quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Os 1 a 0 na vida dos presidentes gremistas

Foto: Felipe Gabriel (Agência Lance)

O resultado não foi o melhor, mas também não é desesperador. Perder de 1 a 0 para o Atlético-PR pelo jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil não quer dizer que o Grêmio está eliminado da competição. Analisando as ausências no ataque (Vargas, Kleber e Barcos), até se esperava por algo pior. Ou seja, o resultado pode ser revertido na Arena. É difícil, mas reversível. "Passei em duas Copas do Brasil a mesma situação e revertemos dentro de casa", comentou o presidente Fábio Koff. Bom, aí já não posso concordar. Com Koff como presidente, o Grêmio chegou a conquistar um torneio (1994). Porém, este título foi trazido de maneira invicta. Viradas depois de perder por 1 a 0, somente em outras temporadas, com outros presidentes.

A primeira vez que isso aconteceu foi contra um paranaense. Em 1992, com Rafael Bandeira no comando, o Tricolor perdeu em casa para o Paraná. Porém, no Pinheirão, Carlinhos e Caio construíram o 2 a 1 e a classificação às quartas-de-final (quando seria eliminado nos pênaltis contra o arquirrival Inter). A outra oportunidade de virada foi em 2001 - ano do tetracampeonato e do mandato de José Alberto Guerreiro. Depois de levar 1 a 0 no Arruda, Rodrigo Mendes comandou os 3 a 1 no Olímpico que valeram a passagem de fase. Por fim, no 2004 de Flávio Obino, o insucesso aconteceu em Porto Alegre, com gol de Zinho. Na volta, no Maracanã, um 0 a 0 eliminou o Grêmio treinado por Adílson Batista.

É bem verdade que, neste ano de 2013, o Grêmio de Fábio Koff já provou de uma virada exatamente igual a que precisa na próxima semana. Foi justo na sua estreia na competição. Depois de perder por 1 a 0 na Vila Belmiro, o Tricolor conseguiu superar o Santos por 2 a 0, com gols de Werley e Souza na Arena. Ou seja, já conhece o caminho da roça. E, como disse o atual mandatário, "melhor é ganhar em casa, aonde vamos decidir a vaga". O resto é história!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Só a Libertadores separa Inter de Figueroa

Foto: Divulgação

A pré-temporada do Inter muito possivelmente será encerrada no Chile em 2014. Começa na Serra Gaúcha (em Gramado ou Bento Gonçalves) e termina com um jogo amistoso em Valparaíso-CHI. Só não será assim caso o time de Clemer alcance o improvável. Improvável, porém matematicamente possível. Sem Copa do Brasil, os membros da direção, comissão técnica e jogadores não atiram a toalha pela classificação a Libertadores da América via Campeonato Brasileiro. Assim, se o conseguir, o Colorado alcançaria a última vaga e, com isso, entraria na primeira fase da competição - a chamada Pré-Libertadores. Por isso, não é exagero afirmar que só a Libertadores pode tirar a viagem ao Chile do calendário vermelho.

Há alguns dias, o ex-zagueiro Elias Figueroa entrou em contato com a direção do Inter, convidando-os para a inauguração de um estádio que levará seu nome. "Uma das coisas que eu pedi quando definiram o meu nome para o estádio é que convidassem o Inter para inauguração contra o Wanderers, que foi o time onde comecei. Todo mundo sabe do carinho que sinto pelo Inter, onde joguei por tantos anos. O Inter até poderia fazer a pré-temporada aqui no Chile, onde temos boa estrutura na cidade. Seria muito bom para o Inter e também para mim", declarou à Rádio GUAÍBA o próprio Figueroa, agora assessor de futebol do Santiago Wanderers.

Do lado colorado, uma confirmação: "Quando se inaugura um estádio com o nome de um de nossos maiores ídolos, não podemos fazer esta desfeita", declarou um dirigente. A partida amistosa aconteceria no dia 15 de janeiro e serviria para fechar a pré-temporada para 2014. Como terá todas as despesas pagas, além de um certo bônus nos cofres, a direção não deverá se opor - mesmo que o próximo treinador veja com maus olhos uma viagem à Cordilheira dos Andes já no início do ano. O único empecilho seria a tal Pré-Libertadores, que só existe nos sonhos e na matemática por enquanto.

A hora certa do debate

Foto: Lucas Uebel (Grêmio)

Quantas vezes eu já li pelas redes sociais recados de torcedores dizendo: "Não é hora para falar de crise, o Grêmio tem uma decisão logo mais!". Pois sou adepto da tese de que a crise não é criada, ela existe e simplesmente é mostrada - independente da hora. Prova disso são as constantes farpas trocadas entre atual e antiga gestões do Grêmio. E, tudo isso, às vésperas de uma decisão em Curitiba. Nesta terça-feira, foi a vez de discutir o déficit de R$ 74 milhões que vem causando a parceria com a OAS. A hora realmente não é a mais indicada para levantar tal debate, mas pode ser que seja superstição.

Digo isso porque, recentemente, sempre que estão concentrados para um grande jogo, os gremistas se pegam num bate-boca fervoroso. A primeira vez foi antes do Gre-Nal, quando o presidente Fábio Koff veio aos microfones reclamar que não conseguia abaixar os preços dos ingressos na Arena. Debate necessário, mas talvez na hora errada. Dias depois, quando o Corinthians era o adversário pela Copa do Brasil, foi a vez de Paulo Odone rebater as acusações de Koff e este, por sua vez, mandar a tréplica. Estava instaurada a discussão do 'eles' contra 'nós'. E agora foi a vez da reunião no Conselho Deliberativo, exatamente um dia antes do jogo de ida contra o Atlético-PR, na Vila Capanema. Por que não na quinta-feira?

Se a discussão pública sobre a situação financeira do clube irá atrapalhar, não se sabe. Existem exemplos para os dois lados. Para Celso Roth, o Brasileirão 2008 teria um outro final não fossem as eleições presidenciais em meio ao campeonato. Enfim, que se comprove o contrário agora e que, como pede Renato Portaluppi aos aplausos: "Algumas pessoas tem que fazer assim para o grupo do Grêmio". Não é fácil pensar somente em futebol quando existe uma transição política turbulenta como esta.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Um ano depois, Aloísio piorou o Inter

Basta perguntar aos remanescentes de 2012 para que lhe digam: "Neste ano, o vestiário está melhor". Bom, pode até ser. Mas, em 2013 as coisas também não se encontram no Internacional. Ou melhor, pioraram - pelo menos até o presente momento.

Na 31ª do Brasileirão de 2012, o Inter ocupava a 6ª colocação, com 45 pontos, e vinha de uma derrota por 3 a 2 para o Figueirense. Curiosamente, Aloísio 'Boi Bandido' anotou duas vezes naquela oportunidade. O mesmo Aloísio que, neste último domingo, marcou os três gols do São Paulo, na derrota colorada por 3 a 2 em Caxias do Sul. E o pior: agora figura em 10º lugar, com 42 pontos (três pontos a menos do que no ano passado). Ou seja, piorou.

Vale lembrar que, mesmo em melhores condições, o Inter não alcançou o G-4 em 2012. Acabou degringolando e encerrando o certame na 10ª posição. E agora, em 2013, tem como piorar? "Ainda temos chances matemáticas e confrontos diretos", comenta o meia Alex, otimista com a possibilidade de classificação a Libertadores do ano que vem.

domingo, 27 de outubro de 2013

O que não pode se repetir na quarta

Foto: Felipe Gabriel (Lancepress)

Uma das piores - senão a pior - jornada desta temporada 2013. Não somente de Pará, expulso e autor de um gol contra. De todo o Grêmio! A goleada sofrida neste domingo para o Coritiba, no Couto Pereira, foi exatamente isso. Logicamente, não irá se fazer um drama e questionamento do elenco gremista após os 4 a 0. "Tivemos esse acidente aqui em Coritiba hoje, mas o mais importante de tudo é o que eles vêm fazendo sob meu comando", ponderou o técnico Renato Portaluppi. É isso aí mesmo. No entanto, acende o sinal de alerta. O fato não pode se repetir na quarta-feira, na mesma Curitiba, só que desta vez contra o Atlético-PR, pela Copa do Brasil. "Melhor hoje que na quarta, pois seria difícil tirar a diferença em Porto Alegre", disse o mesmo Renato. E ele tem razão.

