sexta-feira, 5 de julho de 2013

Presente de Dunga

Eu podia estar matando e roubando, mas estou trabalhando. O repórter Rodrigo Oliveira, da Rádio Gaúcha, poderia estar recebendo presentes, mas não o faz. Embora o técnico Dunga tenha insinuado isso (não foi a primeira vez). Se alguém ainda não sabe, insisto em declarar: a função do repórter é perguntar. O questionamento sobre a ausência de Dátolo e a improvisação de Fabrício no meio-campo era para lá de pertinente. Se algum jornalista recebe presentes para elogiar este ou aquele jogador (e não duvido que exista), não quer dizer que todos são adeptos desta ideia. Fosse assim, todo político seria corrupto, todo médico um preguiçoso, todo advogado mentiroso e todo professor incompetente. Não devemos generalizar e nem acusar sem provas!

Eu, inclusive, vejo em Dunga muitas qualidades para um bom técnico de futebol. Conquista rapidamente o vestiário, sabe armar bem a equipe e consegue tirar o máximo de seus atletas. Foi assim na Seleção Brasileira e vem sendo assim no Internacional. Porém, aqui no Beira-Rio também repete os mesmos erros que guilhotinaram sua passagem pela CBF. Até a briga com o assessor de imprensa (Rodrigo Paiva e Nobrinho) foi repetida. Durante toda a Copa América, Eliminatórias e Copa das Confederações não cansou de repetir que os jornalistas pediam a convocação de alguns jogadores porque levavam dinheiro por baixo dos panos. Repito: se um levava, não quer dizer que todos levavam. Ou as crianças que queriam ver Neymar na Copa da África do Sul ganhavam presentes do empresário do atacante santista também?

Quem ganha presente é o dirigente que contrata Dunga. Um presente de grego! Publicamente, é possível ver um time competente e brigador. Ao mesmo tempo, se recebe em conjunto as confusões, as discussões e as brigas por ele compradas. Ou seja, basta o dirigente cochilar, para que a guerra esteja instaurada dentro de seu próprio território. É uma pena, mas são fatores negativos que acabam inclusive superando a imagem do bom profissional e ser humano que é Carlos Caetano Bledorn Verri. E aí, ao invés de falarmos sobre Novo Hamburgo, Alan Patrick ou qualquer outra pauta positiva, temos de ressaltar o lado zangado de Dunga.

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