Basta a Libertadores iniciar para que os clubes brasileiros citem a altitude como um dos principais adversários. Pois nesta quarta e quinta-feira é a vez da dupla Gre-Nal enfrentar este vilão. Primeiro, o Colorado encara o frágil Jorge Wilstermann - que amedronta muito mais pelos 2.500m acima do nível do mar de Cochabamba, do que pelo futebol. Um dia depois, o Tricolor enfrenta o desconhecido León, na altitude de 2.000m de Huánuco. Mas, convenhamos, nem bolivianos ou peruanos têm cacife para pôr medo nos gaúchos. Até porque, apesar de todo este papo de altitude, foram poucos os clubes brasileiros que sucumbiram à falta de oxigênio. Talvez o exemplo mais clássico seja o do Fluminense, em 2008, que depois de eliminar São Paulo e Boca Juniors, foi surrado pela LDU, nos 2.800m de Quito, no Equador. Aliás, para quem não lembra, Renato Portaluppi, hoje treinador gremista, comandava o Tricolor carioca na ocasião (foto).
A coincidência é que justamente por esta campanha inédita à frente do Flu, Renato é lembrado para tomar o lugar de Muricy Ramalho. O vazamento de uma entrevista “em off” a Jorge Kajuru incendiou a delegação do Grêmio. O técnico estaria mesmo disposto a trocar o Olímpico pelas Laranjeiras? Não adianta, Portaluppi vive de desafios. Querendo ou não, no Tricolor do sul, ele já conquistou tudo que queria – nos tempos de jogador, é verdade. Agora, no Fluminense, Renato se sente em dívida eterna. Além de não conquistar aquela Libertadores, ainda foi responsável pelo rebaixamento do clube à Série B nos anos 90. Por aí pode se explicar a dor de cabeça do técnico gremista. Não é culpa da altitude, não.
Até porque, a altura onde Celso Roth se encontra é muito mais desgastante. Mesmo assim, mesmo que escale o garoto Oscar, goleie o tal Jorge da Bolívia, o comandante do Internacional voltará a Porto Alegre questionado. A torcida não nutre empatia pelo profissional. Inclusive, a saída de Muricy do Fluminense (que tanto amedronta os torcedores azuis), anima os colorados. Há quem queira a contratação do multicampeão brasileiro para a casamata do Beira-Rio. Mas que fique bem claro, não são os efeitos da altitude.
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