Acontece que, contra o Coxa, o treinador gremista resolveu poupar Rhodolfo, Ramiro e Souza. Embora o diretor-executivo Rui Costa tenha preferido qualificar como 'opções de elenco' (comparando às substituições que se faz na Europa, por exemplo), ficou explícito que o foco do Tricolor neste momento passa a ser Copa do Brasil. Brasileirão, que fique com o Cruzeiro. Lógico, ninguém ousará dizer isso nos microfones! Porém, é dever imaginar para os dois lados: pode muito bem o Grêmio ter poupado e a escolha se mostrar prudente no meio de semana, como o de pior acontecer.

Digamos que a goleada diante do Coritiba seja repetida pelo rival Atlético. Nada impossível de acontecer, até porque o Grêmio vai sem seu trio ofensivo (Vargas, Kleber e Barcos). E, aliado a isso, considere a recaída para a 3ª colocação, para baixo do Botafogo. Estaria o Tricolor não só perdendo a competição em que atirou todas as fichas, como também perdendo a vaga direta para a fase de grupos da Libertadores. Ou ainda, numa visão mais catastrófica das coisas, analise o crescimento do Goiás. Seria ele capaz de tirar o Grêmio do G-4 até as últimas rodadas que restam? Aí a frustração seria ainda maior. Mas enfim, os positivistas que me perdoem, tal filosofia só foi possível depois da pior jornada da temporada ocorrida no Couto Pereira.

Feliz Ano Novo, Inter!

Encerrado mais um episódio do melancólico fim de temporada colorada, após a derrota de 3 a 2 para o São Paulo neste domingo em Caxias do Sul, os torcedores se debruçavam sobre o alambrado para xingar jogadores, comissão técnica e dirigentes. Mas um alvo maior, que até nem se fazia presente, era o preferido: "Fora Luigi! Fora Luigi!", gritavam os que apareciam em cima do vestiário do Internacional. "Eles não pedem somente a saída do Luigi, mas também a minha e dos demais dirigentes. Eu também sou torcedor, fico igualmente triste. Acontece que eles podem apontar o dedo para alguém. Eu não tenho para quem apontar", disse o diretor de futebol Luis César Souto de Moura, que disse ser conhecedor da vontade das arquibancadas, já que recebe tudo via Twitter. Acontece que não foi apenas um 'Fora Luigi', mas como um todo: 'Fora Inter'.

Exaltado, o torcedor pede muitas cabeças na bandeja. Gabriel, Fabrício, Caio, Leandro Damião, enfim... "Esse ano tem sido realmente complicado para o Inter. Tem coisas que são fáceis de explicar. Nós temos plena consciência, inclusive da nossa contribuição como dirigentes, para equívocos, algumas apostas equivocadas que fizemos ao longo do ano", qualificou o próprio Souto de Moura.

Acontece que, apesar disso tudo, dirigentes e jogadores não atiram a toalha. Seguem fazendo cálculos, crendo numa imponderável entrada no G-4. Em contrapartida, se faz necessário pensar em 2014 e, inevitavelmente, em Abel Braga: "Tudo indica que meu caminho vai ser Porto Alegre. Descansei o que precisava descansar e vou tocar. Não vou deixar isso para dezembro. A partir de novembro, tem que programara o próximo ano", declarou o próprio treinador em entrevista à Rádio GUAÍBA, emendando em seguida que aceitará proposta inferior ao salário que recebia no Fluminense. "Não vou deixar de ir para o Inter por problema financeiro", finalizou. Então, não é exagero dizer: o ano acabou para o Inter. Feliz Ano Novo!

sábado, 26 de outubro de 2013

Colorados torceriam pelo Grêmio?

Foto: Diego Vara (Agência RBS)

Respeito quem pensa contrário, mas fosse eu Clemer (ou até mesmo um diretor de futebol), utilizaria esta reta final de Brasileirão para testar possibilidades tendo em vista 2014. Eliminado da Copa do Brasil, e a 8 pontos do G-4, o Internacional poderia averiguar a fundo se Cláudio Winck tem condições de brigar pela titularidade na lateral-direita, se o garoto Jair também tem chances de figurar no elenco principal, e afinal, com quantos atacantes o time iniciará a próxima temporada. Para mim, o balanço desta já está finalizado: "Só posso fazer um balanço da Copa do Brasil, porque o Brasileirão ainda não acabou", declarou D'Alessandro ainda em Curitiba. E o parecer da direção é exatamente este: não atirar a toalha. Pois adotando esta postura, os colorados podem se pegar a torcer pelo arquirrival Grêmio.


Isso porque, faltando 8 rodadas para o término do Brasileiro, o Inter tem de quebrar seu próprio retrospecto na competição, além de secar muitos adversários, para ingressar no G-4. Para facilitar os trabalhos, poderia torcer para que Grêmio (ou Atlético-PR) conquiste a Copa do Brasil. Assim, o G-4 cairia para G-5. Como o Atlético-MG (atual campeão da Libertadores) está neste bolo todo, o G-5 poder abrir ainda para G-6. E, por fim, os adversários colorados seriam Santos, Vitória e Goiás. Tarefa quase hercúlea, mas se você acredita em milagres, siga adiante!

Eu ainda acho que o mais prudente é reconhecer que o ano acabou e, de fato, começar a planejar 2014. Mas... "Temos ainda oito jogos pela frente. Vamos pensar em 2014 depois", disse o lateral-esquerdo Fabrício. Pois bem, que venha o São Paulo e siga a torcida contra o Grêmio.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dois empates, dois gostos diferentes

Fotos: Fabiano do Amaral (Correio do Povo) e Alexandre Lops (Inter)

Perder gol é doloroso. Mas evitar um gol é maravilhoso. Eis o abismo que separa o Internacional do Grêmio na noite desta quarta-feira. Fosse um campeonato de pontos corridos, ambos estariam lamentando um empate sem gols. Porém, o que valia para um não valia para o outro. O mesmo 0 a 0 que valeu uma noite de redenção ao goleiro Dida, pode render um pesadelo ao centroavante Leandro Damião. Não teremos Gre-Nal na semifinal da Copa do Brasil!

Em Porto Alegre, foi até o Grêmio quem criou as melhores oportunidades diante do Corinthians, mas a estrela foi o goleiro. Ao repetirem o placar do Pacaembu, gaúchos e paulistas foram disputar a vaga na marca da cal. E aí brilhou Dida. Justo ele, que chegou abaixo de tanta desconfiança, que havia passado em branco na disputa com o Juventude pelo Gauchão, finalmente apareceu - defendeu 3 cobranças, sendo a última de Pato. "Não me rotulo como herói, só me esforço para ajudar minha equipe a ganhar títulos. Fico feliz por isso estar acontecendo", disse um sereno Dida.

