Foto: Diogo Olivier (ZH)
Há quem se espante com a retranca que Celso Roth pode estar armando para enfrentar o Jorge Wilstermann, nesta quarta-feira, pela Libertadores. Cogita-se a possibilidade de que o comandante colorado retire o jovem Oscar do meio, armando o time com Bolatti, Wilson Matias, Guiñazu e Tinga. Ou seja, quatro volantes. Mas, senhores, se a fama de Roth é ser adepto de uma retranca forte, imagine o fato de ele jogar na altitude, a 2.800 metros acima do nível do mar! É como se ele tomasse para si o nome da cidade boliviana (Cochabamba) e deixasse tremer as suas próprias pernas.
Aliás, para quem não lembra, há dois anos o Grêmio visitou esta mesma cidade. O rival colorado enfrentou o Aurora. Na ocasião, Celso Roth era o comandante do Tricolor (foto) e, para enfrentar os bolivianos, o treinador armou o time no 3-5-2. No início da partida, sofreu até mesmo pressão da fraca equipe. Até que Jonas, então um embrião de goleador, abriu o placar no final do primeiro tempo. Na saída da segunda etapa, porém, o Aurora arrancou o empate. A partir de então, um filme de horrores se iniciou. Jonas perdeu a cabeça, agrediu um adversário e foi expulso. Com um a menos, o time gaúcho se desesperou. Só não sofreu a virada pela falta de qualidade do inimigo. Enquanto isso, nos bares e lares do Rio Grande do Sul, os gremistas urravam por mais um atacante em campo. Roth preferiu manter o esquema com três zagueiros. Talvez, na cabeça dele, voltar pra casa com um empate era bom negócio.
Até que, quando ninguém mais acreditava no sucesso, o capitão Tcheco bateu uma falta descompromissada para a área e o arqueiro Dulcich, do Aurora, engoliu um dos maiores perus da história da Libertadores. O gol não só tirou o pescoço do treinador da forca, como colocou o Grêmio na condição de líder do seu grupo - que continha Boyacá Chicó (COL) e Universidad do Chile, além dos bolivianos. Pois então, a pergunta que paira no ar é: será que os colorados precisarão sofrer tudo isso contra o igualmente frágil Jorge Wilstermann?
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