Nei aí

Quando o Internacional subir à Gramado, no dia 6 de janeiro, para realizar sua pré-temporada, já não contará mais com o lateral-direito Nei em seu plantel. Há quem solte foguetes com esta notícia, eu já classifico como falta de inteligência, prudência e educação. Nunca fui um fã do seu futebol (talvez da pessoa, mas não do jogador). Sou até mesmo um crítico. Por isso, sinto-me à vontade para analisar a situação.

Primeiro vejo falta de inteligência no Inter porque o lateral já havia recebido propostas de outros clubes, incluindo o Galatasaray-TUR. E, mesmo assim, a direção resolveu mantê-lo em Porto Alegre. Poderia ter feito um bom negócio naquele momento, mas preferiu usá-lo até o fim do contrato e soltá-lo no mercado - assim como fez com Tinga, e deve repetir com Bolívar. Segundo, qualifico como falta de prudência porque Nei vai embora sem deixar um substituto. O atual reserva, Edson Ratinho também deve migrar. O garoto Cláudio Winck, da base, é quem deve receber uma oportunidade. Mas vai com calma, né?! Para chegar e fardar, o Inter ainda não contatou ninguém - até porque não possui ainda seu homem do futebol no comando. Não seria mais prudente trazer um novo lateral para brigar por posição com ele?

Em terceiro plano, vejo uma falta de educação da direção colorada para com Nei. O jogador nunca foi de fugir da luta. Muito pelo contrário! Enfrentava dores no joelho, fazia infiltrações e entrava em campo ignorando a dor. Podia lhe faltar técnica, mas nunca empenho! E, acima de tudo, o ser humano Nei foi desrespeitado. Para diminuir um pouco as críticas e dar satisfação ao torcedor, o mandatário colorado decidiu liberá-lo. Assim, sem mais nem menos. O atleta sequer foi avisado e passava férias tranquilamente em sua cidade (Bragança Paulista), quando leu as notícias na internet. Justo ele, que foi pai no meio deste ano, recebeu a grata informação de que o clube que ele defendeu não está mais nem aí. Mesmo assim, boa sorte às duas partes.