Ao oficializar Fernandão como seu novo treinador, o Internacional repete o processo que fez no ano passado, com Paulo Roberto Falcão. Coloca à beira da casamata um ídolo do clube, capaz de liderar um vestiário para lá de experiente. Com Falcão se viu que algumas percepções de futebol do técnico não condiziam com o perfil do clube. Agora será que com Fernandão será diferente? Pode dar certo, assim como deu Dorival Júnior. Eu explico...
Para quem não sabe, Dorival começou a carreira de treinador em 2003, no Figueirense. Até então, o ex-volante atuava no clube catarinense como gerente de futebol. Ou seja, um cargo diretivo, assim como o de Fernandão no Inter até esta sexta-feira. Lá no Orlando Scarpelli, Dorival Júnior foi alçado da sala de escritório para os treinamentos após a saída do então comandante Luis Carlos Ferreira. Depois de um bom desempenho na nova função, acabou sendo efetivado e teve contrato renovado para o ano seguinte. Em 15 jogos, venceu 6, empatou 5 e perdeu 4, marcando 26 gols, sofrendo 16 e classificando o Figueirense para a Copa Sul-Americana. Foi campeão catarinense em 2004 e então nunca mais largou o boné e o apito.
Hoje Dorival sai do Beira-Rio, mas deixa uma lição de que os homens do futebol podem virar treinadores. A única (e com certeza maior) diferença entre Dorival e Fernandão é que o primeiro, antes de virar dirigente, ainda atuou como auxiliar técnico de Muricy Ramalho, no próprio Figueirense. Já Fernando não tem esta experiência. No entanto, bebe da mesma fonte de Dorival. Certa vez, em entrevista à Rádio GRENAL (AM 780 / FM 101.9), Fernandão comentou: “Em 2005, Muricy ensinou o nosso time a não gostar de perder. Depois, em 2006, o Abel nos ensinou a gostar de ganhar. Levo isso comigo.” Veremos o que Fernando Lúcio da Costa vai ensinar a seus comandados a partir de agora.
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