quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O passado e o futuro na mesma mesa

Foto: Lucas Uebel (Jornal O Sul)

Quando Paulo Odone não compareceu ao debate da Rádio Guaíba na semana passada, pensei que seria uma retaliação por conta da declaração do presidente, duvidando da imparcialidade da emissora na cobertura das eleições presidenciais do Grêmio. Depois disso, para reforçar minha suspeita, o jornal Zero Hora realizou um encontro com os três candidatos (além de Odone, Homero Bellini Júnior e Fábio Koff). Entretanto, nesta quinta-feira, quando se havia marcado uma mesa redonda com o trio na Rádio GRENAL (AM 780 / FM 101.9), o atual mandatário tricolor novamente deixou de lado e não compareceu – mesmo depois de ter confirmado presença. O que posso pensar disso?

Mesmo tendo vários amigos lá, não posso defender a imparcialidade dos jornalistas da Guaíba e do Correio do Povo por não conviver no dia-a-dia da empresa. Porém, posso falar do trabalho da Rede Pampa, e atesto que em nenhum momento a equipe fez campanha para um ou outro. Assim, quero entender que a ausência de Odone não foi um ato de retaliação. Contudo, não tenho outra maneira de ver o fato senão um desrespeito com os torcedores/ouvintes e, mais do que isso, com os profissionais que se engajaram em organizar um programa elaborado, com perguntas específicas em que cada candidato pudesse expor seus projetos – sem a intenção de ver um ataque pessoal constante entre estes.

Enfim, posso apenas analisar as palavras de Homero e Koff (os mesmos, aliás, que se fizeram presentes nas entrevistas do primeiro turno). E destes, apreendi muitos pontos de convergência nos discursos: a preocupação com as categorias de base, o marketing, a profissionalização do futebol e até mesmo a despolitização da Arena. A única e maior diferença fica no plano pessoal. Enquanto Koff se apega às suas gestões vencedoras do passado, Homero pede uma chance para o “melhor projeto” voltado ao futuro. O ideal seria tê-los juntos, lado a lado, na mesma gestão. Não será possível, mas não tenho dúvidas de que, independente do resultado das eleições no domingo, no que depender destes dois, o Grêmio estará em boas mãos – ou cabeça. De Odone, infelizmente, eu não posso falar nada.

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