Foto: Fabiano do Amaral (Correio do Povo)
Nos primeiros minutos após o anúncio de que caberá ao Peñarol as honrarias de reinaugurar o Beira-Rio em jogo festivo, poucos ou nenhum cidadão entendeu nada. O clube uruguaio está muito mais ligado à história do Grêmio que propriamente ao Internacional. Depois, bastaram alguns minutos de reflexão e exercício de memória para dar o braço a torcer. Foi o Peñarol quem, depois do Benfica-POR, enfrentou o time de Claudiomiro no novo estádio, recém erguido em 1969, naquele torneio inaugural. Além do mais, era o time português o preferido para esta ocasião. Porém, por questões de calendário (mesmo que barrou as vindas de River Plate ou Boca Juniors, que igualmente foram contatados), decidiu-se pelos 'carboneros'.
Acontece que, para os colorados mais jovens, a lembrança que resta do Peñarol se refere à fatídica noite de 4 de maio de 2011, quando o favoritaço Inter de Paulo Roberto Falcão sucumbiu por 2 a 1 frente ao esforçado time de Diego Aguirre, nas oitavas de final da Libertadores. Caia ali o sonho do tricampeonato da América. E, lembro bem, as maiores críticas à Falcão no dia seguinte foram pela aposta no segundo tempo em um tal Ricardo Goulart (hoje no líder Cruzeiro), que ingressou na vaga de Andrezinho - além da entrada de Rafael Sobis no lugar de Nei e a invenção de Bolatti como lateral-direito nos minutos finais de desespero. Eis a ficha técnico do Inter eliminado: Renan; Nei (Sobis), Bolívar, Rodrigo e Kleber; Bolatti, Guiñazu, Andrezinho (Ricardo Goulart), Oscar (Tinga) e D'Alessandro; Leandro Damião. Destes, somente três continuam na atual escalação de Clemer.
Apesar disso tudo, confesso: será bem melhor trazer o Peñarol ao Barcelona-ESP. Ou alguém crê que o Inter pudesse vergar duas vezes o clube catalão, em uma referência ao Mundial de 2006? O mais charmoso, sem dúvidas, seria o português Benfica. Mas dentre todas possibilidades, o Peñarol foi a melhor investida. Será a chance de vingar o primeiro ídolo degolado da gestão Giovanni Luigi - Falcão, Fernandão e Dunga. Só não me peçam mais uma vez para entender o tal planejamento através de entrevistas. Há uma semana o mandatário colorado criticava a vinda do Hamburgo para a Arena do Grêmio: "Com certeza não cometeremos o erro de trazer um clube de operários para viajar a madrugada toda, chegar aqui, fazer uma partida e ir embora. O Inter terá dignidade de trazer um clube que represente a estatura que merece a inauguração do estádio Beira-Rio." Ok, em abril de 2014 não terá um time de operários em Porto Alegre.
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