Nilmar e Taison zunem pelas pontas do ataque colorado. A velocidade e agilidade chamam a atenção do Brasil. Pelo Gauchão, ambos contabilizam 22 gols - 14 de Taison e 8 de Nilmar. Tentei puxar pela memória alguma outra dupla de ataque tão rápida como esta, que tenha vestido a camisa vermelha. Pensei em Rafael Sóbis, Fabiano, Maurício, Valdomiro. Todos com grandes companheiros ofensivos, porém nem tão velozes quanto eles. Estava me dando por vencido quando lembrei do Rolo Compressor - aquele tal time da década de 40 que patrolava os adversários e empilhou seis campeonatos gaúchos. Lembrei das histórias que meu vô contara de um tal negrinho que atendia pela alcunha de Tesourinha. Corri para a internet para ler mais sobre este time.
Há 60 anos, as equipes utilizavam cinco atacantes, ao invés da solitária dupla dos dias atuais. O quinteto que entrou pra história do Internacional, por exemplo, era formado por Tesourinha, Ruy Motorzinho, Russinho, Villalba e Carlitos. O primeiro e último jogadores atuavam em uma função que se encontra em extinção no futebol moderno: o ponteiro. Ou seja, a dupla Tesourinha e Carlitos era responsável por adentrar a área inimiga em diagonal, pelas pontas, e marcar os gols. Tesourinha iniciou sua carreira entre os profissionais em 1939, aos 18 anos, e deixou o Colorado onze anos depois. Já Carlitos começou em 1937, e jogou 14 anos com a camisa rubra, notabilizando-se como o maior goleador da história do Inter - único clube que defendeu.
Sabemos, a realidade do Inter, hoje, é outra. Além de não atuar com os mesmos cinco atacantes de outrora, muito provavelmente não manterá Taison e Nilmar pelos mais de 10 anos que jogaram os astros dos Eucaliptos - quem dera mais 10 meses. Por isso, para quem, como eu, não viu Tesourinha e Carlitos em ação, olhos atentos. Cabe ao torcedor vibrar, comemorar e torcer pelos "meninos do Beira-Rio", enquanto eles não se tornam os mais novos "meninos da Europa".
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