Carteiraço inevitável

Há alguns dias, trouxe neste mesmo blog a notícia de que o Grêmio tinha o interesse em contratar o goleiro Dida. Em entrevista à Rádio GRENAL (AM 780 / FM 101.9), o futuro presidente gremista Fábio Koff negou que o atleta tenha sido procurado, mas confirmou o interesse em buscar um novo arqueiro: "Não digo que estamos trazendo o Dida, mas a comissão técnica pediu mais um goleiro. Não se pode começar uma competição internacional com um menino que não foi nem testado", disse o mandatário, fazendo referências à inexperiência dos reservas Matheus e Busatto. O problema é que esta contratação irá respingar em Marcelo Grohe inevitavelmente.

Depois de ganhar a camisa 1 de Victor, quando este foi negociado com o Atlético-MG, Grohe pode perder mais uma vez o posto de titular. E não porque Koff ou Vanderlei Luxemburgo não confiam nas suas atuações. Acontece que, ao trazer um guarda-redes de experiência, o Tricolor não poderá o colocar no banco. Veja o caso de Dida mesmo. Se ele vier mesmo a Porto Alegre, não há como ignorar o fato de que é um multicampeão, com passagens de sucesso pela Europa e Seleção Brasileira. Acontecerá o famoso ‘carteiraço’. Na base do currículo, a camisa 1 terá um novo dono.

Que me perdoem os gremistas, mas tiro por base o que ocorreu no rival Inter em 2010. A equipe se preparava para entrar na Libertadores com o goleiro Lauro, quando Fernando Carvalho fez desembarcar do Boca Juniors-ARG, nada mais nada menos do que Pato Abbondanzieri. O cidadão sequer treinou e fez sua estreia contra o Emelec. E, apesar das inúmeras falhas do argentino durante o Gauchão, continuou intocável por um bom tempo. Voltando ao caso tricolor, caberá a Marcelo ter a velha paciência de monge que o deixou ver Galatto, Saja e Victor passarem pelas traves até ele agarrar uma oportunidade. Vida de goleiro não é nada fácil mesmo!