninguém tira a vaga gaúcha! Na próxima fase a conversa engrossa, porém, até lá, esperamos que Jonas já tenha afiado o pé - porque, agora, a comemoração fica restrita a conquista dos 3 pontos. A comemoração final de Celso Roth (um desabafo) define a situação azul - falando em Roth, ele segue (agora mais calmo).
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