Por outro lado, em Curitiba, o pesadelo quem vive é Leandro Damião. O camisa 9 colorado não só passou em branco no duelo com o Atlético-PR como ainda acabou sendo substituído durante a partida: "A gente trabalha com ele, principalmente no setor que acha que ele tem deficiência. Se ele não corresponder, com certeza vamos ter que trocar. É assim no futebol em qualquer situação. As oportunidades são dadas sempre. Ele não é qualquer jogador. Tem qualidade trabalha bastante, mas se não der resultado, a gente vai ter que troca", deu o claro recado Clemer. Acontece que Rafael Moura, o substituto, foi responsável quem sabe por perder o gol mais feito da partida. Assim, quem passa é o Atlético. Passa para pegar o Grêmio de Dida.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Curitiba na carreira de Clemer

Foto: Felipe Gabriel (Lancepress)

Não é injustiça dizer que a carreira de Clemer acabou em Coritiba. Calma, não quero dizer com isso que, em caso de insucesso diante do Atlético-PR pela Copa do Brasil, o treinador deixará o cargo no Internacional. Estou me referindo à última apresentação do goleiro. Em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 2008, o Inter foi goleado por 4 a 2 pelo Coritiba- com uma falha clamorosa de Clemer. Em um cruzamento despretensioso à área colorada, o arqueiro não só deixou a bola escapar das mãos, como se chocou com o zagueiro Índio e engoliu um belo frango.

Quem reconheceu foi o próprio Clemer que, ao citar Tite ao lado de Abel Braga e Muricy Ramalho como referências, comentou o fato: "Foi o Tite quem me tirou da titularidade depois de um jogo contra o Coritiba. Até fiquei muito chateado com isso. Mas a partir daquela situação eu cresci muito. E o Tite não estava errado. São coisas que acontecem. Você percebe as coisas que são traçadas um pouco mais à frente. Quando encontrar com o Tite, vou agradecer pelo que ele me fez. Aquilo foi um aprendizado em minha vida."

O Inter vinha de uma boa vitória sobre o Grêmio (4 a 1 no Beira-Rio), mas a carreira de Clemer vinha em decadência. Dali foi um passo para Lauro assumir a meta e assim encerrar a temporada. Do gol para a preparação de goleiros, para enfim sentar sob a casamata das categorias de base colorada. Quem sabe Curitiba, a mesma capital que sacramentou o encerramento da carreira do goleiro Clemer, não represente o nascimento de uma próspera carreira de treinador?

domingo, 20 de outubro de 2013

Grêmio com um pé, Inter de binóculo

Fotos:  Lucas Uebel (Grêmio.net)

Um Gre-Nal emocionante! Assim pode se qualificar o clássico 398, disputado neste domingo em Caxias do Sul, que encerrou com placar igual. Pelo volume de jogo, o Inter mereceu os dois gols. O Grêmio, como de costume neste Brasileirão, foi mais uma vez efetivo e por isso também mereceu o mesmo. E assim segue o campeonato exatamente como estava. Os colorados em uma ascensão desde a chegada de Clemer, mas ainda continuam olhando o Tricolor de binóculo, que figura com um pé na Libertadores 2014 - tal qual as comemorações de D'Alessandro e Vargas.

Primeiro foi o chileno quem, ao virar o marcador para os gremistas, imitou um Saci, pulando em uma perna só (talvez em referência à namorada que é torcedora do rival). Pois o simbolismo pode ser utilizado para explicar que, com o pé em que se apoiou Eduardo Vargas, é justamente aquele posto na vaga para a Libertadores do próximo ano. O empate deixa o título cada vez mais distante, à feição do Cruzeiro. Mas o Grêmio pode começar a planejar 2014 com afinco.

Já o argentino colorado, ao anotar seu tento de pênalti, fez referência ao binóculo citado pelo técnico gremista Renato Portaluppi em entrevista anterior. "Vocês sabem o que é", declarou o camisa 10. "Ele está certo, tem que usar binóculo para enxergar o Grêmio lá na parte de cima da tabela", retrucou Portaluppi. Eis o retorno das declarações quentes de Gre-Nal! Que assim siga, apenas dentro das quatro linhas, sem desrespeitar ninguém, sem pontapé e apenas com bom futebol - como este apresentado no domingo.

sábado, 19 de outubro de 2013

Os grenais de Clemer

Neste domingo, justamente quando completa 45 anos, Clemer fará sua estreia como treinador de futebol em um clássico Gre-Nal de profissionais. Parece até estranho chamar este experiente profissional de estreante. Já enfrentou muitos clássicos nas categorias de base, tantos outros quando ainda atuava como goleiro do Internacional. Mesmo assim, não deixa de ser uma estreia. Diante de tudo isso, na última coletiva de imprensa concedida por ele, um dos repórteres pediu que listasse as boas e más recordações que tem de grenais. "Eu só vou me lembrar das boas, das más eu não vou lembrar. (risos) Mas o mais importante é que tenho uma experiência grande e vou passar para os jogadores. Esse é um jogo diferente, é um campeonato à parte", respondeu.

Bom, se Clemer não quis, eu farei. Listarei as boas e más recordações (atuações) do goleiro em clássicos. Ao todo, foram 18 jogos, com 7 vitórias, 7 empates e 4 derrotas. Clemer estreou no Gre-Nal 351, em 2002, com um empate em 1 a 1 pela Copa Sul-Minas. Despediu-se em 2008, no clássico de número 373, com uma goleada de 4 a 1 pelo Campeonato Brasileiro.

- Boas lembranças

Gre-Nal 373: Inter 4x1 Grêmio (Brasileirão 2008) - Clemer até foi pouco acionado, já que o Colorado dominou a partida. Entretanto, chamou a atenção para si quando teve a bola recuada e começou a fazer 'embaixadinhas' (foto), para delírio dos torcedores no Beira-Rio

Gre-Nal 358: Grêmio 1x2 Inter (Gauchão 2004) - Pode ter sido a melhor atuação do goleiro em Gre-Nal. Dentro do Olímpico, os colorados abriram dois gols de vantagem com Elder Granja e Nilmar, e mesmo com um homem a menos nos minutos finais (lateral Kauê se lesionou), saíram com a vitória graças às inúmeras defesas do camisa 1 (vídeo)

Gre-Nal 360: Inter 2x0 Grêmio (Brasileirão 2004) - No intervalo de jogo, o goleiro alertou o então técncio colorado Joel Santana de que o recém-contratado Fernandão poderia atuar improvisado no meio-campo, pois assim havia feito na França. Fernandão não só entrou em campo como marcou o 'Gol Mil' da história do clássico

- Más lembranças

Gre-Nal 372: Grêmio 2x2 Inter (Sul-Americana 2008) - O Inter empatou com os reservas do Grêmio e avançou de fase, mas o goleiro foi ovacionado pelo rival. De maneira irônica, lógico. Isso porque falhou no segundo gol tricolor, quando espalmou para cima chute de fora da área de Soares. O arqueiro ainda tentou se recuperar, mas acabou caindo para o fundo das redes junto com a bola (vídeo)

Gre-Nal 368: Inter 0x2 Grêmio (Brasileirão 2007) - Clemer afastou mal a bola, que caiu no pé de Lúcio. O lateral gremista, improvisado no meio, passou pelos zagueiros e abriu o placar - que seria fechado por Diego Souza. 2 a 0 em pleno Beira-Rio (vídeo)

Gre-Nal 364: Grêmio 0x0 Inter (Gauchão 2006) - Com 6 minutos de jogo, Bolívar recuou a bola para Clemer, que agarrou com a mão. Todos perceberam a irregularidade que poderia custar muito caro, não fosse a falta de marcação do árbitro Carlos Simon

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Do trio de Roth ao trio de Luxemburgo

Foto: Diego Guichard (Globoesporte.com)
A primeira aparição do trio de zagueiros no Grêmio de Renato Portaluppi se deu no Gre-Nal da Arena. O mesmo 3-5-2 que levou Celso Roth ao vice-campeonato do Brasileirão 2008. E foi justamente com tal formação que Renato conquistou vitórias e catapultou o Tricolor à condição de vice-líder neste ano. Agora, com um desfalque importante, ao que tudo indica, o treinador apostará noutro trio: o de atacantes.

