“O jogador de futebol morre duas vezes”, este é o pensamento de Paulo Roberto Falcão, considerando a aposentadoria como o primeiro falecimento do atleta. E, em um instinto meio canino, alguns profissionais preferem se esconder dos holofotes para enfrentar esta primeira morte. É o que pretendia fazer, por exemplo, Gilberto Silva. Aos 36 anos, é natural que o capitão do Grêmio pense já na maneira que pendurará as chuteiras. Porém, ele não esperava que seus planos fossem estampar manchetes nesta quarta-feira.
Ainda no final de 2011, quando passava férias em Belo Horizonte, o ex-volante da Seleção Brasileira concedeu entrevista à Rádio Itatiaia e declarou seu desejo de voltar ao Estado natal: “Tenho mais um ano de contrato com o Grêmio, e sempre cumpro meus contratos. A não ser que eu chegue lá em janeiro e eles digam: ‘olha mineiro, já deu’. Mas eu estou bem lá, me adaptei bem e depois pensarei em voltar para Minas Gerais, pois a torcida do Atlético-MG e do América-MG sempre manifestam muito carinho.” Em sua apresentação no Olímpico, há um ano e meio, algo semelhante também foi dito. Eu estava lá.
E, antes que o torcedor gremista atire a primeira pedra, digo que vejo com total naturalidade um eventual retorno de Gilberto às origens. Em casa, ele estará tranquilo para fazer sua última temporada como jogador profissional. E, tenho certeza, que ele não esperava tanta repercussão em cima disso. Mas, convenhamos, não tinha como não chamar atenção: trata-se de um pentacampeão mundial! Além do mais, para o Grêmio a sua saída não será o fim dos tempos, pois abrirá brecha para que Fábio Koff realize o desejo velado de contratar o zagueiro Diego Lugano. A vida anda.
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