terça-feira, 30 de outubro de 2012

La mano de adiós

Nesta terça-feira, passou pelo estande da Rádio GRENAL (AM 780 / FM 101.9) na Feira do Livro de Porto Alegre, Gonzalo – argentino escolhido por uma marca de refrigerantes para protagonizar uma nova promoção. Torcedor do Racing e fanático por futebol, o tal foi questionado se sabia quem era o aniversariante do dia. Inocentemente, respondeu que não. Quando ouviu a resposta ‘Diego Armando Maradona’ esbravejou: “¡Dios, es verdad, hoy es 30 de octubre!”. Era como se Gonzalo estivesse cometendo um sacrilégio ao esquecer o ‘cumpleaños’ do ‘Pibe de Oro’.

Pois exatamente no dia em que Maradona completa 52 anos de vida, somos obrigados a lembrar daquele que certamente não foi seu gol mais bonito, mas o mais emblemático com certeza: o gol de mão contra a Inglaterra, pelas quartas-de-finais da Copa do Mundo de 1986. A famosa ‘mano de Dios’. Tudo porque o STJD, com a benção da CBF, decidiu ‘discutir’ a possibilidade de legalizar ou não o gol de mão de outro argentino, Hernán Barcos, na derrota do Palmeiras para o Internacional, no último sábado. Não se trata de uma discussão em um busca do bem do esporte, mas da legalização de um lance irregular. Fosse o contrário, a FIFA estaria reunida pela utilização da tecnologia a favor dos árbitros de futebol.

Aliás, é praticamente inaceitável que ainda atuemos na base do futebol de 50 anos atrás. Por que não introduzir a televisão para tirar dúvidas do juiz em uma partida? Falo em lances capitais! É uma questão de evolução. Ou não pense que o futebol nasceu assim como você consome hoje. A própria figura do árbitro, criada em 1872, teve de trabalhar por 20 anos sem um apito, e até 1970 sem o cartão amarelo no bolso. E ainda tivemos a colocação de redes nas metas, para auxiliar a visualização do gol. Enfim, é tudo uma questão de evolução! Se o gol de Maradona foi brindado com o apelido de ‘la mano de Dios’, o de Barcos bem que poderia ser chamado de ‘la mano de adiós’. O adeus ao futebol ultrapassado. Pena que o STJD parece pensar diferente.

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