Sem poder contar com o zagueiro Rhodolfo, que teve diagnosticada lesão na coxa esquerda, Renato pode optar pela entrada de Vargas - ao lado de Kleber e Barcos. Pelo menos foi assim que ele procedeu no Pacaembu, para enfrentar o Corinthians pela Copa do Brasil, ao perder Saimon gripado. O próprio Saimon poderia ser uma alternativa cautelosa para Caxias do Sul. Mas, como de costume, o mistério predomina. "Nós temos o 4-3-3, 4-5-1, 3-6-1. Nós temos vários esquemas e um deles vai ser utilizado no domingo", declarou Portaluppi.

A última vez que o Grêmio utilizou o esquema 4-3-3 passou quase despercebido. Até porque Vanderlei Luxemburgo conseguiu chamar mais a atenção para uma rusga com o gandula do que para sua escolha tática. Era a final da Taça Farroupilha do Gauchão de 2012, e o então treinador gremista surpreendeu ao postar três avantes: Miralles, Bertoglio e André Lima. E tudo isso, aliás, só foi percebido minutos antes da bola rolar, já que o treinador mandou seus 18 jogadores entrarem juntos no gramado do Beira-Rio, para aumentar o segredo. Uma grande bobagem! Certamente, Renato não repetirá a dose cavalar de mistério, tampouco deva saltar do trio de zagueiros 'Rothiano' para o trio de atacantes 'Luxemburguiano'.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Gre-Nal dos ingressos

Foto: Rodrigo Fatturi (Grêmio)

Se o Gre-Nal do próximo domingo, válido pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro 2013 pudesse receber uma alcunha, certamente seria classificado como o 'Gre-Nal dos ingressos'. Tudo por conta do embate que vem se criando através dos microfones, e nos bastidores, pela disputa de quantos torcedores o clube visitante (neste caso, o Grêmio) conseguirá colocar no Estádio Centenário em Caxias do Sul. A discussão se baseia na seguinte pergunta: quantidade ou percentual?

Em entrevista à Rádio GUAÍBA, o vice-presidente de administração do Internacional, José Amarante, garante que, apesar do esforço do presidente gremista Fábio Koff, que buscou intervir junto à CBF, o clube mandante só enviará 500 ingressos ao rival. Os colorados se apegam a um texto divulgado no site do Grêmio, em que o mandatário afirma que o 'número foi estabelecido em um percentual que tem a garantia da Brigada Militar'. "Acho que isso diz tudo", resumiu Amarante.

"Isso é uma vergonha. Acordamos no primeiro turno que o Gre-Nal teria 1,5 mil por pedido da Brigada Militar. E a própria Brigada assegurou que conseguiria acompanhar os mesmos 1,5 mil na casa do adversário, sendo no Estádio do Vale ou Novo Hamburgo", ponderou o assessor tricolor Marcos Chitolina. Acontece que, conforme bem levantou o repórter Gutieri Sanchez, se for seguir à risca, nem os 500 bilhetes deveriam ser liberados. Como a capacidade do Centenário atualmente é de 18 mil torcedores, caso o Inter queira respeitar os 2,5%, deveria enviar ao adversário 450 ingressos. Ou seja, está feita a confusão! De tanto tentar, os dois clubes vão conseguir disputar o tal clássico de torcida única. Seria o fim de qualquer debate, para a loucura dos tradicionalistas.

Um oásis uruguaio

Foto: Lucas Uebel (Grêmio)

O gringo finalmente deu as caras! Não, não estou falando de Barcos, que encerrou um jejum incrível de jogos sem marcar gols. O grande nome da vitória gremista sobre o Corinthians nesta quarta-feira (1 a 0) foi Maximiliano Rodríguez. Ele, que já havia marcado um golaço na derrota para o Criciúma, na última apresentação tricolor na Arena, foi o autor do passe para o argentino afundar as redes impenetráveis de Cássio. Enfim, o Maxi que se destacou pelo Montevideo Wanderers! O Maxi que Rui Costa foi buscar no Uruguai.

"Ele está mais ligado, mas precisa melhorar no quesito de ser decisivo. No Uruguai, o time jogava em função dele. Perdiam a bola e corriam para recuperar para entregar a ele. Ele tem que aprender no mínimo a cercar, não pode voltar caminhando", comentou o técnico gremista. Aliás, pode ser por aí que se explica a aposta inicial em Lucas Coelho, quando todos pensavam que Maxi seria o escolhido para substituir Kleber Gladiador e cobrir a ausência de Vargas.

Inevitável esconder que Maxi coloca uma pulga atrás da orelha do comandante. Com as últimas atuações, bem que poderia cavocar um lugar neste time. Porém, Renato terá de escolher apenas três, entre os quatro estrangeiros que possui (mais Riveros, Vargas e Barcos). "Não é nada fácil, mas vou começar a pensar amanhã. Temos este problema dos quatro estrangeiros. Fazer o quê, né? Alguém tem que ficar de fora", declarou o treinador que já deixou de lado Elano e Zé Roberto. E, vale a lembrança: a próxima rodada é Gre-Nal!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Tabu continua para o futuro

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Para quem nunca venceu na Vila Belmiro, dá para dizer que o primeiro passo é não perder. Dentro deste quadro, o empate em 0 a 0 desta quarta-feira pode ser até comemorado pelo lado colorado. Para quem ainda sonha com G-4 no Brasileirão: bom, aí já é de se lamentar. Mas parece que o projeto do Internacional com o Clemer é realmente para o futuro, haja vista o lançamento de mais um garoto nesta noite - o volante João Afonso. Aliás, o guri foi bem na primeira função. E, não fosse um Gre-Nal na próxima rodada, poderia cravar desde já que ele seguiria como titular.

Um bom exemplo é Jackson. Não é um primor de zagueiro, mas já demonstra as intenções de Clemer no comando técnico. Oxigenar o elenco é preciso! Por isso, Cláudio Winck já ficou no banco de reservas; Nathan Cachorrão entrou no segundo tempo, na vaga de um Leandro Damião atrapalhado mais uma vez. Parece que, aos poucos, o Inter vai se desenhando rumo ao futuro. "O Inter sempre foi um clube formador de jogadores. Ainda mais o número 5", comentou o vice-presidente Marcelo Medeiros sobre o futebol do novo volante João Afonso.

Pois pode ser que, com esta 'gurizada' já firme e forte na titularidade, o Colorado possa comemorar enfim uma vitória na Vila Belmiro. Até porque, nesta quarta, o tabu continuou intacto mais uma vez.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Termômetro para a Copa do Brasil

Foto: Ricardo Rímoli (Lance)

Nesta quarta-feira, Grêmio e Corinthians farão uma prévia do que pode ser o confronto de volta da Copa do Brasil. Sim, pois os dois times voltarão a se enfrentar na próxima semana, novamente na Arena. Este é justamente o pensamento do centroavante Barcos: "Vai ser uma média para a semana que vem. Mas primeiro temos que pensar no jogo de amanhã. Depois, vamos ter tempo para planejar a Copa do Brasil". Em parte, o camisa 9 argentino tem razão.

Barcos é justamente o exemplo de que Brasileirão é Brasileirão, Copa do Brasil é Copa do Brasil. No ano passado, quando o 'Pirata' ainda vestia a camisa do Palmeiras, sentiu justamente na pele que o termômetro não funciona. Com duas semanas de antecedência, o técnico Luiz Felipe Scolari armou, pelos pontos corridos, uma equipe totalmente diferente daquela que viria a utilizar na segunda oportunidade. Acabou sendo derrotado por 1 a 0 (gol de André Lima) e, enquanto a torcida gremista comemorava, disparou: "Eu aprendi muito mais do Grêmio do que o Grêmio do Palmeiras". Ele tinha razão. Quando o duelo foi mata-mata, surpreendeu com o zagueiro Henrique de primeiro volante e voltou para São Paulo com uma vitória de 2 a 0 em pleno Olímpico (gols de Mazinho e do próprio Barcos). Nem mesmo o fardamento foi o mesmo - atuou com a camisa verde-limão no primeiro embate, utilizou o uniforme todo branco no segundo encontro.

