Depois da inspeção do juiz João Ricardo dos Santos Costa, até a próxima sexta-feira será dado o veredicto se o Beira-Rio poderá continuar (ou não) sediando jogos. O Ministério Público já pediu a interdição, mas a diretoria colorada segue argumentando que o estádio tem condições de permanecer aberto. A dúvida persiste e, para a sorte de todos, as duas próximas rodadas do Brasileirão serão fora de casa para o Internacional.
Acontece que a situação da casa colorada virou piada até mesmo entre os jogadores. Depois de inúmeras coletivas de imprensa atrapalhadas, com barulho de britadeira e marreta ao fundo das entrevistas, e com poeira de tijolos demolidos, só resta rir dos problemas. Na última terça, foi a vez de D’Alessandro fazer piada. Quando o argentino foi falar com os jornalistas, indaguei o repórter Gonçalo Cirne Lima, da Rádio GRENAL (AM 780 / FM 101.9), se tínhamos luz para a entrevista - pois houve o dia em que a iluminação teve de ser feita pelas filmadoras dos cinegrafistas presentes. Gonçalo, de pronto, me respondeu: “Temos luz, sim!”. Porém, D’Ale, ouvindo o diálogo, interrompeu: “Temos luz até agora. Daqui a pouco nem água vai ter”. Tudo não passou de brincadeira, mas exprime um pouco da precariedade que os setoristas enfrentam.
Sou da ideia de que o Beira-Rio deve ser fechado, para a segurança de todos. Sei bem que o Inter perderá muito neste Brasileirão sem poder atuar dentro de casa, mas acho inevitável empurrar com a barriga e, literalmente, esconder as rachaduras. Os torcedores sofrem para driblar os escombros, a imprensa é martirizada por transmitir jogos da bandeirinha do escanteio e, agora, nem mesmo o espaço da torcida ‘Popular’ existe. Foi abaixo! A capacidade do estádio deve beirar o número de 20 mil pessoas. Não seria mais saudável procurar um novo local para abrigar suas partidas? Todos os clubes que sediarão jogos da Copa 2014 em suas casas vêm atuando longe dos domínios, somente o Inter reluta em permanecer. Pelo menos enquanto tivermos luz e água.
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