Foto: Wander Roberto (Gazeta Press)
Assisti atentamente ao jogo do Internacional neste domingo. Se existe alguém culpado pelo Gre-Nal precoce pela Taça Piratini, este alguém é o próprio Inter. O Grêmio, imerso na Libertadores, colocou por diversas vezes o time B ou reserva, e deixou o Gauchão em segundo plano visivelmente. Mas o Inter, que só disputa esta competição, tinha o dever de classificar em primeiro lugar no grupo. Não conseguiu. Com o empate em 1 a 1 diante do Cruzeiro-RS, o Colorado encerrou em 2º lugar e agora terá o clássico pela frente. Porém, mais do que tudo, o jogo deste final de semana evidencia um problema: a falta de um banco de reservas à altura do time titular. Aliás, um velho problema de Dunga.
Na sua última (e também primeira) experiência como treinador, Dunga sucumbiu ao olhar para o banco e não ver opções para mudar o jogo. Na Copa do Mundo da África do Sul, com a Seleção Brasileira, o comandante construiu uma equipe competitiva e muito bem organizada em campo – exatamente como vem fazendo no Beira-Rio. Mas, quando viu Elano se lesionar e Ramires ser suspenso, foi obrigado a improvisar o lateral Daniel Alves no meio-campo diante da Holanda. Mais à frente, quando Robinho e Luís Fabiano sentiram a virada, Grafite surgiu como alternativa e, lógico, sequer entrou em campo (mesmo podendo fazer mais uma alteração na equipe). Tudo porque os atletas que estavam no banco, apesar de comprometidos com Dunga - como Josué, Júlio Baptista e Doni -, estavam longe do nível de uma Seleção Brasileira.
O fato se repete agora no Sport Club Internacional. Gilberto não é nem sombra de Forlán, não pode ser o substituto imediato. João Paulo, da mesma maneira, não reproduz nem um terço do que é capaz D’Alessandro. Entre outas situações. A grande diferença é que, na Copa, o banco foi montado e escolhido exatamente por ele, Dunga. No Inter, agora, o grupo pode ser montado pela direção. Ou seja, se faz necessário, urgentemente, que reforços desembarquem em Porto Alegre. Do contrário, vai chegar a hora em que o técnico olhará para o banco de reservas e irá preferir continuar com os que têm em campo. E, assim, a Holanda vai passar de novo.
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