Por isso, repito: Grêmio x Corinthians, nesta quarta, não dirá em nada o que será o duelo pela Copa do Brasil, na semana que vem. Agora, o pensamento de ambos é somar pontos. Depois, terá acoplado o resultado de 0 a 0 do Pacaembu, no mês passado. Muita água ainda vai rolar por debaixo desta ponte. Barcos, e seu antigo clube (o Palmeiras) é a prova viva disso!

O nexo do Peñarol

Foto: Fabiano do Amaral (Correio do Povo)

Nos primeiros minutos após o anúncio de que caberá ao Peñarol as honrarias de reinaugurar o Beira-Rio em jogo festivo, poucos ou nenhum cidadão entendeu nada. O clube uruguaio está muito mais ligado à história do Grêmio que propriamente ao Internacional. Depois, bastaram alguns minutos de reflexão e exercício de memória para dar o braço a torcer. Foi o Peñarol quem, depois do Benfica-POR, enfrentou o time de Claudiomiro no novo estádio, recém erguido em 1969, naquele torneio inaugural. Além do mais, era o time português o preferido para esta ocasião. Porém, por questões de calendário (mesmo que barrou as vindas de River Plate ou Boca Juniors, que igualmente foram contatados), decidiu-se pelos 'carboneros'.

Acontece que, para os colorados mais jovens, a lembrança que resta do Peñarol se refere à fatídica noite de 4 de maio de 2011, quando o favoritaço Inter de Paulo Roberto Falcão sucumbiu por 2 a 1 frente ao esforçado time de Diego Aguirre, nas oitavas de final da Libertadores. Caia ali o sonho do tricampeonato da América. E, lembro bem, as maiores críticas à Falcão no dia seguinte foram pela aposta no segundo tempo em um tal Ricardo Goulart (hoje no líder Cruzeiro), que ingressou na vaga de Andrezinho - além da entrada de Rafael Sobis no lugar de Nei e a invenção de Bolatti como lateral-direito nos minutos finais de desespero. Eis a ficha técnico do Inter eliminado: Renan; Nei (Sobis), Bolívar, Rodrigo e Kleber; Bolatti, Guiñazu, Andrezinho (Ricardo Goulart), Oscar (Tinga) e D'Alessandro; Leandro Damião. Destes, somente três continuam na atual escalação de Clemer.

Apesar disso tudo, confesso: será bem melhor trazer o Peñarol ao Barcelona-ESP. Ou alguém crê que o Inter pudesse vergar duas vezes o clube catalão, em uma referência ao Mundial de 2006? O mais charmoso, sem dúvidas, seria o português Benfica. Mas dentre todas possibilidades, o Peñarol foi a melhor investida. Será a chance de vingar o primeiro ídolo degolado da gestão Giovanni Luigi - Falcão, Fernandão e Dunga. Só não me peçam mais uma vez para entender o tal planejamento através de entrevistas. Há uma semana o mandatário colorado criticava a vinda do Hamburgo para a Arena do Grêmio: "Com certeza não cometeremos o erro de trazer um clube de operários para viajar a madrugada toda, chegar aqui, fazer uma partida e ir embora. O Inter terá dignidade de trazer um clube que represente a estatura que merece a inauguração do estádio Beira-Rio." Ok, em abril de 2014 não terá um time de operários em Porto Alegre.

domingo, 13 de outubro de 2013

Com o Náutico, virou a maré

Foto: Alexandre Lops (Inter)

A direção do Internacional se recusava a olhar para a zona do rebaixamento, assim como se recusava a efetivar Clemer como técnico até o fim do Campeonato Brasileiro. Bastou a goleada de 4 a 1 sobre o Náutico neste domingo para uma das convicções mudarem. O ex-goleiro era apenas um interino, que esquentava o banco para que o titular chegasse e iniciasse o planejamento para 2014. Isso era dito para qualquer repórter que conseguisse trocar palavras com o presidente Giovanni Luigi. Pois esta verdade caiu por terra: "Desde o primeiro jogo, contra o Fluminense, com um dia apenas de treinamento, ele já mostrou a sua personalidade e competência. Essa confiança vem sendo recíproca e agora ele é o nosso treinador. É um treinador que mostrou no campo suas virtudes, comandou o Inter em várias categorias. Em três jogos, conseguiu duas vitórias. Hoje tivemos o nosso maior escore no Brasileirão, não havíamos vencido ainda por três gols de diferença", analisou o vice-presidente Marcelo Medeiros.

Logicamente, isso só foi possível graças ao bom trabalho desenvolvido por Clemer. E, para ele, é a grande oportunidade da nova carreira: "Não muda nada. Eu sempre trabalhei com a mesma seriedade, suor. Nada na minha vida foi fácil. Agradeço à diretoria por ter me dado esta oportunidade", declarou o técnico colorado. No fundo, a decisão foi acertada. Se Abel Braga, que é o grande sonho, só pretende assumir um clube em janeiro, é melhor não queimar bala em chimango - como diz o ditado gauchesco. Efetivando Clemer, o departamento de futebol ganha o tempo necessário para repensar o plantel da próxima temporada, inclusive com a chegada de jovens das categorias de base. Mas não tentem me dizer que isso foi planejado.

Uma semana atrás eu ouvia destas mesmas pessoas, na mesma Caxias do Sul, que o projeto para Clemer era para o futuro. Pelo jeito, a maré de gols sobre o Náutico trouxe o futuro ao presente. Clemer assume o Inter agora e ponto final. Sobre o medo da zona do rebaixamento, foi levado pela mesma maré.

sábado, 12 de outubro de 2013

No Rio de Janeiro, a banca pagou

Foto: Ricardo Ayres (Photocamera)

Empatar em 1 a 1 com o Fluminense no Maracanã não é ruim. Acontece que, para quem persegue o Cruzeiro e sonha com o título brasileiro, somar apenas um ponto não é o ideal. Além disso, se considerar que o gol de empate de Rafael Sobis acontece praticamente nos acréscimos, é de se lamentar realmente. No entanto, colocar tudo isso na conta da arbitragem, é tirar o foco. O auxiliar errou (e feio) ao anular ataque de Kleber Gladiador, onde o camisa 30 ficaria na cara do goleiro carioca, podendo marcar o tento da vitória. Mas, minha tese é única: a arbitragem brasileira vive uma crise e, infelizmente, a banca paga e recebe.

O primeiro a reclamar foi o técnico Renato Portaluppi: "O lance foi fundamental no jogo. Não pode ocorrer um erro infantil como este. Deixamos dois pontos na Bahia, e dois pontos hoje por erros de arbitragem. Se fosse um lance difícil eu compreenderia". Tal pensamento foi reiterado pelo diretor executivo Rui Costa: "Daqui a pouco, vamos ter que invadir campo, dar declarações polêmicas. O Grêmio tem sido prejudicado em jogos que poderíamos ter vencido. Talvez tenhamos que pressionar, pedir uma arbitragem melhor para o Grêmio. Nós temos que fazer algo." Questionado de maneira mais forte pelo repórter Cristiano Silva, da Rádio GUAÍBA, que perguntou sobre a tese da "banca paga e recebe", foi repreendido. "Cristiano, tu és muito atento. Peço para que traga uma relação dos erros na próxima entrevista", retrucou Rui. Com todo o respeito aos profissionais aqui citados, resolvi me meter.

Busquei matérias em que polêmicas de arbitragem foram relacionadas em jogos do Tricolor. Não citarei o Gauchão, quando o Grêmio teve gol de Vargas anulado na eliminação contra o Juventude, em Caxias do Sul. Nem Copa do Brasil, onde o Corinthians reclamou gol mal anulado de Guerrero no Pacaembu, no empate em 0 a 0. Tampouco Libertadores, quando o Fluminense teve gol de Rhayner invalidado, em um novo 0 a 0, desta vez na Arena. Relacionei apenas Campeonato Brasileiro e lances capitais. Talvez, no fim, você chegue à mesma conclusão que eu: os árbitros e auxiliares não estão perseguindo o Grêmio - nem contra ou a favor. Apenas erram.

