A pressão da Arena

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

“Senhoras e senhores, estamos vendo a história sendo escrita.” Com esta frase, reportei pela Rádio GRENAL (AM 780 / FM 101.9) o primeiro gol da Arena do Grêmio, anotado por André Lima. Ainda não tenho a real noção do que aconteceu na noite deste sábado em Porto Alegre. Talvez nem mesmo o próprio torcedor tenha dimensionado. Vai muito além de um simples jogo contra o Hamburgo – mesmo que o resultado de 2 a 1 tenha simbolizado a memória do título mundial de 1983. O fato é bem mais amplo, transcende uma bola na rede.

Antes mesmo do jogo iniciar, por exemplo, ao cortar a fita de inauguração da nova casa tricolor, o presidente Paulo Odone proferiu: “Aqui seremos campeões da Libertadores no ano que vem. Não teremos limite”. Não é um tom de promessa (até porque ele não estará no gabinete para chefiar a missão), mas uma expressão do quanto o clube cresce com aquele monumento erguido no bairro Humaitá. É uma grande responsabilidade passada para quem vem adiante. Fábio Koff, Rui Costa, Eduardo Antonini (que permanece) e até mesmo Vanderlei Luxemburgo. Todos estes terão praticamente o compromisso de cumprir o projeto que foi traçado pelos primeiros sonhadores da Arena.

Mas o compromisso também é do torcedor gremista. O espetáculo negativo protagonizado na Geral, com uma briga que resultou em seis prisões, influenciou drasticamente no jogo diante dos alemães. Após o tumulto, as arquibancadas se calaram. E, ao contrário, a Arena foi construída para dar voz, amplificar justamente o grito deste torcedor, que alenta sob a faixa de “melhor torcida do Brasil”. Porém, para que isso se torne real, é necessário primeiro que se tenha a verdadeira noção do que é a Arena. É um caldeirão! Mas um caldeirão que deve explodir contra o rival, e não contra si mesmo. Talvez todos nós – repórteres, torcedores, jogadores e dirigentes - estejamos ainda nos acostumando aos poucos com o que virá pela frente. Resta saber de que maneira a nova moradia será utilizada: a favor do Grêmio ou contra ele?