- A favor
29/09 - São Paulo 0x1 Grêmio: cobrança de falta e bola bate na mão de Kleber, que estava na barreira, dentro da área
18/09 - Grêmio 1x1 Santos: no fim do jogo, Thiago Ribeiro teve gol mal anulado que daria virada aos santistas
07/09 - Grêmio 3x2 Portuguesa: pênalti discutível em cima de Kleber, no final da partida, gerou a ira dos jogadores da Lusa
14/07 - Grêmio 2x1 Botafogo: auxiliar levantou bandeira e zaga carioca parou na hora do gol de Vargas. Árbitro validou gol, que foi legal

- Contra
12/10 - Fluminense 1x1 Grêmio: ataque mal anulado, Kleber ficaria cara a cara com goleiro Klever
09/10 - Grêmio 1x2 Criciúma: Zé Roberto é derrubado na área, mas pênalti não foi dado
21/09 - Vitória 0x0 Grêmio: impedimento mal dado, e Kleber teve gol anulado

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

D'Alessandro saiu com Dunga?

Foto: Márcio Mercante (Agência O Dia)

Um dos grandes diferenciais desta temporada, mesmo turbulenta, eram as grandes atuações de D'Alessandro. Pois nesta quinta-feira, no Maracanã, o argentino esteve irreconhecível. Perdido entre a linha de três do meio-campo (entre Otávio e Caio), o camisa 10 inclusive foi o causador do gol inicial da vitória flamenguista, quando perdeu a bola na entrada da área. E se sabe, quando D'Ale não joga, o Inter não vence. Nesta noite a derrota foi de 2 a 1, como se ele não estivesse em campo. Seria Dunga o fiador do bom futebol do gringo?

Ainda em Caxias do Sul, após vitória sobre o Fluminense, o capitão lamentava a demissão do ex-comandante. Dizia que a culpa não passava por Dunga. E, naquela oportunidade, o futebol do argentino até nem foi dos melhores, mas a entrega tática acabou compensando. No Maracanã, nada disso apareceu. Para não cometer total injustiça, foi dele o cruzamento para que Rafael Moura descontasse o marcador. Não bastou! Não quero crer que D'Ale tenha se desestabilizado pela demissão do amigo e ex-treinador. Sendo, resta saber como será o relacionamento dele com o próximo técnico, já que Clemer não será efetivado. "Ele está nos dando uma contribuição em um momento de dificuldade. Vai treinar o time no jogo contra o Náutico. Nós combinamos isso desde o momento em que tivemos que fazer a troca, e estamos trabalhando um planejamento muito curto, de um jogo ou pequeno conjuntos de jogos. Vamos contratar um técnico", assegurou o diretor de futebol Luis César Souto de Moura.

Do Rio de Janeiro, o repórter Cristiano Silva, da Rádio GUAÍBA, informa que o Internacional já acertou salários com Abel Braga. Mas isso tudo para 2014. O treinador estaria relutante em abrir mão das férias na Europa. O único que poderia desbancá-lo por ora é Tite, que tem a preferência do presidente Giovanni Luigi. Mas aí volto à tal questão: já perguntaram a D'Alessandro? Até agora ele foi ouvido sobre as mudanças de Caxias para Novo Hamburgo, sobre o fim das entrevistas em aeroporto, etc. O que mais está faltando? Justamente isso, o aval para contratar um treinador. Quando o jogador se preocupa com o extracampo bem mais do que a bola rolando, se vê que o destino do time não pode ser outro.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Grêmio perdeu, Renato não

Foto: Lucas Uebel (Grêmio)

Renato Portaluppi não fez (e certamente jamais faria), mas se quisesse, poderia falar na coletiva de imprensa que o Grêmio que perdeu para o Criciúma por 2 a 1 nesta quarta-feira não é o seu Grêmio. Finalmente ele deu ouvidos à maioria da imprensa gaúcha, à grande parte de torcedores que pedia Zé Roberto e Elano na equipe. Talvez tenha o feito pelos 6 desfalques: Bressan, Alex Telles, Ramiro, Riveros, Vargas e Kleber. Aliás, Renato foi além. Não ficou só com Zé e Elano, mas também escalou Maxi Rodríguez. E, dentro de campo, se comprovou que ele estava certo todo o tempo. O erro do treinador gremista foi ouvir e atender aos críticos.

Sem os costumeiros três zagueiros, o Grêmio ficou vulnerável na bola aérea defensiva e, justamente por ali, perdeu o jogo para o Criciúma. Com um meio-campo criativo, o Tricolor diminui seu ímpeto de marcação e, muitas vezes, viu os catarinenses tocarem a bola com velocidade. “Tivemos uma média de idade mais alta e fica difícil manter aquela marcação durante os 90 minutos. Mas os que entraram jogaram bem”, atestou o próprio Renato, em clara referência à dupla Zé Roberto e Elano.

No final das contas, pode se dizer que o Grêmio foi até melhor que seu adversário - não é mentira. Porém, nesta noite, o time gaúcho experimentou do veneno que vinha oferecendo aos seus rivais: convencê-los de que a posse de bola os faria vitoriosos. "Não vou falar que o Criciúma foi o Grêmio dos últimos jogos. Eles vieram para se defender, para fazer um ponto. Eu não lembro de ter tomado um gol de cabeça nesse campeonato, e hoje tomamos dois. Não foi feito o que foi pedido", concluiu o treinador. Enfim, se, no Rio de Janeiro, Renato quiser voltar ao velho 3-5-2 ou 4-3-3 sem a presença dos meias, será autorizado. Afinal, esse era o seu time. O que perdeu em casa pertencia a outra pessoa.

Tampão ou não tampão?

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Os dirigentes se apressam para desmentir qualquer racha após a demissão de Dunga. "Quando acontece uma situação dessas, o normal é haver uma dissidência. Mas no nosso caso, nos fortaleceu ainda mais", disse-me o diretor de futebol Luis César Souto de Moura no domingo. Porém, não é de hoje que se vê uma divergência de opiniões dentro do Beira-Rio. O que é até natural, se torna mais evidente devido ao número de cabeças pensantes no clube - entre presidente, diretores e assessores (Giovanni Luigi, Marcelo Medeiros, Souto de Moura, Eduardo Hausen, Roberto Melo e Newton Drummond). E aí, o que era para ser natural, passa uma situação de instabilidade à imprensa e, principalmente, ao torcedor. O maior exemplo agora é o tal do "mandato tampão".

Essa expressão saiu de dentro do clube, não foi nenhum repórter ou comentarista que trouxe à tona. Ela servia para explicar que, se não conseguisse contratar o técnico de seus sonhos (Abel Braga), a direção poderia buscar um plano B. O tal tampão. Em boca miúda, falou-se até mesmo em Celso Roth. Pois nesta quarta-feira, o repórter Matheus D'Avila contou na Rádio GUAÍBA uma conversa que teve com o vice-presidente Marcelo Medeiros, onde desmente toda informação repassada anteriormente: "Isso seria adiar o problema." E, ainda por cima, complementou que não vê problemas em ter Clemer efetivado no cargo em caso de insucesso na contratação de um treinador de renome: "Tampão é um termo que eu prefiro não usar com o Clemer", concluiu Medeiros. Ok, é um discurso - não fosse ele totalmente oposto ao dado pelo presidente Luigi à Rádio GRENAL horas antes. Na visão do mandatário colorado, o momento exige um comandante de expressão.

Antes de mais nada, é preciso afinar o discurso. Na hora de dar uma notícia, o repórter não sabe o que informar. O torcedor fica mais do que perdido no meio deste bombardeio de discordâncias. Abel Braga, Clemer ou o tal "tampão"? Segundo Luiz Carlos Reche, Abel já respondeu à direção que não quer assumir um time agora e o trabalho dos dirigentes tem sido o de convencimento para que ele chegue a tempo de comandar o Internacional a tempo do Gre-Nal do dia 20, além de iniciar o planejamento para 2014. Se não vier Abel, talvez nem 'Deus' saiba quem virá. Sabe 'Deus'?

domingo, 6 de outubro de 2013

Uma pulga chamada Clemer

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Muita coisa mudou no ambiente daquele Inter de 4 derrotas consecutivas para este que venceu o Fluminense por 1 a 0 em Caxias do Sul. Desde o ambiente distensionado, onde dirigentes conversaram tranquilamente com repórteres no hotel, ao discurso do técnico interino Clemer, de que primordial era vencer - independente de ter uma boa atuação. Enfim, coisas impensáveis para o período final de Dunga no comando técnico. Aliás, mais do que o Inter, Clemer precisa de vitórias (mesmo que simples). Quem sabe, de grão em grão, o ex-goleiro pode colocar uma pulga atrás da orelha da direção colorada.

Antes da bola rolar, o diretor de futebol Luis César Souto de Moura garantiu, em entrevista à Rádio GUAÍBA, que o interino não será efetivado. "A não ser que dê tudo errado e que todos os treinadores procurados acabem negando nossas propostas. Temos planos futuros para Clemer". Pois o dirigente também explicou que, atualmente, são trabalhados dois perfis profissionais: o primeiro, que chegaria agora mas já teria a missão de planejar 2014, assinando contrato até dezembro do ano que vem; o segundo, um "mandato tampão" com contrato até dezembro deste ano, teria a missão de encerrar a temporada de maneira digna. "Mas isso não quer dizer que ele não seja efetivado. Depende dos resultados em Brasileiro e Copa do Brasil", assegurou o diretor. Sem ouvi-lo citar nomes, podemos imaginar respectivamente Abel Braga e Celso Roth muito bem desenhados nestes perfis. Aí mora o problema.

Desde a tarde de sábado, o repórter Flávio Dal Pizzol traz a informação de que Abel teria negado o convite, tendo como plano iniciar um trabalho apenas em janeiro. Antes disso, quer passear com a família pela Europa - aliás teria embarcado neste domingo para Portugal. "Nós temos esta informação. Mas quem disse que ele não pode voltar antes?", indagou o vice Marcelo Medeiros na GUAÍBA. Sobre Roth, seria necessário vencer uma forte resistência ao seu nome oriunda das arquibancadas e, além disso, desembolsar um alto salário. No meio disso tudo, entra Clemer. Se conseguir vencer uma ou duas partidas mais, será que não pode ser ele o tal "tampão" até dezembro? "Vontade eu tenho, mas é uma parte diretiva. Estou trabalhando para estar num time profissional, e acho que estou pronto", concluiu o interino.

sábado, 5 de outubro de 2013

De onde vêm os Alex Telles?

Foto: Paulo Sérgio (Lancepress)

Não fosse o Cruzeiro, poderia se dizer que a vitória do Grêmio diante do Botafogo, em pleno Maracanã (1 a 0), é uma vitória de time campeão. Renato Portaluppi conseguiu mudar o Tricolor da água para o vinho. Aliás, elogiar a entrega dos jogadores gremistas é praticamente chover no molhado. Colocar na conta da 'sorte' a sequência de bons resultados chega a ser irresponsabilidade. Não dá para classificar como sorte nem mesmo as contratações dos tais 'meninos do Juventude'. Aliás, veio de um deles - Alex Telles - o gol da vitória neste sábado.

Enquanto o Grêmio se preparava para pegar o Botafogo no Rio de Janeiro, eu desembarcava em Caxias do Sul para acompanhar o treino do Fluminense, no CT do Juventude (localizado a quase 10km do centro da cidade). De última hora, o local da atividade mudou, mas eu estava lá. Por que contei tudo isso? Porque fui convidado pelos profissionais das categorias de base do clube a retornar para o Estádio Alfredo Jaconi junto com eles, dentro do ônibus que carregaria os meninos do time sub-15 e sub-17. Enquanto o veículo se locomovia, me peguei pensando: 'Então é daqui que vêm os Alex Telles, Ramiros e Bressans?'

Chegando no Jaconi, continuei a conversa com os funcionários das categorias de base juventudista: "É impressionante, mas o Bressan até bem pouco tempo era um gordinho que apanhava da bola...", disse um. "E o Alex Telles que quase foi dispensado?!", completou outro. Enfim, verdade ou não, é impressionante o trabalho realizado pelo clube caxiense. E, mais do que isso, louvável o Grêmio por saber explorar este trabalho. Mais além, palmas para o técnico Renato Portaluppi que coloca este Tricolor 'limitado' e que 'joga feio' na briga pelo título: "Meu time não é o melhor do campeonato, mas tem poucos times com tanta obediência tática como o meu", resume o técnico gremista.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Do menos para um dos mais

Foto: Jefferson Bernardes (Vipcomm)

A demissão de Dunga era iminente. Fato! Por mais que a direção negasse ou não tivesse esta vontade, o Inter rumava para este destino há semanas. O que espanta é que, apesar de não deixar títulos de grande expressão ao clube, Dunga deixará seu nome na história. Isso porque poderá ser, quem sabe, o único treinador da história a não comandar o time dentro do seu próprio estádio - no caso, o Beira-Rio. Em contrapartida, se encaminha o acerto com outro que se pode dizer, o Beira-Rio trata-se de quase uma segunda casa.

Enquanto Clemer pensa em como armará a equipe diante do Fluminense no próximo domingo, o presidente Giovanni Luigi permanece no Rio de Janeiro para acertar a contratação de Abel Braga (mesmo que negue). Campeão do mundo e da Libertadores com o Colorado, Abel é o 4º profissional que mais comandou o time na história (266 jogos) - atrás apenas de Teté, Cláudio Duarte e Dino Sani. Passou cinco vezes antes por Porto Alegre e, agora, pode ser a definitiva. Tanto pode encerrar a carreira por aqui, como pode se notabilizar por ser o treinador durante a reinauguração do modernizado Beira-Rio. Quer um atrativo melhor que este para convencê-lo a vir? Sim, pois parece que o único detalhe é que Abel gostaria de ficar descansando até dezembro, para somente em janeiro pegar outro trabalho.

O que também pode servir de charme (além de um polpudo salário) é o desafio. Em sua carreira, Abel Braga não tem o título da Copa do Brasil. Bateu na trave duas vezes (Flamengo em 2004 e Fluminense em 2005). E, mesmo que o Brasileirão esteja distante neste momento, ainda há a esperança mínima de uma conquista nacional. Bom, em um aspecto Luigi evoluirá se acertar com Abelão: será sua primeira contratação de um treinador 'não-aposta'. Os outros da gestão (Dorival Júnior, Falcão e Fernandão), com todo o respeito que merecem, não passaram disso. Abel pode até dar errado igualmente, mas neste momento qualquer outro nome pode ser um suicídio político para o mandatário colorado.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O que fez o campeonato do Inter ir embora

Foto: Cléber Mendes (Agência Lance)

O Internacional perdeu de novo. Não é novidade na vida recente dos colorados. Foi a quarta derrota consecutiva - desta vez por 3 a 1 para o Vasco, em Macaé. Acontece que, já no intervalo, o capitão D'Alessandro decretava o fim: "O campeonato continua e a gente continua errando. Assim o campeonato vai embora." Depois, ao fim do jogo, concluiu: "Precisamos fazer o maior número de pontos para dar tranquilidade. E aí vamos ver aonde chegamos." O argentino é muito sanguíneo quando a bola rola, mas sabe ser lúcido como poucos diante dos microfones. E sua leitura foi perfeita! Mas o campeonato terminou por quê?

A impressão que dá é que todo o comando do clube está perdido, falando línguas diferentes. A maior prova de todas foi o fato ocorrido nesta quinta-feira, quando o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelleto, convocou uma coletiva, ao lado do prefeito de Cascavel-PR, para anunciar que o Gre-Nal do segundo turno do Brasileirão aconteceria na cidade paranaense, no próximo dia 20. Os dirigentes negavam até a palavra final do mandatário colorado Giovanni Luigi: "O Novelleto estava autorizado para avançar nesta questão, mas coloquei para ele que tinha que ter uma visão do todo. Conversando com o departamento de futebol, houve uma solicitação explícita para que o jogo ficasse no Rio Grande do Sul", declarou.

A verdade é essa: o Inter, como clube de futebol, está perdido. Não sabe se renova o elenco ou se valoriza quem já está por ali. Trouxe de volta atletas que já haviam passado antes pelo clube, mesmo sem sucesso (Ronaldo Alves, Helder e Vitor Júnior). Passou um mês discutindo se contratava ou não Adriano Imperador. Sem o Beira-Rio, reformou estádios em Caxias do Sul e Novo Hamburgo, mas segue repetindo que joga sem casa. E tantas outras situações, como a que abriu o Brasileirão: em Salvador, contra o Vitória, quando Muriel e Fabrício não foram escalados, por temor de que tivessem de pagar pelas punições do ano anterior. Com todo o respeito, mas a temporada beirou o amadorismo. Personificar tudo em Dunga agora chega a parecer injustiça. Entretanto, alguém tem de pagar. Apesar dos pesares, Luigi confirma que o treinador fica. Mas não descarto uma entrevista horas depois para mudar os rumos da história de novo. Não seria novidade, pelo menos.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

100% sem Zé Roberto ou Elano

Foto: Fabiano do Amaral (Correio do Povo)

Poderia ser encarado como algo absurdo no início do ano. Ou melhor, vinha sendo tratado como impensável há bem pouco tempo. Mas a cada rodada, Renato Portaluppi vai dobrando os críticos. Nesta quarta-feira, mais uma vez resolveu deixar Elano e Zé Roberto no banco de reservas. E, como tem sido de costume, venceu (agora por 1 a 0). O treinador gremista abriu mão do futebol bem jogado dos dois para ter a briga e entrega de Riveros, por exemplo. Além disso, Renato está resguardado pela direção, que compactua da ideia de que, pelo bem da mecânica de jogo, o time ideal jogue sem um meia criativo. E o alicerce disso tudo são os números.

Se considerarmos somente os jogos do Campeonato Brasileiro, o Grêmio chegou a sua 5ª vitória conquistada tendo apenas volantes no meio-campo. Esta formação nunca empatou ou foi derrotada. São incríveis 100% de aproveitamento! Como combater tal ideia então? Já, se pegarmos os jogos em que Elano e Zé Roberto entraram com a bola rolando, o aproveitamento cai para 41,6%. Com a dupla desde o início então, os números são um pouco melhores: 44,4%. Alguém ainda ousa contestar o argumento de Renato?

"Se quiser ver só jogada bonita, lances de craque, muita técnica, vai ver o Barcelona jogar. Aqui não tem isso. (...) Muito time que diz que joga bonito, eu não vejo na minha frente. Estão bem longe na tabela", disparou o técnico tricolor em sua entrevista coletiva. E, justamente com os resultados, ele mostra que tem razão. E se alguém ainda tem dúvida, avalie abaixo...

- Sem Zé Roberto e Elano:
5v 0e 0d
100%

1x0 São Paulo
1x0 Flamengo
3x2 Vasco
3x1 Cruzeiro
1x0 Atlético-PR

- Zé ou Elano iniciaram jogo:
5v 3e 4d
44,4%

1x1 Santos
0x1 Atlético-MG
2x0 Náutico
3x2 Portuguesa
3x0 Bahia
0x1 Coritiba
1x1 Inter
0x2 Corinthians
2x0 Fluminense
1x2 Criciúma
2x1 Botafogo
1x1 Atlético-PR

- Zé ou Elano entraram no decorrer da partida:
1v 2e 1d
41,6%

0x0 Corinthians
0x0 Vitória
0x2 Goiás
1x0 Ponte Preta

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Grêmio quer repetir o prato em 2014

Foto: Vitor Rodriguez (Grêmio)

Há semanas se debate na Rádio GUAÍBA (no ar e na redação) sobre o futebol apresentado pelo Grêmio. A tese de alguns é que a posição na tabela é bem melhor do que o futebol apresentado e que a fase, por ser boa, dá aval ao trabalho desenvolvido. Eu, assim como outros, defendo que o Tricolor sabe que joga 'feio', mas compensa pela aplicação tática. Enfim, mais do que isso, utilizando uma metáfora: o Grêmio sabe quem não tem dinheiro para jantar um banquete todos os dias, por isso pede 'a la minuta' diariamente. E, pelo jeito, a direção está com vontade de repetir o prato em 2014.

O diretor-executivo Rui Costa admitiu nesta terça-feira que iniciaram as conversas para renovar o contrato com o técnico Renato Portaluppi. “Nós conversamos sobre isso. Ontem também trocamos uma ideia com o presidente. O Renato está muito bem, adaptado e fazendo um excelente trabalho. Ele tem a nossa confiança. Não vejo por que pensar em outro profissional. Ainda não está certo, depende de algumas coisas, mas tenho certeza que vamos continuar trabalhando com ele.” E tem tudo para dar certo.

Em 2010, quando tirou o Grêmio do Z-4 para levar ao G-4, Renato não teve o aval da direção. Enquanto pedia por reforços 'alcançáveis', via a direção correr atrás de Ronaldinho. Acabou perdendo jogadores importantes, como Fábio Santos e Jonas. Agora, sem eleições, pode dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido. Se vai continuar jantando 'a la minuta', só o tempo dirá. Desde que ela mate a fome, como vem matando, não há problema algum nisso!

Pouca diferença entre o blindado e o rachado

Foto: Edu Andrade (Agência Freelancer)

D'Alessandro já declarou que, apesar dos últimos resultados do Inter, o ambiente do vestiário é melhor do que o vivido em 2012. "Já disse ano passado, o vestiário tem que ser blindado, tem que ser nosso. Nem vocês [imprensa] tem que saber o que acontece no vestiário, tem que ser assim." Pois este talvez seja o grande mérito de Dunga. Entretanto, se continuar vivendo este jejum de vitórias, o atual treinador pode igualar seu antecessor Fernandão.

Fernandão comandou o Inter no Brasileirão do ano passado por 26 rodadas. Obteve 9 vitórias, 8 empates e 9 derrotas - um aproveitamento de 44,87%. Dunga está a dois jogos de alcançá-lo. Até agora são 8 vitórias, 10 empates e 6 derrotas - aproveitamento de 47,2%. Se conquistar apenas um ponto nos próximos seis disputados (diante de Vasco e Fluminense), acabará com o mesmo aproveitamento de Fernandão. Ou seja, tanto faz: com o vestiário 'blindado' ou 'rachado', as coisas não funcionaram no Internacional.

Aliás, vale a lembrança. Com Fernandão, Forlán acabou no banco de reservas. É exatamente o que aconteceu na última rodada, diante do Cruzeiro, quando Otávio, Caio e Alan Patrick o ultrapassaram. "Ele sofreu uma lesão na seleção, voltou e também foi uma opção do treinador, por jogadores de outras características. E tem isso (convocação pelo Uruguai). Eu não acordo de manhã pensando em mudar o time. É tudo pensado", argumentou Dunga. Pois assim como Fernandão, Dunga não conseguiu formar um time-base. Muda de escalação a todo momento. É preciso que se diga: ambos fracassaram no Campeonato Brasileiro. O resto é tapar o sol com peneira.